Que impacto sobre a imagem de Marrocos e Espanha no domínio migratório?
Publicado em 01 de outubro de 2018 por Lahcen EL MOUTAQI
Depois de ser durante muitos décadas um país emissor de emigrantes, desde meados da década de 1980, a Espanha tornou-se gradualmente um país receptor. Até o início dos anos 90, devido ao número ainda insignificante de imigrantes que trabalham neste país e sua falta de visibilidade no espaço público espanhol, a questão da migração ainda não foi a grande preocupação da opinião Público espanhol nem faz parte das grantes tribunas de Jornais.
Só em 1995, com o aumento sem precedentes do número de imigrantes ilegais, chegando às costas espanholas, que a questão da migração começou a ser debatida na opinião pública.
A espanha, captando a atenção de intelectuais, escritores editoriais e políticos, uma vez a questão dos direitos humanos e migratória continua a preocupar o mundo. Os setores da economia e política ameaçados pela insegurança, exigendo que o mundo consolide uma política socioeconômica e dos direitos humanos para os refugiádos, notadamente para os sirios e os países em estado de guerra.
A partir de então, e com o agravamento do fenómeno da imigração ilegal da costa marroquina, vimos pela primeira vez algumas formações políticas espanholas utilizando esta questão para fins eleitorais. Aproveitando-se da crescente preocupação da inundação diária de imigrantes ilegais, o que começou a despertar na opinião pública espanhola, Partidos da direita, liderado por José Maria Aznar, fazendo desta questão o seu principal cavalo de batalha para captar os votos dos eleitores.
Que seja durante as eleições legislativas, provinciais, regional ou nacional, a manipulação da questão migratória foi parte dos projetos dos quais se serve o Partido Popular para ganhar a confiança do eleitorado e permanecer no poder.
A menor ocorrência que podemos lembrar, aquela associada a emigração de pessoas em estado de marginalização, perguntando o que poderia controlar então a imigração, sem ser explorada pela direita espanhola, visando a exagerar os crimes supostamente de uma imigração "descontrolada", afectando a estabilidade e a paz social?.
E de destacar neste quadro a necessidade urgente de uma política de migração cada vez mais restritiva e segura pelos países afetados.
Recordando os acontecimentos da localidade da cidade do El Ejido, 5 de fevereiro de 2000, após o assassinato de um jovem espanhol por um imigrante marroquino. Este acontecimento levantou o debate sobre uma nova Lei contra os estrangeiros, considerada demasiada permissiva pelo Partido Popular, o qual foi preso pelos líderes deste partido para prevenir a opinião pública contra os perigos de una política de imigração permissiva, fazendo pesar sobre a segurança e a coesão da sociedade espanhola.
A maioria das declarações dos responsáveis do PP estabeleceram relações sobre o que aconteceu na localidade de El Ejido e o aumento "descontrolado" dos fluxos migratórios.
O que se transformou em um dos leitmotiv da direita espanhola, esse amálgama provocou uma causa e efeito entre o aumento da imigração e a delinquência nas principais cidades espanholas.
Lahcen EL MOUTAQI
Professor universitários