Há dois tipos de interpretação das coisas a nossa volta: a científica, apoiada na investigação que fazemos para descobrir o FOCO, CONTEXTO em que o foco está ligado e INTENÇÃO que se quis mostrar com a mensagem, seja ela escrita ou mostrada em imagem, música, tom da fala. Nessa interpretação fazemos uma observação pontual do que o autor quis revelar. A outra, é a interpretação livre, apoiada na nossa percepção de mundo, na nossa opinião e no que queremos ver. Eu sempre procuro seguir inicialmente a investigação do que o autor quis dizer expressar de verdade para depois colocar uma opinião. O problema se dá quando há alguns que, infelizmente, faz o oposto: começa com a interpretação pessoal para dizer que é a verdade do que o autor quis dizer. Interpretar é juntar as peças do jogo (contexto) chegando a uma ideia (intenção). Investigação CSI? Sim, pode ser. Não existe texto, música ou imagem que não produza uma intenção. Ou seja, alguém que fez um texto quis se comunicar e para isso partiu de um foco e ligou-o a um contexto. Cabe a nós a investigação e não a opinião simplesmente. Quem investiga, supera quem opina, pois quem opina se limita ao seu mundo, mas quem investiga abre espaço COM AUTORIDADE para julgar com uma opinião refinada e isso faz toda a diferença. Precisamos de pensadores cientistas e não de pseudointelectuais. (Autor: Wallas Cabral, Linguista - USP)