INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA-GO

CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA 

 

AMANDA CRISTINA DA SILVA


 

RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ESTÁGIO BÁSICO I – 

FOCO COMUNITÁRIO


 

Itumbiara

2019

 

 

AMANDA CRISTINA DA SILVA


 

RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ESTÁGIO BÁSICO I – 

FOCO COMUNITÁRIO


 

Relatório de atividades apresentado ao curso de Graduação em Psicologia como requisito parcial para aprovação na disciplina Estágio Básico I – Foco Comunitário, ministrada pelo(a) Prof(a). Sheila Maria Pereira Fernandes.

 

 

 


 

 

 

Itumbiara

 

 

2019

 

 


 

 

 

I

INTRODUÇÃO 4 a 14

   A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA4

   ORIGEM DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA5

   PRINCIPAIS CONCEITOS DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA7

   ÁREAS DE INTERVENÇÃO DO PSICOLOGO COMUNITÁRIO9

   O PAPEL DO PSICOLOGO COMUNITÁRIO12

HISTORIA DA INSTITUIÇÃO15

CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA18

LEVANTAMENTO DE DEMANDA........................................................................................ 19 a 30

PLANO DE INTERVENÇÃO...................................................................................................  31 a 35

CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................  36,37

GALERIA DE FOTOS...............................................................................................................  38 a 46

REFERÊNCIAS.................................................................................................................................. 47

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA 

 

Ao falarmos sobre psicologia comunitária, e de acordo com Andery (2001), o termo comunidade vem sendo utilizado para designar a instrumentalização de conhecimentos e técnicas psicológicas que possam contribuir para a melhoria na qualidade de vida das pessoas e de grupos distribuídos nas inúmeras aglomerações humanas que compõem a grande cidade. É um movimento de aproximação do cotidiano das pessoas principalmente nos bairros e instituições populares onde a grande parcela da população vive, organiza-se e cria seus canais de expressão (MOURA, 2009).

 

De acordo com Freitas (1999), a psicologia social comunitária utiliza-se do enquadre teórico da psicologia social, privilegiando o trabalho com grupos e colaborando para a formação da consciência crítica, e consequentemente para a construção de uma identidade social e individual orientadas por preceitos eticamente humanos. Freitas ainda indica que os instrumentos utilizados para intervenção e também construídos no desenvolvimento do trabalho, podem ser: entrevistas (muitas vezes coletivas), conversas informais (em locais variados, como num bar, ou em caminhadas), visitas realizadas em casas da população ou a alguma festividade, diários de campo (registros de acontecimentos importantes, ideias que possam contribuir para ações), resgate histórico e cultural da comunidade (por meio de representantes da igreja, pessoas significativas, lideranças) (MOURA, 2009).

 

A psicologia comunitária operando com o enquadre teórico de a psicologia social crítica propor-se a compreender a constituição da subjetividade dos seres humanos inseridos numa comunidade, seja geográfica como, por exemplo, um bairro, ou psicossocial como, os participantes de um centro comunitário e que ao compreender e para fazê-lo, funda-se no respeito ao saber e às práticas desses sujeitos e atua predominantemente com grupos (MOURA, 2009).

 

Quando se estuda o ser humano, deve-se levar em consideração sua história, sua cultura e o seu ambiente, o ser humano como sendo um ser social tem papel ativo na construção das relações, ao participa, fazer parte dos grupos e da sociedade. De tal maneira, o sujeito e o meio social são indissociáveis, devendo-se considerar o ser humano em um movimento de produzir e se produzir, não só com relação à sua história pessoal, mas também em relação à história da sociedade. É no fazer coletivo que o ser humano encontra a possibilidade de atuar como sujeito, mobilizando suas dimensões subjetivas, dando significado à sua vida, por meio da produção coletiva, realizando suas potencialidades (MACIEL e ALVES, 2015).

 

ORIGEM DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA 

 

A Psicologia Comunitária surge em meados da década de 60, em um período que houve grandes mudanças tanto na área da Saúde Mental, e também na sociedade em geral (ORNELAS, 1977), então quando nos referimos à Psicologia Comunitária podemos dizer que esta se trata de uma disciplina recente. Sua origem se dá onde por um lado estão à psiquiatria social e preventiva, à dinâmica e psicoterapia de grupos, práticas "psi" que conceituavam uma origem social a seus objetos de estudo. Apesar de que as primeiras conceituações e práticas comunitárias em Psicologia tenham sido norte-americanas ou europeias, é na América Latina que a disciplina ganha contornos característicos. A psicologia comunitária é uma nova forma de pensar e praticar a psicologia, distinta da tradição dominante. (MOURA, 2009)

 

A Psicologia Comunitária originou-se a partir dos movimentos sociais comunitários – especialmente nos que se referiam a saúde mental - de países como a América e Europa, onde o nascimento da psicologia Comunitária teve a mesma origem que nos Estados Unidos (GÓIS, 2005).

 

O termo Psicologia Comunitária surge em 1965, dentro da Conferência de Swampscott – Boston, que incidiu sobre o papel dos psicólogos no Movimento da Saúde Mental Comunitária. Nesta mesma Conferência foram definidas três grandes prioridades: (1) Intervir em nível da Prevenção Primária; (2) intervir em nível da comunidade e (3) intervir numa perspectiva de mudança (ORNELAS, 1997).

 

Freitas (1998) mostra que a terminologia “psicologia na comunidade” evoluiu para “psicologia da comunidade” e em seguida para “psicologia (social) comunitária”, pois no início o país vivia um momento de crise, com modelos importados e alheios à realidade brasileira. A primeira terminologia vem propor práticas voltadas para a população e melhoria de vida, sucessivamente a “psicologia da comunidade” passa a referir-se a questões voltadas para a saúde da população e, atualmente, a terminologia usada é “psicologia social comunitária”, que compreende o homem como um ser constituído sócio historicamente e ao mesmo tempo em contínua construção de concepções a respeito de si mesmo, dos outros e do contexto social em que vive.

 

Na América Latina, a expressão “Psicologia Comunitária” passou a ser utilizada a partir de 1975, com o objetivo de se fazer uma nova Psicologia Social, a partir da preocupação de alguns psicólogos de distintos países latino-americanos com os escassos resultados sociais da Psicologia Social tradicional e por haver uma grande necessidade de superar os graves problemas socioeconômicos que ainda hoje afetam a região (GÓIS, 2005).

 

Nos anos 90 foram marcados por uma diversidade teórica e metodológica no desenvolvimento desses trabalhos em comunidades basicamente aos postos de saúde, órgãos ligados às questões familiares, instituições penais. Em se tratando de instituições, sabe-se que a atuação do psicólogo se desenvolve a partir da demanda solicita da pela própria instituição (CARDOSO, 2012).

 

Por último, surge a expressão Psicologia Social Comunitária que carrega sua prática de maneira não paternalista, presente nos modelos trazidos dos Estados Unidos. O seu arcabouço teórico é oriundo da Psicologia Social, tendo como foco o trabalho grupal, como o objetivo de desenvolver uma consciência crítica na população e “uma construção de uma identidade social e individual orientadas por preceitos eticamente humanos” (FREITAS, 1996).

 

Nos dias atuais ainda é frequente a oposição entre comunitário ou comunidade, por serem práticas realizadas em diferentes campos profissionais. Com essas frequentes atuações, vêm crescendo especificamente, os profissionais de psicologia que se denominam psicólogos comunitários. Entre essas práticas profissionais há realizações de intervenção na comunidade, e investigações em diferentes localidades da sociedade, enquanto maneira de como se vive esses sujeitos na comunidade, identificando assim, o que pode ser melhorado. (BRITO E JUNIOR 2016).

 

 

 

PRINCIPAIS CONCEITOS DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA 

 

Para a Psicologia Comunitária a área do suporte social com maior relevância tem a ver com os indivíduos em situação de isolamento, que não façam parte de nenhuma rede social e, por esse fato, estejam extremamente vulneráveis. Os psicólogos comunitários construíram uma nova visão do psicólogo, onde o principal objetivo passou a ser o estudo, a compreensão, a conceituação e a intervenção rigorosa nos processos, através dos quais, as comunidades pudessem melhorar o estado psicológico geral dos indivíduos que fazem parte da própria comunidade (ORNELAS, 1997).

 

Os trabalhos de Blazer (1982) e Lynch (1977) realçaram o fato de que a solidão e o isolamento podem levar a situações extremas. As redes dos indivíduos isolados por longos períodos tendem a ser preenchidas por profissionais, ligados ao sistema público ou por conhecidos com uma problemática idêntica. A situação dos indivíduos isolados socialmente contrasta com a da maioria das pessoas que dispõem de um tipo de suporte não estigmatizante, como sejam os seus colegas de trabalho, cônjuge, família, amigos ou profissionais de ajuda (ex. médicos, advogados ou outros). Aqueles que dependem de uma rede do domínio público têm que ter competências para ultrapassar barreiras burocráticas, enquanto que aqueles que dependem das suas famílias e do mercado privado podem ter que utilizar tipos diversos de competências e abordagens. O suporte social tem impacto no aumento ou redução da resistência individual ao stress e a presença de suporte muda a natureza do contexto situacional do indivíduo, de tal modo que os que experienciam situações de stress não estão em idêntica situação de risco de vir a sofrer de perturbações a nível emocional.

 

A Psicologia Comunitária, parte da estrutura social existente e considera como seus objetivos criar ou mudar os serviços ou organizações, com o objetivo de torná-las mais eficazes na execução dos propósitos da prestação de serviços menos estigmatizastes e que proporcionem crescimento e desenvolvimento psicológico. A intervenção social poderá então ser operacionalizada a partir de influências, orientações ou ações concretas no sentido de modificar sistemas sociais e políticos, com incidência em áreas como a saúde, a educação, o bem-estar físico e emocional, domínios religiosos ou judiciais (ORNELAS, 1997).

 

Ainda conforme Ornelas (1997) todas as alterações das relações sociais entre indivíduos, grupos, associações ou instituições com impacto na sociedade em geral ou em grande número de indivíduos ou grupos, são o alvo prioritário da intervenção social (Seidman, 1983). Este autor considera que deve ser dada primazia a alguns processos de intervenção social, como por exemplo, os direitos civis, o acesso a recursos emocionais, materiais e a serviços ou ainda ao desempenho de papeis sociais.

 

Nas ciências humanas, especialmente na Psicologia Social, a definição de Comunidade, tornou-se sinônimo de qualquer atividade de cunho professional que se realiza fora de instituições, de escolas e dos consultórios clínicos, com a perspectiva de uma prática de trabalho que seja comprometida com o povo. Comunidade para alguns aparece como mito, proveniente de um processo globalizado que impede a vida em comum e que seja harmoniosa, um mito que se remete ao passado, como se algo fosse perdido pelo homem e o que ele vivesse agora não seria de fato uma Comunidade (CARDOSO, 2012).

 

É fundamental, para os profissionais de psicologia que levem em conta as questões psicossociais do contexto em que estejam intervindo, sobretudo do ponto de vista macrossocial. Na maioria das vezes, alguns psicólogos se definem como atuantes de uma esfera micros social, realizando assim uma delimitação de sua atuação. É como se as relações existentes nos níveis micro não fizessem parte da ordem macro. Os níveis micro e macrossocial estão interligados, e o profissional precisa ter uma compreensão em relação a essa questão (CARDOSO, 2019).

 

Todas as alterações das relações sociais entre indivíduos, grupos, associações ou instituições com impacto na sociedade em geral ou em grande número de indivíduos ou grupos, são o alvo prioritário da intervenção social (Seidman, 1983). Este autor considera que deve ser dada primazia a alguns processos de intervenção social, como por exemplo, os direitos civis, o acesso a recursos emocionais, materiais e a serviços ou ainda ao desempenho de papeis sociais. (ORNELAS, 1997).

 

 

 

 

 

AREAS DE INTERVENÇÃO DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA

 

A psicologia comunitária em suas bases e significados tem um caráter único e exclusivo quando se trata de acolhimento, sabe-se que o lugar em que a pessoa vive diz muito desta pessoa, conhecer sua comunidade é de certa maneira conhecer as pessoas que vivem nela. Desta maneira é possível notar a importância de ir a fundo acerca da história de vida dessas pessoas e entender o ritmo dessa comunidade dessa forma revelando qual a influência que a comunidade como um grupo tem em cada indivíduo que ali vive. LIMA E BOMFIM (2016)

 

 Podemos significar a comunidade como tudo que envolve um conjunto de pessoas, a comunidade traz aos seus moradores uma sensação de pertencimento ao grupo e um certo conforto, dentro de uma comunidade deve haver pessoas que possuem vínculos afetivos muito fortes mesmo não sendo parentes pois o lugar em que vivem os faz se parecerem com relação a sentimentos, pensamentos e até mesmo crenças, no entanto, nem sempre as relações são positivas em quaisquer comunidades também podem haver conflitos, a convivência diária faz das pessoas muito interligadas o que torna o trabalho comunitário ainda mais importante na comunidade. Em uma comunidade os interesses comuns e singulares logo se tornam interesses em comum, que podem mudar a qualquer instante ou mesmo permanecer, nunca se sabe.  BARROS E XIMENES apud YAMAMOTO (2009)

 

Desde a década de 60 existem psicólogos que trabalham em comunidades de baixa renda, esse movimento migratório dos profissionais da área ocorreu com o objetivo de tornar o psicólogo mais acessível a todos e não simplesmente as elites, eles buscavam a melhoria das condições de vida da população trabalhadora de classe baixa, tendo em vista os trabalhos grupais e de mobilização geral, os psicólogos comunitários atuavam em comunidades carentes e que não tinham condição de pagar por um tratamento psicológico, eles trabalhavam em bairros populares, favelas, associações de bairro e até mesmo em movimentos populares. SCARPARO E GUARESCHI (2007)

 

Recentemente os psicólogos comunitários foram implantados no Sistema Único de Saúde (SUS) e na educação pública, desta maneira hoje é muito comum encontrar psicólogos comunitários atuando em postos de saúde, creches, instituições de promoção do bem-estar social e em setores judiciários onde esses psicólogos são responsáveis por cuidar de famílias carentes de apoio e crianças em situação de adoção. BARROS E XIMENES apud YAMAMOTO (2009)

 

“A psicologia comunitária tem o objetivo de melhorar a saúde mental e as competências da comunidade numa perspectiva preventiva” palavras de Sergio Santos (2014) as medidas de intervenção em uma comunidade realizadas pelo psicólogo comunitário se baseiam principalmente em aliviar os problemas das pessoas que vivem ali e dessa maneira prevenir as suas dificuldades passadas, presentes e futuras.

 

Sergio Santos (2014) ainda utiliza o termo “Empowerment” que significa atribuir poder a população através da busca e da troca de conhecimento o que possibilita as pessoas a resolverem seus próprios problemas e prevenir dificuldades futuras. Se formos pensar de uma maneira geral o que esse autor diz faz todo o sentido, porque uma vez que a comunidade que se trabalha tiver independência para resolver seus próprios conflitos o problema dessa comunidade será resolvido e problemas futuros também serão porque essa comunidade provavelmente já terá as ferramentas certas para resolução de conflitos, baseada em experiencias satisfatórias anteriores.

 

Este tipo de psicologia que tem atuação na comunidade é muito interessante e concreto e sua filosofia é totalmente contraria a da psicologia clínica tradicional, podemos considerar que na psicologia clínica tradicional o atendimento ocorre de forma individual e o seu objetivo é tratar pessoas que já estão com problemas diferentemente da psicologia comunitária na qual o seu objetivo é trabalhar em grupos, muitas vezes de comunidades carentes, e promover a prevenção de problemas que possam acontecer futuramente baseando se na promoção da saúde mental e de uma vida melhor. SCARPARO E GUARESCHI apud SAWAIA (2007)

 

Este trabalho é possível quando o psicólogo comunitário responsável pela comunidade baseia os sentimentos daquela comunidade a uma ideia de pertencimento ao lugar o que gera a todos os moradores dali um sentimento parecido além de hábitos, linguagens e outras coisas em comum.

 

Na década de 70 foi criada a noção de comunidade e de ver que um conglomerado de pessoas que possuem relação próxima um com o outro e que vivem no mesmo ambiente passam a adquirir hábitos parecidos e alianças de amizade, sentimento de companheirismo e de participação do grupo, é daí que surge a ideia de comunidade e junto com ela os problemas e a necessidade de trabalhar esses problemas e promover a paz local. SCARPARO E GUARESCHI (2007)

 

O psicólogo que trabalha na comunidade traz como necessidade de intervenção trabalhos para que as pessoas gerem um sentimento de independência e que elas possam ser suficientemente autônomas para tomarem as rédeas da sua própria vida e promover o seu próprio bem-estar para que essa pessoa não precise se apoiar em acontecimentos diversos para se sentir bem ou mal, uma pessoa autossuficiente se completa e não conta com fatores externos para que haja uma reação negativa na sua vida ela sabe lidar com as situações sem “enlouquecer” e ai está a importância do Empowerment que traduzindo ao pé da letra significa atribuir poder, sabe-se que isso não é uma tarefa fácil, mais também não é impossível. SANTOS (2014)

 

Sergio Santos (2014) também destaca a psicologia comunitária como tendo 4 pilares:

 

  1. O primeiro deles é o Empowerment que significa atribuir poder aos indivíduos, este termo baseia se no sentimento de independência e o poder que o grupo ou a pessoa terá para resolver seus próprios conflitos e/ou minimizarem os seus problemas de forma autônoma e independente.
  2. O segundo pilar é a Cidadania, para o autor o sentimento de cidadania reforça os laços entre essa comunidade, esse sentimento se baseia em conceber aos indivíduos da comunidade direitos e deveres assim como valores, essas regras trarão mais harmonia ao convívio social promovendo a qualidade de vida individual e grupal.
  3. O terceiro é a Luta pela pobreza, a pobreza é resultado direto de diversas desigualdades sociais, ela tem uma forte influência no desenvolvimento humano e não dá possibilidades de crescimento, por isso ultrapassar a pobreza é um fator importante para que se tenha sucesso no trabalho em comunidade.
  4. E por fim temos a Saúde mental que é considerado um estado de equilíbrio entre a pessoa e a sociedade, o fator de total relevância nesse âmbito é que possuindo saúde mental a pessoa tem mais disponibilidade para realizar atividades do dia a dia sendo dessa maneira mais produtivo e se saindo melhor nas atividades diárias.

 

Esses 4 pilares se mostram fundamentais para obter-se um sucesso no trabalho comunitário superando esses obstáculos postos acima certamente o psicólogo comunitário realizará um trabalho satisfatório e duradouro na comunidade em que seu trabalho for solicitado, chegando ao objetivo primeiro que é de conquistar a saúde mental e a independência dessa comunidade na resolução de conflitos.

 

 

PAPEL DO PSICOLOGO COMUNITÁRIO

 

O debate criado em torno da escassez de profissionais atuando em comunidades carentes não é atual e quando se diz respeito a políticas assistencialistas é fácil lembrar dos profissionais da psicologia que de certa forma na teoria e na prática se tornam muito necessários para ajudar em quaisquer tipos de questões que precisarem de auxilio profissional. Destaca que na década de 70 a área da psicologia clínica no brasil já estava saturada foi então que os profissionais da psicologia na tentativa de deselitizar a profissão, que até então só atendia pessoas que tivessem condições de pagar pelas consultas, migraram para uma área também em desenvolvimento no brasil que é a psicologia comunitária. BARROS E XIMENES apud YAMAMOTO (2009)

 

 

Nesse sentido Helena Scarparo (2005) completa que:

 

O trabalho do psicólogo era definido a partir da clínica individual, da tarefa de avaliação psicológica e do acompanhamento de dificuldades de aprendizagem nas escolas. Também são mencionados e dos trabalhos de consultoria, recrutamento e seleção no contexto das empresas. Tratava-se de um período no qual o exercício da psicologia, em expressiva escala, se adequava às necessidades políticas e econômicas do governo militar ditatorial vigente (Scarparo, 2005 p.1).

 

Além do desafio de propagar a psicologia em meio a um regime ditatorial que se deu nessa época ainda existia o desafio particular da nova profissão que estava surgindo naquele momento, vale ressaltar que no início dos trabalhos devido ao regime militar em ascensão houveram muitos trabalhos desenvolvidos na época que foram censurados pelo governo assim podemos imaginar que se não houvesse esse veto anteriormente ocorrido nos dias de hoje provavelmente teríamos mais material de trabalho em exposição trabalhos esses que marcaram o começo da profissão em meio à crise do pais. SCARPARO E GUARESCHI (2007)

 

Assim que houve essa migração os profissionais da psicologia encontraram em suas novas áreas de atuação lugares e pessoas totalmente diferentes da que estavam acostumados, mais supostamente foi uma mudança necessária para que não houvesse o declínio da profissão, foi nesse momento então que os psicólogos clínicos se tornaram psicólogos comunitários, eles saíram da sua zona de conforto e de seus consultórios confortáveis para atuar no “mundo real” com “pessoas reais” e carentes que precisavam de ajuda psicológica.

 

O grande diferencial do psicólogo comunitário é o fato de que eles não trabalham somente com uma pessoa por vez, eles têm a capacidade de trabalhar com grupos inteiros de determinadas comunidades com o único objetivo de facilitar o convívio e resolver conflitos pessoas e grupos na comunidade de atuação desse psicólogo. LIMA E BOMFIM (2016)

 

O psicólogo comunitário traz consigo um papel de agente transformador de uma comunidade alguém que trabalha para o bem em comum em se tratando de resolução de conflitos locais e gerais, esse psicólogo tem o papel de intervir em sua própria comunidade e com auxílio do profissional em questão descobrir como abater suas necessidades de forma própria e aprende com esse psicólogo principalmente a ser autor da sua própria história tendo caráter específico e sendo agente transformador da sua comunidade e da sua própria vida. KLEBA E WENDAUSEN (2009)

 

Além disso o psicólogo tem que sempre se lembrar que o seu trabalho em determinado local é temporário e a comunidade deve viver e seguir o curso sozinha quando o profissional for embora, dessa forma é de fundamental importância que as atitudes tomadas naquele lugar possam sobreviver futuramente sem o auxílio do psicólogo comunitário e que a manutenção do projeto a ser inserido nessa comunidade possa funcionar perfeitamente sem a presença do autor.

 

Também é de extrema importância lembrar que o projeto a ser executado no local não pode ser ideia do psicólogo comunitário e sim deve haver um levantamento de demanda e uma pesquisa publica dessa própria comunidade que irá relatar os seus problemas e também relatar as formas de ajuda-los o psicólogo comunitário dessa forma tem como único papel executar o projeto com fiscalização e participação popular e dar orientações para que esse projeto sobreviva a aquela comunidade, despertando o interesse da comunidade para que os projetos persistam ao tempo de trabalho do profissional em dado momento assegurando o sucesso do projeto e a as importância para o futuro dessa comunidade quando se trata de bem estar geral e a saúde mental de cada indivíduo inserido naquela comunidade.

 

O primeiro passo do psicólogo comunitário é fazer um levantamento prévio das necessidades e carências vividas pelo grupo a ser trabalhado, logo após o psicólogo comunitário utiliza de métodos e processos de conscientização por meio de trabalho com as comunidades com o objetivo de fazer com que as pessoa dali assumam um papel de sujeito da própria história e para que possam atuam como agente de mudança do seu ambiente, nesses casos é possível trabalhar o empoderamento com essa comunidade e a motivação pessoal individual para que tudo flua com normalidade e pacificamente. KLEBA E WENDAUSEN (2009)

 

Durante esse trabalho é possível trabalhar com o grupo a busca do sentimento de solidariedade e de empatia focando nas práticas cooperativas que podem ser desenvolvidas futuramente por eles, além disso o psicólogo comunitário deve contribuir para o fortalecimento das iniciativas já existentes da comunidade de atuação. LIMA E BOMFIM (2016)

 

O psicólogo comunitário também pode utilizar como estratégia de engajamento grupal a promoção de rodas de conversa nas quais seriam inseridas assuntos da atualidade como os desafios do mercado de trabalho, preconceitos diversos, racismo, violência nas ruas e etc., dessa forma é possível se obter mais engajamento do grupo para que quando o psicólogo for tocar em assuntos pessoas as pessoas já entejam  confortáveis com a presença desse novo integrante temporário além de interessadas e participativas e esperançosas a respeito das possibilidades que o trabalho comunitário pode oferecer a sua vida de cada integrante da comunidade de atuação. KLEBA E WENDAUSEN (2009)

 

 É preciso também que o psicólogo comunitário trabalhe com naturalidade sempre se lembrando que os trabalhos realizados por ele devem ter sequencia sem a sua presença pois não se pode tornar a comunidade dependente do psicólogo comunitário pois o seu trabalho ali acabará e a comunidade deve coexistir e certamente continuar o processo que a fez melhor e mais saudável sem o profissional psicólogo, ela deve sobreviver independente da presença ou ausência do psicólogo que os auxiliou a princípio. 

 

 

 

HISTORIA DA INSTITUIÇÃO

 

Existia um  casal de catadores de matérias recicláveis, eles trabalhavam nas ruas da cidade de Itumbiara, município goiano, recolhendo materiais recicláveis casa por casa trabalhavam a pé empurrando aqueles carrinhos para guardar os materiais recolhidos no dia, a questão é que a quantidade de trabalho não resultava em uma quantia recompensadora no final do dia ou do mês, em depoimento eles me disseram que chegavam a pular de alegria quando conseguiam R$ 300,00 por mês, mais mesmo com as baixas condições de trabalho e com o cansaço eles nunca desistiram.

 

Com o tempo as coisas foram melhorando para esse casal e em dado momento decidiram se juntar a outras pessoas e fundar uma associação, e como sempre dizemos que a união faz a força aos poucos esse casal foi mudando completamente de vida, sempre com muito amor ao trabalho cansativo e árduo que é o recolhimento de material reciclável ela não desistiu ocuparam um terreno abandonado da cidade de Itumbiara e lá fundaram a associação hoje chamada de Estação Reciclar, ela conta que participavam de projetos sociais com o intuito de conseguir patrocínio e melhorar as condições de trabalho do pessoal e dessa forma as coisas vão acontecendo na vida deles e em um desses projetos conseguiram patrocínio de uma grande empresa do ramo alimentício de sua cidade.

 

Esta empresa por sua vez é uma empresa privada de grande porte da cidade, esta mesma empresa construiu a atual sede da estação que é muito acolhedora por sinal, posso dizer como observadora que eles cuidam daquele lugar como se fosse a própria casa deles e apesar de manusearem materiais recicláveis que estão muitas vezes no lixo o local é muito limpo e iluminado. Depois do patrocínio da organização que lhes deu os meios para trabalhar vieram outras dezenas de empresas que patrocinaram eles comprando maquinários, caminhões e equipamentos para que o trabalho possa ser feito, além ainda das empresas e supermercados que os ajudam fornecendo seu instrumento de trabalho, o material reciclável.

 

Com isso esse casal que atualmente coordena a equipe conseguiu muitos benefícios para a associação fundada, conseguiram empregar sua família e outras famílias, hoje trabalham 14 pessoas no local e um dado que achei muito interessante foi que trabalham famílias inteiras lá dentro, pais e filhos, sobrinhos, etc. E atualmente existem aproximadamente 30 pessoas que dependem indiretamente da renda gerada dos materiais recicláveis na Estação.

 

Na estação Reciclar os Homens saem para as ruas para recolher os materiais recicláveis das empresas patrocinadoras e supermercados enquanto as mulheres fazem trabalhos na instituição elas descarregam, trabalham na esteira e na prensa. Existem painéis de atividades como dia da limpeza, dia de ir em cada empresa, é tudo muito organizado.

 

Ela  me descreve que houveram patrocínios que a possibilitaram desenvolver atividades sociais e oficinas na instituição, nesse período eles contrataram 14 professores e convocaram os jovens da comunidade local para participarem do projeto, nesse local eram desenvolvidas oficinas de violão, de dança, artesanato, aulas complementares de português e matemática entre outros, ela teve essa ideia a partir de um observação simples da sua comunidade, onde descreve que os jovens dos bairros arredores da associação entram no mundo do crime e da prostituição com muita facilidade  e as vezes por falta de atividades diárias e de oportunidade de conhecer coisas novas que somariam em sua vida, ela então teve essa brilhante ideia, no entanto, as coisas não foram muito como o esperado a alguns anos atrás houveram uma sequência de roubos na estação este fato acontecia cotidianamente até que os professores e os condenadores da Estação foram desistindo, nas vezes que os ladrões entraram nas salas eles roubaram instrumentos musicais, materiais didáticos, destruíram os artesanatos produzidos e levaram os livros da biblioteca que eles haviam montado no lugar para incentivar os jovens a leitura.

 

Essa sequência de fatos foram desmotivando o casal a continuar com o projeto pois além das matérias utilizados nas oficinas eles destruíram o escritório do local, levaram as cadeiras e amassaram os armários.

 

E foi neste dia que ela desistiu do projeto suspeitando que os ladrões eram os próprios alunos ela deduz numa sequência de fatos que comprovam sua tese, hoje no local das antigas oficinas existem apenas equipamentos estragados que os ladrões e vândalos deixaram, é uma situação muito triste existem televisões quebradas, a prateleira de livros com 3 ou quatro livros que sobraram, dois violões de cordas arrebentadas e um local que tinha vida hoje se encontra abandonado.

 

Ela  com o seu projeto ganhou muitos prêmios e tem reconhecimento nacional e internacional, pena que na cidade em que vive não é tão reconhecida como deveria, não existem políticas públicas que ajudem na manutenção do local apenas as empresas privadas afim de reduzir seus impostos, ela me contou que conheceu muitos lugares e pessoas com esse projeto e deu palestras em muitos outros lugares também, ela é uma pessoa muito antenada está com todas as reuniões em que é convocada e encontros de sua classe trabalhadora.

 

Além disso pensa muito nos seus parceiros de trabalho ela quando foi perguntada de o que precisava de mudança e de ajuda disse que queria muito que eles voltassem a estudar pois são muito jovens, sair da escola é quase um caminho sem volta, esse pedido me comoveu parece muito difícil realiza-lo mais não é impossível.

 

Ao final de nossa conversa ela disse que é muito feliz com o que faz e que já teve muitos outros trabalhos na vida mais nenhum que a faça tanta satisfação como o de agora, ela disse que com esse trabalho construiu sua casa, tem uma vida boa e a possibilitou ajudar outras pessoas e conhecer novos lugares e pessoas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA

 

A disciplina a ser ministrada é a de Estágio Básico I – Foco Comunitário, listado na base curricular do curso de Psicologia ILES/ULBRA e a professora responsável por essa disciplina é Sheila Maria Pereira Fernandes, está disciplina tem como objetivo de aprendizagem em sua Ementa a Identificação e análise de demandas em contextos comunitários e institucionais e a elaboração de projeto de intervenção psicossocial que são procedimentos éticos do psicólogo.

 

Neste contexto a disciplina de estágio com foco comunitário tem o objetivo geral de capacitar o aluno para o atendimento das demandas da comunidade visando à construção de habilidades para o trabalho interdisciplinar nesse campo, e possibilitar a integração e articulação dos conhecimentos adquiridos nas disciplinas e especificamente de conhecer as diferentes tendências pedagógicas e suas aplicações; identificar a função da educação em seus diferentes contextos e iniciar a pratica enquanto psicólogo escolar educacional no levantamento de demandas e elaborarão e execução de projetos. Além disso sua metodologia aborda pesquisa de campo, trabalhos individuais, trabalhos em grupos, projetos interdisciplinares, avaliações transversais, estudo de casos, elaboração de documentos, resenhas de textos e fechamentos.

 

Os conteúdos programados para essa disciplina são: as tendências pedagógicas, as diferentes práticas educativas, as diferentes teorias de aprendizagem e suas práticas, o psicólogo escolar e sua pratica nas instituições, temas atuais em psicologia escolar, as diferentes estratégias de aprendizagem escolar, Piaget e Vygotsky e suas contribuições para a educação, os desafios das equipes multidisciplinares e o papel do psicólogo no processo de inclusão.

 

Os processos avaliativos a serem usados nessa disciplina consistem em estudos de caso, visitas técnicas, relato de experiência, observação no contexto educacional, planejamento de atividades, desenvolvimento de atividades, avaliação de resultados, relatórios, projetos interdisciplinares e avaliação transversal.

 

 

 

 

 

 

LEVANTAMENTO DE DEMANDA

 

 

1º Visita

 

No dia 21 de março de 2019, Quinta-feira, nós comparecemos as 8h00min da manhã na instituição que escolhemos para realizar o estágio a Estação Reciclar, fomos muito bem recebidas por uma mulher chamada Sandra que foi a fundadora do local, ressaltando que anteriormente havíamos feito contato com a instituição através de telefonemas, e através destes foi autorizada a nossa visita afim de que pudéssemos fazer a proposta de estágio. Assim que chegamos fomos para uma sala onde são feitas as reuniões da instituição. Fizemos a proposta de estágio comunitário para a Sandra e ela nos recebeu de braços abertos, logo no primeiro encontro ela nos contou toda a história do lugar e a sua história de vida, nos contou também a história de vida de alguns dos trabalhadores do lugar, nos contou como foi construída a sede, contou dos patrocinadores que ajudaram na construção do local e qual a rotina de trabalho deles, ao final nos apresentou ao pessoal que trabalha lá e pudemos ter um contato mais direto com eles, propusemos de realizar as atividades que eles realizam para sentirmos na pele todo o preconceito e a invisibilidade vivida na profissão de atuação do pessoal, além disso fizemos a proposta de levar atividades, reuniões sobre assuntos decorrentes e profissionais inúmeros para cuidar e auxiliar o bem estar deles, e logo no primeiro dia no qual a Sandra nos fez um levantamento completo das necessidades do local averiguamos a necessidade de conversarmos com as mulheres da Estação para reforçarmos conceitos , conversamos sobre preconceitos e empoderarmos ainda mais aquelas mulheres, neste dia saímos de lá as 11h00min em ponto e marcamos de voltar na Sexta-feira da outra semana as 16h00min para realizarmos a roda de conversa que foi prometida.

Percepções pessoais: fomos muito bem recebidos pela representante do grupo, pelos trabalhadores sentimos um tom pessoal de desconfiança e até mesmo de indiferença por alguns dos rapazes.

 

 

2º Visita

 

No dia 29 de março de 2019, sexta feira, nos comparecemos as 16h00min na Estação Reciclar a fim de realizarmos a roda de conversa para fechamento do mês da mulher conforme combinado na semana anterior. A roda de conversa realizada para o fechamento do dia da mulher foi um momento no qual nos reunimos todas as mulheres que trabalham no local para fazermos um debate a respeito de assuntos recorrentes relacionados a direitos de ir e vir da mulher e o papel da mulher na sociedade, para isso convidamos a Advogada Ariane, que atua em causas semelhantes na cidade de Itumbiara, para dirigir a conversa. Primeiramente a nossa convidada falou sobre preconceito e assedio seja na rua, em um estabelecimento ou até mesmo no mercado de trabalho, além disso ela falou sobre as conquistas diárias que as mulheres enfrentam a fim de se auto afirmar enquanto mulher de direitos em nossa sociedade, sobre desigualdade de cargos, sobre o ponto de vista da sociedade a respeito da mulher e sua inferioridade e sobre desrespeito de gênero. Para que a conversa fosse produzida em um outro patamar Ariane usa de suas experiências pessoas para exemplificar os temas tratados. Além disso Ariane também falou sobre a luta pelo direito das mulheres, as políticas de empoderamento feminino e empoderamento profissional e completa falando sobre o feminicídio e os seus índices exacerbados e sobre o respeito entre as próprias mulheres, tema muito importante uma vez que na nossa sociedade vemos um índice altíssimo de mulheres machistas e isso é preocupante. Em meio a esses temas Sandra, trabalhadora e fundadora do local ressalta a importância sobre o apoio entre as mulheres e sobre como somos fortes se nos apoiarmos, após a intervenção de Sandra outras trabalhadoras do local também relataram de suas experiências pessoais muito fortes e traumáticas, as histórias ali contadas reforçam ainda mais a primeira impressão que tive, de que as mulheres que trabalham ali são verdadeiras guerreiras e merecem tudo que estão conquistando hoje com um trabalho digno que as traz estabilidade financeira. Ao fim desse encontro tiramos uma foto e agradecemos a elas pelas experiencias compartilhadas ali, acredito que essa conversa foi de muito valor para todas as partes interessadas.

Percepções pessoais: a conversa apesar de ser bastante séria e que divide opiniões foi muito bem aceita pelas trabalhadoras da estação, inclusive houve participação ativa das mulheres que participaram da palestra, foi muito produtiva e interessante.

 

 

 

3º Visita

 

No dia 05 de abril, Quinta-feira, compareci as 08h00min para mais uma visita na Estação, nesse dia comecei a trabalhar com eles conforme combinado na proposta de estágio, pois acho que se queremos conhecer um lugar temos que se igualar as pessoas desse lugar e estar disponível para um diálogo sempre que solicitado, nesse meu primeiro dia de vivencia  eu auxiliei na máquina de prensa, no começo tive um pouco de dificuldade, foi um pouco difícil entender todos aqueles botões a uma máquina tão grande e barulhenta que intimida a gente, mais fui muito bem orientada e acredito que fiz um bom trabalho, não vou dizer que foi fácil o mal cheiro não é muito fácil de se acostumar mais depois que se acostuma até melhora, dependendo do material o cheiro é forte, inclusive no plástico que quase sempre está molhado e meio azedo, essa é a impressão que temos a primeira vista, já o papelão é bem mais fácil de se manusear e prensar apesar dos insetos que ficam no meio dele, encontramos um escorpião em uma das caixas de papelão, por isso é tão importante ter atenção nesse trabalho que parece, apenas parece fácil. A importância de se fazer um trabalho bem feito nessa fase do processo é logo percebida já que ali é o último processo que o material sofre antes de ser vendido. Nesse dia fui embora as 11h00 da manhã completando uma jornada diária de 3horas.

 

Percepções pessoais: a pessoa com quem trabalhei nessa visita me recebeu muito bem, me senti bastante acolhida nesse dia e sai bem cansada por conta do trabalho na prensa, pude notar que nesse dia gostaram do meu trabalho e da minha pessoa passei uma boa primeira impressão.

 

(imagens referentes a terceira visita 05-04-19)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4º Visita

 

No dia 13 de maio, segunda feira, após um tempo de ausência retornei ao estágio, posso confessar que estava com muito medo de ser mal recebida nessa volta e de fato não foi uma das melhores recepções, sequer me falaram -“bom dia”, mais eu relevei afinal eles tinham razão eu desapareci por três semanas sem dar explicações, além disso minha volta também foi complicada porque voltei sozinha, minha parceira infelizmente não retornou ao estágio sem mais explicações. Pude notar nesse encontro que foi muito pior que o primeiro o quanto fui descompromissada faltando sem dar explicações, enfim me desculpei, ouvi algumas broncas e começamos então os trabalhos, nesse dia me encaminharam para a mesa de seleção, um lugar que anteriormente eu já estava com vontade de trabalhar porque é onde tem mais gente, com muito custo foram puxando assunto comigo, levei pão de queijo pra eles lancharem afim de conquista-los e funcionou, no meio a minha visita pude perceber que estavam me olhando com diferentes olhos, penso que foi ai que começamos a nos entender melhor, desde então, discretamente, fui dando liberdade a eles para conhece-los melhor e saber a história de cada um, não queria ser muito invasiva queria que elas me contassem da vida delas conforme se sentissem mais a vontade, por conta dessa liberdade que proporcionei a elas não precisei nem  perguntar muito para que algumas histórias surgissem. E a cada dia conheci mais uma determinada pessoa, vale ressaltar que todas são muito guerreiras e exemplos de mulheres batalhadoras e vencedoras. A grande fundadora da estação, antes dessa oportunidade ela catava material reciclável nas casas de porta em porta juntamente com o seu marido que é o atual coordenador da estação, aos poucos conseguiram conquistar seu espaço e com a ajuda de várias empresas privadas do nosso município e de fora construíram e equiparam a atual sede da estação reciclar a qual todos os equipamentos, veículos e estrutura foram doadas, hoje eles empregam várias famílias na estação e possibilitam dessa maneira outras pessoa a sonharem e realizarem, eles construíram sua casa com o dinheiro que recebem da estação e atualmente estão mobiliando, ela como outras mulheres sofreu muitas negligências e passou por vários desafios no meio desse caminho. Nesse dia que pra mim passou muito rápido pude aprender muito com elas, apesar de ter chegado lá com muito medo saí com o sentimento de dever comprido e de que as coisas estavam dando cada vez mais certo. Nesse dia saí de lá as 11h00 cumprindo a carga horaria de 3 horas por visita.

 

Percepções pessoais: esse dia marcou o meu estagio, considero que foi nesse dia que o meu trabalho começou me senti muito insegura por perder minha parceira e ter que continuar o trabalho sozinha, nesse dia na estação pude perceber olhares de reprovação e desconfiança.

 

5º Visita

 

No dia 16 de maio, quinta-feira, compareci na Estação Reciclar as 08h00 como sempre e nesse dia pude notar que já fui melhor recebida pelos meus colegas de trabalho e pelo desfecho da visita anterior estava mais confiante dessa vez, dia após dia me sinto mais a vontade com elas e elas me tratam como uma amiga e não como alguém que quer especular a vida delas, isso me dá muita confiança de que o meu trabalho está sendo bem feito na medida do possível pois considero que tenho pouquíssimo conhecimento para trabalhar com tamanha demanda. Na minha quinta visita posso afirmar com toda certeza que o trabalho deles é muito complexo e que exige um grande esforço psicológico para que nada de errado no final. Existe uma demanda imensa a todo momento o telefone toca são muitos bags de material reciclável das empresas que doam pra eles na verdade tenho a impressão de que chega muito mais do que produzimos, mais isso não quer dizer que eles não dão conta do trabalho só quer dizer que tem mais trabalho do que gente pra trabalhar, apesar dessa carência o trabalho deles rende absurdamente, são muito eficientes tenho a intenção até que eles já fazem tudo no automático com o tempo a nossa mente memoriza aonde fica cada tipo de produto, considero o trabalho deles um pouco cansativo por ter que ficar em pé o dia todo  mais é um trabalho muito importante e recompensador. Alguns aspectos desinteressantes na rotina deles são o lugar que as vezes é um pouco quente apesar de espaçoso e mesmo com a luva as unhas enchem de terra e ficam malcheirosas mesmo após muitas lavadas, acho que isso não tem como acostumar é apenas uma consequência do trabalho com material reciclável que nem sempre higienizado pelas empresas. As vezes o plástico vem mal cheiroso cheirando azedo  e essa agua que está no plástico molha as mãos mesmo com luvas a roupa e até os cotovelos, no entanto eu em minha opinião particular, não acho essa situação nenhum pouco humilhante, é simplesmente uma situação atípica na qual não pensamos que podemos passar um dia, algumas vezes podemos ver até bichos andando no material, esse dia é um dia que sem dúvida nunca vou esquecer mais não me lembrarei com pesar mais como uma experiencia totalmente diferente que tive a oportunidade de passar, nesse dia saí as 11h00 cumprindo a carga horaria estipulada de 3horas por visitas.

 

Percepções pessoais: nesta visita as coisas começaram a melhorar foi aqui que comecei a captar depoimentos pessoais sem ao menos pedir, nesse dia senti que estava ganhando a confiança das mulheres da estação, estou muito feliz com essa conquista.

 

 

 

6º Visita

 

No dia 20 de maio, segunda-feira, compareci  na estação as 08h00 como sempre hoje foi um nesse dia por um consenso geral e meu também decidi que vou concluir meu trabalho na mesa de seleção, pela seguinte razão na mesa de seleção trabalham 5 e as vezes 6 mulheres praticamente metade do efetivo da estação dessa maneira decidi que vou continuar com elas porque latem muitas coisas pra descobrir e muitas histórias boas também e até arrisco dizer precocemente que a carência da estação está lá, por alto podemos notar alguns problemas de comunicação mais muito discretos, no entanto concluo que a resolução desses problemas pode mudar completamente o convívio delas. uma estratégia que utilizei para saber mais sobre elas sem ter que bancar a indiscreta foi falar de mim me mostrando dessa maneira aberta para diálogos. O método que utilizei para que elas se abrissem comigo foi bastante funcional nesse dia descobri a história de uma mulher aparentemente nova muito bonita e vaidosa, ela tem três crianças pequenas de 5, 7 e 10 anos e a alguns anos atrás sofreu a perda de uma irmã e assumiu a guarda de outras duas crianças bem mais velhas que os filhos biológicos dela hoje com 16 e 18 anos, ela trabalha o dia todo para sustentar 5 filhos e aparenta ser muito feliz, ela é uma pessoa simples e muito inteligente, assumo que cada uma naquele lugar tem algo incrível para nos encantar, ela por exemplo leva livros e revistas que são descartados junto aos materiais recicláveis para ler em casa ela adota livros, isso me encantou muito, nesse dia fui embora as 11h00 cumprindo a carga horaria total de 3 horas por visita

 

Percepções pessoais: foi aqui que consegui conversar melhor com as mulheres de lá, nesse dia tinha poucas pessoas trabalhando o que possibilitou essa aproximação, hoje elas estavam com tom de revolta por problemas de comunicação que estão ocorrendo dentro da estação.

 

 

7º Visita

 

No dia 23 de maio, quinta-feira, cheguei na estação as 08h00 e dessa vez estava mais confiante, a cada visita posso notar que as pessoas estão me aceitando mais, nesse dia novamente estive trabalhando na mesa de separação de materiais, pois pude notar que ali precisa de mudança ou quem sabe de um pouco mais de voz, nessa mesa trabalham mulheres muito guerreiras que sustentas 5 e até 6 crianças em casa e não perdem o brilho no olhar o humor e a irreverencia, posso notar que neste lugar existem pessoas que sonham que querem mudar de vida e trabalhar com o seu talento, nesse dia descobri a história de uma mulher que tem talentos inatos, é uma verdadeira mente criativa dotada de sabedoria e esperança. Há aproximadamente 5 anos ela decidiu aprender a ler e escrever, atualmente ela está no quarto ano, ela faz bolos e doces para vender, além disso produz artesanato com alguns materiais da estação e está atualmente preparando a decoração, as lembrancinhas e até o convite de seu casamento com materiais que a estação recebe, ela dá vida aos objetos e as pessoas que estão ao seu redor, apesar de ser muito tímida ela transparece conforto e aconchego, tem olhos de quem já sofreu muito no passado mais que acredita no futuro e está o construindo com as suas próprias ferramentas alternativas.

 

 

 

Percepções pessoais: esse foi muito bom, também não tinha muitas pessoas trabalhando e pude conhecer essa pessoa maravilhosa da foto que mudou minha percepção de como ver o mundo me senti muito especial ao conseguir essa aproximação com ela que é normalmente muito calada e tímida.

 

 

 

8º Visita

 

No dia 27 de maio, segunda-feira, compareci na estação as 08h00 e através de observações pude notar que a segunda e sempre mais tranquila, nesse dia algumas pessoas faltaram e essa evasão me permitiu ouvir histórias ainda mais particulares, além disso pude ouvir algumas queixas de coisas que estão acontecendo e que estão incomodando, com essas queixas percebi que poderia fazer algo para mudar, percebi também que tudo se resolveria se essas pessoas se comunicassem de uma forma mais ativa e profissional , afinal eles são associados então a decisão da maioria equivale ao que deve ser processado , foi então que tive a ideia de levar para eles uma dinâmica que mostrasse a importância da comunicação no trabalho deles e a importância do grupo, o objetivo da dinâmica que eu propus é mostrar a importância da comunicação e da tomada de decisões consentidas de forma grupal. Antes de decidir por mim mesma que faria uma dinâmica para ajuda-los perguntei a eles se eles gostam de fazer dinâmicas, afinal não é todo grupo que gosta e aceita dinâmicas grupais justamente pelo seu caráter desafiador, ainda não sei que tipo de dinâmica vou ministrar mais ne sinto um tanto desafiada com essa proposta, como sempre conclui minha jornada as 11h00 tendo feito então as 03h00 de jornada por visita.

 

Percepções pessoais: foi aqui que comecei a pensar a minha intervenção esse dia foi muito esclarecedor pra mim aqui percebi que algo deveria ser feito mais com o intuito de reaproxima-los e não de gerar mais conflito, nesse dia me senti particularmente desafiada a ajudar este grupo.

 

 

 

 

 

9º Visita

 

 

No dia 31 de maio deu se início as 08h00min da manhã a minha 9º visita na estação, nesses últimos dias de estagio só consigo aproveitar o tempo que me resta trabalhando com elas e quebrando a cabeça para conseguir fazer alguma coisa legal por elas no meu último dia que está quase chegando, me sinto a cada dia que passa mais bem tratada por eles  e a cada encontro sou mais bem recebida, seja com brincadeiras ou com abraços e sorrisos, isso levanta muito a minha alto-estima e algo me diz que estou seguindo o caminho certo. Nesse dia também resolveram me esclarecer as percepções a respeito da minha dupla de estagio que me abandonou, eles aparentemente tomaram as minhas magoas, a cada visita que se passava perguntavam a respeito dela se ela retornaria para o estágio, como ia ficar as notas dela se não estava vindo, de fato se preocuparam com ela, pena que ela não teve essa mesma atitude. No entanto consigo particularmente encarar a saída da minha parceira como um desafio pessoal que no começo foi praticamente impossível e a cada dia que passa posso perceber como foi reforçador para mim ter a oportunidade de concluir esse estágio do meu jeito, nesse dia conversamos muito a respeito da minha parceira eles estavam nervosos achando que teriam que assinar pra ela sem ela ter feito o estágio, esclareci para eles que isso não seria necessário que foi uma opção dela sair e que ela iria provavelmente repetir esse estágio no futuro esclarecendo que a saída dela não traz danos físicos ao meu estágio ou a estação, nesse dia conclui meu trabalho as 11h00min tendo feito uma jornada de 3 horas conforme estabelecido.

 

Percepções pessoais: foi irritante para mim ter que dar satisfação a respeito das faltas da minha parceira, no entanto a conversa foi bastante esclarecedora para eles que deram uma importância ainda maior com o meu trabalho e comprometimento para com a estação

 

 

 

 

 

 

 

 

10º Visita

 

No dia 03 de junho deu se início  a minha décima visita na Estação Reciclar as 8h00min, essa visita foi numa segunda-feira a minha última semana na estação deixá-los para mim vai ser um pouco triste porque eu gosto muito de estar aqui convivendo 6 horas por semana com pessoas de verdade, com pessoas integras e de bom coração e apesar do frio que faz nesses últimos dias enche o meu coração de calor humano e de esperança, todas as pessoas ali tem problemas sérios em casa mais nada faz com que alguém chegue triste mesmo numa segunda feira, nesse dia ainda estava trabalhando com elas na mesa enquanto ouvia uma e outra história engraçada, mesmo quando eu não estou em dias muito bons elas me fazem rir muito elas tem o senso de humor essencial para se passar pelos problemas da vida sem parar de viver, nesse dia não fiz nada de importante além de estar com elas e curtir meus últimos momentos, tirar algumas fotos e deixar o tempo passar.  Conclui esse dia as 11h00min respeitando a jornada estabelecida de 03horas por visita.

 

Percepções pessoais: nesse dia estava tudo bem, sem reclamações exageradas, todos riam, a todo momento foi um dia muito agradável para mim.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

11º visita

 

No dia 05 de junho deu se início as 08h00min a minha penúltima visita na estação como todos os dias anteriores trabalhei com elas na mesa de seleção, alguns dias são difíceis dependendo do lugar de onde vem o material reciclável, nesse dia tinha mais terra do que material, tinha ratos dentro dos bags e lavas dentro de copos e pratos descartáveis, situação muito chata quando se molha até os cotovelos de um liquido azedo que não sei muito bem distinguir o que é mais costuma vir no plástico e se demoram muito tempo para separar esse plástico vem as lavas, hoje não me importo mais com isso mais sempre conto isso pra alguém as pessoas quase vomitam apesar das condições do material de hoje o dia foi bastante agradável, perguntei a elas se agradaria e não atrapalharia se eu fizesse uma dinâmica na minha próxima visita, elas concordaram com a dinâmica e conclui meu trabalho as 11h00min respeitando a jornada estabelecida de 3 horas por visita.

 

Percepções pessoais: esse foi um dos dias que nem dois banhos e 10 lavadas de mão resolveriam o mal cheiro das minhas mãos apesar das luvas, mais tirando isso foi um dia agradável.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PROJETO DE INTERVENÇÃO

 

 

12º Visita

No dia 07 de junho deu-se início ao meu último dia de estágio na Estação Reciclar aguardei a disponibilidade dele então para realizarmos uma dinâmica cujo objetivo seja aproximá-los ainda mais e reconhecer as qualidades do outro reforçando dessa maneira autoestima e a autoconfiança dessas mulheres, ressaltando que durante todo o meu estágio tive como foco fortalecer essas mulheres que já são tão resistentes, trabalhar com elas me possibilitou conhece-las e ter a oportunidade de mostrar como elas são inteligentes e ágeis e o quanto o trabalho delas é importante para todos nós. A dinâmica a qual finalizei o estágio foi a seguinte:

 

 Dinâmica do Presente Surpresa

 

Objetivo: exercitar o feedback positivo. Criar um momento de reforço de atitudes e valores positivos no grupo, e dos conceitos AUTO (autoestima, autoconfiança...).

Material: caixa de presente bonita e vistosa, envelopes numerados externamente contendo as frases (abaixo) na ordem correta, e bombons, flores e o que o facilitador quiser presentear ao grupo.

Desenrolar: coloca-se dentro da caixa de presente os bombons e/ou presente a serem distribuídos para o grupo. Em outra caixa colocamos uma pilha de envelopes com frases e instruções para o jogo (abaixo). O facilitador coloca que como é o último dia de encontro trouxe um presente. A pessoa na qual o presente se destina é a pessoa na qual ele notou uma grande dose de extroversão durante o evento. Então o facilitador entrega o primeiro envelope para esta pessoa, e a caixa. A pessoa lê o bilhete em voz alta para o grupo e segue entregando o pacote e o próximo envelope para a outra pessoa do grupo conforme instrução do seu bilhete. Essa pessoa lê o bilhete destinado a ela (segunda pessoa) e o jogo segue, sempre entregando o presente e o próximo bilhete da pilha, até que o presente tenha passado pela mão de todas as pessoas do grupo. No final a dica é para o presente ser compartilhado com todos.

 

 

 

Frases:

Envelope 1

Parabéns! Você foi a pessoa escolhida para iniciar o jogo, por ter demonstrado muita EXTRORVERSÃO, ofereça o presente junto com o envelope a uma pessoa TÍMIDA.

 

Envelope 2

Ser uma pessoa tímida tem suas vantagens, permite tirar maior proveito da observação, pois o fato de manter-se mais quieta, dá-lhe oportunidade de prestar muita atenção em tudo. Ofereça o presente junto com o envelope 3, a uma pessoa com atitudes PERSEVERANTES.

 

Envelope 3

Uma atitude perseverante traz sempre bons resultados pois nos leva transcender as limitações. Siga transpondo cada vez mais os obstáculos e entregue o presente junto com o envelope 4, a uma pessoa com atitude COMUNICATIVA.

 

Envelope 4

A comunicação é algo presente a todo momento. Poder usar a comunicação de forma positiva e amorosa ajuda muito nossos relacionamentos. Entregue, portanto, o presente junto com o envelope 5, para uma pessoa com atitude AMOROSA.

 

Envelope 5

A atitude amorosa pode transformar as pessoas ao redor e os obstáculos no caminho da autorrealização. Com sua amorosidade entregue o presente junto com o envelope 6, a uma pessoa com atitude OTIMISTA.

 

 

Envelope 6

A verdadeira atitude otimista não se aliena dos desafios e aventuras que precisam ser encarados e vividos. Tem a capacidade de transformá-los em impulsos criativos que atraem melhores situações. Entregue o presente junto com o envelope 7, para uma pessoa com atitude CRIATIVA.

 

Envelope 7

Quando usamos nossa energia criativa para atrair e olhar para as situações de forma diferente estamos abrindo um leque de opções para uma ação muito mais produtiva. Nesse momento uma boa dose de sensibilidade pode ser de grande ajuda. Entregue o presente junto com o envelope 8, a uma pessoa SENSÍVEL.

 

Envelope 8

Uma atitude sensível é estar atento ao que nos une a tudo e a todos através dos sentimentos que emitimos. Entregue o presente junto com o envelope 9, a uma pessoa com atitudes COOPERATIVAS.

 

Envelope 9

A atitude cooperativa é aquela que enfatiza os pontos de convergência dentro de um grupo ou relacionamento para criar solidariedade e parceria. Seja solidário e passe o presente junto ao envelope 10, para uma pessoa PARTICIPATIVA.

 

Envelope 10

Uma atitude participativa nos estimula a compartilhar com o grupo o significado único da nossa singularidade, adicionando valor e qualidade de consciência ao meio em que vivemos, isso nos traz grande alegria, entregue o presente junto com o envelope 11 a uma pessoa ALEGRE.

 

 

Envelope 11

Quando escolhemos o caminho da alegria todas as nossas atitudes ganham um brilho especial. Entregue o presente junto com o envelope 12, a pessoa com atitudes de DESAPEGO.

 

Envelope 12

Uma atitude de desapego conecta você cada vez mais com a sua alma agindo com o pero amor. Quando compreendemos o sentido da impermanência das coisas, deixamos a vida fluir com maior consciência da abundância divina. Entregue o presente junto com o envelope 13, a uma pessoa de atitude SINCERA.

 

Envelope 13

Honestidade e sinceridade são sinônimos por nos trazer a paz interior que surge quando estamos sintonizados com a Alma. Isso é uma decisão. Portanto entregue o presente junto com o envelope 14, a uma pessoa com atitudes DECIDIDAS.

 

Envelope 14

A atitude decidida nos convida a abandonar a condição passiva de ficar apenas “desejando”, dando nos um impulso para a ação. Experimentar conscientemente um ato de vontade é dar expressão a capacidade de autodeterminação que carregamos na alma. Expresse, e entregue o presente junto com o envelope 15, a uma pessoa com atitudes GENEROSAS.

 

Envelope 15

Tudo na natureza é espontaneamente generoso. Podemos ser generosos em ação, no sentimento e no pensamento. Quando agimos generosamente, partimos de uma consciência de prosperidade e abundancia na qual a ênfase está na qualidade e não na quantidade. Quando sentimos generosamente, nossa doação é espontânea e invisível.

Fonte: www.formador.com.br

 

Percepções pessoais: esse dia foi muito produtivo o resultado da dinâmica foi muito bonito, teve uma moça que ganhou mais de cinco envelopes e foi tão bonito ela chorou ela chegou pra mim e disse que não sabia o quanto era querida e admirada pelo grupo, tive a impressão de que todos gostaram bastante da dinâmica e os resultados foram imediatos, recebi muitos elogios pela dinâmica e também pelo estagio, hoje, e somente hoje tive a certeza de que fiz um bom trabalho, recebi muitos abraços e muitos elogios estou muito feliz por ter concluído o estágio com sucesso e sozinha.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

Ao final de cada grande ciclo cabe uma grande reflexão a respeito do que foi analisado e retratado no local ao qual escolhi para trabalhar a atividade comunitária na qual foi solicitado pela professora Sheilla que pudéssemos se possível adentrar em um local que representasse desafios de uma dada comunidade que encara dia após dia a invisibilidade social, ao fazer minha escolha de trabalhar com os catadores de materiais recicláveis pude notar que havia encontrado o desafio pelo qual a professora havia solicitado.

 

Inúmeros são os desafios encontrados pela comunidade de catadores de recicláveis em nossa cidade e em todo o pais, no entanto ao final no estágio pude notar que esses desafios estão muito mais atrelados as pessoas de fora da estação de reciclagem do que as pessoas lá dentro, recolhi em minhas jornadas inúmeros relatos de pessoas que se sentem inferiores por conta dos olhares de nossa sociedade, o que ninguém sabe é a grandeza e a gratidão que esse trabalho proporciona as pessoas que ali encontram sua fonte de sustento  e para mim que pude encarar essa realidade trabalhando com eles.

 

Logo no início do estágio na estação reciclar pude ouvir de uma representante da classe o quanto ela se sente grande ao trabalhar com algo que ajuda o nosso planeta e ao mesmo tempo tira o sustento da sua família, ela ressaltou nesse dia que é muito incrível como tudo é reaproveitável e como eles conseguem manter suas familiar e fazer dinheiro com aquilo que já foi descartado pelas outras pessoas .

 

A Estação reciclar hoje no município de Itumbiara representa a maior associação desse seguimento em nossa região e tudo que é conquistado na estação é através de doações de grandes e medias empresas do município, pode-se ressaltar que apesar de ser um grupo de associados que começou com dois catadores na rua e agora emprega cerca de 13 associados é um sucesso e só cresce com a dedicação dos catadores e a organização dos responsáveis. A classe precisa, no entanto, ser mais bem reconhecida pelo serviço social e ambiental que presta a nossa cidade gratuito aos cofres públicos pelas nossas autoridades municipais que nada acrescentam a um empreendimento tão bonito e crescente.

 

É considerável a importância do estágio comunitário para a formação de psicólogos, pois nos traz a realidade, fora dos muros da universidade, como ela é sem filtros, e sem muita ajuda, confesso que não é uma tarefa fácil adentrar numa comunidade na qual pouco se conhece e encarar novos desafios a cada visita e com pouca carga acadêmica, mais uma observação pessoal que posso fazer é que se aprende com os erros e se aprende na prática, este estágio não só me acrescentou como uma potencial psicóloga mais também como um ser humano, é necessário as vezes se pôr no lugar do outro para entender o que se passa em dada comunidade hoje defender de forma muito mais convincente a causa do destino do lixo em nossa comunidade e a solução sem dúvida é fortalecer a comunidade de catadores e muni-los com as ferramentas essenciais de que precisam para realizar um bom trabalho, são elas: respeito, empatia e conscientização.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

GALERIA DE FOTOS DO ESTAGIO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

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COSTA, L.; BRANDÃO, S.; Abordagem clínica no contexto comunitário: uma perspectiva integradora; 2005; publicado em: ; acesso em 20/04/2019 ás 13h29min.

 

KLEBA, M.; WENDAUSEN, A.; Empoderamento: processo de fortalecimento dos sujeitos nos espaços de participação social e democratização política; 2009; publicado em: acesso em 25/04/2009 ás 02h28min.

 

 LIMA, D.; BOMFIM, Z.; Vinculação afetiva pessoa-ambiente: diálogos na psicologia comunitária e psicologia ambiental; 2009; publicado em: ; acesso em 23/04/2019 ás 01h04min.

 

MACIEL, T.; ALVES, M.; A importância da Psicologia Social Comunitária para o Desenvolvimento Sustentável. Pesquisas e Práticas sociaisn. 2, v. 10, jul/dez. 2015. Disponível em: Acessado em 14 de abrl de 2019 às 17h.

 

MOURA, j.; Introdução a Psicologia Comunitária. Psicologado. Disponível em: . Acessado em 17 de abril de 2019 ás 15h12min.

 

ORNELAS, J.; Psicologia comunitária Origens, fundamentos e áreas de intervenção. Análise Psicológica. n. 3, v. 15, set. 1997. Disponível em: Acessado em 19 de abril de 2019 às 20h09min.

 

SANTOS, S.; 4 pilares da psicologia comunitária; 2014; publicado em: acesso em: 27/03/2019 as 12h11min.

 

 

SCARPARO, H.; GUARESCHI, N. Psicologia Social Comunitária e Formação Profissional; 2007; Publicado em: ; acesso em: 22/03/2019 as 20h16min.

 

XIMENES, V.; BARROS, J. apud YAMAMOTO; Psicologia Comunitária e Política de Assistência Social: Diálogos Sobre Atuações em   Comunidades; 2009; publicado em: ; acesso em 22/03/2019 ás 16h31min.