REDUÇÃO DA MOBILIDADE NA VIDA IDOSA E SEUS EFEITOS.

 

Rafael de Souza Arantes

 

Resumo

 

Como já é de conhecimento de todos, a população brasileira e mundial venha cada vez mais ganhando a tendência de envelhecimento, e observando essa tendência muito tense pesquisado sobre como chegar e permanecer com qualidade de vida nessa faixa etária da vida. O presente artigo visa trazer uma discussão sobre o tema de redução da mobilidade do idoso e como essa redução o leva a ficar cada vez mais dependentes.  

 

PALAVRAS CHAVES: Idosos; Mobilidade; Alongamentos; Flexibilidade.

 

 

Introdução 

 

 

 

 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE, 2018) a população brasileira sustentou a tendência de envelhecimento dos derradeiros anos e ganhou 4,8 milhões de idosos desde 2012, batendo a marca dos 30,2 milhões em 2017.

Envelhecer para os humanos versa num processo de transformação progressiva da estrutura biológica, psicológica e social dos indivíduos que, se tem início antes do nascimento e vai se desenvolvendo ao longo da vida. O envelhecimento não é um problema, mas um processo do ciclo da vida que deve ser vivido de modo saudável e com bastante autonomia o maior tempo possível. Para isso, é necessário que as pessoas idosas se envolvam na vida social, económica, cultural, espiritual e civil, para que envelheçam de uma forma ativa (AZEVEDO, 2015).

Neste contexto, a prática regular de atividade física para adultos idosos tem sido amplamente recomendada como forma de atenuar e/ou reverter os efeitos deletérios do envelhecimento em diferentes sistemas do organismo humano (ARCHOUR JUNIOR, 2009).

Para Gallo (2012) dentre várias mudanças que ocorrem nos sistemas do corpo humano ao longo do processo de envelhecimento são percebidas as alterações no sistema neuromuscular e osteoarticular. Essas alterações podem ocasionar na diminuição dos diferentes componentes da capacidade funcional, em especial, na força muscular e flexibilidade. Estes elementos por sua vez, possuem importantes relações com a efetivação de atividades de vida diária (AVD) e, por consequência, com a manutenção da autonomia funcional e qualidade de vida do indivíduo idoso.

 

 Perda da mobilidade na vida idosa

 

O processo de envelhecimento acarreta em decadência das funções biológicas, sociais, intelectuais e funcionais, adicionam alterações nos componentes da capacidade funcional, com perda da elasticidade e viço da pele; diminuição da força muscular, da agilidade e da mobilidade das articulações (ZAMBON et al., 2015).

Albino et al. (2012, p.18) apresentam que “os efeitos deletérios na capacidade funcional e a deterioração da mobilidade ocorrem, com o avanço da idade, sobretudo pela perda gradativa da massa muscular e, consequentemente, da força muscular”.

Prado et al. (2010, p. 184), revela que “há um declínio na independência do indivíduo com a diminuição da força muscular de membros inferiores, levando a um maior risco de quedas e à maior probabilidade de instabilidade ou imobilidade”.

Fidelis, Patrizzi e Walsh (2013) observaram em seus estudos que a maioria das perdas funcionais se acentua com a idade devido à insuficiente atividade do sistema neuromuscular, ao desuso e à diminuição do condicionamento físico, causando desordens e situações debilitantes, desnutrição, ansiedade, depressão, insônia. Estas, por sua vez, conduzem à perca de mobilidade.

Quanto mais o indivíduo fica idoso, menor será sua flexibilidade, seus tendões e as fáscias musculares, podendo assim acontecer a atrofia muscular, que pode afetar vários locais do corpo, dentre eles a coluna cervical e lombar, acarretando a perda de mobilidade e elasticidade (PACHECO, 2016).

Quanto ao estado físico, os contratempos de mobilidade, equilíbrio e controle postural são respeitados como os principais contribuintes para a ocorrência de quedas. Idosos institucionalizados (aqueles que ficam em casas de apoio), com déficit de mobilidade, mesmo que fraca, já apresentam risco para quedas, sendo indispensável instituir estratégias de prevenção que evitem as morbidades advindas do episódio da queda (FERREIRA et al., 2016).

De forma relativa aos fatos que se relacionam com o ambiente físico, estes podem marcar a diferença entre a independência e a dependência dos idosos. A existência de um grande número de barreiras arquitetônicas ajuda para aumentar a predisposição ao isolamento social, à depressão, à redução da resistência física e a um aumento de problemas relativos à mobilidade (AZEVEDO, 2015).

Sartori, Sartori e Bagnara (2012) concluíram em seu estudo que o treinamento da flexibilidade pode ser, então, um intenso aliado para o idoso no que tange a sua mobilidade e melhora da sua capacidade funcional, autonomia, independência. Além de ajudar a incrementar sua expectativa de vida, tem a competência de contribuir para prorrogar algumas debilidades que atingem os idosos, e como consequência disso, melhora de forma considerável a qualidade de vida e níveis de saúde em idosos inseridos em programas regulares de exercícios físicos que têm em sua programação treinamentos específicos para a flexibilidade.

Ao tornar a mobilidade comprometida, tendo falta de equilíbrio postural fica determinada a dependência nas atividades de vida diária, sequelas psicológicas (medo de cair e isolamento social), aumenta o risco de quedas e a pobre qualidade de vida. Indivíduos da terceira idade com limitações de mobilidade exibem maior risco de quedas enquanto realizam suas atividades diárias e, tornar-se dependente, é um dos maiores temores da pessoa idosa (FERREIRA et al., 2016).

Azevedo (2015) mostrou em sua pesquisa que para pessoas idosas a prática de exercício físico tem total importância para o aumento ou a preservação da força e da potência muscular, manutenção da mobilidade e prevenção e redução das quedas e das fraturas.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

No presente artigo verificou se que dentre os efeitos do envelhecimento os mais relevantes para a perda de mobilidade nos idosos tem como principais a diminuição da flexibilidade e força, causados pelo declínio da massa muscular e a elasticidade de tendões e articulações, causa assim uma maior tendência de quedas e perda de dependências para realização de tarefas do dia a dia nesta faixa etária. Onde a atividade física entrar não só como prevenção desse processo deletério, mas como forma de manter uma maior qualidade de vida do idosos.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ALBINO, Igna Luciara Rafaelli; FREITAS, Cintia de la Rocha; TEIXEIRA, Adriane Ribeiro; GONÇALVES, Andréa Krüger; SANTOS, Ana Maria Pujol Vieira dos e BÁS, Ângelo José Gonçalves. Influência do treinamento de força muscular e de flexibilidade articular sobre o equilíbrio corporal em idosas. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia., RIO DE JANEIRO, 2012; 15(1):17-25

 

ARCHOUR JÚNIOR, Abdallah. Exercícios de alongamentos: anatomia e fisiologia. 3. ed. Barueri, SP: Manole, 2009.

                           

AZEVEDO, Marta Sofia Adães. O envelhecimento ativo e a qualidade de vida: uma revisão integrativa. 2015. 92f. Dissertação para mestrado. Escola Superior de Enfermagem do Porto. Curso de mestrado em enfermagem comunitária. Porto.

 

FERREIRA, Lidiane Maria de Brito Macedo; ROIG, Javier Jerez; ANDRADE, Fabienne Louise Juvência Paes de; OLIVEIRA, Nayara Priscila Dantas de; ARAÚJO, José Rodolfo Torres de e LIMA, Kenio Costa. Prevalência de quedas e avaliação da mobilidade em idosos institucionalizados. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia., Rio de Janeiro, 2016, v. 19 n. 6 p. 995-1003.

 

 

FIDELIS, Luiza Teixeira; PATRIZZI, Lislei Jorge e WALSH, Isabel Aparecida Porcatti de. Influência da prática de exercícios físicos sobre a flexibilidade, força muscular manual e mobilidade funcional em idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia., Rio de Janeiro, 2013. V. 16 n. 1 p. 109-116.

 

GALLO, Luiza Herminia. Efeitos do treinamento de flexibilidade na capacidade Funcional e seus componentes, em idosas: um estudo Controlado randomizado. 2012. 63f. Dissertação para mestrado. Universidade estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Instituto de Biociências – Rio Claro. 

 

IBGE. Número de idosos cresce 18% em 5 anos e ultrapassa 30 milhões em 2017. 2018. Última atualização 01/10/2018. Disponível em: < https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/20980-numero-de-idosos-cresce-18-em-5-anos-e-ultrapassa-30-milhoes-em-2017>. Acesso em 03 jul 2020.

 

PACHECO, Monalize. Análise da flexibilidade em idosas praticantes de hidroginástica e musculação. 2016. 36f. Monografia para bacharelado em Educação Física. Universidade de Santa Cruz do Sul. USCS. 2016.

 

PRADO, Ralfe Aparício do; TEIXEIRA, Andréa Lemos Castilho; LANGA, Cátia Juliana Samuel Oliveira; EGYDIO, Paula Regina Maria e IZZO, Paola.  A influência dos exercícios resistidos no equilíbrio, mobilidade funcional e na qualidade de vida de idosas. Revista O Mundo da Saúde., São Paulo, 2010. V. 34 n. 2. P. 183-191.

 

SARTORI, Madrison Nunes; SARTORI, Marcos Rodrigo e BAGNARA, Ivan Carlos. A flexibilidade e o idoso; Revista Digital EFDeportes, Buenos Aires, Ano 17 n. 169. Jun/2012. Acesso em 26/06/2020 às 14:36pm < https://www.efdeportes.com/efd169/a-flexibilidade-e-o-idoso.htm Acesso em 26/06/2020>.

 

ZAMBON, Thiago Barbosa; GONELI, Pamela Roberta Gomes; GONÇALVES, Rodrigo Detone; BORGES, Bruno Luis Amoroso; MONTEBELO, Maria Imaculada de Lima e CESAR, Marcelo de Castro. Análise comparativa da flexibilidade de mulheres idosas ativas e não ativas. Revista Acta. Fisiatr. 2015. Vol. 22 n. 1. ; p,14-18.