REFLEXÃO DA PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO! O evangelho que acabamos de ouvir conta a história do Filho que foi embora e depois se arrepende, este arrependimento bate em seu coração quando a fome bate no estômago. Essa pode ser também nossa história, quando  damos nossas “escapadas” da casa do Pai, ou quando fazemos as malas e caímos no mundo, optando em viver a nossa vida e a nossa liberdade, longe desse Deus intrometido.

O evangelho de Lucas conta a história de um Pai bondoso que acolhe o Filho que está na miséria, com abraços e beijos. Por acaso não é repugnante a idéia de abraçar e beijar um andarilho, que acaba de chegar à nossa casa, sujo e farrapos, quem sabe... Talvez não nos recusássemos a isso, mas antes, com o pretexto de fazer com ele uma caridade, o conduziríamos ao banheiro, para um banho, fazer a barba, colocar uma roupa melhor. Daí o abraço e o beijo não seria tão difícil.

Mas, o evangelho conta que mal o rapaz aponta na curva do caminho, o Pai que o esperava, corre ao seu encontro, não o deixa falar, abraçou-o e cobriu-o de beijos... Só depois é que lhe recupera a dignidade, dando-lhe a capa, a sandália e o anel.  Esse Pai é o nosso Deus que nos aceita e nos ama, do jeito que somos – por isso torna-se escândalo diante do mesquinho raciocínio humano da religião do merecimento que se encontra presente no ambiente religioso de nossas comunidades.

Deus nos aceita como somos e como o “O Pai que respeitou a liberdade do Filho, dando-lhe a parte que lhe cabia na herança, e permitiu que ele partisse...” Deus também nos dá a sua herança que é o dom da vida e da liberdade, pois Deus é um Pai extremamente misericordioso, que nos permite fazer de nossas vidas o que desejamos. Assim foi com o filho pródigo, assim é com cada ser humano, independente do credo religioso, Deus não nega a Herança da Vida e nem a liberdade para ninguém.

Mesmo quando não usamos bem a nossa liberdade – Deus não usa da ira Divina – Deus nos perdoa e sempre nos espera com carinho e alegria, com misericórdia.

Na reflexão da parábola vemos que entra em cena o Filho mais velho e seu “azedume”, “Eu mereço muito mais do que esse “Vida Torta”, cumpro com todas as minhas obrigações há muito tempo, nunca “pisei na bola”, sou exemplo de vida na comunidade, mas parece que as “maravilhas de Deus” só acontece com gente desqualificada, com pessoas que nunca pisam na igreja, que não tem moral.

Será que Deus não tem censo de justiça? Será que Deus não percebe que essas pessoas não merecem? E será que Deus não vê que sou um cristão justo, que faço tudo certo e mesmo assim Deus não me ajuda? - Essa é a forma de pensar de muitos que pensam estar salvos, por viver dentro de Igrejas, talvez não caímos na desventura do Filho Pródigo, mas será que na nossa Igreja, não temos a “carinha” e o “jeitinho” do Filho mais velho, extremamente rigoroso e moralista no julgamento do nosso próximo? E nesse caso, o mais triste de toda essa história: quem tem essa conduta, nunca sentirá a alegria de sentir-se amado e querido por Deus. É uma religião muito triste, que nada tem a ver com o Cristianismo!