RECORDAR É VIVER

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

Neste artigo, deixarei de lado as questões políticas, elas são importantes, mas, também devemos valorizar a nossa vida, especialmente quando temos a oportunidade de evidenciar seus aspectos positivos!

Nestes tempos de recolhimento, de alarde de tragédias que evidenciam a morte, mas tendo a consciência que devemos nos cuidar, como este que vos escreve, pois me enquadro no grupo de risco, devo ficar em casa, mas com a mente ocupada. Neste contexto resolvi fazer uma revisão na caixa de meus e-mails, encontrei milhares, tendo a grata surpresa de encontrar alguns com homenagens ao artigo escrito a respeito ‘da minha terra natal, Capinzal (SC)’!

Tomarei a liberdade de citar o nome do senhor Paulo Deniz Sinhoratti, enviou um e-mail, enaltecendo os artigos escritos por ocasião dos setenta e um anos de emancipação política de Capinzal. Particularmente fiquei lisonjeado! Cito o nome deste leitor, pelo fato deste, a partir daqueles meus artigos, ter rememorado parte de sua trajetória vivida naquele rincão!

Como dito acima, vivemos em época de incerteza, pânico e individualismo onde a existência perde sentido! O sensacionalismo midiático, açucarado com tramoias de políticos inescrupulosos, desejosos unicamente do poder leva a população a perder o encanto pela vida. No reverso desta pandemia, nada melhor que recordar, desta forma, a vida não perder seu valor! 

Neste sentido o e-mail do senhor Sinhoratti, levou-me a escrever este artigo, não apenas para agradecer sua generosa leitura e seus elogios aos meus artigos, mas pela oportunidade de entender que muitos leitores rememoram parte de sua infância, adolescência e juventude, obviamente de quem viveu em Capinzal!

Portanto, recordar é viver! Ultimamente tenho rememorado, por meio do whatsapp ou facebook, com amigos como Francisco Belotto, Bonifácio Szemansqui, Gilberto Lima e o primo Laércio Toaldo muitas histórias que aguçam o espirito saudosista de bons tempos vividos naquela região do vale do Rio do Peixe!  

Refutar a memória é deixar o humano de lado! Ao ver imagens no facebook do deplorável Rio do Peixe, sonhei com ele, pois fui ligado com este rio, tanto na infância, adolescência e juventude, uma vez que nele havia: abundância de peixe, água límpida e no calor, era possível desfrutar de agradáveis banhos que alegravam as tardes de domingo!

Em meio ao cenário dos banhos, surgia a imponente e majestosa ‘Maria Fumaça’, chamada de ‘lastro’ e seus incontáveis vagões carregados com madeira, bois, cavalos, combustível, entre outras cargas, além de no final, haver os vagões de passageiros. Este era o chamado ‘trem misto’. Contar os vagões ou se pendurar no último vagão, era algumas de nossas aventuras!

Lembro que na região, onde é entrada da ponte pênsil, para quem vai ao município do Ouro (SC), situava-se a ferroviária, além da plataforma de embarque/desembarque, também eram feitos as demais cargas. Algo fascinante era ver a ‘Maria Fumaça’ sendo abastecida com água na enorme caixa d’agua!

Recordar é trazer a vida passada com o deguste da memória! Atualmente é estarrecedora a situação de abandono daquela ferrovia, que teve seus trilhos importados da Inglaterra. Melancólico também é perceber que o Rio do Peixe, parece ser um estranho para sua gente! O progresso e sua tecnologia não poderão substituir a vivência da geração que não soube o que era individualismo, era preocupada em viveu intensamente, por isto, valoriza a memória e sua história!

Tentarei, para o próximo, recordar um pouco da paixão pela região onde nasci e fui criado: ‘frigorifico ouro’!

 Aguardem!