Depois de ser durante muitos décadas um país emissor de emigrantes, desde meados da década de 1980, a Espanha tornou-se gradualmente um país receptor. Até o início dos anos 90, devido ao número ainda insignificante de imigrantes que trabalham neste país e sua falta de visibilidade no espaço público espanhol, a questão da migração ainda não foi a grande preocupação da opinião Público espanhol nem faz parte das grantes tribunas de Jornais.

Só em 1995, com o aumento sem precedentes do número de imigrantes ilegais, chegando às costas espanholas, que a questão da migração começou a ser debatida na opinião pública.

A espanha, captando a atenção de intelectuais, escritores editoriais e políticos, uma vez a questão dos direitos humanos e migratória continua a preocupar o mundo. Os setores da economia e política ameaçados pela insegurança, exigendo que o mundo consolide uma política socioeconômica e dos direitos humanos para os refugiádos, notadamente para os sirios e os países em estado de guerra.

A partir de então, e com o agravamento do fenómeno da imigração ilegal da costa marroquina, vimos pela primeira vez algumas formações políticas espanholas utilizando esta questão para fins eleitorais. Aproveitando-se da crescente preocupação da inundação diária de imigrantes ilegais, o que começou a despertar na opinião pública espanhola, Partidos da direita, liderado por José Maria Aznar, fazendo desta questão o seu principal cavalo de batalha para captar os votos dos eleitores.

Que seja durante as eleições legislativas, provinciais, regional ou nacional, a manipulação da questão migratória foi parte dos projetos dos quais se serve o Partido Popular para ganhar a confiança do eleitorado e permanecer no poder.

A menor ocorrência que podemos lembrar, aquela associada a emigração de pessoas em estado de marginalização, perguntando o que poderia controlar então a imigração, sem ser explorada pela direita espanhola, visando a exagerar os crimes supostamente de uma imigração "descontrolada", afectando a estabilidade e a paz social?.

E de destacar neste quadro a necessidade urgente de uma política de migração cada vez mais restritiva e segura pelos países afetados.

Recordando os acontecimentos da localidade da cidade do El Ejido, 5 de fevereiro de 2000, após o assassinato de um jovem espanhol por um imigrante marroquino. Este acontecimento levantou o debate sobre uma nova Lei contra os estrangeiros, considerada demasiada permissiva pelo Partido Popular, o qual foi preso pelos líderes deste partido para prevenir a opinião  pública contra os perigos  de una política de imigração permissiva, fazendo pesar sobre a segurança e a coesão da sociedade espanhola.

A maioria das declarações dos responsáveis do PP estabeleceram relações sobre o que aconteceu na localidade de El Ejido e o aumento "descontrolado" dos fluxos migratórios.

O que se transformou em um dos leitmotiv da direita espanhola, esse amálgama provocou uma causa e efeito entre o aumento da imigração e a delinquência nas principais cidades espanholas.

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitários