O triátlon é um esporte relativamente novo, composto por 3 atividades diferentes, a natação, o ciclismo e a corrida, todos exercícios de resistência.  De acordo com o Comitê Brasileiro de Triátlon, o esporte surge em 1974, quando em um clube de atletismo, enviou a seus atletas, uma planilha de treinos para as férias, que consistia nas 3 atividades que viriam a se tornar o esporte como conhecemos hoje.  No ano de 2000, em Sydney, Austrália, se tornou um esporte olímpico, em que nessa modalidade é composto por natação (1,5km), ciclismo (40 km) e corrida (10km).

            É uma atividade de longa duração que exige muita resistência de seus participantes, o recurso energético utilizado durante esse tipo de esporte é predominantemente proveniente do sistema aeróbico oxidativo.

            Como todo esporte, os seus atletas sempre buscam formas de melhorar sua performance, com métodos de treinamento, buscas por tecnologias e métodos nutricionais, nesse contexto, entra os recursos ergogênicos, que definido por NAHAS (2000) Apud Xavier (2012) como “fatores externos e internos que auxiliam na melhora da performance atlética, durante a realização de uma atividade física” , ou seja, todo método ou estratégia, com objetivo de melhorar o desempenho do ponto de vista fisiológico, são considerados como recursos ergogênicos.

É importante diferenciar os recursos ergogênicos do doping, apesar de parecidos em definições, os recurso ergogênicos não são proibidos ou imorais para o esporte, Rubio e Nunes (2010) diferencia o doping dos recursos ergogênicos, pelo fato do último ser proibido por comissões internacionais, “Basicamente o uso de doping se diferencia do uso de recursos ergogênicos pelo tipo de substância ou método utilizado”, os autores ainda afirmam que, caso um recurso ergogênico passe a ser incluído na lista de métodos proibidos por essas comissões, este passa a ser considerado doping.

            Os recursos ergogenicos não será necessariamente algo antinatural, mas é algo que pode aumentar a vantagem a quem utiliza, Neto (2001) divide os recursos ergogênicos em 3 grupos, os recursos Fisiológicos, Nutricionais e Farmacológicos, deixando de lado os recursos mecânicos e psicológicos, estes mais complexos de terem sua eficácia comprovada e detalhada.

             Para Neto (2001) ” Os agentes ergogênicos fisiológicos incluem todo mecanismo ou adaptação fisiológica de melhorar o desempenho físico”.  Por esse ponto de vista, os exercício físico como forma de treinamento, é considerado um recurso ergogênico, ainda é citado pelo autor, a adaptação a altitude como um exemplo.  Já os recursos nutricionais são caracterizados “aplicação de estratégias e pelo consumo de nutrientes com grau de eficiência extremamente variável.  Neste caso, utiliza-se das características dos nutrientes e a suplementação dessas substâncias. Por último o agentes farmacológicos, que são “referentes as propriamente ditas, seja elas de uso lícito ou não”  Nunes (2013)

Como se trata de um esporte de longa duração e que utiliza sistema aeróbico oxidativo, nesse caso devemos pensar em métodos que melhore a performance a partir desse ponto de vista.

Pensando em recursos ergogênicos nutricionais, temos que lembrar que essas atividades de longa duração, e utilizando predominantemente o sistema oxidativo, causam desgaste no organismo e ocorre a liberação de radicais livres, Schneider e Oliveira (2004) afirma que “O aumento do consumo de oxigênio, assim como a ativação de vias metabólicas específicas durante ou após o exercício, resulta na formação de radicais livres de oxigênio.”    ,

Portanto devemos pensar em formas de combater esse estresse oxidativo que ocorre no corpo durante essas atividades , Bianchi e Antunes (1999) dizem que "os antioxidantes são agentes responsáveis pela inibição e redução das lesões causadas pelos radicais livres nas células” neste caso,  esses antioxidantes são encontrados em alguns nutrientes que podem ser considerados como recursos ergogenicos,  Agapito, (2008) apud Biedermann et al (2009) diz que “as vitaminas desempenham função imunológica e antioxidante”, nesse caso é um importante método de reduzir o desgaste físico dos treinamentos, dando maior atenção em sua dieta. Biedermann et al (2009)

            O uso do carboidrato antes, durante e após o exercício também é uma forma de recurso ergogenico  nutricional usado por alguns atletas, para que se mantenha o rendimento durante a atividade física Biedermann et al (2009) diz sobre o uso do carboidrato como ergongenico “Antes e durante a atividade física, a importância da ingestão do carboidrato existe, para que não haja uma queda de rendimento do atleta e após, para que haja uma rápida recuperação e reposição dos componentes perdidos e consumidos durante o exercício”.  Essas são formas de reduzir o desgaste durante o treino e melhorar a performance através da alimentação.

             Os recursos farmacológicos, são inúmeros, mas a maioria deles entram em desacordo com o esporte por serem considerados doping, mas alguns são liberados pelas agenciais internacionais, para uso no esporte, como é o caso dos medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs), no caso de esportes de longa duração, ocorre um maior desgastes e a inflamação, que é definida como “um processo defensivo local à agressão de agentes lesivos, caracterizado por uma sequência de fenômenos irritativos, vasculares, oxidativos, degenerativos necróticos e produtivos reparativos, acompanhados ou não de reação geral do organismo. “ Correa et al (2010).

Neste caso, o uso de anti-inflamatórios pode auxiliar na recuperação dessas lesões e reduzir a dor após o exercício, o autor ainda afirma que “uma vez que são substâncias permitidas pela World Anti-Doping Agency (WADA), os AINEs acabam por ser utilizados em elevada frequência, por um número considerável de atletas”  Correa et al (2013) como não é considerado doping, esses fármacos podem ser utilizados pelos atletas para a recuperação.

            Os resultados da pesquisa feito pelo autor chegou à conclusão de que esse fármaco tem em partes benefícios para o atleta, podendo ser utilizado como coadjuvante no tratamento.

 

                                      

A investigação atual demonstra que o consumo de AINEs  pode ser benéfico com o objetivo de diminuir o tempo de regresso à competição e ao treinamento de atletas lesionados, mas também que os AINEs devem ser apenas uma parte do total do plano de tratamento. Correa et al (2010)

 

Os recursos ergogênicos são utilizados para a melhora do desempenho, podendo ter diversas origem e diferentes métodos, alguns desses recursos, são proibidos no esporte, por serem considerados doping, resultado em vantagem desonesta na competição, enquanto outros, liberados para o uso ajudam no desempenho esportivo a na preservação da saúde do atleta.

 

Referências bibliográficas

 

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