Introdução

Basta apenas darmos uma olhada com atenção ao nosso redor, que perceberemos nas pessoas a nossa volta, como é complexa a mente humana. Num mundo contemporâneo aonde impera a capacidade de comunicação em alta velocidade, integrando pessoas de todos os níveis sociais, credos e raças, trazendo com isso uma possibilidade de interação global, porém como conseqüência, gerando um afastamento na convivência normal cotidiana, visto o desejo de muitos de estar sempre “On Line”.

 Para se ter uma concepção de um humano mais próximo de uma perfeição tem que se recorrer aos princípios estabelecidos pela palavra de Deus, o qual podem posicionar o homem próximo a aquilo que se pode considerar ser o propósito de Deus para a vida de todo ser humano: Que é uma vida com base no amor ao próximo, tal qual se ame a si mesmo.

Este trabalho visa fazer uma análise sobre a concepção de ser humano com base nas reflexões trazida pelo texto patrístico: "O Pastor de Hermas"

Relação do ser humano e Deus

 

“Dize, portanto, aos chefes da Igreja que endireitem seus caminhos na justiça, a fim de receberem plenamente, com grande glória, o que lhes foi prometido. Perseverai, portanto, vós que praticais a justiça, e não duvideis, para que o vosso caminho esteja com os santos anjos. Felizes sois vós que suportais a grande tribulação que se aproxima, e todos os que não renegarem a sua própria vida. 8Porque o Senhor jurou por seu Filho: aqueles que renegarem o seu Senhor, perderão sua própria vida, como também aqueles que estão dispostos a renegá-lo nos dias futuros. Quanto àqueles que o renegaram antes, o Senhor, em sua grande misericórdia, tornou-se propício para eles”.

 

Uma perseverança no caminho da justiça será o preço a ser pago por aqueles que quiserem levar uma vida mais humana, tendo uma promessa segundo o autor de que jamais perecerão. Porém não sendo uma justiça com bases em seus próprios pensamentos, mas sim uma justiça nos moldes da palavra de Deus (tópicos 6 e 7).

 

O alvo de se ter uma vida em níveis humanos alinhada com os princípios de Deus, só se pode alcançar quando da inserção do homem na igreja, que no texto em análise tem muitas representações, como a exemplo; a figura de uma “mulher idosa com um livrinho” identificada como a “Igreja”, pois esta foi criada antes de todas as coisas. Por isso, sendo por meio dela que o mundo foi ordenado (tópico 13).

 

Entre os que estão inseridos na igreja, há os que desempenham ministérios especifico que exigirá uma relação com Deus e com a igreja diferenciada, como a exemplo dos apóstolos, bispos, doutores e os diáconos comparados no texto nas visões relatado pelo autor, com “pedras quadradas”, homens estes que desempenharam com pureza a santidade seu ministério.

 

Os pendores da carne sempre estarão presentes no ser humano, mas ao se assumir o compromisso com a justiça de Deus, deve se abster de toda má ação, e desejo perverso, trilhando pelo caminho da inocência, santidade e caridade, evitando glutonarias, pois segundo o autor o homem piedoso deve fazer uso do alimento com autocontrole não se esquecendo de “repartir com o necessitado” (tópico 16).

 

O homem que agrada a Deus é aquele que procura regrar a sua vida, antes de tudo crendo em um só Deus, assumindo a simplicidade de uma criança, amando a verdade, e praticando-a diante de todos os homens, cultivando a santidade da família, através da fidelidade conjugal e abstinência de toda impureza e outro vicio qualquer, vivendo em paciência e prudência, evitando toda ira, pois segundo ele (“o Senhor habita na paciência e o diabo, na cólera”5º mandamento top 20)

 

 

 O ser humano e a sociedade

Não se pode pensar em pensar a vida em sociedade ou em relação de alteridade, sem ter em mente a justiça, e é o que podemos ver em todo contexto destes relatos de visões e parábolas, onde se têm orientações, para não aderir ao mal, (Praticando a justiça e a virtude, a verdade e o temor do Senhor, a fé, a mansidão e as obras de Deus 1º parábola top50).

 

O compromisso com o “outro” é algo que se ignoramos estaremos anulando toda as boas intenções que tivermos, pois o homem por natureza foi criado para viver em sociedade, e este convívio demanda uma harmonia, que só se pode alcançar se cada um der o devido valor ao outro, tanto isso é verdade que a própria bíblia coloca o amor a Deus e ao próximo em primeiro lugar (Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. Bíblia sagrada, Marcos 12. 30,31).

 

Conclusão

A tríplice relação “existencial” Ser humano e Deus,  o ser humano e a sociedade e o ser humano e o "próximo” podem muito bem ser detectada em toda extensão do texto: "O Pastor de Hermas". Suas visões mandamentos e parábolas, embora contrária ao pensamento do homem comum e uma receita para quem quer levar uma vida mais humana e equilibrada neste mundo.

E fato que todos nós estamos muito aquém de uma perfeição, mas ao lermos este texto podemos estabelecer alvos de práticas e comportamento exemplificados no texto, que nos conduzirão a uma vida mais justa com o nosso próximo, nos tornado melhores cidadão na sociedade e principalmente mais ajustado com a vontade de Deus.

Ao lermos o "O Pastor de Hermas" em toda sua totalidade, podemos nos remeter a nos mesmo, pois todos nós estamos debaixo de uma mesma realidade; que é a necessidade de vivermos em justiça com base essencialmente na palavra de Deus, pois tal prática refletirá em nossa vida como um todo nos levando viver melhor em Família, igreja e sociedade dando o devido valor ao “outro” que está conosco nesta “grande caminhada” que é a vida.

Referências bibliográficas

http://monergismo.com/wp-content/uploads/Pastor_de_Hermas.pdf

[1] Israel Izidoro Pacifico. Pastor, Teólogo e psicopedagogo institucional.