REFLETINDO SOBRE A HISTÓRIA DO BRASIL!

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

Para quem imagina ser a História somente uma disciplina estudada nos bancos escolares, está profundamente enganado. Essa ciência busca demonstrar a evolução humana inserida em seu tempo histórico, faz com que possamos entender, dentre tantas questões, como foi o desenrolar da História de nosso país!

Em minhas aulas, cobro muito dos alunos o estudo desta disciplina focado na reflexão, no entendimento, jamais pautada em memorização de nomes ou datas. Por exemplo, na semana passada, acompanhei os festejos dos 73 anos de emancipação política de meu município natalino, Capinzal SC e percebi que há muitos cidadãos e autoridades com o espírito patriótico, resgatando os aspectos históricos deste pujante município do oeste catarinense. Parabéns pela homenagem!

No cenário histórico brasileiro, o ano de 2022, remete-nos a dois acontecimentos reflexivos: a Semana de Arte Moderna, ocorrida no Teatro Municipal de São Paulo, entre 13 a 18 de fevereiro de 1922, tendo como proposta apresentar uma nova estética artística para todos os campos das artes, quando o Brasil celebrava o centenário de sua Independência, ocorrido em 07/09/1822. Outro fato histórico é o bicentenário da emancipação política do Brasil, quando houve a separação de Portugal. A respeito dos duzentos anos da Independência, escreveremos muitos artigos. Fica a deixa aos colegas professores de História: promovam projetos para ser ‘repensado’ o significado desta separação administrativa, depois de 322 anos de colonialismo. Por favor, sem ideologização!

A Semana da Arte Moderna, apesar de ter sido um movimento de carácter burguês e elitista, mobilizou intelectuais paulistas, estes estudavam nas melhores universidades de Paris, como Mário e Oswald de Andrade, Di Cavalcanti, Heitor Villa-Lobos, dentre outros que introduziram uma ‘revolução artística e literária’ em nosso país.

Em que pese toda a dimensão da intelectualidade e uma nova forma de apresentar o contexto cultural, chama atenção como foi à reação do público, quando acontecia aquela Semana, além de não aceitar as novas concepções literárias, comparou aqueles artistas com doentes mentais e loucos.

Apesar do fracasso da Semana de Arte Moderna, ela se tornou um marco cultural na arte brasileira e ditou regras na Academia Brasileira, influenciando manifestos, revistas e movimentos intelectuais depois de 1922.

Obviamente seria necessário maior aprofundamento a respeito deste importante episódio denominado ‘Semana de Arte Moderna de 1922’. Importa é não esquecer o acontecimento, e fazer seu estudo no contexto de imparcialidade.

A História do Brasil, infelizmente não é estudada em sua plenitude. Quiçá possamos evoluir para compreender a totalidade dos acontecimentos, dentro de seu tempo histórico, onde o professor não ‘tome partido’ em relação aos fatos ocorridos!

Ainda há livro didático, fornecido ao aluno, tendo aparato do professor que faz da sala de aula a ‘sementeira ideológica’, essa, além de desvirtuar o conhecimento, torna-se devastadora, pois cega e leva o aluno ao comportamento de mero robô acéfalo. Triste, angustiante, contudo é a pura realidade.

História, ciência milenar que deveria ser estudada, aprofundada e refletida. Contudo, a cada dia, denuncias são feitas, pois em inúmeros estabelecimentos de ensino não temos ‘professores desta disciplina’, mas, apenas militantes políticos. 

Pensem nisto! Até o próximo!