Estimados radiouvintes a liturgia deste 16º Domingo nos convida a descobrir que Deus é paciente e misericordioso  não deseja que ninguem fique excluido, mesmo o pior  pecadpres que pode ser  integrado na comunidade do “Reino de Deus”.

No Evangelho que acabamos de ouvir garante-nos que o “Reino de Deus” é uma realidade irreversível, que está em processo de crescimento no mundo. Sabemos que é difícil perceber essa semente crescer ou esse fermento a levedar a massa, quando se vê multiplicar a violências, injustiças, calúnias e a perda da confiança no bem… É difícil acreditar que o “Reino de Deus ” está em  construção, quando o materialismo, ganância, falta de perdão, comodismo, busca de facilidade e de interesse próprio ficam em primeiro lugar na vida de muitos seres humanos.

Cristo nos pede para não perder a confiança e a esperança. Apesar de tudo que vemos o “Reino de Deus” está presente, minando positivamente a história.

Quando se fala do “Reino de Deus” não significa que há um “condomínio fechado”, ao qual só tem acesso um grupo privilegiado constituído pelos “bons”, pelos “puros”, pelos “perfeitos”, e de onde está ausente o mal, o egoísmo e o pecado…

Falar do “Reino de Deus” é falar de uma realidade em processo de construção, onde cada homem e cada mulher têm o direito de crescer ao seu ritmo, de fazer as suas escolhas, de acolher ou não o dom de Deus, até à opção final e definitiva. É falar de uma realidade onde o amor de Deus é vivo e atuante e vai introduzindo no coração do homem um dinamismo de conversão e de transformação para uma vida nova.

Portanto Jesus nos mostra qual é a atitude de Deus frente ao mal e aos que fazem o mal. Na parábola do trigo e do joio, Jesus nos garante que os esquemas de Deus não prevêem a destruição do pecador, separação dos maus e a exclusão de culpados. Jesus nos mostra um Deus de misericórdia, sem pressa de castigar, que dá ao homem “todo o tempo do mundo” para crescer e descobrir o dom de Deus e para fazer as suas escolhas. Não percamos de vista a “paciência” de Deus para com os pecadores.

Essa “paciência de Deus” com o joio é convite para se rejeitar as atitudes de intolerância, e incompreensão, de vingança nas nossas relações com os nossos irmãos, sobretudo com os mais difíceis. O julgamento e a condenação precipitada feitas com facilidade é algo que não condiz coma a Palavra de Deus que pede para moderar a dureza, a intolerância, a intransigência e a contemplar os irmãos com as suas falhas e  defeitos e se olhar com benevolência e compreensão.

Meus irmãos o mal e bem se misturam em nossas vidas e nosso coração. Dividir as nações em boas (as que têm uma política que serve os nossos interesses) e más (as que têm uma política que lesa os nossos interesses), os grupos sociais em bons (os que defendem valores com os quais concordamos) e maus (os que defendem valores que não concordamos), os indivíduos em bons (os que nos apóiam) e maus (que nos enfrentam e que não concordamos) é uma atitude simplista, que nos leva a ter atitudes injustas, gerando a exclusão, marginalização, sofrimento e morte.

Jesus nos pede hoje para não termos preconceitos de qualquer natureza, para  agirmos com bondade, compreensão e tolerância, pois, Deus se manifesta para cada homem e mulher, independentemente das suas escolhas e do seu ritmo de caminhada. Assim seja.