Reggio Emilia um novo olhar para a educação infantil

 

Este artigo, tem como objetivo mostrar os projetos experienciada por Reggio Emilia, mas antes, é importante compreender que o trabalho com os projetos favorece a aprendizagem cooperativa à medida de que professores e alunos trabalhem juntos com o intuito de atingir as metas traçadas por meio da cooperação, sendo fundamental a manutenção hierárquica.

Para Behrens (2006), é importante na primeira etapa do projeto, ou seja, na discussão do projeto, aproveitar a roda de conversa para apresentar o projeto para as crianças, a fim de que possam registrar suas impressões. Na segunda etapa ocorre a problematização, momento de discussão onde será elaborado conjuntamente um problema, e o professor passa a ser mediador desse período mobilizador. No terceiro momento ocorre a contextualização do objeto de estudo, onde seleciona algumas perguntas levantadas na fase anterior, desafiando os alunos a construírem respostas elaboradas. No quarto momento são oferecidas aos alunos aulas expositivas e dialogadas.

Os projetos de ensino são fontes de investigação e criação e envolvem o processo de construção, participação e cooperação. Seu desenvolvimento respeita os diferentes ritmos dos alunos e construí uma alternativa que possibilita uma nova forma de trabalhar os conteúdos de maneira atraente e interessante.

Para Reggio Emilia, os projetos, busca motivar os alunos(as) a explorar o ambiente em suas diversas possibilidades, dessa forma, pensava-se na organização física do espaço das salas de aula, pois, o professor precisa ficar atento para móvel dentro da sala. É necessário dispor os móveis da sala de aula de modo a possibilitar que ele rapidamente detecte quando os alunos precisam de ajuda e também como eles estão interagindo (STAINBACK,1999). Assim, Lino (1996) descreve que na proposta Reggio Emilia, os professores:

 

[...] traçam os objetivos educacionais, mas não formulam metas especificas para cada projeto ou atividade. Em vez disso, formulam hipóteses do que pode vir a acontecer, baseando-se no conhecimento que tem do grupo de crianças com quem trabalham. Os objetivos definidos com bases nestas hipóteses são flexíveis e adaptados aos interesses e necessidades emergentes do grupo de criança (LINO,1996, p.120).

 

Tem como proposta educacional, baseada na ética e no desenvolvimento das competências individuais de cada educando, Reggio Emilia foi reconhecida em 1991, através da publicação da revista norte americana Newsweek, por ser um sistema inovador.

 

As escolas em Reggio Emilia não poderiam simplesmente estar em qualquer lugar, e nenhuma delas poderiam servir como modelo exato a ser copiado literalmente em outro local. Ainda assim, apresentam características comuns que merecem a consideração em escolas de qualquer lugar. A configuração particular de cada escola, no que se refere ao jardim, às paredes, às janelas grandes e aos móveis atraentes, declara: Este é um local onde os adultos pensam sobre a qualidade do ambiente. Cada escola é cheia de luz, de variedade e de uma certa espécie de alegria. Além disso, cada escola mostra como professores, pais e crianças trabalhando e brincando juntos, criam um espaço único, que refletem suas vidas pessoais, a história de suas escolas, as muitas diferenças culturais e um sentindo de opção bem-pensada (GANDINI,1999, p.157).

 

Reggio Emilia, reforça a ideia de que a criança constrói a sua identidade, a partir da sua própria relação. E essas propostas tem concepções direcionadas, tais como:

 

[...] quando o tópico de um projeto é muito familiar às crianças, elas podem contribuir para o projeto com seus próprios conhecimentos sugerir questões a serem indagadas e linhas de investigação a seguir; as próprias crianças podem assumir a liderança no planejamento, assumir responsabilidades por observações especificas e por informações e pelos artefatos coletados. Projetos que investigam fenômenos reais oferecem as crianças a oportunidade de serem “antropólogos naturais” que parecem ter nascido para ser! Por outro lado, se um tópico de um projeto é exótico e está fora de sua experiencia direta, elas acabam por depender do professor para a maioria das questões, ideias, informações, reflexões e planejamentos (EDWARDS; GANDINI; FORMAN,1999, p.41).

 

 

Para Edwards (2009, p.8) destaca:

 

[...] a imagem da criança como aprendiz competente e poderoso, o professor como facilitador da aprendizagem e como pesquisador das experiencias de aprendizagem das crianças, o ambiente como outro professor, o qual oferece provocações para o aprendizado das crianças, o currículo como provocação para as investigações a longo prazo das crianças em áreas de seu interesse, as possibilidades oferecidas em apoio à aprendizagem das crianças quando pais, professores, alunos e a comunidade colaboram no pro cesso de aprendizagem, o processo de documentação como meio de tornar a aprendizagem visível e aprofunda-la por meio de tornar a aprendizagem visível e aprofunda lá por meio da reflexão e de perguntas adicionais.

 

 

É importante destacar, que Emilia valoriza o potencial intelectual, moral e social da criança, alinha a teoria e a pratica, com base na democracia e na valorização de todos os envolvidos, na busca do desenvolvimento integral da criança. Neste sentindo, as experimentações, as trocas de experiencias e as relações estabelecidas são fundamentais na construção e no desenvolvimento dos projetos.

 

Referências bibliográficas

BEHRENS, Marilda Aparecida. Projetos de aprendizagem corporativa num paradigma emergente. In: BEHRENS, M. MORAN, J.M. MAESTRO,M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas:Papirus,2000.

 

EDWARDS,C.;GANDINI, L.; FORMAN, G. As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Trad. Dayse Batrista. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,1999.

 

GANDINI; FORMAN. As cem linguagens da criança. Porto Alegre, Artes Médicas, 1999.

 

LINO, D.O Projeto de Reggio Emilia: Uma apresentação. In: FORMOSINHO O. J. (Org.). Modelos Curriculares para a educação de infância. Portugal: Porto Editora,1996

 

VAGULA, EDILAINE: Edilaine Vagula, Marlizete Cristina Bonafini Steinle. Organizaçãço do trabalho pedagógico na educação infantil: reflexão e pesquisa. 1 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.

GEAN KARLA DIAS PIMENTAL, GRACIELE CASTRO SILVA, RENATA RODRIGUES DE ARRUDA