Reforma contra a reforma

Na Europa do século XVI estavam ocorrendo várias mudanças e revisões do jeito de ver o mundo. Por causa disso, a filosofia, a teologia e as práticas religiosas foram questionadas. Dentro desse processo um movimento se destacou: o movimento da Reforma (também chamado de reforma protestante) exigindo transformações nas atitudes e decisões da Igreja (Católica).

Entretanto essas exigências não foram atendidas. Por esse motivo os reformadores – integrantes da Igreja católica – propuseram e fizeram as mudanças que lhes pareciam necessárias. Com isso, acabaram se afastando ou sendo afastados da Igreja. Em vários lugares e diversas pessoas propuseram mudanças. Dois nomes se destacaram: Lutero e Calvino. Entre as mudanças que foram propostas era a de que não mais se vendessem indulgências. Uma prática que consistia em trocar por dinheiro o acesso ao céu; era algo como vender um lugar ou um pedaço do céu.

O movimento da reforma produziu uma verdadeira inovação e muita gente aderiu a ele, pois o povo queria mudanças. Diante disso a Igreja se viu em risco de perder espaço e adeptos. Mas não foi só risco: de fato, acabou perdendo poder, prestígio e terras.

Para enfrentar os reformadores a Igreja produziu o seu próprio movimento de reforma. Algo que podemos chamar de uma reforma contra a reforma. Entre as mudanças apresentadas no movimento católico estavam: restauração do tribunal do santo ofício e a realização do Concílio de Trento. Além disso, dentro desse mesmo processo, foi criada uma nova ordem religiosa, a Companhia de Jesus.

Os padres jesuítas (da Companhia de Jesus) deram importantes contribuições para o Concílio de Trento. Eles também foram enviados em várias missões no oriente e na América. No Brasil desenvolveram atividades de ensino e catequese aos índios, ao mesmo tempo que contribuíram para o surgimento da cidade de São Paulo e criaram o primeiro sistema escolar do nosso país.

Na realidade esses soldados de Cristo foram peças importantes da Igreja para se efetivar uma reforma contra a Reforma.

Neri de Paula Carneiro

Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador

Rolim de Moura – RO