REFORMA PROTESTANTE
Por Wânia Bruna Dos Santos. | 12/10/2015 | HistóriaREFORMA PROTESTANTE
A Igreja Católica Apostólica Romana reinou soberana durante mil anos no Ocidente. Nesse período, que coincide com a duração da Idade Média, a Igreja enfrentou diversos movimentos chamados heréticos, mas esses movimentos foram de uma forma ou de outra, derrotados. A Reforma Protestante poderia ter sido mais um movimento herético, mas, nesta oportunidade, a Igreja não conseguiu deter aqueles que queriam reformas, se não dentro das próprias estruturas de Roma, pelo menos nas bases de parte da cristandade. A Reforma Protestante é,fundamentalmente, um evento histórico, e, para muitos historiadores, o mais importante da transição da Idade Média para a Idade Moderna, ela enquadra-se na conjuntura de crise do Feudalismo e no nascimento do Capitalismo. Contudo, se isso é verdadeiro, também não podemos desprezar os aspectos que dizem respeito ao debate teológico dentro da Igreja, que nunca deixou de existir, nem mesmo durante a Idade Média, transcendendo as fronteiras da Instituição religiosa no século 16. Desse modo, devemos considerar que a Reforma teve suas razões materiais, mas, sobretudo, espirituais. Esta reforma foi liderada por Martinho Lutero ele propôs que cada estado se libertasse do poder papel. A Igreja católica possuía muitos poderes, praticamente comandava em tudo, até no que era ensinado para as crianças nas escolas. Mas o que deixou Martinho Lutero estagnado foi o abuso e a exploração cometida pelo clero e até mesmo do papa, Lutero se revoltou contra a corrupção cometida dentro da igreja e pretendia fazer com o que o cristianismo passasse por mudanças pois para ele a questão principal era a adulteração feita na “palavra de Deus” cometida pela Igreja católica. Esses abusos e extravagâncias da Igreja acabaram gerando uma crise profunda na consciência religiosa, pois, nesse momento em que a Europa Ocidental vivia um contexto de transição estrutural, os problemas religiosos se viram envolvidos, pelas questões econômicas, sociais e políticas do século 16. Desse modo, em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou, na porta da Igreja de Wittenberg, 95 teses (críticas) que falavam sobre a virtude e as indulgências e que discordavam em diversos pontos da prática católica. Essas teses tornaram-se, assim, ameaças à autoridade de Roma. A partir desse momento, as autoridades passaram a considerá-lo um herege e excomungaram-no em 1521, e foi banido do império e seus escritos foram queimados.
Os contra reformas, ou seja as pessoas a favor da Igreja, que não aceitavam as propostas de mudanças do cristianismos apresentada por Lutero, criaram grades controvérsias, e ficaram mais complexos depois de agosto de 1572, durante a chamada noite de São Bartolomeu, em que houve o massacre de milhares de protestantes, quando a católica Margarida de Valois se casou com o protestante Henrique de Navarra. Como o Protestantismo se espalhava rapidamente pela Europa, a Igreja Católica precisou tomar medidas para impedir tal avanço. A posição dos católicos que exigiam a reforma interna do Catolicismo se fortaleceu e, ao mesmo tempo, mudou de caráter, tornando-se imediatamente mais ativa e mais intolerante. Com o surgimento da Reforma Luterana, a Igreja, de certo modo, acabou sendo forçada a realizar suas mudanças. Assim, podemos dizer que a atitude tomada pelo clero católico não foi apenas um movimento de reação aos protestantes, visando impedir o seu avanço, mas também uma iniciativa de promover uma série de mudanças em seu próprio corpo, visando renovação e revigoramento religioso.
A ação eclesiástica teve um duplo caráter: o combate ao Protestantismo e uma reforma interna em suas instituições. Porém, dessas duas motivações, o fator que agilizou sobremaneira a reação eclesiástica teve um duplo caráter: o combate ao Protestantismo e uma reforma interna em suas instituições. O movimento espiritual católico, ao qual nos referimos contribuiu de maneira importante para a realização do Concílio de Trento A origem desse conclave esteve relacionada diretamente à posição da Igreja em tentar resolver os graves problemas existentes em seu interior e conter o avanço do Protestantismo. A ação eclesiástica, apesar de ter como objetivo impedir o avanço do Protestantismo, não se limitou apenas a isso. As propostas de Reforma discutidas desde a época medieval finalmente ocorreram no século 16. Entre as principais resoluções, podemos ressaltar aquelas destinadas às questões doutrinárias (que constituíram a maior parte dos decretos), morais e disciplinares. Essas medidas pretendiam moralizar o clero, fortalecer o poder da hierarquia eclesiástica e trazer aos fiéis esclarecimentos a respeito das questões levantadas pelos luteranos. Para conter o avanço do protestantismo a Igreja reformulou sua doutrina, preservou a supremacia papal, recuperou algumas áreas sob influência protestante, fundou a Companhia de Jesus, criou a Santa Inquisição e instaurou o Index. As medidas tomadas pela Igreja conseguiram conter o avanço do Protestantismo na Europa, com base nas medidas doutrinais ou na repressão e perseguição aos hereges. A igreja meio que se forçou, a mudar seus métodos, devido aos avanços dos protestantismo, mudou completamente sua estatura, impôs regras a si própria, podemos dizer que melhorou muito, grassas a Martinho Lutero e sua proposta de mudar o Cristianismo para melhor.
SANTOS, Wania Bruna dos
Referencias: PEREIRA, Reginaldo de Oliveira; TORELLI, Leandro Salman. História Moderna I. Batatais: Claretiano, 2013. Unidades 5 e 6 (material de apoio)