APRESENTAÇÃO

A presente reflexão tem como objectivo conhecer as fases que reescrevem a verdadeira história do povo de M'Bailundo olhando para a sua cronologia que começa com o Rei Katiavala I e termina com o reinado de Katchiotiopololo; de referir que a nossa fundamentação visa buscar a compreensão antropológica e filosófica do reino da toupeira real de Angola (M´balundo). 
Ademais, apresentaremos as origens dos povos Ovibundos, as suas regiões e a diversidade de suas tradições, sem esquecer a força que os caracteriza. Estes povos normalmente estão localizados no planalto central (centro de Angola) que por sua vez as suas histórias foram muito marcantes na sociedade angolana. Então falar desse povo é falar um pouco da cultura e das tradições angolanas no planalto central. No entanto poderemos fazer o detalhe de cada cultura, neste caso Bailundo. Assim vale lembrar que nos últimos vinte anos, nomeadamente desde os finais dos anos oitenta do século XX, a problemática das autoridades tradicionais africanas e da sua relação com os estados independentes tomou foros de agenda política e académica de enorme relevo.
Na sequência da crise generalizada dos estados africanos independejntes; da consciência, no final da década de oitenta, da deficiente governabilidade dos aparelhos administrativos estatais e suas elites políticas nacionais; e do falhanço dos sucessivos modelos de desenvolvimento e das estratégias de reajustamento estrutural; e correlacionada com a emergência de novas dinâmicas políticas, endógenas e exógenas, centradas nos processos de transição e consolidação do multipartidarismo; na crença das virtualidades das sociedades civis africanas; dos processos de descentralização político-administrativa e de uma hipotética democracia participativa regeneradora das assimetrias internas; as autoridades tradicionais ressurgem e reassumem papéis e estatutos sociais "adormecidos" desde o final do colonialismo.
 Estado angolano necessitou «de estender a sua autoridade à totalidade do território, iniciando um processo de formação e consolidação em zonas onde a sua presença era fraca, ou mesmo inexistente» defende (FLORÊNCIO, 2005). É, mister referenciar que a fraca actuação das universidades no que concerne a investigação e extensão universitária, sobre  as populações Ovimbundu, são quase inexistentes estudos actualizados sobre as autoridades tradicionais;assim como a falta de análises sobre acções sóciais sobre a situação das autoridades tradicionais e sobre a sua legitimidade faces às populações, dinâmicas e conflitos internos e, por conseguinte, sobre o papel que podem desempenhar neste processo de reconstrução do Estado  local. 
No entanto, tomando como modelo comparativo o que se vem passando na generalidade dos diferentes reinados de África e de Angola em particular,  a olhar de forma objectiva para  os finais da década de oitenta; assim é, coerente esperar que as autoridades tradicionais Ovimbundu constituam um grupo de actores políticos locais de forte legitimidade para as populações, com uma importância relevante na condução dos processos de desenvolvimento socioeconómico e de formação e consolidação do Estado de Democrático e de direito.
Neste sentido, esta investigação, que se centra sobre reino do M'Balundu, no actual município do Bailundo, província do Huambo, constitui uma abordagem inacabada sobre a problematica da etnolologia dos toupeira, de referir que com esta problemática pretendemos colmatar precisamente a ausência de estudos concretos sobre esta instituição de poder tradicional do reino do M'Balundu, pois a nossa constituição da República consagra a ele o direito custumeiro como uma condição para regular as acções que são desenvolvidas nas ombalas. Assim parece ser extremamente importante que se valorize a evolução histórica dos povos, as suas condições actuais de existência e de reprodução sociopolítica, precisamos validar a capacidade que eles têm de influência a vida das populações, numa zona do país. Dada as lutas frenéticas a quem são submetidas as populações é de fulcral importância que se reconheça o grande papel dos clero que compõe o reinado. Para todos os efeitos compreender os factores que sustentam a sua história, económia, político e a sua dimensão social.