Tema: Desafios para inclusão social do deficiente físico no Brasil 

 

                         “Se puderes olhar, vê. Se puderes ver, repara". A frase célebre, do autor José Saramago, induz uma reflexão acerca dos entraves para a inclusão social dos deficientes físicos no Brasil, tendo, em conta, que a temática ainda é pouco discutida, ou seja, quase não é vista, o que, infelizmente, é reflexo de uma sociedade marcada pela leviandade. Esse cenário deletério ocorre não só em razão do preconceito enraizado, mas também devido à inexistência de ambientes adaptados. Desse modo, é imprescindível analisar tais causas, a fim de promover meios para inclusão social dessas pessoas.

                           Sob tal perspectiva, é lícito  destacar os fatores que suscitam o preconceito contra as pessoas com algum tipo de deficiência. A esse respeito, o conceito de homem, do filósofo Nietzsche, diz que esse está preso em convenções sociais, que, necessariamente, precisam ser preenchidas por padrões — o homem é, dessa forma, um ser normal, não podendo ser prejudicado por nenhuma particularidade na sua personalidade. Consequentemente, o indivíduo portador da doença que o faz ser diferente dos demais é vítima de piadas, de ofensas e, lamentavelmente, é excluído do modelo social, ao ser dispensado no mercado de trabalho, por exemplo. Por conseguinte, enquanto a sociedade não rever suas ações, o problema persistirá.
    
Outrossim, é imperativo ressaltar a importância de um ambiente adaptado para esse núcleo, visando ao melhor conforto e acolhimento. Nesse sentido, o ambiente de trabalho deveria atender a cada cidadão especial, de forma a incluí-lo de acordo com as suas necessidades e limitações. A exemplo disso, segundo o filósofo Michel Foucault, em sua obra “Vigiar e Punir”, as instituições de ensino massificam o homem, ao preterir sua individualidade. De forma análoga, tal conceito relaciona-se ao ambiente social contemporâneo, que impede a integração de pessoas autistas, por exemplo, por não atender às suas demandas próprias: faltam profissionais capazes de lidar com as restrições de convivência impostas pela enfermidade as quais possam promover adaptações nos locais de coletividade.

É inexorável, portanto, que meios para inclusão social do deficiente físico sejam adotados, a fim de mitigar tal impasse. Para tanto, urge que o Ministério da Educação intensifique, por meio dos veículos midiáticos, o uso de campanhas publicitárias nas redes sociais, de modo a expandir, com maior alcance, o respeito mútuo, sem que haja exclusão social de nenhum indivíduo, com o fito de amenizar esse quadro. Dessarte, o Governo Federal deve, ainda, através de um redirecionamento de parte dos impostos pagos pela sociedade, promover espaços adaptados e confortáveis para esse núcleo - como nos ambientes de trabalho, por exemplo-, gerando, dessa forma, maiores oportunidades de inclusão paras os deficientes. Feito isso, observar-se-á um Brasil marcado pela inclusão, e, ademais, o que fora dito por José Saramago sairá, de fato, do presságio.