PSICOMOTRICIDADE E LUDICIDADE RELACIONADOS AO EQUILÍBRIO MOTOR COM APOIO DA PSICOPEDAGOGIA NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM

Por FRANCISCO CARLOS DE OLIVEIRA | 04/03/2024 | Educação

 

Autor[1], (Francisco Carlos de Oliveira)

 

Declaro que sou autor (a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.

Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

 

RESUMO- Este trabalho apresenta algumas considerações sobre a importância de desenvolver um trabalho relacionado ao equilíbrio no processo ensino e aprendizagem, especialmente no desenvolvimento das atividades psicomotoras, considerando que se trata de uma habilidade motora que contribui para o indivíduo desenvolver suas aptidões físicas e cognitivas, além de possibilitar a sua adaptação dependendo do espaço no qual ele esteja em interação. Portanto, cabe ao professor de qualquer modalidade de ensino, se tornar um articulador consciente, dinâmico e totalmente engajado no processo de desenvolvimento integral do aluno, para que possa, por intermédio do desenvolvimento motor, especialmente do equilíbrio, conquistar sua autonomia física para sobressair com êxito nas mais variadas atividades físicas de lazer, além de adquirir o hábito de cuidar de si mesmo, seja pela higiene e também pelos cuidados pessoais com o corpo, pois, de acordo com essa proposta na Educação, pode-se dizer que os objetivos estão relacionados com uma importante proposta: “Corpo são, mente sã”. A fundamentação teórica desse trabalho será embasada nos contextos da psicomotricidade e atividades lúdicas para promoção da saúde e bem-estar físico e cognitivo, de acordo com a faixa etária e interesse dos alunos. Também, demonstra que a Educação necessita de profissionais como o psicopedagogo atuando nas escolas, de forma colaborativa com os demais educadores, mediante as necessidades de aprendizagem dos alunos como forma de garantia e consolidação do direito à Educação de forma igualitária.

 

 

PALAVRAS-CHAVE: Equilíbrio. Aptidão Física. Jogos Simbólicos. Psicopedagogia.  Psicomotricidade.     

INTRODUÇÃO

 A intervenção da Psicopedagogia no atual contexto da Educação tornou-se imprescindível para assegurar e garantir o direito à aprendizagem, considerando que o psicopedagogo é um mediador do processo ensino e aprendizagem, cuja principal atribuição aos alunos com deficiências, é desenvolver métodos terapêuticos que possibilitem a conquista da autonomia para oportunizar a construção do conhecimento. Neste contexto, pode-se dizer que o psicopedagogo exerce atribuições que tratam das dificuldades de aprendizagem oriundas das deficiências, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas psicológica, psicomotora, fonoaudiológica e educacional, para instigar no aluno, a necessidade de adquirir, ampliar e disseminar conhecimentos.

A Psicopedagogia aliada à aprendizagem pela desenvolvimento da Psicomotricidade, propõe a inclusão dos jogos simbólicos no processo ensino e aprendizagem, sendo estes comumente desenvolvidos na Educação Infantil através da prática de atividades psicomotoras, ou seja, a partir das brincadeiras, jogos de construção, dentre outras, em que a ludicidade predomina em todos os procedimentos. Diante disso, considera-se o “equilíbrio” como uma importante habilidade que deve ser estimulada no processo ensino e aprendizagem, para assegurar ao aluno o conhecimento do seu próprio corpo e suas respectivas limitações, a noção de espaçamento, a importância de executar movimentos corporais variados e especialmente, o entendimento da necessidade de apoiar o corpo em algumas situações.

Portanto, o equilíbrio aliado aos jogos simbólicos, sendo consolidado pelo aluno no processo ensino e aprendizagem, propõe o fortalecimento físico da lateralidade, a ampliação da resistência física e da flexibilidade, além de estimular a destreza e a respiração adequada. Isso significa a ultrapassagem do sedentarismo para a prática consciente e espontânea de diferentes habilidades psicomotoras.

A justificativa deste trabalho é contextualizar a importância de desenvolver o ensino e aprendizagem do equilíbrio na educação, para que o aluno perceba sua importância como atividade lúdica, além de proporcionar as aptidões motoras e cognitivas para o bem-estar físico e desenvolvimento das capacidades cognitivas inerentes a estas práticas de atividades relacionadas ao equilíbrio.

Os principais objetivos deste trabalho são:

. Vivenciar a proposta da prática do equilíbrio para conhecimento do corpo e desenvolvimento das aptidões motoras, com o propósito de realizar diversas habilidades como andar, correr, pular com ou dois pés, subir e descer, agachar, dentre outros, que requer equilíbrio e coordenação motora.

. Desenvolver ações com movimentos psicomotores para usufruir de momentos de lazer e diversão, através das propostas lúdicas que são essenciais no processo ensino e aprendizagem em que o aluno tem a oportunidade de ampliar seus conhecimentos e consolidar as capacidades necessárias às aptidões físicas e psicomotoras.

            Portanto, a fundamentação teórica deste trabalho está relacionada aos conceitos de psicomotricidade e ludicidade, demonstrando através de uma dissertação bibliográfica, a importância do lúdico como proposta de ensino na educação para o desenvolvimento do equilíbrio pelo aluno. Os autores que fundamentam esta proposta bibliográfica são: Barros, Berge, Bregolato, dentre outros, que defendem teses sobre a importância da pratica de atividades físicas relacionadas ao equilíbrio e a flexibilidade, para o desenvolvimento da saúde física e mental do indivíduo.

 

2 – DESENVOLVIMENTO

2.1 A Psicomotricidade como forma de desenvolvimento motor na Educação Infantil

A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal, incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de um indivíduo. Por meio das atividades lúdicas, esse indivíduo se diverte, cria, interpreta, se relaciona com o mundo em que vive. Por isso, cada vez mais o desenvolvimento da psicomotricidade tem sido recomendado em escolas, através de brincadeiras e jogos.

            Psicomotricidade nada mais é que se relacionar através da ação, como um meio de tomada de consciência que une o corpo, a mente, o espírito, a natureza e a sociedade. A Psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade, porque o indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que sente.

            O trabalho com a educação psicomotora com alunos da Educação Infantil deve promover a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para que por meio de jogos, de atividades lúdicas, se conscientize sobre seu corpo. Através da recreação, esses alunos desenvolvem suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora, a recreação deve realizar atividades, considerando seus níveis de maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a aprendizagem do indivíduo em várias atividades motoras que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio socioafetivo.

            A intenção dessa análise é descrever a relação da psicomotricidade com o ritmo, demonstrando que as atividades psicomotoras são verdadeiros suportes para que desenvolva a aptidão rítmica e principalmente, o interesse do aluno, principalmente da Educação Infantil.

            Segundo Vítor da Fonseca (1998): A Psicomotricidade é atualmente concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre o indivíduo e o meio.

            Segundo Barreto (2000): O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas de aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo. A educação do indivíduo deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio motoras, pois assim, o indivíduo explora o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que o cerca.

            Com relação às atividades psicomotoras que podem ser desenvolvidas, que possuem relação com o ritmo, podem ser mencionados: As brincadeiras de equilibrar, saltar, caminhar sobre uma linha no chão e materiais variados, correr numa mesma sequência etc. Portanto, pode-se dizer que a recreação, através de atividades afetivas e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas, expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano.

            Quando se relaciona a realização do movimento como atividade de um organismo total expressado a personalidade seu todo proporcionado por diferentes estímulos, pensa-se nas possibilidades de vivências de movimentos humanos básicos (andar, saltar, correr, rastejar, rebater, equilibrar, esquivar, chutar, passar, receber, transportar etc.) como maneira de desenvolver o ser todo a partir da compreensão das áreas psicomotoras.

            O constante processo de atualização e busca onde a concepção do corpo e o saber psicomotor focalizam seu objeto de estudo nas estruturas psicomotoras. A psicomotricidade apresenta o aspecto comunicativo do indivíduo e pode-se dividi-la em funcional e relacional. Os conceitos funcionais são referentes à interação da motricidade do indivíduo em um determinado espaço e tempo, cuja ação e qualidade são percebidas e mensuradas através das estruturas psicomotoras definidas como básicas: Locomoção, Manipulação e Tônus que interagem o corpo como um só.

            Uma atividade rítmica que pode ser desenvolvida na Educação Infantil para desenvolver a percepção rítmica, social e a coordenação motora, poderia ser a dança.

            A escola apresenta uma série de oportunidades para que as crianças possam ser ter contato com a dança e através dela, manter seu próprio controle e equilíbrio corporal, tendo condições de manter a mente sã e o corpo são. Como exemplo, as coreografias das festividades cívicas em desfiles tratam-se do exercício psicomotor e principalmente de uma atividade rítmica que alcança os três objetivos mencionados.

“Dançar é uma atividade prazerosa, que estimula a percepção, o domínio corporal e principalmente o manejo com outro corpo, quando essa dança envolve mais de um indivíduo”.  (BARROS, 2001:36).

 

            A Psicomotricidade é uma metodologia interligada com o Ritmo, que proporciona o desenvolvimento do aspecto motor, social, emocional dos movimentos, sendo evidenciado através das atividades motoras.

            Pode-se dizer que a Dança passa a ser responsável pelo desenvolvimento das percepções rítmicas, atingindo um impacto positivo no pensamento, no conhecimento e ação, nos domínios cognitivos, na vida do ser humano. Entretanto, o indivíduo fisicamente educado vai para uma vida ativa, saudável e produtiva, criando uma integração segura e adequada ao desenvolvimento do corpo, mente e espírito.

            Portanto, a dança, pelas suas possibilidades de desenvolver a dimensão psicomotora das pessoas, com os domínios cognitivos e sociais, é de grande importância no desenvolvimento da coordenação motora e da percepção rítmica e social.

            O desenvolvimento psicomotor está totalmente ligado ao ato de mexer o corpo, onde por muito tempo considerou apenas o movimento humano como objeto principal de estudo dele. Mas, hoje não resulta dizer apenas que o corpo está sendo trabalhado. Em cada idade o movimento toma características significativas e a aquisição ou aparição de determinados comportamentos motores tem repercussões importantes no desenvolvimento do indivíduo. Cada aquisição influencia na anterior, tanto no domínio mental como no motor, através da experiência e troca com o meio. Depois que crianças alcançam o estágio maduro de um padrão motor fundamental, poucas alterações ocorrem.    

O desenvolvimento motor é uma contínua alteração no comportamento ao longo da vida que acontece por meio das necessidades de tarefa, da biologia do indivíduo e o ambiente em que vive. Ele é viabilizado tanto pelo processo evolutivo biológico quanto pelo social. Desta forma, considera-se que uma evolução neural proporciona uma evolução ou integração sensório-motora que acontece por meio do sistema nervoso central em operações cada vez mais complexas (FONSECA, 1988:18).

 

            O desenvolvimento cognitivo e motor do indivíduo, especialmente em fase escolar, são determinados pela Psicomotricidade que se trata de uma educação global, que associando os potenciais intelectuais, afetivos, sociais, motores e que se organizado corretamente influenciará nas suas relações com os diferentes meios e aspectos nos quais tem de evoluir.

          O direcionamento da Psicomotricidade na Escola também deve estar voltado para o auxílio da aprendizagem por parte dos alunos, facilitando assim o processo. Como foi dito anteriormente se torna impossível não relacionar mais o ato de mover-se com o de pensar, existe uma relação próxima entre eles, só assim, por meio dessa conscientização o desenvolvimento será construído, estimulando e trabalhando de forma igualitária e simétrica entre corpo e mente.

 

2.2 A Psicopedagogia como propulsora do Direito à Educação, mediante o atendimento aos alunos com deficiências. 

            A inclusão de alunos com deficiências no ingresso e permanência aos sistemas de ensino é uma questão amplamente discutida em todos os contextos educacionais brasileiro, sendo os educadores, os mediadores responsáveis em proporcionar às adequações curriculares, pedagógicas e adaptativas aos alunos especiais que são matriculados nas escolas. Essa realidade é amparada por lei e garante ao aluno com deficiências, o acesso e permanência na escola regular juntamente com alunos considerados normais, proporcionando o cuidar e o educar para a aquisição de conceitos relacionados aos valores humanos, desenvolvimento das habilidades básicas cognitivas e motoras, além da preparação para o exercício da cidadania. Também, deve-se considerar a legalidade e necessidade de socialização entre os alunos, independente da sua condição física, intelectual, étnico-racial e social, pois o respeito à diversidade humana é um dos princípios fundamentais da inclusão social para a igualdade de direitos.

             Para determinar esse processo legal de inclusão de alunos com deficiências com o intuito de garantir aprendizagem e desenvolvimento, é necessário observar as reais necessidades de aprendizagem de cada um para consolidar propostas didáticas que possam estimular à socialização e consequentemente, a aprendizagem. Na maioria das vezes, o auxílio técnico e profissional de especialistas na área da saúde, assistência social e até mesmo da própria educação, tornam-se fortes parcerias que contribuem diretamente para o êxito no processo ensino e aprendizagem. Para tanto, a contribuição do psicopedagogo é de extrema importância para a efetivação desta proposta, garantindo à igualdade de direitos e o êxito dos alunos especiais no processo ensino e aprendizagem, como também no exercício pleno da cidadania e outros contextos diretamente ligados à vida sociocultural dos alunos considerados especiais.

O psicopedagogo por sua vez, tem a função de observar e avaliar qual a verdadeira necessidade da escola e atender aos seus anseios, bem como verificar junto ao Projeto Político-Pedagógico, como a escola conduz o processo ensino-aprendizagem, como garante o sucesso de seus alunos e como a família exerce o seu papel de parceria nesse processo. Portanto, a função do psicopedagogo na escola tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas. (PILLETE, 1996:28).

             Portanto, todo o amparo legal para a inclusão do aluno especial é teoricamente bem elaborado e exige da escola o cumprimento de ações definidas que se tornem um diferencial na vida destes alunos e de seus familiares, porém, é também importante averiguar se os educadores estão realmente preparados para desenvolver um trabalho que proporcione de fato a inclusão, sem apoio especializado que possa lhe oferecer orientação e assistência.

             No caso específico do psicopedagogo em exercício profissional em ambientes escolares com o intuito de garantir e perpetuar o direito à educação, é necessário que este perceba eventuais perturbações no processo aprendizagem, participando da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo e realizando processos de orientação.

              No caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente à sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança, ou da própria ensinagem.

A articulação entre o ensino comum e a educação especial, sobretudo através do atendimento educacional especializado, deve visar sempre a aprendizagem dos alunos que se beneficiam desse serviço. Transformar a escola significa criar as condições para que todos os alunos possam atuar efetivamente nesse espaço educativo focando as dificuldades do processo de construção do conhecimento para o ambiente escolar e não para as características particulares dos alunos. (STERNBERG, 1994: 22).

           Os educadores, orientados pelo psicopedagogo, tornam-se ainda mais comprometidos com o processo de inclusão pela atenção aos alunos especiais, ao desenvolver um trabalho pedagógico de forma a incluir e facilitar a aprendizagem destes educandos, proporcionando situações de aprendizagem que estejam voltadas para o seu cotidiano. Portanto, através da contextualização da vida cotidiana com o processo ensino e aprendizagem, é propício facilitar a aprendizagem dos educandos, considerando que estes terão liberdade de construir o próprio conhecimento, pois entenderão com facilidade, que há uma relação extremamente forte entre a escola e sua vida, podendo ser contextualizadas para a aquisição de conceitos que convergem em aprendizagem. Em outras palavras, o psicopedagogo auxilia o educador entender melhor seu aluno para propor uma intervenção viável à sua especificidade, não com o propósito de mudá-lo, mas com o desejo de perceber a autoestima elevada pelas conquistas realizadas com autonomia em todo o processo ensino e aprendizagem, como também em sua vida sociocultural.

           Além de vincular os conteúdos curriculares com a vida cotidiana, os psicopedagogos orientam os educadores a criar um vínculo afetivo com seus alunos especiais, que não ultrapasse limites, mas que cumpra determinados papéis que tornaram extintos pelas famílias. Isso ocorre porque muitos pais perderam suas referências com relação aos seus filhos devido à falta de diálogo e acompanhamento da vida escolar, social e muitas vezes religiosa destes, ocasionando em fatores de discórdia e distanciamento entre eles. O aluno nessa situação espelha-se no educador e tem ele como âncora do seu processo de desenvolvimento humano e integral.

             Portanto, é necessário que as ações psicopedagógicas sejam de fato efetivadas no espaço educandário, com o intuito de consolidar o direito à educação, mesmo que para isso, seja necessária a intervenção profissional, conforme mencionado em todo esse trabalho, referenciando o pedagogo como profissional apto a proporcionar à inclusão social e o respeito à diversidade humana em todo o sistema educacional, tendo como foco o aluno especial, mas perpetuando um trabalho de assistência profissional a toda a escola, quando promove estratégias de ensino diferenciadas que possam iniciar pelo resgate da autoestima do aluno.

O direito do aluno com deficiências e de todos os cidadãos à educação é um direito constitucional. A garantia de uma educação de qualidade para todos implica, dentre outros fatores, um redimensionamento da escola no que consiste não somente na aceitação, mas também na valorização das diferenças. Esta valorização se efetua pelo resgate dos valores culturais, os que fortalecem identidade individual e coletiva, bem como pelo respeito ao ato de aprender e de construir. (PATTO, 1993:16).

 

 

2.3 O desenvolvimento do equilíbrio corporal como proposta metodológica do processo ensino e aprendizagem

             A dinâmica dos movimentos corporais que caracterizam em equilíbrio, é fundamental para a expressividade de diferentes contextos. Neste aspecto, pode-se dizer que o “corpo fala”, ou seja, o corpo em movimento emite sinais que podem ser traduzidos por diferentes mensagens, comprovando à linguagem própria do mesmo. No processo ensino e aprendizagem, é propício que o professor incentive seus alunos executarem diversos movimentos corporais, especialmente os que impulsionam o equilíbrio, pois além de prevenir o sedentarismo e o comodismo motor, contribui para à saúde física e mental, proporciona interação e superação de obstáculos, além de elevar à autoestima. Portanto, à aprendizagem motora, quando introduzida no processo ensino e aprendizagem, respeitando a faixa etária, as condições físicas individuais e o ritmo de aprendizagem dos alunos, é considerada uma das melhores propostas de ensino e aprendizagem com estratégias que intensificam o trabalho pedagógico do professor, além de melhorar o condicionamento físico e o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Também, entende-se que à aprendizagem motora é traduzida como cultura corporal, cuja valorização da estética física e modelagem muscular se tornaram uma busca incessante e às vezes obsessiva por muitas pessoas, contudo, uma das metas da Educação é conscientizar o aluno de que é importante manter o equilíbrio do corpo e da mente, através de atividades de expressão corporal, sem haver excessos ou exageros.

            Segundo conceitos atuais, o equilíbrio corporal pela progressão dos movimentos faz referência ao ato de transformar um movimento ou conjunto de movimentos em algo diferente e mais elaborado. Progressão significa, neste caso, transformar, modificar e até mesmo substituir em alguns casos. A identificação das possibilidades de movimentos básicos das partes do corpo (translações e rotações) e as combinações desses movimentos em diferentes bases de apoio são fontes de inúmeras descobertas para a criação de exercícios. Os corpos se diferem em relação à amplitude de seus movimentos bem como em relação as suas possibilidades de movimentação, por isso é fundamental incentivar que cada sujeito tenha uma experiência corporal significativa para descoberta de suas potencialidades, limites e dificuldades. Essas experiências são relevantes no processo de consciência e domínio corporal. Para isso, é fundamental a orientação para a realização de cada movimento, pois mais do que reproduzi-los, é essencial promover a compreensão e sensação do movimento no sentido de proporcionar a autonomia de cada sujeito. Assim, pode-se ampliar o vocabulário corporal, recriando movimentos a partir de necessidades individuais.

             Em se tratando do desenvolvimento de diversas potencialidades pelo equilíbrio corporal, em todo o processo ensino e aprendizagem, considera-se que a prática pedagógica fundamentada em ações direcionadas aos interesses e necessidades dos alunos, pode ser fundamental para que o professor conquiste e motive todos os alunos participarem ativamente das aulas, conscientizando da importância destas para vários contextos da sua vida. Sendo assim, o planejamento das aulas, o espaço e os recursos para execução das mesmas, devem ser eficientemente apropriados para atender todos os anseios e inquietações dos alunos, pois quando há descaso ou desinteresse do mesmo pelas aulas, ou não responde satisfatoriamente aos estímulos oferecidos pelo professor, pode ocorrer uma frustração, podendo ser interpretada como dificuldade de aprendizagem do aluno ou incapacidade pedagógica do professor, gerando avaliações precipitadas da importância dos aspectos motores pelo equilíbrio e coordenação no ambiente escolar e na vida do aluno.  

            O ensino de um movimento mais elaborado através de uma progressão ocorre sem a necessidade de pausas, pois os alunos facilmente identificam semelhanças entre o novo passo e o anterior, executando a mudança de forma natural.

            Sendo o corpo flexível e apto para a realização de exercícios físicos e habilidades motoras amplas e técnicas, propõe-se que a alimentação esteja adequada com os tipos de exercícios e com as propostas de execução das atividades corporais. A higiene também faz parte das recomendações atléticas, pois é necessário que haja leveza e preparação física para que todos os pontos que conduzem o movimento se relacionem e possibilitem a adequação das destrezas e facilidades para a realização dos mesmos, sem maiores restrições. Essas experiências são relevantes no processo de consciência e domínio corporal. Para isso, é fundamental a orientação para a realização de cada movimento, pois mais do que reproduzi-los, é essencial promover a compreensão e sensação do movimento no sentido de proporcionar a autonomia de cada sujeito. Assim, pode-se ampliar o vocabulário corporal, recriando movimentos a partir de necessidades individuais.

Os professores de diferentes modalidades de ensino, podem elaborar diferentes propostas rítmicas e trabalhá-las com os alunos, incentivando-os a participar ativamente para a aquisição de conceitos típicos da higiene e saúde corporal, bem como coordenar os movimentos, adquirir e controlar o equilíbrio e obter coordenação motora definida, segundo suas aptidões e vontades. Trata-se de atividades que impulsionam um controle entre o corpo e a mente e que muito contribui para à construção do conhecimento. (CLARO, 2018:67).

 

          A dança e a ginástica são meios propícios para o desenvolvimento psicomotor, para o exercício da coordenação motora e principalmente, conhecimento do próprio corpo. A dança na Educação Infantil, por exemplo, pode ser desenvolvida de forma ritmada, através de coreografias de músicas variadas. Como exemplo, a música: “Cabeça, ombro, joelho e pé” da Xuxa, que proporciona o conhecimento das partes do corpo, além de incentivar movimentos coreográficos que impulsionam o ritmo. Também, pode ser desenvolvida através de movimentos específicos, como marchar, deitar, rolar, dentre outros, na mesma sequência, ou seja, todos fazendo ao mesmo tempo sob a orientação do professor.

          Com relação à ginástica na Educação Infantil, que também trata-se de um procedimento metodológico de excelência para condução de um trabalho pedagógico conciliando o corpo e o movimento, primeiramente, é perceptível que, para sua execução nas aulas, é necessária uma moderação por parte do professor, especificamente, na Educação Infantil. Uma proposta interessante é a imitação dos movimentos dos animais que despertam a curiosidade e a capacidade autônoma do aluno em diferentes contextos da aprendizagem psicomotora. Portanto, a ginástica, como forma de desenvolvimento corporal, contribui para o equilíbrio, coordenação motora, conhecimento e domínio do corpo e uma série de possibilidades para valorização das aptidões motoras.

           O professor pode estimular a ginástica na Educação Infantil por intermédio da recreação dirigida, pois essa proporciona a aprendizagem do indivíduo em várias atividades que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio afetivo.

Todo movimento ginástico, assim como os movimentos característicos dos esportes, evoluiu dos movimentos naturais do ser humano, ou habilidades específicas do ser humano que são aquelas que se caracterizam por estarem presentes em todos os seres humanos, independentes de seu lugar geográfico e nível sociocultural e que servem de base para aquisição de habilidades culturalmente determinadas. (GALLARDO, 1993:12).

 

          Portanto, o Movimento aliado ao domínio corporal é um dos principais eixos educacionais do processo ensino e aprendizagem ao reconhecer que o aluno pode ser capaz de superar várias limitações próprias ao realizar movimentos expressivos, coreográficos e aleatórios, conforme a necessidade de movimentar-se, nem que seja pela realização das atividades cotidianas. Neste contexto, na escola, o trabalho interdisciplinar aliado ao corpo e movimento instiga a conscientização e os cuidados necessários para manter a higiene corporal, além da alimentação equilibrada e balanceada e outros contextos que proporcionam a saúde e o bem-estar físico e mental, através destes cuidados com o corpo pela realização dos movimentos.

            Os cuidados com o corpo e mente não pode haver excessos em nenhuma forma de busca pela qualidade de vida. Deve haver uma conscientização coletiva e a partir desta, todas as indicações, principalmente que estejam relacionadas com os movimentos corporais, se bem desenvolvidos, assumem o principal responsável pela qualidade de vida, através dos cuidados com o corpo e com a mente.

Com relação à Recreação na Educação Infantil, é necessário que seja desenvolvida continuamente, pois contribui diretamente para o desenvolvimento integral da criança, possibilitando um crescimento sadio, autônomo e prioritário na aquisição dos conhecimentos que a criança pode adquirir.

            Muitos educadores defendem a tese de que a criança assimila melhor os contextos da aprendizagem por intermédio das brincadeiras, ou seja, a criança aprende melhor brincando. Sendo assim, a justificativa desse projeto refere-se ao fato de que há obrigatoriedade da Recreação Infantil no currículo da Educação Infantil, porém, essa deve ser desenvolvida com cunho pedagógico, ou seja, o professor é o intermediador e facilitador desse processo, incentivando a criança brincar e aprender simultaneamente. Essas brincadeiras não são meramente para cumprir um roteiro programático curricular anual, mas para iniciar, aprimorar e consolidar habilidades, conhecimentos e hábitos de vida necessários e imprescindíveis na formação humana, que se iniciam na infância.  

 

3 – CONCLUSÃO

     A Educação Infantil é uma etapa importante na vida da criança por se tratar do período inicial da formação de conceitos da aprendizagem. É uma etapa em que o professor deva explorar diversas metodologias que despertem a atenção da criança e aproxime-a do universo imaginário para que possa construir seus conhecimentos de forma lúdica, prazerosa e independente. Nesse contexto, o trabalho relacionado com as expressividades culturais e psicomotoras é essencial para potencializar estes objetivos e contextualizar o lúdico com a construção do conhecimento, oferecendo à criança, novas oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento cognitivo e motor, através de metodologias que permeiam o universo infantil.    

Portanto, este trabalho demonstrou à relevância da aprendizagem motora intermediada pelos movimentos corporais, que auxiliam no desenvolvimento integral do aluno, em diferentes fases da vida. A base desse conhecimento é o movimento provocado para o equilíbrio, flexibilidade, lateralidade, coordenação e outros aspectos da psicomotricidade que comprovam que estes movimentos são o foco de todo o processo de desenvolvimento corporal. Com base nisto, pode-se dizer que todo movimento corporal acontece no espaço, produzindo diferentes configurações, portanto diferentes formas. Através das pesquisas corporais, é possível ampliar as possibilidades de expressão, criação e compreensão dos movimentos. Portanto, a espontaneidade dos movimentos torna-se essencial para demonstrar a disponibilidade de cada indivíduo em manter a saúde física e mental, evitando o sedentarismo e o comodismo motor, engajando num modelo de vida que na maioria das vezes, é percebida pela estética corporal e modelagem física.

O equilíbrio corporal pode ser mais bem desenvolvido no processo ensino e aprendizagem através das brincadeiras ou atividades recreativas lúdicas, pois, é brincando que o aluno desenvolve sua inteligência, realizando diversas percepções estimuladas por diferentes materiais e interações com seu meio na construção de um ser social. Aprender através das atividades recreativas no ambiente escolar, que determinam o Movimento, é muito mais prazeroso, pois está sendo utilizado o que o aluno realmente gosta e nessa perspectiva, o professor está respeitando o estágio de desenvolvimento do aluno, que na infância considera essa prática a mais importante de suas vidas, pois quer imitar artistas, correr, pular, gesticular e brincar.

  Este trabalho está fundamentado nas fases de desenvolvimento da criança, em consonância com os estudos de Jean Piaget sobre tal. Conforme Piaget, até os dois anos de idade prevalece os jogos de exercícios, pois a criança trabalha com o corpo ou por intermédio dele.         

   Com relação ao equilíbrio como prática de atividades físicas, pode-se dizer que o mesmo proporciona bens significativos à saúde, tais como: fortalecimento de músculos e ossos, melhora na circulação sanguínea e consequentemente regulação da pressão arterial, diminuição de riscos de doenças cardíacas, ajuda no processo de emagrecimento, dentre outros. Na escola a grande responsável por apresentar e causar esses benefícios juntamente com a melhora e o desenvolvimento motor e cognitivo dos estudantes é a Educação Psicomotora, pois, através das suas diversas manifestações abrange tanto o âmbito educacional quanto o da saúde, desta maneira, a mesma terá grande influência no desenvolvimento motor e cognitivo dos alunos, além da melhora em outros elementos.

             Entender o desenvolvimento do equilíbrio no processo ensino e aprendizagem significa oportunizar ao aluno, praticar diversas habilidades físicas e ao mesmo tempo, manter o domínio do corpo e da mente, adotando hábitos de cuidado com este corpo e proporcionando uma adequação ao mesmo, sendo este o principal objetivo que foi demonstrado neste trabalho, enfatizando a importância e necessidade de intervenção do professor na conscientização desta prática para melhorar o condicionamento físico e motor e estimular o aluno, de diferentes faixas etárias, adquirirem o interesse e o gosto pelas atividades físicas e esportivas, pelo exercício da psicomotricidade.

 

4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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[1] Graduado em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano.

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