Para que entendamos a evolução da linguagem, primeiramente precisamos abordar um pouco sobre como aconteceu o processo de construção do estudo da língua no contexto social. Ferdinand Saussure nasceu em 1857 e faleceu em 1913 com 55 anos. Desde muito jovem interessava-se pelo estudo da língua, seus irmãos, assim como seu pai eram naturalistas, estudavam e pesquisavam sobre ciências naturais, Saussure pelo contrario, tinha muito interesse em compreender como a língua se constituía.

Aos 14 anos já falava diversas línguas, como: Alemão, Russo, Inglês Grego, Frances e Sânscrito e logo mais tarde Indiano. Aos 20 anos publicou seu primeiro livro (dissertação), Memoire sur le syste’me primitif dês voyelles dans lês langues indo-européennes, ou seja, o sistema das vogais na língua indo-européia, ele faz um estudo aprofundado sobre o processo histórico deste idioma. Sua obra teve boa aceitação na sociedade. Apesar de seu sucesso Saussure fez somente duas publicações em vida, a primeira acima citado e a outra que foi sua tese de doutorado escrevendo sobre o emprego do genitivo em Sânscrito. As demais teorias publicadas foram pelos seus seguidores e alunos do curso de lingüística geral. (RODRIGUES, 2008)

Saussure era disciplinado e gostava de acompanhar tudo o que era publicado sobre a linguagem da sua época, em seu primeiro livro, percebe-se claramente esse interesse, porque ele relata tudo sobre o assunto, desde os primeiros registros até o momento em que ela se encontrava, ele faz um resgate histórico completo sobre o assunto, era considerado pela sociedade um intelectual, porém desde cedo sofria com as inquietações em tornar o estudo da língua uma ciência; até então, ela era considerada apenas um método dedutivo e não tinha nada que provasse sua cientificidade.

Neste sentido, “olhava” a linguagem com um rigor cientifico e definiu a mesma como objeto da língua, complexa e de caráter social, fundamentou-se em leituras teóricas de Karl Max, Emili Durkheim, dois nomes importantes da sociologia, por esse motivo suas obras trazem a concepção social ou um pensamento sociológico, esse exemplo está no estudo social da língua, mas teve influencias de outras obras como a do Norte Americano Willian Dwigh Whitney e o alemão Wilhelm Von Humbold, este foi o primeiro lingüista a identificar a linguagem humana como sistema de governo por regras e não por palavras acompanhadas de significados. Já Whitney, estudava as alterações da língua e suas mudanças. A partir desses dois estudiosos lingüistas, Saussure realizou seu importante trabalho embasado nessas teorias definindo que a língua é aprendida e transmitida de uma geração para outra.( RODRIGUES, 2008)

Diante disso, serviu-se de lógica positivista – empírica de maneira refinada e finalmente daria a lingüística o status de ciências. O seu estudo não foi fruto do acaso, foi uma produção histórica desenvolvida de forma intelectual e teórica sobre a linguagem até aqueles dias. Saussure foi inteligente o suficiente para processar todas aquelas informações obtidas e transformar em objeto da linguagem de forma rigorosa, também embasou-se em obras como as do lingüista, filosofo e Sânscrito Franz Bopp, Jacob Grimm, este um lingüista fundador dos estudos Germânicos; Friedrich Marx Muller, um lingüista e mitólogo que dedicava-se aos estudos dos costumes, língua e civilização dos povos orientais e criador da disciplina comparada, este era aluno de Bopp. Saussure embasou-se também na teoria de Georg Curtius, (que trabalhava junto com Muller); estudou as teorias de August Schleicher- lingüista alemão, Hermann Osthoff, professor de lingüística na universidade de Leipzing e fundador da fonética,  Karl Brugmann, também professor de lingüística e Sanscrito, onde fez 400 publicações, era parceiro de pesquisas de Osthoff e orientado por Curtius que foi orientador de Saussure. (RODRIGUES,2008)

Durante boa parte de sua vida, Saussure faz  analises teóricas e abstratas da linguagem para defender e determinar a língua como uma ciência. [...]