"Readaptado ou excluído": A realidade do professor fora da sala de aula!
Por edneuza ferreira coutinho | 02/03/2020 | EducaçãoO acontece quando um professor se depara com a triste realidade fora da sala de aula?
Após anos de contribuição na educação pública, o professor que adoeceu por diversos fatores inerentes a sua profissão, se depara com uma realidade cruel, e por vezes humilhante. Sim! pois antes visto como um trabalhador, passa a ser visto como um encostado ou até mesmo um inutil dentro da própria unidade em que trabalha.
Claro que há sempre as exceções, alguns conseguem por conta própria, se manter ativos, independentemente dos conceitos de muitos. Quando vai em busca de novos afazeres de acordo com seu laudo, acaba sendo ignorado ou até mesmo confrontado sobre a necessidade de se trabalhar, uma vez que recebe seu sálario sem precisar exercer o exercício do magistério.
Muitos colegas nesta posição acabam por adoecerem de outras doenças, ou agravam seu estado de saúde mental.
Os ditos readaptados vivem em constante descaso, ora da escola, ora das políticas publicas que não atentam para as especificidades de cada um dentro do processo de readaptação no que tange as funções.
Acaba virando um castigo, gerando culpa aos educadores que não sabendo como lidar com as pressões, muitas vezes opta por se calarem diante da inercia em se reverter o valor destes profissionais.
É uma realidade viral do nosso país! a situação se faz presente em todos os setores da educação, mas o que fazer?
Após, vivenciar na pele essa experiência, busquei através da minha vivência em sala de aula e fora da mesma, desenvolver ações que me desse a oportunidade de inclusão nos grupos das unidades em que pertenci. Serve como contribuição para que se tenha um novo olhar sobre os colegas readaptados que sobrevivem dentro do espaço delimitado pela escola, ignorando seu valor e contribuição ao longo dos anos em que era um professor atuante, na visão equivocada de
Destaco alguns dos papeis que desempenhei de acordo com meu laudo e minhas formações:
Fui mediadora de "conflito" individual de aluno, onde o papel era ouvir as questões e junto a esse aluno buscar possíveis soluções para suas indagações;
Fui pesquisadora de assuntos entre jovens e adolescentes, dando voz e vez aos mesmos, criando ações em conjunto com os mesmos dentro e fora dos muros da escola;
Ajudei colegas a tornar as aulas mais criativas e eficazes, fazendo ponderações a partir das considerações do professor,
com isso criou-se um hábito saúdavel em buscar alternativas que facilitasse o trablho do professor;
Atuei junto a cooordenação elaborando e pesquisando novas abordagens frente aos desafios de aprendizagens dos alunos com dificuldades;
Por fim, fiz varios atendimentos familiares junto com a direção, buscando o diálogo e a participação familiar, no contexto escolar.
Apesar destas funções desenvolvidas por mim terem um efeito positivo na vida e de todos com os quais colaborei, não é uma realidade comum vivenciada por outros colegas na mesma situação, tenho consciencia disso.
Cabe a nós darmos um grito de alerta! mas como fazer isto sem alterar nossa condição de readaptados e sem perdermos nossa difgnidade e respeito. Afinal de contas estamos numa posição considerada "boa" por muitos de nossos colegas. Não participamos de cursos de capacitação, não somos ouvidos, ou poucas as vezes nos olham com respeito!
Neste panorama apresentado nos sentimos excluídos do processo educacional e nos tornamos meramente uma peça da engrenagem que quebrou!
Fica o alerta: Readaptação, diferente de exclusão!