Qual é o verdadeiro sentido de carregarmos as nossas Cruzes cotidianas?
Joacir Soares d?Abadia*

"Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", amém. Creio "na Ressurreição da carne; na vida eterna", amém. Irmãos! Devemos perguntar qual é o verdadeiro sentido de carregar a nossa cruz diária. E, por outro lado, será que sabemos para onde estamos indo com nossa cruz? No Evangelho de São Lucas 16,19-31 encontram-se as respostas.
São Lucas diz que "Lázaro, cheio de feridas... queria matar a fome" (Lc 16,20-21). Esta era a cruz de Lázaro: as feriadas, cruz em sua própria carne. A experiência da dor e do sofrimento em sua vida e a fome, a privação do necessário para se manter na existência. É uma cruz que afeta seu apetite, pois fere algo próprio do homem: comer, alimentar... E, deste modo, torna-se não uma cruz somente em sua vida, senão que compromete também às relações humanas.
Quando Lázaro suporta estas cruzes em sua vivência diária, ele está afirmando seu discipulado, seu seguimento a Cristo (Lc 14,27; Mc 8,34). Sua cruz só tem sentido porque a suportou, com esperança, "durante a vida" (Lc 16,25).
A exemplo dele, todos os cristão, que constantemente inicia suas orações invocando a Santíssima Trindade se persignando com o sinal da cruz, deveria assumir a sua pertença filial a Cristo tomando dia após dia sua cruz. É preciso levar em suas experiências de Cristãos, o peso doloroso dos "males" (Lc 16,25). Sem desviar do verdadeiro sentido em carregar a cruz: por causa do Reino de Deus. É para a vida eterna que estamos caminhando com a nossa Cruz.
Os cristãos que não querem carregar as cruzes que aparecem em suas vidas, diz o profeta Amós, "ele irão agora para o desterro, na primeira fila" (Am 6,7).
Porque professamos e cremos "na Ressurreição dos mortos", carreguemos nos sofrimentos, nossos males, nossas cruzes com a firme esperança de que ? como Lázaro que morreu e "os anjos levaram-no para junto de Abraão" (Lc 16,22) encontrando o consolo de todos os males que sofrera durante sua vida terrena ?, também iremos para junto do nosso Pai Abraão. Irmãos amados, "guarda o teu mandato íntegro e sem mancha até a manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo" (1Tm 6,14), na "vida eterna, para a qual foste chamado e pela qual fizeste tua nobre profissão de fé" (1Tm 6,12).

*Joacir S. d?Abadia é diácono da Diocese de Formosa-Go; autor dos livros: "Opúsculo do conhecer" (Ed. Cidadela), "A caridade e o problema da pobreza na periferia" (Agbook) e "A Igreja do ressuscitado" (Virtual Books); escreve para os jornais: "Alô Vicentinos" (Formosa-GO) e "Carta de notícias" (Posse-GO) e semanalmente publica textos em seu blog.