ESTADO DO AMAZONAS

                                     MUNICÍPIO DE TABATINGA

                         SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

                        COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO INDÍGENA

 

NOME DA ENTIDADE: ESCOLA MUNICIPAL INDÍGENA INFANTIL AEGACÜ DECATÜCÜ

ENDEREÇO: RUA SÃO PEDRO S/N

COMUNIDADE: COMUNIDADE INDÍGENA UMARIAÇU II

GESTOR: EUCLIDES FIDELES BENTO

APOIOS PEDAGÓGICOS: JOÃO JUVITO CAMPOS E JOÃO FIRMINO DA SILVA

FONE: (97) 99139 – 6671   E-MAIL: [email protected]

            (97) 99183 –1023   E-MAIL: [email protected]

 

RELATÓRIO DAS AÇÕES PEDAGÓGICAS E ADMINISTRATIVAS

          TABATINGA-AM

2019

APRESENTAÇÃO

Este documento constitui-se como uma fonte de trabalho pedagógico desenvolvido na Escola Municipal Indígena AEGACÜ DECATÜCÜ, no período de março à dezembro de 2019, nos turnos: matutino e vespertino. Vem sendo as conseqüências das atividades já realizadas pela equipe pedagógica para a organização dos trabalhos pedagógicos e administrativos nos anos anteriores. Foi uma experiência concretizada a partir das ações desenvolvidas ao percurso do ano letivo, das ações do Plano de Ação Escolar, da qual contribuiu muito pelo desenvolvimento do trabalho pedagógico dentro do Estabelecimento de ensino.

O sistema de planejamento da escola é realizado mensalmente pelo apoio pedagógico da escola, onde teve a sua participação e da orientação sobre a Educação Infantil e do Ciclo Básico do ensino fundamental do 1º e 2º Ano do I Ciclo, em parceria com a  equipe pedagógica da SEMED/TBT.

 

AÇÕES PEDAGÓGICAS E ADMINSTRATIVAS

 A escola como todo se desenvolve as ações pedagógicas e administrativas para que o plano de trabalho elaborada  seja uma das finalidades de obter resultados positivos da equipe que desempenharam seus papeis a fim de encontrar soluções diversas dentro do estabelecimento de ensino. Com a participação dos pais e/ou dos responsáveis e, pincipalmente da comunidade escolar de modo geral.

Este documento trata-se do relatório das ações pedagógicas pelos apoios pedagógicos: João Juvito Campos e João Firmino da Silva, em acompanhar todas as atividades desenvolvidas pelos docentes nas salas de aulas. Sendo que este tem objetivo  principal de explorar a linguagem oral, escrita, leitura e produção de textos de forma contextualizada em idiomas diferentes para a compreensão dos conteúdos com significados relacionados à sua realidade e trabalhar mais  bilinguismo e, sendo também à cultura, história e tradições comuns ao contexto, além da valorização étnica, memória e identidade cultural do povo Ticuna, no entanto  amenizar dificuldades no processo ensino aprendizagem dos alunos.

 Antes de serem elaborados os planos de aula foram feitos trabalhos de diagnostico, uma avaliação para analisar e verificar  o nível de aprendizagem e das  necessidades dos alunos. E a partir daí foram selecionados os conteúdos a serem trabalhados, que realmente vai ajudar no desenvolvimento das competências e habilidades e pude contribuir pelo crescimento da vida na sociedade e preparando-se para tornar cidadãos capazes de comprometer com o progresso e desenvolvimento cognitivamente, tanto para melhoria da educação de qualidade.

Acompanhamos todos os dias nas salas de aulas para que as crianças consigam compreender a leitura e a escrita, como em todas as modalidades e níveis de ensino é essencial para o desenvolvimento de habilidades e competências na formação de leitores e escritores, bem como no exercício de cidadania. Para que isso aconteça, os professores devem trabalhar durante a explicação a utilização de bilingüismo, para que os resultados esperados tenham retribuído e, eles, traduziriam os textos em língua materna, tanto quanto para língua espanhola, pois na escola também são encontradas alunos que necessitam de compreensão e interpretação dos assuntos ministrados, como assuntos referentes às temas transversais: ética indígena, pluralidade cultural, direitos, lutas, e movimentos.

E no mês de outubro e novembro, realizamos Projeto de “GINCANA DE SOLETRANDO”, onde forma feitos os trabalhos em todas as turmas do turno matutino e vespertino.

Portanto, se realmente estamos preocupados com a educação do nosso município devemos partir de um trabalho coletivo que deve ser seguidos para podermos encontrar uma educação de qualidade e tenhamos compromisso, responsabilidade, respeito e dedicação com o futuro desta comunidade. Sabemos que a equipe que executaram e desempenharam seus papeis obtiveram resultados satisfatórios eficientemente, mas com certeza já estamos iniciando um trabalho digno e comprometedora com a educação das crianças, tanto quanto os professores que merecem respeito pelo seu trabalho e sejam reconhecidos por serem atores principais pelo progresso do mundo de conhecimentos.

 

            PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

 

          O projeto político pedagógico da escola já vem sendo discutidos desde o começo do ano letivo, pois pela avaliação e da verificação que realmente a escola precisa ter esse documento para o reconhecimento como escola indígena e que apresenta o seu próprio currículo e o ensino voltado conforme a exigência da LDB, mas desde então já estamos sendo tratados alguns assuntos referentes aos problemas existentes dentro do sistema educacional. Pois sabemos que todas as instituições que seja privada, particular ou pública precisa ter esse documento para poder organizar o trabalho pedagógico e administrativo e ainda para o desenvolvimento das ações escolares, determinação dos planos, compromisso e da responsabilidade dos trabalhos dentro da escola, principalmente para os alunos que são principais atores para o funcionamento das escolas, pois sem eles não funcionariam escolas no entanto salas de aulas.

          Tivemos reunidos nos meses de Agosto e Setembro desse corrente ano letivo  para a discussão e elaboração desse documento. A escola também recebeu os recursos do PDDE Interativo, dois Internet banda larga e funciona também o Programa Saúde Escola e, por fim Transito da Escola. Estes são as iniciativas da escola neste ano letivo. Da qual toda a comunidade escolar foram convidados, sendo que as autoridades locais participaram democraticamente também estavam presentes para colaboração em compartilhar suas ideias, sugestões ou críticas.

                                                                                                                                            

           Nessa reunião foram explanados 11 itens relacionados para a elaboração desse documento. Dentre desse três dias já chegamos a concluir 100%, já chegamos na conclusão final, com certeza em 2020 faremos possíveis trabalhos pedagógicos e administrativos para alcance das metas projetadas.

                     ELABORAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR ESPECÍFICO ESCOLAR

É fundamental para autonomia e protoganismo dos povos indigenas na condução de seus processos educacionais a construção dos Projetos Políticos Pedagógicos, e estruturando  Matrizes  e Propostas Curriculares específicas para atender os componentes curriculares das etnias existentes. Na nossa escola o currículo especifico é real, uma escola onde funciona a Educação Infantil será o base da qual, os alunos passarão para outra escola com capacidade de demonstrar a aprendizagem eficiente, ou seja, que domina a escrita e a leitura e, principalmente a expressão da oralidade e a produção de textos coerentes. Foi com esta preocupação, questionamos as reivindicações dos povos indígenas nas assembléias, seminários e encontros que a Gerência de Educação Escolar Indígena deve seguir com base nas legislações específicas para essa modalidade de ensino emanadas a partir da  Lei nº 9.394/96, procura implementar os avanços que os currículos modernos preconizam para as escolas indígenas.

 A partir dessa política, as respostas concretas serão geradas de forma satisfatórias a fim de atender às necessidades e exigências aos processos próprios de aprendizagem das crianças nas  comunidades indígenas. Para a concretização de uma escola indígena específica, diferenciada, intercultural, bi/multilingue, comunitária e de qualidade social que atenda aos anseios dos povos indígenas é necessario a construção de seus Projetos Políticos Pedagógicos como forma de fortalecer o diálogo intercultural entre os sistemas de ensino e os povos indígenas. Essa política deve viabilizar que os professores indígenas possam atuar como agentes/sujeitos na investigação linguística, na elaboração da ortografia, produção de materiais diversos escritos na língua indígena e na língua portuguesa, tais como textos literários, jornalísticos, dicionários, gramáticas, de uso cotidiano e textos contemplando também o estudo de várias ciências: uma proposta de educação fundamentada na língua indígena, em que o ensino bilingue deve apontar para a manutenção e fortalecimento da língua indígena, através dos processos de escolarização específico.

              A questão de uma política linguística definida pela comunidade será significativa para a discussão de perspectivas futuras para as gerações vindouras, bem como irá determinar a produção de materiais por meio da criação de uma tradição escrita dessa língua. Essa língua passará a ser compreendida enquanto instrumento que revela e determina a estrutura do pensamento indígena sob o ponto de vista da lógica específica de cada grupo,da visão de mundo próprio, visão cultural, os modos pelos quais utilizam esse instrumento para formalizar a realidade construída ou natural que os cerca.

              A língua indígena  é um componente que não deve ser trabalhado isoladamente, pois a mesma perpassa em todas as áreas do conhecimento. Deve ser atribuída num contexto da realidade e necessidade de cada povo, sendo constantemente fortalecida e revitalizada.    

              A escola indígena deve se constituir num espaço de construção de conhecimentos que garantam o desenvolvimento de habilidades e competênciasonde a aprendizagem de conteúdos necessários para reflexão, compreensão crítica da realidade e capacidade de atuação favoreça, não somente a participação dos professores indígenas, mas, sobretudo, dos alunos em relações interéticas, embasando a política do Estado para a educação escolar indígena.

              No cenário  histórico amazônico, as línguas indígenas ganham destaque, não só as línguas utilizadas no cotidiano das comunidades, como também as que precisam ser revitalizadas e outras que  necessitam de fortalecimento.

A importância da língua implica na formulação de uma política linguística  com a participação dos professores, organizações e lideranças indígenas, bem como a comunidade em geral, discutindo e refletindo sobre sua língua e sobre suasituação como falante de uma língua minoritária, relacionada com o papel ou papéis que as línguas irão ocupar  no sistema escolar em construção, sempre a partir da busca de resoluções de problemas e tomadas de decisões coletivas apoiadas em ampla exemplicação de outras situações no país e no mundo.

A língua, para cultura de um povo, é imprescindível, uma vez que é através da mesma que suas  tradições são transmitidas de forma oral. Sendo esta o principal instrumento na relação ensino-aprendizagem, possibilitando de forma gradativa a transformação dessa oralidade em produções escritas como material da escola, sem, contudo, deixar de dar a importancia significativa que a oralidade exerce na transmissão dos valores socioculturais de cada povo.             

              A questão de uma política linguística definida pela comunidade será significativa para a discussão de perspectivas futuras para as gerações vindouras, bem como irá determinar a produção de materiais por meio da criação de uma tradição escrita dessa língua. Essa língua passará a ser compreendida enquanto instrumento que revela e determina a estrutura do pensamento indígena sob o ponto de vista da lógica específica de cada grupo,da visão de mundo próprio, visão cultural, os modos pelos quais utilizam esse instrumento para formalizar a realidade construída ou natural que os cerca.

              A língua indígena  é um componente que não deve ser trabalhado isoladamente, pois a mesma perpassa em todas as áreas do conhecimento. Deve ser atribuída num contexto da realidade e necessidade de cada povo, sendo constantemente fortalecida e revitalizada.             

Em termos gerais, é importante considerar que a legislação que garante aos povos indígenas o direito a uma educação escolar específica e diferenciada, é a mesma que embasa a necessidade de professores indígenas atuantes nas escolas indígenas, uma vez que justifica e fundamenta a ideia de que somente o indígena será capaz de compreender a fundo suas necessidades e interesses, para fomentar os conhecimentos tradicionais de modo articulado com conhecimentos científicos, trabalhando a língua indígena de seu povo, as memórias históricas, a identidade étnica, as tradições e as culturas indígenas, dentre outros saberes indígenas.

            Dessa forma, para o reconhecimento como escola indígena, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena, é necessário que as referidas escolas construam seus Projetos Políticos Pedagógicos com suas Propostas Curriculares específicas e diferenciadas, de acordo com a realidade étnica de cada escola.

             CONSIDERAÇÕES FINAIS

              Ao concluir esta etapa de trabalho, fica a certeza de que apenas foi dado um primeiro passo para melhorar a qualidade nas modalidades de ensino básico de séries iniciais de 1º ao 5º ano, no Município de Tabatinga, principalmente na Comunidade Umariaçu que a educação está progresso, levando a sociedade indígena preparado para o futuro digno e da transformação de um mundo melhor para as futuras gerações. Sabe-se que não é tão fácil encontrar soluções, mas nós juntamente com a equipe gestor e administrativa estão construindo para encontrarmos uma educação de qualidade. Cabe aos atores envolvidos neste cenário dar continuidade às propostas de trabalho pedagógico da escola, inovando, discutindo e ousando caminhos e voos mais altos, na direção da Educação que tanto se sonha e busca neste municipio, mas que certamente só se alcançará com uma gestão democrática, que valorize os educandos e os educadores, particular e coletivamente. Sendo que para realmente tenham valor e reconhecimento dos direitos e deveres, deve ser construída a proposta curricular especifico para atender as crianças por suas necessidades, incluindo-se os valores étnicos por si. E por fim, esperamos este documento servirá como uma fonte de aprofundamento teórico, mas sim tratamos da realidade desta instituição pública de ensino.