RESUMO

O presente artigo tem como objetivo refletir sobre algumas dificuldades de aprendizagem, apresentando possíveis causas, valorizando a importância do conhecimento familiar em relação aos problemas que podem afetar o desenvolvimento de seus filhos, um dos objetivos é também, explanar sobre a cultura-Meio que influenciam no processo de aprendizagem do individuo, bem como apontar medidas para que alguns desses problemas sejam amenizados.

Palavras chave: Dificuldade, Aprendizagem e Processo.

INTRODUÇÃO

A pesquisa realizada vem relatando que: dificuldade de aprendizagem não é o mesmo que patologia, a dificuldade de aprendizagem se define em três fatores: Orgânicos, psicológicos e ambientais. Que no decorrer desta investigação as definiremos.

Cada um desses fatores contribuem para o processo de aprendizagem do individuo, se algum deles apresentarem problemas, consequentemente o indivíduo em seu processo de aprendizagem poderá ter alguma dificuldade.

Nem toda dificuldade é devido a alguma patologia, mas algumas patologias podem apresentar dificuldade de aprendizagem.

Num olhar educacional, compreende-se por dificuldade de aprendizagem todo o processo de incapacidade ou impedimento do aprender a ler, escrever, calcular ou socializar-se.  

Faz-se necessário transcrever sobre o papel que a sociedade e a cultura possui no processo de aprendizagem do individuo, e como essa mesma sociedade e cultura podem causar danos nesse processo.

 Suas ideias sobre a consciência coletiva, apesar das variações que apresentam, chamaram a atenção para os modos como a interação social e as relações influem significativamente nas atitudes, ideias e nos sentimentos individuais. Dessa forma, Durkheim demonstra que a realidade da sociedade precede a vida individual. (Artigo: “NORMALIDADE E PATOLOGIA em educação especial”; Autora: Fabiana Wanderley; Psicóloga, professora Universitária, consultora pedagógica e mestra em Educação pela UFPE).

QUESTIONAMENTOS E OBJETIVOS QUE MOVERAM A PESQUISA.

Diante de um problema tão evidente, que tem afetado famílias e instituições de ensino, houve-se as indagações sobre:

  • Quais são os fatores que podem desenvolver ou contribuir para uma possível dificuldade aprendizagem;
  • Quando a cultura e a sociedade se tornam responsáveis para que o indivíduo tenha alguma dificuldade em seu processo de aprendizagem;
  • Como e quando os professores devem intervirem, quando identificado uma dificuldade de aprendizado em seu aluno;
  • Qual o papel dos pais frente ao processo acadêmico dos filhos¿ e qual a importância do conhecimento sobre possíveis problemas;

A partir da problemática acima referida, foi definido como objetivo geral:

  • Refletir sobre o papel sociocultural no processo de ensino aprendizagem, e quando se torna um problema que interferem no desenvolvimento acadêmico do individuo.

A partir do objetivo geral, elenquei como objetivos específicos:

  • Refletir sobre algumas das possíveis causas das dificuldades de aprendizagem.
  • Apontar soluções para que o problema de ensino  aprendizagem sejam encarado e solucionados.
  • Refletir a importância do trabalho pedagógico e suas influencias no atendimento a crianças com possíveis dificuldades.
  • Apontar como se dá o processo de ensino aprendizagem de acordo com a interação sociocultural.

Com a problemática e os objetivos definidos, damos sequencia ao tópico subsequente, com o percurso metodológico da pesquisa, deixando em evidencia de que forma e em que banco de dados me baseei para a pesquisa.

 

RECURSOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

Para esta pesquisa, recorri a produção acadêmica da área da educação, buscando através da revisão da leitura, e assistindo o filme: Como estrelas na terra, relacionadas ao tema: educação especial , especialmente evidenciando a dificuldade enfrentada pelo aluno, e como a falta de conhecimento de professores e pais podem complicar ainda mais o processo de aprendizagem do individuo. Como banco de dados recorri livro: Mario Sergio Cortella, Artigos acadêmicos:  “NORMALIDADE E PATOLOGIA em educação especial”; Autora: Fabiana Wanderley; Psicóloga, professora Universitária, consultora pedagógica e mestra em Educação pela UFPE; livro: Educação, problemas de aprendizagem; autoras: Elizabete da Assunção José e Maria Tereza Coelho; livro: LDB Fácil, 23ª edição revisada atualizada e ampliada; leitura critico- compreensiva Artigo a Artigo; autor: Moaci Alves Carneiro.

 

Refletindo Sobre Algumas das Dificuldades de Aprendizagem

Sabe-se que existem vários fatores que podem desenvolver ou contribuir para o individuo ter alguma dificuldade em seu processo de aprendizado. Como acima citado nem toda dificuldade tem como causa uma patologia, mas geralmente, algumas das patologias relacionadas ao Sistema nervoso central, podem desenvolver no individuo uma dificuldade de aprendizagem.

 Os problemas que possivelmente interferem no processo da retenção do conhecimento podem ser de ordem: orgânica, Psicológicas ou ambientais.

Existem inúmeros fatores que podem desencadear um distúrbio ou problema de aprendizagem. São considerados fundamentais:

  • Fatores orgânicos
  • Fatores psicológicos
  • Fatores ambientais

 (serie Educação; problemas de aprendizagem; autoras: Elizabete da Assunção José e Maria Tereza Coelho; pag.23)

Vale ressaltar a diferença entre as condições que podem influenciar neste processo.

Quando nos referimos aos fatores orgânicos logo pensamos: corpo físico, formação genética, patologias, hereditariedade, em fim, sabemos que carregamos em nós algumas características de nossos pais, avós...etc. e essa carga que herdamos poderão de alguma  maneira influenciar a forma de reter o conhecimento.

Fatores Psicológicos, a maneira como o individuo encara as situações, suas perspectivas, seu estado emocional seja alegria, dor, frustração, medo, ansiedade em fim, suas emoções. Está emocionalmente bem, convicto, seguro, será um condicionamento para um nível elevado de conhecimento. Ou seja quando nossas emoções estão desestabilizadas, poderemos desenvolver algum tipo de dificuldade para desempenhar o papel de aprender.

Fatores ambientais são aqueles relacionados ao meio ao qual estamos inseridos, tudo que vem de externo, colocado a nossa frente, as situações e ensinamentos familiares, o tipo de conduta cultural, qual os tipos de estímulos que se tem, influencias midiáticas etc. chegamos aqui a um ponto muito importante, pois acredito que muitos dos problemas comportamentais que dificultam a aprendizagem do aluno, são aqui expressos.

Vygotsky fala em sua teoria que o meio é um dos pilares para a formação do homem, que é a partir dessa interação com o meio que o homem se constitui e age sobre o próprio meio.

 A partir de observações iremos construir ideias e conceitos sobre o que vemos, ouvimos e a nós nos é ensinado na pratica ou na oralidade, isso é possível quando o nosso meio nos favorece o aprendizado e quando somos estimulados a aprender.

“...No fundo, significa dizer que a capacidade de cada um é ilimitada, mas depende das condições disponibilizadas pelo contexto, para evoluir e se expotencializar. (LDB Fácil, 23ª edição revisada atualizada e ampliada; leitura critico- compreensiva Artigo a Artigo; autor: Moaci Alves Carneiro; seção II- Educação Especial; p. 137 e 138).

Nenhum de nós nascemos prontos, pelo contrario, vamos nos constituindo cidadãos, reflexivos, e dotados de conhecimentos a partir de nossas vivencias e aprendizado, partindo desse pré suposto, entendo que se não nos é ensinado estudar, buscar conhecimento, ou manipular alguma coisa, logo teremos dificuldade em executar tal habilidade. Assim acontece com as crianças, aquelas que não são estimuladas, que vivem em zonas de riscos, em condições de miséria e fracasso evidente,  apresentarão uma dificuldade de aprendizagem e desenvolvimento. Como alguém vai gostar de estudar se passou a vida inteira ouvindo seus pais, amigos, família, dizerem “ odeio estudar, não gosto de trabalhar, só o faço porque sou obrigado”, essa criança tem algum estimulo positivo para gostar de aprender¿ é certo que não, e se essa criança não gosta, ela sente interesse¿ também não, e se não houver interesse, será fácil a aprendizagem¿ obvio que não.

“ Somos um animal que não nasce pronto; temo de ser formados. Essa formação pode nos levar a uma vida como beneficio ou maleficio, da pessoa que é capaz de produzir beneficio ou da que é capaz de produzir maleficio. Todos e todas somos capazes de ambas as coisas.”(Mario Sergio Cortella; livro: Educação Convivência e Ética, audácia e esperança; pag.15 capitulo 1).

O papel sócio cultural entra aqui, quando como sociedade compreendermos, que gerando uma postura de maturidade, respeito e valorização ao aprendizagem, muito de nossos problemas que interferem direta e indiretamente no processo de aprendizagem do aluno serão diminuídos.

“...Suas ideias sobre a consciência coletiva, apesar das variações que apresentam, chamaram a atenção para os modos como a interação social e as relações influem significativamente nas atitudes, ideias e nos sentimentos individuais. Dessa forma, Durkheim demonstra que a realidade da sociedade precede a vida individual. (Artigo: “NORMALIDADE E PATOLOGIA em educação especial”; Autora: Fabiana Wanderley; Psicóloga, professora Universitária, consultora pedagógica e mestra em Educação pela UFPE).

 

O processo de identificação entre dificuldade e patologia não é uma tarefa fácil, mas todo o profissional atuante em sala de aula deve detectar aquilo que esta dificultando a aprendizagem de seu aluno, essa investigação precisa ser ampla, assim pode facilitar a vida acadêmica do seu aluno, o fato é que como educadores é necessário o conhecimento mesmo que básico a respeito das dificuldades de aprendizagem que os alunos podem ter, saber que fatores sociais, emocionais, didáticos, neurológicos, emocionais, genéticos, dentre outros contribuem para a formação e o desenvolvimento do individuo, é preciso estar atentos a todo esses fatores, e a ficha do aluno é um dos aliados para a tarefa de investigações sobre causas externas a escola.

“...Ao Educador cabe apenas detectar as dificuldades de aprendizagem que aparecem em sala de aula, principalmente nas escolas carentes, e investigar as causas de forma ampla, que abranja os aspectos orgânicos, neurológicos, mentais, psicológicos adicionados a problemática ambiental que a criança vive. (serie Educação; problemas de aprendizagem; autoras: Elizabete da Assunção José e Maria Tereza Coelho; pag.23)

Vale ressaltar que as dificuldades de aprendizagem podem não ser uma  condição, mas pode ser um estágio, ao qual o individuo pode passar e supera-lo.

Durante esta pesquisa compreendi que todo o individuo, mesmo aqueles que aparentemente não executa o papel de aprendizagem como a maioria, ou possui algum atraso, são capazes de ir além e superar seus limites.

O filme como estrelas na terra retrata muito bem a história de um menino de 9 anos, com dislexia ( um problema de aprendizagem) e esse menino não conseguia de maneira alguma acompanhar seus colegas de classe, por falta de conhecimento de alguns professores e de sua família, essa criança passou uma parte de seu processo acadêmico sofrendo preconceitos, sofrendo agressões até mesmo física, o que desencadeou outros problemas como a falta de socialização, o menino já não se comunicava, já não se expressava nem para a dor nem para a alegria, apenas quando um professor com o conhecimento de causa e disposto a oferecer ao aluno recursos para facilitar seu processo, que esse aluno foi se superando, afinal de contas o mesmo possuía uma habilidade tremenda para desenhos artísticos, como Albert Aisten, como Leonardo Da’vince, grandes homens, que no seu processo de aprendizagem não executava suas tarefas como os demais, eles tinham sua dificuldades, mas não os impediram de alcançarem os objetivos, e isso foi possível por que haviam neles habilidades.

Esses exemplos deixa evidente que nenhuma de nossas crianças, são incapazes, podem haver limitações, mas limites podem ser superados, a  dedicação do profissional, o conhecimento dos pais, e os recursos necessários facilita a vida de um aluno com alguma dificuldade.

A escola deve ter em mente que mesmo no papel de ensinar, não é detentora do saber, e deve buscar sempre novos conhecimentos, isso implica em saber também que não devemos imputar no aluno, uma única maneira de aprender ou reter conhecimento, ser flexível, saber esperar o tempo de cada um, e respeitar os erros também, favorece, pois errar é um processo de aprendizagem também. O aluno que apresenta dificuldade não deve ser rotulado, desmerecido muito menos desacreditado, é preciso evidenciar suas potencialidades, e estimula-lo a evolução. O que não deve existir jamais no processo do ensino é negligenciar as dificuldades aparentes no aluno.

“...Piaget (1988), Vygotsky (2009), Baktin (1988 e Paulo Freire (1982a) cada um a seu modo, deixaram claro que TODOS SÃO CAPAZES DE APRENDER E DE AVANÇAR NA APRENDIZAGEM ESCOLAR. Portanto acesso aos níveis mas elevado de escolaridade e conhecimento segundo a capacidade de cada um é adotar ressalva que se opõe aos avanços da neurociência que, longe de enxergarem a inteligência, como uma característica inata, veem-na como um feixe de característica adquiridas. Neste sentido o fator ambiental é mais influente do que o fator genético. (LDB Fácil, 23ª edição revisada atualizada e ampliada; leitura critico- compreensiva Artigo a Artigo; autor: Moaci Alves Carneiro; seção II- Educação Especial; pag 136).

Os pais devem se interessar pelo processo educacional dos filhos, a presença dos pais nas escolas é fundamental, pois através do dialogo com o professor podem identificar algum comportamento inadequado, e permite o professor conhecer um pouco mais dos alunos, essa participação ativa na vida dos filhos, é importante e necessária, pois facilita a intervenção mais cedo, quanto mais cedo uma intervenção , melhor é para o desenvolvimento da criança.

A nossa sociedade, nossa cultura hoje está distanciando os pais dos filhos, e impedindo que nossas crianças tenham bons resultados, pois criam seres a base de troca, ao invés de sentimentos, o importante é ter dinheiro, para lhes comprar roupas caras, sapatos da moda etc., mas não lhes dão a atenção e o tempo necessário a fim de perceber algum possível problema que essa criança possa esta enfrentando.

CONCLUSÃO:

Diante dessa pesquisa, concluo que, as dificuldades de aprendizagem, existem por diversos fatores, os fatores patológicos podem ser em alguns casos  irreversíveis, o que não configura uma impossibilidade de avanços no aprendizado. É evidentemente que muitos dos problemas podem e devem ser evitados, algumas das causas advindas de ordens didáticas, sociais, culturais, econômica, etc., podem ser evitadas através de toda a população mobilizada em prol de uma sociedade mais justa, igualitária e que valorizam a diversidade.

Existem soluções para isso¿ sim, se houver um plano, uma mobilização e a participação de toda a sociedade e nação, um dia alcançaremos o objetivo da redução de dificuldade de aprendizagem causada por ordem sociocultural.

Quando os pais, valorizarem mais os filhos do que o que podem dar de bens materiais a eles, quando os professores se dedicarem a aprenderem mais, e quando esses profissionais forem reconhecidos como alguém que eleva uma sociedade a patamares mais alto, quando a nossa cultura for de valorização de leitura e conhecimento ao invés de  hostilidades e palavrões, quando os alunos verem seus pais valorizando, respeitando e contribuindo com o trabalho do professor, parte dos problemas que a escola enfrenta em seu processo de ensino serão amenizados, e com toda a certeza obteremos resultados satisfatório em relação ao desenvolvimento cognitivo dos alunos.

REFERÊNCIAS

  • José, Elizabete da Assunção e Coelho, Maria Tereza serie Educação; problemas de aprendizagem p.23.
  • LDB Fácil, 23ª edição revisada atualizada e ampliada; leitura critico- compreensiva Artigo a Artigo; autor: Moaci Alves Carneiro; seção II- Educação Especial; p. 137 e 138
  • Cortella, Mario Sergio; livro: Educação Convivência e Ética, audácia e esperança; pag.15 capitulo 1
  • Wanderley, Fabiana Artigo: “NORMALIDADE E PATOLOGIA em educação especial”;; Psicóloga, professora Universitária, consultora pedagógica e mestra em Educação pela UFPE.

Graduanda em Pedagogia pela Faculdade de Estudos Sociais Aplicada de Viana. Avaliação da Disciplina de Didática I - Professora Dra. Monique Beltrão.

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