Nunca, em hipótese alguma, imaginei estar passando por esse momento. Durante meus 21 anos de educação, já enfrentamos muitos obstáculos, muitas decepções, muitas conquistas e muitos momentos inusitados, mas nenhum se compara ao que estamos vivenciando agora. Esse ano de 2020, ficará marcado por inúmeros acontecimentos, grandes tragédias como as vidas que foram interrompidas do dia para a noite, pelos sentimentos de pânico, medo, indecisão, tristeza, e entre milhares de família, pelo desespero de perder o emprego, e o risco de não ter nem a comida na mesa.

Com certeza esse ano entrará para a história, e isso a nível mundial, já que se trata de uma Pandemia. Todos os Países e todos os setores, sem exceção, sofrerão perdas e alterações, devido a essa situação de impotência, diante de um vírus totalmente desconhecido, e sem nenhuma perspectiva de solução a curto prazo. Todas as medidas que foram adotadas foram baseadas apenas em tentativas no intuito de diminuírem a mortalidade e os efeitos devastadores que essa Pandemia causou nos outros países.

E é neste cenário caótico e desesperador que ainda tivemos que lidar com mudanças radicais no processo educacional. Sabemos que a Educação Infantil caracteriza se pela relação de interação e socialização com as crianças, o professor tem como um dos objetivos principais, criar vínculos afetivos entre as crianças e a família. Mas como estabelecer essa relação trabalhando com plataformas virtuais, comunicando-se, na maioria das vezes, apenas pelas redes sociais, e avaliando o desenvolvimento da criança, através de vídeos e fotos encaminhadas pelos pais, nas devolutiva das atividades propostas?

Essa situação inesperada e inimaginável, empurrou o professor para os novos desafios e o forçou a criar metodologias e novas técnicas, buscar informações sobre as plataformas virtuais, se atualizar, se reinventar, e além de tudo, conseguir no meio disso tudo, criar conexões com as famílias e as crianças. Essa tarefa não está sendo fácil, temos consciência de que, apesar de todo o nosso esforço e a contribuição das famílias, as mudanças serão inevitáveis, uma vez que essa Pandemia será como um divisor de águas no processo educacional.

Durante as aulas remotas, muitos obstáculos surgiram, e com eles muitos desafios a serem superados. Infelizmente, tanto alguns professores quanto algumas famílias tinham pouca ou nenhuma condição e estrutura para trabalhar com o ensino Remoto, pois as dificuldades ao acesso digital se fazia um problema , uma vez que a educação infantil não se materializa por atividades impressas, ou qualquer tipo de livro de apoio pedagógico, o que acabou dificultando o acesso a essas famílias e a participação da criança durante esse processo educacional

Apesar de todas essas dificuldades e novas metodologias, o professor continua se esforçando pra se adaptar a essas novas condições, tendo como um único objetivo, oferecer o mínimo de formação para o desenvolvimento das crianças, eles precisam ser estimulados diariamente, a aprendizagem não pode ser comprometida, pois é nesta fase que ela se desenvolve e adquire autonomia e confiança. Contudo, é preciso ter claro que a Educação Remota apenas é uma forma de amenizar esse distanciamento, nunca de substituir o processo educacional presencial. 

Contudo sabemos que o que estamos vivenciando não é de forma alguma, uma situação comum, essa pandemia modificou muitas coisas e todos tivemos que nos adaptar , uns mais , outros menos, mas que todos os setores foram afetados de alguma maneira. Além disso, a única certeza que temos neste cenário é que as transformações que virão pós pandemia ainda são grandes incógnitas a nível mundial.

ELIANE SANTOS REZENDE MICHELATO (1) Graduada em: Pedagogia; Especialista em Psicopedagogia e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

LIDIANE DA SILVA XAVIER (2) Graduada em: Pedagogia; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

NOEMI BRAGA DE REZENDE (3) Graduada em: Pedagogia e História em Falbe e UFMT, psicopedagogia unigran.

RAQUEL SANTOS SILVA (4) Graduada em: Letras; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis

SIMONE BATISTA CAMPOS (5) Graduada em: Pedagogia; Especialista em Gestão Escolar e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.