Quando o assunto são custos, em todas as frentes, mesmo sem analisar os dados e seus respectivos impactos, a palavra-chave é redução. No entanto, nem todos estão preparados para esse desafio. 

Na raiz da questão, não se visa reduzir custos, mas sim, eliminar desperdícios.

O problema é que, a maioria acha que custos e desperdícios são a mesma coisa. Mesmo com conceitos distintos, ambos possuem um ponto em comum: para combatê-los é preciso ter conhecimento fino das operações.

Reduzir custos é um processo e como tal, precisa de engajamento, tanto da alta gestão como da operação. Pode apresentar resultados imediatos, porém questionáveis. Reduzir custos leva tempo e exige paciência. Além de usar técnicas e procedimentos, a redução de custos também é uma questão cultural. Todo o aparato metodológico disponível, é preciso foco, disciplina e uma profunda mudança de hábitos no dia a dia. Essa mudança é fator fundamental para se chegar ao objetivo desejado.

Não se reduz custos impositivamente e nem sem objetivos claros estabelecidos, debatidos e compartilhados. Reduzir custos necessita de envolvimento de todos na organização. Como dito acima, é uma mudança de hábitos e assim sendo, todos devem estar envolvidos, do mais alto cargo ao mais baixo. Não se reduz custos somente agindo em questões operacionais. Para um bom projeto de redução de custos, tudo deve começar com um bom planejamento, seguido por seu desdobramento entre as áreas e por fim, uma correta e precisa execução do que foi planejado.

Uma boa estratégia para se reduzir custos é classificá-los em duas frentes: os que agregam valor e os que não agregam valor. Para tanto, antes é preciso entender que, quem define valor, é o cliente e não a empresa. O cliente busca “não o que você faz”, mas “o porquê você faz”. Agregar valor através de uma nova visão sobre os custos é manter o foco na satisfação e encantamento do cliente. Essa estratégia possibilita a redução de custos sem o estrangulamento dos recursos necessários ao suporte das operações e leva a organização a um novo patamar de satisfação financeira e também de competitividade.

Na grande maioria das vezes, a redução de custos está voltada apenas para o ambiente interno da empresa, tendo como objetivo a melhoria na utilização dos recursos financeiros necessários ao bom desempenho produtivo e geração de caixa. Agora imagine se além desse objetivo, também se abranger o cliente. Quando os custos são reduzidos apenas internamente, não gerando valor ao cliente, haverá certamente ganhos para a empresa. No entanto, se o foco abranger também a redução dos custos nos processos críticos daquilo que é produzido e entregue ao cliente, além de ganhos internos, a empresa dará um salto significativo no que realmente importa em seu portfólio: o cliente.

Não basta cortar custos. É preciso saber o que cortar e principalmente o quanto cortar. Nesse sentido, o levantamento dos custos não pode ser feito apenas quando da necessidade de um projeto de redução. Os custos devem ser acompanhados e avaliados continuamente, não deixando margens para desvios inesperados. Os custos são a temperatura da empresa. Qualquer variação que não seja mapeada e tratada imediatamente impacta diretamente no preço final do que é ofertado ao mercado, reduzindo a lucratividade da empresa.

Por fim, é importante estabelecer que para cortar custos é preciso ter critério. A falácia de que todo pequeno custo deve ser cortado é um engano. Não se estabelece corte de custos pelo seu tamanho. A decisão de cortar custos deve estar embasada no impacto que este gera no produto/serviço final produzido e entregue ao cliente. A regra não é simplesmente cortar, mas remodelar com eficácia o uso dos recursos produtivos, sem sufocar as operações e nem impactar a satisfação do cliente final.