Can Mother? Can Father?
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Pode mãe?  Pode pai?
 
O ser humano é uma criatura que é capaz de estruturar suas relações com base em diversos critérios, sejam afetivos,  econômicos,  ou biológico,  cada qual com seu interesse próprio. 
 
Neste contexto, sem dúvida alguma, o ser humano também é capaz de destruir as relações que ele próprio construiu ou que a natureza definiu como parentesco.
 
Certamente estou falando de todas as relações humanas, seja no trabalho, com vizinhos, amigos, parentes,  ou com pessoas fora do seu meio social.
 
De todas as relações citadas, a que mais se abala quando se há divergências de razões,  de opiniões,  de causas e ideais,  é a relação *mãe e filhos*.
 
Certamente você já ouviu a expressão de que todo filho é naturalmente mais filho de sua mãe do que do seu pai.
 
Tem seu fundo de verdade incontestável. 
 
Portanto quando a RELAÇÃO MÃE FILHO(A) é abalada por qualquer motivo, o globo sente as consequências.
 
É a relação abalada que mais danos causa à sociedade.
Uma mãe que resolve por N motivos se isolar dos filhos, ou vice versa, causa uma série de crises emocionais em todos os que circulam está relação.
 
Mas porque filhos e mães se desentendem a ponto de cortar laços inclusive biológico-afetivos?
 
Era para ser raro isto acontecer,  pois os filhos naturalmente tendem a se manter perto de suas genitoras do início ao fim da vida com mais frequência com que fariam com qualquer outro ser humano,  ainda que especialíssimo. 
 
A resposta está na tentativa frustrada do filho de ser, se tornar ou se manter independente,  e inconscientemente cortar laços afetivos ao passo que a mãe não pode fazer o mesmo com tanta facilidade.
 
Os psicólogos relatam que é mais fácil filhos cortarem relações com a mãe do que o inverso.
 
Imagine a seguinte cena hipotética :
 
Mãe gestante de 5 meses, tem laços e conversas diárias com o seu feto.
 
Agora imagine se este feto pudesse,  tivesse o poder de sair do ventre da mãe quando bem entendesse e daí por diante tomar conta de sua vida, até mesmo dispensando o leite materno,  optando assim por uma independência fetal total.
 
Nesta hipótese o filho já falaria, poderia usar roupas, enfim o que quisesse fazer com sua vida.
 
*Porém só dependeria da mãe para ajudar na sua saída do ventre*
 
Agora imagine que está mãe se estressou com seu feto e seu feto se estressou com ela.
 
A mãe certamente com maior poder sobre ele decidiria se deixava-o sair livremente, ajudaria-o a sair ou impediria sua saída. 
 
A situação ficaria tensa se houvesse obstrução por parte da mãe.
 
Se o feto tivesse dentes certamente usaria de tanta raiva.
 
Bom, está hipótese foi tema de um estudo sobre parentalidade na universidade de Harvard em 2014 e refletiu a realidade do mundo exterior.
 
Mães que se estressante com seus filhos quando tentam seguir sua vida pessoal da sua forma e seu modo, invertem o papel de genitoras.
 
Não consentem a saída,  o desligamento dos filhos, a sua independência,  e neste contexto atual, cada vez mais precoce.
 
Esta relação se abala e provoca sérias e drásticas mudanças nas famílias atuais.
 
Também concluíram que o filho(a) que se estressa com a mãe, diante de todo e qualquer bloqueio materno,  inverte os papéis,  se coloca no lugar onde não deveria,  o de protetor de si mesmo enquanto filho,  no lugar de senhor de suas vontades.
 
O filho(a) quer sair, viajar, brincar, se divertir e a mãe ainda que inconscientemente imagina que este filho ainda é um feto que não pode sair. 
 
Pois bem o que está em jogo é uma disputa. 
Uma disputa sobre poder,  sobre autoridade. 
 
Disputam mãe e filho(a) sem ter a mínima noção disto,  para provarem um para o outro quem tem mais poder de influência.
 
É uma disputa inevitavelmente sem vencedores.
 
Tanto filho(a) quanto mãe,  devem ter em mente que a vida do nascimento ao crescimento e meramente uma caminhada,  e que o grau de parentes naturalmente define que anda mais próximo de quem.
 
O que todos, mãe e filho(a) devem urgentemente promover é a Paz na relação,  e andar lado a lado em todas as situações. 
 
Os pais agora no plural,  não são donos dos filhos,  são meramente um dos orientadores. 
 
Até o fim da vida todo ser humano tem milhares de orientadores.
 
Os pais são os primeiros e os principais. 
 
Cabe ao filho seguir as instruções,  mas se não quiser, outros orientadores como a *escola, os problemas do dia a dia, os amigos,  outros parentes,  e as diversas dificuldades* que enfrentarão até virarem adultos,  os mostrarão que não há certo ou errado.
 
Há escolhas.
 
Tenho uma triste visão desta evolução familiar que sobreviveu até este século. 
 
Os filhos estão escolhendo os orientadores errados desde o início da sua consciência e suposto independência.
 
Enfrentam os pais em situações em que um feto choraria para conseguir algo.
 
O chorar de um bebê psicologicamente é um pedido carinhoso de ajuda, não um grito como muitos ainda pensam.
 
Os filhos de hoje se acham reis e reitero, senhores de suas vontades.
 
Já na escola decidem errar,  mesmo sabendo que seu pai ou sua mãe informaram do resultado com antecedência.
 
Filhos que não seguem os conselhos dos pais,  raramente se saem bem.
 
É uma estatística que comprova o instinto de maternidade e paternidade de proteção.
 
Detalhe,  Conselho não é lei humana nem natural.
 
Segue se quiser.
 
O outro lado da realidade é mãe e pai subestimar a capacidade de independência dos filhos e obstruir a sua ligação com o mundo.
 
Pais não podem mais controlar filhos como se fossem sair exatamente como idealizaram na gravidez.
 
Filho cresce e o mundo os molda, e devidamente orientados pelos pais viram excelentes adultos.
 
Nada de autoridade excessiva. 
 
Os filhos devem ter limites assim como os carros no trânsito para evitar acidentes de crescimento e desenvolvimento. 
 
Mas cabe aos pais não exceder nas concessões nem exceder nas proibições. 
 
Mães e pais sejam livres, libertem-se dos filhos.
 
Filhos sejam livres, libertem-se dos pais. 
 
Mas nunca se esqueçam que até o fim da vida devem andar juntos, preferencialmente lado a lado. 
 
O cordão umbilical fica no ventre e não nas mãos ou na boca ou na chave da casa.
 
E foi cortado no nascimento. 
 
Vivam juntos e felizes.
 
Junior Sander Santos ®2017