O Instituto Real de Estudos Estratégicos (IRES) tem publicado o seu relatório da reunião de 27 de maio de 2019, envolvendo muitos atores da sociedade marroquina, objeto da reflexão em torno da questão; "Que modelo do desenvolvimento para o Marrocos?" 

Tendo em conta muitos avanços realizados nos setores econômicos e sociais dos últimos anos, o IRES considera o novo modelo de desenvolvimento a ser resposta das expectativas da população e dos desafios que conhece a região e o mundo. Tal relatório insta as autoridades para desempenhar os recursos do capital humano, como fator chave da produtividade e competitividade.

Diante disso, a luta multidimensional travada contra as desigualdades visa a promover a mobilização das competéncias e a produção de bens e serviços, além do empreendedorismo social.  Esta situação do capital humano, fator do desenvolvimento, se distingue pelo alto nível de analfabetismo de adultos (32%) e pelo nível de instrução da população marroquina, com idade de 15 anos ou mais, na média,  5 anos de escolaridade contra 7 anos nos países emergentes e 11 anos nos países desenvolvidos.

Este consta segundo o Instituto explica que as sucessivas reformas do Marrocos no campo da educação-formação, ainda não atendem totalmente as expectativas. Assim, o processo de educação e de formação continua sendo criticado para ajudar na empregabilidade dos diplomados, proprocionando novos empregos aos jovens, com vista a diminuir as desigualdades sociais e espaciais por meio de uma melhor profissionalização dos setores, levando a uma parceria triangular entre o Estado, a região e o setor privado.

O exemplo do capital humano, força para o setor da saúde, segundo o relatório, estrutura-se no sentido de corrigir as disfunções, da implementação do sistema Ramed, uma das reformas consideradas essenciais para o setor da saúde pública. Neste sentido os recursos humanos no Marrocos constituem uma infra-estrutura de desenvolvimento e extensão, diante da falta de meios e capacitação.

Educação e formação para reduzir as desigualdades sociais

O Marrocos é consciente das crescentes desigualdades sociais. As quais não cessam de provocar discussões. Pois, a educação e a formação são consideradas de extrema importância para reduzir essas desigualdades. O relatório do Instituto,  IRES destaca, a curto e médio prazo, que a luta contra a desigualdade exige uma redistribuição dos frutos do crescimento por meio da implementação de uma reforma tributária. Esta útlima depende da eqüidade entre os contribuintes, e a implementação de uma política de inclusão financeira que envolve todas as empresas pequenas ou de média porte, no quadro do desenvolvimento do trabalho independente, as categorias vulneráveis ​​da população, em particular aquelas de baixa renda como as mulheres.

Emfim, o IRES aponta que o setor industrial como sendo o verdadeiro motor do crescimento. Permitindo o desenvolvimento harmonioso, através de uma política de incentivo à criação de empregos e  às competitividades das empresas, reduzindo as desigualdades sociais e espaciais, entre as classes médias urbanas e rural. Para isso, o Marrocos tem que dispor de uma política de industrialização real, capaz de promover a diversificação da economia, do aumento de sua complexidade, do desenvolvimento de um forte tecido das empresas do PME-PMI, resultado da criação de empregos estáveis ​​e sustentáveis.

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário - Marrocos