REFLETINDO SOBRE AS COMPETÊNCIAS DO PROFESSOR PARA UM ENSINO DE QUALIDADE
Publicado em 10 de abril de 2017 por NEIRIANE MENDES REZENDE
Pouca coisa mudou nas escolas atuais, se compararmos com as escolas de 50 anos atrás. A diferença é que no passado mantinha-se uma disciplina rígida e os alunos respeitavam os professores e o espaço publico, hoje a degradação e o descaso do estado em escolas publicas torna cada vez o espaço parecido com um presidio. O mundo informatizou, a sociedade e as famílias estão mudando seu conceito e forma de aprendizagem, mas infelizmente dentro das escolas parece que o tempo parou. A quantidade de alunos por sala de aula também é um problema. Muitas escolas colocam 30, 40 e até mesmo 50 alunos por sala. Nestes casos, a qualidade do ensino cai muito, pois o professor não pode oferecer um atendimento mais individualizado, buscando sanar as dificuldades de aprendizado dos alunos. Sem contar que o excesso de alunos por sala é um dos fatores geradores de indisciplina.
A meu ver o modelo de escola deveria ser com espaços modernos e abertos com integração entre alunos, família e sociedade, por exemplo, utilizar o prédio para integrar não somente “salas de aula”, mas um espaço para demonstração de arte e cultura não somente para os alunos, mas aberta para apreciação da sociedade, as salas deveria ser mais espaçosas e ventiladas um ambiente confortável já que os alunos passam muitas horas neste ambiente. Deveria ser implementadas salas ambientes assim os alunos iriam trocar de espaço conforme o assunto a ser aprendido, por exemplo, se a matéria for historia ele pode ir para uma sala com mapas, objetos da época a ser estudados, vídeos etc., se o assunto é biologia a aula pode ser em laboratório. As mesas podem ficar dispostas de forma a facilitar o trabalho em equipe, e não em fileiras, como numa sala tradicional.
A grade curricular deveria ser igual no pais inteiro, porém deveria ser discutido entre os educadores e sociedade o que ensinar para os alunos, além das ciências da educação, deveria incluir matérias como educação moral e cívica, educação financeira, politica e ambiental e colocar nesta grade assuntos pertinentes a sua região como cultura e costumes, fazer intercâmbios com outros povos também seria interessante para a troca de ideias e para o desenvolvimento intelectual.
A forma de aprendizado deveria ser da integração com o ambiente e o professor demonstrar na pratica o ensinamento, uma forma de fazer isto e através da dramatização, utilizar objetos e fazer a participação total do aluno, pois acredito que a pratica vale mais do que a teoria. Trazer assuntos da atualidade para exemplificar é um método bastante relevante, O ideal seria que fossem trabalhados conteúdos significativos para a formação do aluno. Qual conhecimento seria mais importante para um aluno? Conhecer os conflitos políticos na época imperial ou saber como funciona nosso sistema político atual e para que ele serve em nosso dia-a-dia?
As atividades deveriam deixar de lado o sistema repetitivo para dar espaço para a criatividade, pesquisa e produção de conhecimentos. Afinal de contas, são estas qualidades exigidas no mercado de trabalho atual. Além dos conteúdos é necessário que a escola favoreça o desenvolvimento de atitudes positivas, atuando na formação do indivíduo. Respeito, paz, convivência harmônica, solidariedade e princípios de cidadania devem ser levados a sério e incluídos nos programas pedagógicos de forma prática e eficiente. Fazer um estudo de caso e pedir para eles criarem as regras para a solução seria uma ideia que colocaria os alunos para pensar em suas atitudes.
Mas para tudo isso acontecer deveria investir primeiro no educador, pois ele será o mediador entre aluno, pais e sociedade. Não somente em remuneração, mas incentivando a atualização de conhecimento, investindo em treinamentos e intercambio para desenvolvimento profissional. O que vemos hoje em dia é uma crise na carreira de educador. A mídia deixa claro a insatisfação de grande parte dos professores e os órgãos públicos apontam uma carência destes profissionais em diversas áreas. Os baixos salários contribuem para muitos professores trabalharem em duas ou até três escolas, e a consequência disso são professores cansados e com pouco tempo e recursos para fazerem cursos e preparem aulas com qualidade. A saída seria uma mudança de comportamento do estado e da sociedade pela valorização do professor e criação de leis especifica para esta profissão. Podemos pegar como exemplo o caso da Coreia do Sul, país onde os professores são bem remunerados, sendo que em contrapartida devem se dedicar exclusivamente a uma escola. Trabalhando em apenas uma escola, o professor pode se envolver mais nas questões pedagógicas e conhecer melhor seus alunos, ganhando tempo para produzir suas aulas e atividades.
Porem toda essa mudança só teria resultado positivo se dentro dos lares os pais participar ativamente da vida escolar dos filhos colaborando para o aprendizado e crescimento dos alunos e não jogar a responsabilidade da educação moral para a escola, lembrando que a instituição escola e responsável pela alfabetização da criança, porem a sociedade esta invertendo os valores e tentando passar para a escola toda a responsabilidade da educação como ser cidadão. Cabe às escolas criarem espaços e sistemas para incluir os pais no processo educativo. Família e escola, trabalhando juntos, podem garantir melhores resultados na educação.
Escrito por Neiriane Mendes Rezende
Aluna do 2 ano do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade de Taubate
Publicacao: 08-04-2017