RESUMO

A batata-doce constitui a quarta maior fonte de alimento para o homem devido a sua importância nutricional. Em Moçambique, a batata-doce é tida como a terceira cultura mais importante para os pequenos produtores, depois do milho e mandioca. Estimativas indicam que é praticada por mais de dois milhões de produtores, que utilizam tanto as folhas como as raízes. Esforços para a melhoria do seu rendimento, iniciaram já há alguns anos e, em 2000, o IIAM lançou as primeiras oito variedades da cultura, mas estas só tinham um rendimento de três toneladas por hectare (3 t.ha-1), o que os pesquisadores reconhecerem ser pouco. Actualmente, foram desenvolvidas e liberadas novas variedades e com maior resistência a seca e maiores rendimentos, acima de 15 toneladas por hectare (15 t.ha-1). Sendo um tubérculo com maior representatividade de produção na região em estudo, há maior preferência de compra por batatas in natura, lavadas, de película lisa, brilhante, e de polpa amarela, preferida pelos consumidores. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade física de raízes de batata-doce nos principais mercados de Nampula, sendo Faina, Waresta, Cemitério-velho, Memória, Belenenses, Padaria Nampula e Central. Em cada mercado, a amostragem das raízes foi realizada de forma aleatória, retirando-se a batata-doce de respectivos pontos de venda onde estavam expostas. As raízes foram pesadas e avaliadas para obter diâmetro e comprimento, avaliou-se também a cor interna e externa das raízes bem como seus defeitos e posteriormente foram classificadas de acordo com o grupo de classificação a que pertenciam. As raízes amostradas nesta pesquisa apresentaram diâmetro médio de 5,2 cm e desvio padrão de ± 1,1 cm e comprimento médio de 13,95 cm com desvio padrão de ± 2,3 cm. Os resultados referentes à classificação da batata-doce mostrou haver uma predominância de raízes classificadas como extra A, seguido da extra B, diversos e por último especial. O valor médio de comercialização por quilo foi de 29,3 Mtn e com desvio padrão ± 2,9 por quilo.

PALAVRAS-CHAVE: Ipomoea batata L., classificação, comercialização.

INTRODUÇÃO
A batata (Solanum tuberosum L.) é uma planta cultivada da família Solanaceae anual, com caules aéreos herbáceos, clorofilados, cujas raízes se originam de sua base, sistema radicular superficial, folhas compostas por folíolos arredondados e flores hermafroditas. Além do caule aéreo a batata apresenta mais dois tipos de caules subterrâneos, sendo os estólons, que se desenvolvem horizontalmente e os tubérculos, que é a parte de valor econômico, alimentar e a principal forma propagativa da planta (FILGUEIRA, 2008).
Existem centenas de espécies do gênero Solanum pelo mundo, entre elas cerca de 200 produzem tubérculos, e oito são cultivadas em escala comercial (PRINGLE et al., 2009).
A batata-doce pode ser considerada como alimento de grande potencial de mercado, sendo consumida na forma cozida, frita, assada, desidratada para fabricação de farinha para mistura na forma bolos, tortas, pães, doces entre. Esta cultura se destaca pela facilidade de cultivo, baixo custo de implantação e a alta produtividade adquirida. Assim sendo, o produtor deve atentar para as normas de qualificação, o que promoverá uma maior inserção de seus produtos no mercado consumidor, haja visto que o consumidor está mais exigente em qualidade. Qualidade do ponto de vista da ciência dos alimentos é composta pelas características que diferenciam unidades individuais de um produto, sendo significante a determinação do grau de aceitabilidade pelo comprador (CHITARRRA & CHITARRRA, 1990).
Frequentemente as hortaliças chegam aos principais pontos de abastecimento com qualidade consideravelmente depreciada, devido às práticas inadequadas de manuseio na colheita e pós-colheita, transporte precário e embalagens impróprias (JUNQUEIRA & PEETZ, 1994). Soares (2009) também confirma que as perdas de frutas e hortaliças podem ser distribuídas da seguinte forma: campo (10%); manuseio e transporte (50%); Centrais de Abastecimento e Comercialização (30%) e nos supermercados e consumidores (10%).
O ciclo de desenvolvimento da planta da batata pode ser divido em quatro fases; do plantio à emergência, da emergência ao início da tuberização, do início da tuberização ao máximo desenvolvimento vegetativo e do pico vegetativo à senescência natural da planta (FILGUEIRA, 2008). O acúmulo de graus dias durante o ciclo do
cultivar influencia a soma térmica aumentando ou reduzindo o ciclo da cultura (PAULA et al., 2005). A época de plantio, bem como, a diversidade de cultivares, garante a oferta desta hortaliça durante todo o ano, uma vez que determinadas épocas do ano são propícias a algumas doenças e pragas, além da especificidade de utilização culinária das cultivares. A batata destaca-se como a cultura olerácea de maior relevância econômica para o país, com cerca 15mil toneladas. Entretanto há muito que fazer para a expansão e o aprimoramento da cultura (FILGUEIRA, 2005) principalmente quanto aos aspectos comerciais.
Diante do exposto objetivou-se analisar as cultivares disponíveis e cultivadas, qualidade de tubérculos e sua comercialização.