Redação Criativa: Descrição de personagens e lugares

A palavra descrição, segundo o dicionário Houaiss, significa “relato das características, exposição oral ou escrita”. Aprofundando essa ideia a quem deseja escrever uma história, conto, crônica, entre outros; a descrição do texto serve como aprofundamento de algo ou alguém, ou seja, o enredo que se pretende contar pode apresentar detalhes, nuances, cores, formas e até cheiros. Pareceu estranho? Vejamos então os tipos de descrição e suas peculiaridades.

Descrição de pessoa: Ao destacar um personagem, é importante salientar as características físicas e psicológicas tanto dos personagens que estão no enredo da história. Qual é a cor do cabelo de seu personagem? Como é o temperamento? Agressivo? Calmo? Amoroso ou mais Frio?

Descrição de lugar: Busque ressaltar ao leitor onde ocorrem os fatos de sua história. Qual é a cidade? O local é aberto ou fechado? O ambiente apresenta cores, pessoas, animais? A criatividade é sempre importante.

Descrição de objeto: Destaque o formato dos materiais e objetos simbolizados. Qual é a cor, altura, peso e aparência de seus objetos?

Descrição sensorial: São os detalhamentos mais subjetivos de uma história e tornam o texto mais requintado, afiado e interessante ao leitor. Quais são as emoções, impressões e abalos do personagem por algo ou alguém?

Observe, nesse trecho do “Mistério do Trem Azul” da escritora inglesa Agatha Christie, como ela elabora descrições. Leia a seguir:

“A francesa estava encantada. Tinha um temperamento de artista, azedado naquela manhã pela visita(...)Ela escrutinou Katherine com olhos astutos e espertos(...)

“Um calafrio cruzou o corpo de Katherine, uma assustadora sensação de tragédia, de catástrofe iminente...”.

“Lançou-se, taciturno, em uma grande poltrona forrada de couro”.

Agora, leia a descrição da autora brasileira Clarice Lispector no conto “Obsessão”: “Sempre fui sossegada e nunca dei provas de possuir os elementos que Daniel desenvolveu em mim(...)Vivemos, de minha infância até meus catorze anos, numa boa casa de arrabalde, onde eu estudava, brincava e movia-me despreocupadamente sob os olhares benevolentes de meus pais”.