REFLEXÕES DO BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA!  (Parte II) 

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

            Neste artigo, lembro as figuras históricas de D. João VI (pai de D. Pedro I), do próprio D. Pedro I (proclamou a Independência), de sua esposa, Dona Maria Leopoldina, bem como de seu auxiliar político mais próximo, José Bonifácio. Sem estes, não é possível entender o brado: “Independência ou Morte”, as margens do Riacho Ipiranga, imortalizado no quadro de Pedro Américo.  

            Bom, 14 anos antes de D. Pedro declarar o Brasil livre de Portugal, sua família chegava ao Brasil, em 1808, seu pai, D. João VI, fugiu dos ditames de Napoleão Bonaparte (Imperador Francês), escolhendo se instalar, com toda a estrutura da corte portuguesa, na cidade do Rio de Janeiro. Até essa data, quem era o Brasil? Uma mísera colônia portuguesa. A presença de D. João VI, torna-se fundamental para o rompimento das relações com a Metrópole, pois, em 1815, nosso país é elevado à condição de igualdade com os portugueses. Obviamente, tal atitude provoca a ira dos políticos daquele país, uma vez que o Brasil deixa de ser uma simples colônia.

            Quanto a D. Pedro I, este chega com sua família ao Brasil, com sete anos de idade, era uma criança. Quando proclama a Independência, tendo 21 anos de idade, era mais brasileiro que português; além de defender as ideias liberais de sua época. A partida de seu pai para Portugal, em 1821, após a Revolta do Porto faz aumentar a tensão, contudo, a influência da esposa e de José Bonifácio, levou o Príncipe Regente, Pedro, permanecer no Brasil, no célebre Dia do Fico, nove de janeiro de 1822. Essa decisão demonstra passo certeiro para seu desligamento de sua Terra Natal. Este ‘Dia’, caiu como uma verdadeira bomba naquele país. A pressão portuguesa acabou servindo de estimulo para se efetivar a declaração de independência.  

            Não tenho dúvidas, muito ainda deveremos estudar e buscar aprofundamento sobre o contexto histórico de nossa Independência; todavia, filmes como Carlota Joaquina, princesa do Brasil e, as insistentes críticas feitas aos ‘vultos’ de nossa História, contribuem para banalizar a perca do vinculo histórico, especialmente entre os mais jovens. Talvez seja essa a pretensão de parcela de historiadores comprometidos com o cenário doentio e maléfico, justamente para desconstruir e fazer a História Oficial do Brasil cair em total descrédito.

            Deixando registrado: a crítica e as ponderações contundentes precisam existir, entretanto, desmerecer os aspectos históricos e seu contexto, tira o mérito de quem os praticou. Faz trinta e cinco anos que estou na ‘peleia’, inclusive fui buscar Mestrado em História do Brasil, na UFMS, tendo o propósito em aprofundar o conhecimento, pois toda crítica deve ser fundamentada, portanto, antes de alguém ‘bisbilhotar’ ou ‘dar palpite em trono de achismo’, primeiro estude, pesquise e fundamente-se com profundidade. Em nosso país, a mediocridade foi estabelecida, ou seja, ‘mete-se o pau em tudo’, ‘nada presta’, a ‘História Oficial foi comprada’, e os ‘vultos históricos devem ser sepultados’. A propagação desta visão ‘macabra’, leva muita imaginar que conhecimento e processo histórico são ‘balelas infundamentadas’. E, dentro desata parafernália, cá nos encontramos, imaginem nosso sofrimento dentro das salas de aulas! Lamentável e horripilante!

            Quiçá este bicentenário mude essa visão deturpada de muitos!

            Até o próximo!