QUEM QUER APRENDER, O QUÊ, COM QUEM

Por sebastião maciel costa | 16/10/2023 | Educação

Quem quer aprender o quê com quem

        Uma fábula sobre diferentes maneiras de ser estudante Essa é uma história que se passa em qualquer canto do Brasil, em qualquer escola, qualquer aluno, comigo, com você. Era uma vez, quatro adolescentes que estudavam eu uma escola como tantas outras no Brasil: aulas, expositivas, aulas práticas, aulas de campo, usavam-se já, com bastante sucesso, as proveitosas metodologias ativas e, respirava-se o melhor clima de respeito e camaradagem entre professores e alunos.

        Ocorre que, se fazendo uma analogia com uma fábula onde seres atípicos compunham a turma em foco, esses quatro adolescentes trazia, em si, um perfil ainda desconectado das chamadas práticas educativas envolventes. As práticas estavam postas, os professores estavam motivados a escola focadas em seus objetivos buscava a excelência no ensinar e no mostrar que cada aluno é capaz de produzir o seu próprio caminhar em busca do efetivo conhecimento.

         Os estudantes eram conhecidos pelas alcunhas de “Arrependido”, “Desleal”, “Raso” e “É possível”Arrependido, tinha o perfil de um aluno desanimado, desmotivado com os estudos, nada produzia em sala, muito menos os deveres de casa. Não atrapalhava em nada, mas não processava nada. Não pensava no seu futuro, sem ter tido culpa, se sentia culpado; sem ter aprendido a ser, não pretendia mudar. Tudo ali na escola, era perda de tempo, tudo muito igual, engessado, maçante. O melhor mesmo era viver a rua, as farras, as brincadeiras, a “trolagem”. Suas notas eram a confirmação do descaso: nada me espera.

         Desleal era um aluno dissimulado, mentia por hábito e essencialmente preguiçoso com os estudos, ou copiava de alguém ou falsificava o que fazia. Por não ter sido orientado para  entender que ser leal é ser consciente, pouco se importava com o que o mundo pensaria a seu respeito. Era tão falso quanto as suas próprias notas, apesar de ser razoável, pois tudo o que precisava era colar ou confiar em qualquer colega, mesmo eu esse colega nada soubesse sobre o assunto avaliado. Como a própria alcunha, se fosse descoberto, justificava-se com o “foi sem querer”, “todo mundo pesca”.

        Raso, um rapaz que não pensava em ir muito longe, não tinha motivação para arriscar voos mais altos. Para ele, o que importava era uma nota que o aprovasse, portanto estudava pouco, mas não "colava" nas avaliações e não passava disso: 50% era o bastante e contentava-se com esse mínimo. Sempre tinha um pensamento "não preciso me matar, basta passar, não interessa a nota”.

        É possível, gostava do que fazia. Quando lhe apresentavam algo novo, um problema que ele não soubesse, ele dizia "vou tentar resolvê-lo" e sempre conseguia mesmo, porém não estudava para tirar boas notas e sim ficar sabendo. Procrastinava por acreditar que de acordo com o momento, com as pessoas, com as circunstâncias, cm os avanços, com as tecnologias, com o modismo, com as inteligências artificiais, a vida segue em um ritmo que nem sempre agrega lições  de vida e aprendizado. Mas ele acreditava ser possível, obedecer aos pais, trabalhar valores, estudar e aprender, com hesitação, mas não desistia.

         Este era aluno todos os dias e sua persistência o ajudava vencer. Assim, É possível, era o primeiro da classe. Em termos de aprendizagem. Raso, era o penúltimo. Desleal, era o ultimo. Pois tinha pouca nota e nada sabia e Arrependido abandonou a escola. Esses alunos podem ser protótipos de tantos quantos povoam as nossas salas de aula. Podem até não ter grande representatividade no universo escolar, mas são alunos que estão sob olhares atentos de professores que esperam e precisam seguir regras, orientações, conteúdos, regimentos, leis e diretrizes a fim de que se alcancem os objetivos próprios dos sistemas educacionais de todas as redes e níveis.

        Retomando os perfis dos quatro alunos aqui mencionados, conclui-se que os seus pais não conseguiram prepará-los para a escola da vida; na escola, eles não se sentiram aceitos, reconhecidos, respeitados, acolhidos e ensinados, na vida certamente deverão enfrentar muitos problemas que eram desafios para serem enfrentados e se transformaram em problemas insolúveis. Constata-se que a cada dia, a missão de ensinar se torna mais complexa vez que o quadro das sociedades atuais traz dados resultantes de conflitos naturais que envolvem a tecnologia, a ciências as descobertas, as venturas e desventuras como que produto de homens e mulheres que deixaram de serr presentes, de ser parceiros, de liderar temas que dariam norte à espécie a quem cabe reinar sobre todas as outras, ao longo de séculos de histórias e vitórias, conquistas, dissabores e conflitos permeados por sonhos desfeitos.

       Os principais desafios que envolvem  a missão do ensinar e do aprender estarão sempre pautados  na crescente presença tecnológica no ambiente familiar tendo como extensão, a escola a quem cabe administrar interesses e desencontros que terminam poe decidir o futuro de crianças e jovens que precisam ser formados, orientadoos, conduzidos a partir da base: a família. Ora, com crianças despreparadas para aprender, aos professores cabe viver sempre à espera de um milagre: predisposição para aprender.

        Dados indicam que as dificuldades de aprendizagem são resultantes do ambiente familiar, por vezes mal estruturado, independente da vontade dos pais. As causas podem ser variadas como por condições precárias de vida, fatores culturais ou insucesso social, questões emocionais ou outras condições, levam fatores culturais, problemas emocionais e condições de saúde. Dessa forma, egressos desses ambientes pouco saudáveis chegam à escola, com perfis extrovertidos, tímidos, distantes, contestadores, líderes, estudiosos, ansiosos, desafiadores.

            Todos esses matizes, na rotina, transformam as relações professor/aluno/escola/família em uma tarefa bastante complexa. Não bastassem tais diferenças de perfil, ainda existem muitas metodologias que  têm se destacado. Dentre elas, a sala de aula invertida e a aprendizagem cooperativa. Esses métodos têm se destacado nas escolas atuais com bons resultados mas que exigem que o professor seja, antes de tudo, um líder na sala, um eixo, um norte, nunca um instrutor, um treinador, um ensinador.

        Muitas vezes, retomando a questão da bagagem que cada aluno traz para a sala de aula, o caminho é a diversificação de atividades. É preciso reconhecer que para quem não está apto para aprender o que não lhe atrai a tarefa se torna hercúlea. É perceptível que novas gerações tendem a perder o interesse muito rápido nos objetivos e com os estudos não é diferente. Tal comportamento é produto das novas formas de “aprender” on line, de viver de aparência, de estar bem nas redes sociais, de obter e provocar likes e selfs sejam o melhor caminho.  Então, para conseguir prender a atenção do aluno no conteúdo da disciplina, o ideal é tentar diversificar as formas de aprendizagem.

           Mediar conhecimntos deve ser o foco do professor comprometido com o mister de professar saberes visando ao crescimento de quem arende e a realização de quem ensina. Conclui-se que os adultos, pais e professores precisam entender que o conhecimento deve ser construído em métodos colaborativos, que coloquem os jovens esudantes como agentes ativos do seu próprio aprendizado.

  • Sebastião Maciel Costa

 

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