Mateus 19.16-30; Marcos 10.17-31; Lucas 18.18-30

ASSUNTO: Salvação Eterna.

INTRODUÇÃO: Todos os três evangelistas, Mateus, Marcos e Lucas, narram a história do jovem rico. Além de ser jovem e rico, era religioso e ocupava uma posição de respeito na sociedade. Sem dúvida, era bem educado e íntegro e tinha em seu coração tal anseio pelas coisas espirituais que procurou Jesus e se curvou aos pés do Mestre. Este jovem, provavelmente, não teria encontrado dificuldade em ser aceito como membro na maioria das igrejas de hoje. Mas mesmo com todas estas qualidades, fez a seguinte pergunta para Jesus a respeito da salvação eterna: Que me falta ainda (Mt 19.20)?

Vejamos quatro coisas que faltou ao jovem rico para ter certeza da salvação eterna.

I. FALTOU APROVEITAR A MAIOR OPORTUNIDADE DE SUA VIDA.

De todas as pessoas que se colocaram aos pés de Jesus, este homem foi o único que saiu pior do que havia chegado. Ele “Correu até Jesus”, “Ajoelhou-se” e perguntou o que teria que fazer para ter “Vida eterna”. Após ouvir a resposta: “Vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres”, fez a escolha errada - "Retirou-se triste" deixando de aproveitar a maior oportunidade de ser salvo por Jesus Cristo.

Ele “retirou-se triste”  por que amou mais os prazeres transitórios desta vida do que a salvação da sua alma. A semelhança deste jovem, muitos tem saído pior do que quando chegam a um culto, por recusarem obedecer a mensagem da cruz. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. (Mateus 10:37-38). O jovem rico perdeu a maior oportunidade de sua vida por que amou mais o dinheiro do que a Deus.  Não desperdice a oportunidade de ser salvo pela graça de Deus (Ef 2.8-9). Só há dois dias da vida em que não se pode fazer nada: ontem e amanhã, mas, hoje é o dia oportuno para salvação (2Co 6.1-2). Aproveite esta oportunidade.

II. FALTOU COLOCAR EM PRATICA O QUE PROFESSAVA.

E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna? (Lucas 18.18). Era comum chamar um rabino de "Mestre" (Professor), mas dificilmente alguém o chamaria de "bom". Os rabinos não permitiam que se aplicasse a eles o adjetivo “bom”. Os judeus reservavam esse adjetivo somente para Deus (SI 25.8; 34:8; 86.5; 106.1).

Apesar da abordagem do jovem ser a respeito da salvação, a resposta, porém, não se concentrou na salvação, mas levou o jovem a pensar seriamente sobre o significado da palavra "bom" que havia usado ao se dirigir a Jesus. "Bom só existe um", disse Jesus. "Você crê que eu sou bom e, portanto, que sou Deus?" Se Jesus é apenas mais um dos muitos líderes religiosos na história, então suas palavras não têm mais peso do que qualquer outro líder religioso. Mas se Jesus é bom, então ele é Deus, e devemos atentar para o que ele diz. No entanto, o comportamento subseqüente do jovem mostra que ele não acreditava que Jesus era Deus. Se de fato acreditasse estar na presença do Deus Todo-Poderoso, como justificar a recusa em obedecê-lo? E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me. Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades (Marcos 10.21-22).  

De que adianta ouvir a Palavra e não colocar em pratica? Tiago 1.22 diz: “E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”. Não basta ouvir a Palavra; também se deve colocá-la em prática. Muitas pessoas têm a ideia equivocada de que ouvir um bom sermão ou estudo bíblico é o que as faz crescer e receber a bênção de Deus. Não é o ouvir, mas sim o praticar que redunda em bênção. Inúmeros cristãos costumam marcar passagens na Bíblia, mas nunca marcam a própria vida! Os que acreditam que são espirituais só porque ouvem a Palavra enganam a si mesmos.

Ao chamar o mestre de Bom, o jovem estava dizendo que Jesus é Deus, mas, ao mesmo tempo, negando-o como Deus ao desobedecê-lo. A este respeito Jesus orientou seus discípulos a observarem e praticarem o que os fariseus e escriba ensinavam, mas não deveriam proceder em conformidade com as suas obras, porque diziam e não faziam. (Mt 23.1-3). Pregar uma coisa e praticar outra não passa de hipocrisia. O que falta ainda para muitos serem abençoados por Deus? Falta colocar em pratica a Palavra de Deus.

III. FALTOU COLOCAR O QUE É ESPIRITUAL A FRENTE DO QUE É MATERIAL.

“... vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.” (Mateus 19.21). É evidente que o Senhor não exige que os seus filhos vendam tudo que possuem. A verdadeira lição é que devemos considerar o Senhor Jesus superior a tudo que temos e colocar o que é espiritual na frente de tudo que é material (Mt 6.33; Lc 14.33). “vende tudo” O Mestre sabia que um só ídolo abrigado em nosso coração pode destruir a alma para sempre.

Com frequência é contada a história da criança que enquanto brincava com um vaso muito valioso, colocou a mão dentro dele e não conseguia tirá-la. Seu pai tentou ajudá-lo, mas não obteve êxito. Já estava pensando em quebrar o vaso, mas antes disse ao menino:  Vamos, meu filho, faça mais uma tentativa. Abra a mão, estique os dedos, e puxe-a com força. Para sua surpresa, o garotinho disse: não posso, papai, se eu esticar os dedos minha moeda vai cair dentro do vaso!  Quando já não sabiam mais o que fazer, a avó da criança correu até o quarto e pegou um saco de chocolates. Ao vê-los, o garotinho imediatamente largou a moeda no interior do vaso e a sua mão ficou livre. É difícil receber um presente quando as mãos estão fechadas, segurando dinheiro e tudo o que ele pode comprar. Não foi esta a dificuldade do jovem rico, que não precisava fazer algo, mas deixar o objeto de sua cobiça para ter vida eterna.

Nunca coloque o material a frente do que é espiritual. Se Jesus lhe pedisse, será que você entregaria sua casa? Seu carro? Sua renda? Muitos investe grande soma de dinheiro em dois ou mais tênis de marca, mas nenhum investimento em uma bíblia de estudo para seu devocional diário. Tem iphone no valor entre três a cinco mil reais, mas alegam não ter dinheiro para comprar a lição da escola dominical. Não sentem sono durante toda a noite assistindo filmes e séries que em nada edifica, mas, mal começam a orar, e dormem ajoelhados em vigilas ou em períodos de orações em casa.  Pessoas com estas atitudes demonstram que estão colocando o material a frente do espiritual.

IV. FALTOU PERMANECER NA PRESENÇA DE JESUS PARA SER AJUDADO.

“Retirou-se triste” – Como é triste escolher qualquer bem terreno em vez de Jesus. Retirou-se de quê? De Cristo. Da sua única esperança de salvação. O jovem rico chegou correndo chamando Jesus de bom mestre, mas saiu contrariado após ouvi-lo. Saiu para trevas e para o desespero. Podia ter saído alegre mais retirou-se triste. Queria se relacionar com Jesus como seu mestre, mas não como Senhor. O jovem afastou-se da única pessoa que poderia ajudá-lo libertando-o do amor ao dinheiro, que “...é a raiz de toda a espécie de males...” (1Tmóteo 6.10).  Quem poderá, pois, salvar-se?  E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível (Mateus 19.26).  É absolutamente impossível que qualquer homem se salve a si mesmo, mas não para Deus. Venha, agora, correndo e permaneça na presença de Jesus para ser ajudado.   

CONCLUSÃO: O jovem rico possuía muitas coisas boas, mas faltou a ele aproveitar a maior oportunidade de sua vida, colocar em pratica o que professava, colocar o que é espiritual a frente do que é material, e permanecer na presença de Jesus para ser ajudado. O jovem rico é uma advertência aos que desejam uma fé cristã que não mude seus valores nem perturbe seu estilo pecaminoso de vida.

Autor: Antônio Pacifico