PSICOLOGIA E EXERCÍCIO FÍSICO: UM RECURSO PARA A SAÚDE MENTAL

 

Ive Paula Teixeira

Yasmin Lívia Queiroz Santos

 

 

RESUMO. Vários estudos demonstram a possibilidade de que indivíduos que praticam algum tipo de atividade física, de qualquer idade, apresentarem uma melhor saúde mental do que os sedentários. Dentre as possíveis hipóteses que buscam elucidar esse fato do efeito da atividade física sobre a depressão e a ansiedade, umas das mais relevantes é a das Endorfinas que são liberadas durante a prática do exercício, o que alivia os sintomas desses transtornos. O objetivo deste estudo foi de compreender a relação entre exercício físico e saúde mental. Também busca nesse sentido: compreender como a atividade física auxilia no tratamento da depressão, isto é, na (secreção de hormônios na diminuição de cortisol e aumento da serotonina), como ela auxilia na redução da ansiedade e quais os benefícios para a saúde mental da prática dos exercícios. Já a hipótese desse estudo foi de que, a atividade física traz inúmeros benefícios além do físico também no âmbito da saúde mental. A justificativa acadêmica desse estudo esteve no fato de que mesmo que já existem muitos artigos sobre transtornos como depressão e ansiedade, é importante que existam também artigos que demonstrem fatores que podem ser protetivos ou combativos à esses transtornos.

 

Palavras-chave:  Exercícios físicos. Saúde mental. Psicologia.

 

INTRODUÇÃO

 

Vários estudos demonstram a possibilidade de indivíduos que praticam algum tipo de atividade física, de qualquer idade, apresentarem uma melhor saúde mental que os sedentários. Dentre as possíveis hipóteses que buscam elucidar esse fato do efeito da atividade física sobre a depressão e a ansiedade, umas das mais relevantes é a das Endorfinas que são liberadas durante a prática do exercício, o que alivia os sintomas desses transtornos (COSTA et al., 2007).

A fragmentação do homem em corpo e mente fez-se algo corriqueiro na mentalidade da sociedade ocidental. Foi criada ainda uma hierarquia sendo o corpo submisso a mente, a sensibilidade inferior a inteligência e o campo experiencial menor que a racionalidade (ROBLE et al., 2012).

De acordo com as conjecturas e visualizando o método da Carga Global da Doença, sugerida pela Organização Mundial de Saúde, em 2020 a depressão seria uma das doenças que mais causaria mortalidade e incapacidade de forma geral na população. A depressão é basicamente definida por pessimismo, baixa autoestima, tristeza, desesperança, desespero e pensamento negativos periódicos. Os seus principais sintomas são: ideação suicida, retraimento, irritabilidade e fadiga (COSTA et al., 2007).

A depressão pode aparecer em resposta a um contexto específico, como frente a uma perda, acontecimentos desagradáveis, frustrações e uma situação vivencial depressiva. Esse humor depressivo está vinculado ainda a uma grande inabilidade de perda social (COSTA et al., 2007).

Os exercícios físicos caracterizam-se como uma forma privilegiada de promover melhorias na saúde (física e mental) e pode ter como motivação um conjunto de razões (FOX, STATHI, MCKENNA, e DAVIS, 2007; INGLEDEW e MARKLAND, 2008; INGLEDEW, MARKLAND, e FERGUSON, 2009; WEINBERG e GOULD, 2007, apud ABREU e DIAS, 2017).

De acordo com Deci e Ryan (1985) apud Abreu e Dias (2017), a teoria da autodeterminação possibilita um cenário teórico elucidativo que se mantem em três potências do comportamento motivado: extrínseca, a motivação e motivação intrínseca. Deci e Ryan (1985) apud Abreu e Dias (2017), pressupõem que o contentamento da necessidade de autodeterminação (controle interno, esforço individual, desejo de experiências) e autonomia, de capacidade e do relacionamento social.

Uma revisão realizada por Knochel e colaboradores (2012) apud Abreu e Dias (2017), trata sobre os resultados comportamentais e cognitivos da atividade física em pacientes psiquiátricos, destaca que a atividade física praticada regularmente causa benefícios substanciais em pacientes com transtornos. As informações coletadas nos artigos investigados demonstram ainda uma melhoria na diminuição de sintomas patológicos e ainda melhor qualidade de vida. Postula também que a prática de atividade física pode funcionar como maneira preventiva de intervenção terapêutica, auxiliando na redução dos sintomas da ansiedade, depressão e a melhora de funções cognitivas.

Para Baptista e colaboradores (2011) apud Abreu e Dias (2017), o exercício físico tem resultados positivos na comunidade e no sujeito. Diminui fatores de risco individuais e faz crescer a atuação do indivíduo socialmente, demonstrando-se uma ação favorável para a saúde, com poucos efeitos negativos e acessível comparada aos medicamentos por exemplo

Muitos estudos têm sido feitos com o objetivo de observar os resultados da atividade física na auto percepção em geral, na autoestima especificamente, o que demonstra que a prática de exercício físico tem efeito positivo no autoconceito, na autoimagem, satisfação corporal e na autoestima da população idosa (BENEDDETTI, PETROSKI, e GONÇALVES, 2003; MAZO, CARDOSO, e AGUIAR, 2006; REJESKI e MIHALKO, 2001; STATHI, FOX, e MCKENNA, 2002 apud FERNANDES et al., 2009).

Com o objetivo de obter-se uma razão para os resultados dos exercícios físicos na autoestima, Sonstroem e Morgan (1989) apud FERNANDES et al., (2009), criaram um método hierárquico demonstrado segundo uma hierarquia, sendo que no topo está a autoestima e na base a autoeficácia.

A qualidade de vida relacionada com a saúde (QdVRS) demonstra a maneira como os individuos percebem a sua saúde, traduz o bem-estar subjetivo do sujeito em muitos aspectos, sendo o psicológico (bem-estar emocional e mental), o físico (capacidade de realizar tarefas) e o social (capacidade de se relacionar com as pessoas). Este é um relevante indicador do estado de saúde contemporâneo (PIMENTEL, 2006 apud CAMOES et al., 2016).

Os efeitos positivos para a saúde da atividade física, bem como os seus efeitos psicológicos benéficos, são bem descritos na literatura. Têm-se conhecimento que a diminuição da aptidão física global, fundamentalmente no fator vinculado à capacidade de resistência cardiorrespiratória, pode causar dificuldades para realização de atividades diárias vinculadas a vida profissional e até mesmo atividades de lazer, sendo que ainda aumenta a probabilidade do sujeito desenvolver patologias como doenças crônico-degenerativas, como osteoporose, hipertensão, doenças coronarianas e diabetes mellitus. Além de transtornos psiquiátricos como a depressão, a ansiedade e um estado de humor negativo (ARAUJO et al., 2007).

A ligação entre os benefícios do exercício físico e os distúrbios do humor é descrita em inúmeros artigos que ressaltam as vantagens psicológicas da prática regular de exercícios. Mas ainda são poucos os estudos que correlacionam a atividade física a transtornos ansiosos (ARAUJO et al., 2007).

O objetivo geral desse estudo é compreender a relação entre exercício físico e saúde mental.

Já os objetivos específicos nesse sentido, serão de: compreender como a atividade física auxilia no tratamento da depressão (secreção de hormônios na diminuição de cortisol e aumento da serotonina), como ela auxilia na redução da ansiedade e quais os benefícios para a saúde mental da prática dos exercícios.

A hipótese desse estudo é de que, então, a atividade física traz inúmeros benefícios além do físico, também no âmbito da saúde mental.

A justificativa pessoal desse estudo, estabelece-se no fato de que considero de grande importância o exercício físico para minha boa saúde tanto física, quanto mental.

A justificativa acadêmica está no fato de que mesmo que já existem muitos artigos sobre transtornos como depressão e ansiedade, é importante que existam também artigos que demonstrem fatores que podem ser protetivos ou combativos à esses transtornos como o exercício físico. Também se faz necessário que existam artigos mais contemporâneos sobre essa temática. 

Já a justificativa social, prende-se na questão de que atualmente entende-se que a saúde de forma geral e o bem-estar de um indivíduo é formada por uma integração entre o estado e mental.

Para a elaboração dessa pesquisa, será realizada uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo utilizando os seguintes descritores: exercícios físicos, saúde mental, psicologia.

Para a coleta de dados será realizada uma pesquisa bibliográfica, em que serão utilizados livros, encontrados na biblioteca Martinho Lutero no Iles Ulbra em Itumbiara-GO. Os artigos também serão encontrados em sites como: scielo, pepsic e google acadêmico.

Nesse estudo não será realizado recorte temporal, sendo que apenas serão utilizados livros e artigos que buscarão responder aos objetivos do estudo.

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Saúde mental e atividade física

 

Comparando a saúde mental dos sedentários com pessoas ativas fisicamente através de estudos, tem-se percebido uma melhora independentemente da idade. A melhora de quadros ansiosos e depressivos dão indícios de que tal melhora se dá pelo fato de pesquisas comprovarem a liberação de endorfinas e serotoninas na prática esportiva. (ADAMOLI e AZEVEDO, 2009).

A qualidade de vida em adultos tem sido estudada no que respeita à sua relação com diversas variáveis, de entre as quais destacamos a prática de exercício físico (Bize, Johnson, & Plotnikoff, 2007; Brown et al., 2003; Vuillemin et al., 2005). Assim, a prática de exercício físico parece associar-se a uma percepção elevada de Qualidade de Vida relacionada com a saúde (ABREU e DIAS, 2017, p. 515).

 

A organização mundial de saúde reconhece a atividade física como um dos comportamentos promotores de saúde. (ABREU e DIAS 2017). Atividade física realizada constantemente através de um estudo realizado por Knochel e colaboradores (2012) apud Abreu e Dias (2017), demonstram um resultado benéfico em pacientes com transtornos mentais, melhoras nas capacidades e num melhor funcionamento tanto comportamental, quanto cognitivo.

As investigações demonstraram através dos estudos um progresso e melhoria na qualidade de vida no geral, assim como o decrescimento de sintomas patológicos. Ao se melhorar as funções cognitivas, reduzir sintomas de ansiedade, depressão e outros, a prática de exercício físico vem como forma preservativa de intervenção terapêutica. (ADAMOLI e AZEVEDO, 2009).

De acordo com Baptista e colaboradores (2011) a atividade física tem efeitos benéficos seja no indivíduo ou na comunidade. Reduz fatores de risco individuais e aumenta a participação do sujeito na sociedade, apresentando-se como uma atividade benéfica para a saúde, acessível, pouco dispendiosa e sem potencial negativo (ABREU e DIAS, 2017, p. 514).

 

Ao longe do aumento da melhora física e mental a prática de exercícios físicos age de forma abrangente na melhora da comunidade, ao se envolver com a prática de hábitos saudáveis voltados a atenção a saúde tem-se assim uma melhora mútua com mínimos efeitos negativos e de forma em que todos possuem acesso. Abrangendo ainda a ideia geral da pesquisa, a prática de exercícios consiste numa melhora substancial da percepção da autoestima, satisfação corporal, percepção do autoconceito e uma melhora significativa para o público idoso. (ADAMOLI e AZEVEDO, 2009).

A qualidade de vida relacionada com a saúde é percebida pelos indivíduos através de sua saúde e vários outros aspectos subjetivos relacionados a bem-estar, sendo eles físico dentre as capacidades de efetividade e realização de tarefas, psicológico que é relacionado ao emocional e mental, sendo indicador de saúde mental contemporâneo. Têm-se conhecimento que a diminuição da aptidão física global, fundamentalmente no fator vinculado à capacidade de resistência cardiorrespiratória, pode causar dificuldades para realização de atividades diárias vinculadas a vida profissional e até mesmo atividades de lazer, sendo que ainda aumenta a probabilidade de o sujeito desenvolver patologias como doenças crônico-degenerativas, como osteoporose, hipertensão, doenças coronarianas e diabetes mellitus. Além de transtornos psiquiátricos como a depressão, a ansiedade e um estado de humor negativo (ARAUJO et al., 2007).

Por tais motivos citados a cima dentre outros, é visto que a promoção da pratica de atividade física vem posicionando-se num lugar de maior atenção na agenda mundial de saúde pública, exatamente pelo fato de que os indicadores comprovam maiores benefícios no modo a prevenir diversas doenças e assim também como manutenção da própria, incluindo assim a mental. Além do mais o predomínio do sedentarismo, no mundo inteiro tem se elevado (ADAMOLI e AZEVEDO, 2009).

As doenças não transmissíveis, como as cardiovasculares e o câncer, são as maiores em afetar e tirar vidas acerca do mundo, e a maioria delas estão atreladas com as formas menos saudáveis ou nada saudáveis de comportamento, por exemplo como má alimentação associada ao uso de álcool, tabaco e ao sedentarismo. Vemos então que o comportamento saudável de cada sujeito diz muito sobre a saúde mental da pessoa (ADAMOLI e AZEVEDO, 2009).

A ligação entre os benefícios do exercício físico e os distúrbios do humor é descrita em inúmeros artigos que ressaltam as vantagens psicológicas da prática regular de exercícios. Mas ainda são poucos os estudos que correlacionam a atividade física a transtornos ansiosos (ARAUJO et al., 2007).

O conhecimento sobre a relação entre atividade física e saúde mental, ou mais especificamente entre atividade física e humor, ainda é limitado; portanto, neste momento, não é possível definir a relação causa-efeito ou descrever em detalhes os mecanismos psicológicos e fisiológicos subjacentes a essa associação (PELUSO e ANDRADE, 2005).

 

2.2 Os tipos de depressão

 

Nos atualmente temos como definição para a depressão a baixa autoestima, pessimismo, tristeza, pensamentos negativos recorrentes, desespero e desesperança, tendo como sintomas ideias suicidas, irritabilidade, fadiga, retraimento. Através de um contexto específico a depressão aparece em resposta a frustrações, perdas inesperadas, acontecimentos desagradáveis e esse humor depressivo se vincula a uma forte inabilidade de perda social (ADAMOLI e AZEVEDO, 2009).

A depressão tem sido tema frequente na área da saúde nas últimas décadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 9,5% das mulheres e 5,8% dos homens passarão por um episódio depressivo num período de 12 meses, mostrando uma tendência ascendente nos próximos vinte anos (World Health Organization - WHO, 2001). Autores como Conrad (2007) e Horwitz e Wakefield (2007) alertam para uma reflexão acerca dos números crescentes da depressão em análises estatísticas atuais, com base em critérios diagnósticos definidos pela quarta edição do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, conhecido como DSM IV, de 1994, texto amplamente utilizado na área médica. Esses autores colocam em dúvida se há realmente um aumento do transtorno depressivo ou se o que está ocorrendo é um processo de medicalização de condições humanas antes tidas como normais (SOARES e CAPONI, 2011, p. 438).

 

O estudo incessante sobre a depressão indica que ela não tem marcador biológico para diagnósticos. Portanto usa-se da terapia para alcançar o paradigma causal. Como exemplo se a depressão foi causada pela falta da produção do hormônio serotonina se insere um antidepressivo para que aja na produção desta no sistema nervoso. Observa-se que nem sempre e em muitas ocasiões a depressão não surge apenas com a falta da serotonina (BARBOSA et al., 2011).

A particularização se dá pelo fato de acometer principalmente a aspectos biológicos e, mas substancialmente ao modelo em que se vive na contemporaneidade. Com o passar do tempo e estudos tem-se percebido o quanto se torna amplo o diagnóstico para a depressão, pelo fato de termos em nossa disponibilidade a medicalização, que vem sendo amplamente disponibilizada para sofrimentos associados a outras patologias como menopausa, TPM, andropausa, obesidade além de a outros transtornos considerados de risco (BARBOSA et al., 2011).

A depressão é um transtorno de humor caracterizado por manifestações afetivas anormais que variam em relação a sua intensidade, freqüência e duração na ocorrência dos sintomas (Lehtinem e Joukamaa, 1993; DSM-IV, 1995) que pode incluir desde sentimentos como tristeza, crises de choro, angústia e desesperança, baixa auto-estima e baixa capacidade de sentir prazer, culpa, desvalia, visões pessimistas do futuro, isolamento social, perda de interesse até alterações somáticas, envolvendo o sono, apetite, atividade motora e função sexual (Rozenthal et al., 2004; Seligman, 1977) (VIEIRA et al., 2007, p. 24).

 

 

Tendo em vista a medicalização como acesso aos tipos de depressões o aumento do distúrbio e das vendas medicamentosas tem um aumento mutuo, assim como para doenças relacionadas, fazendo com que cresça as prescrições médicas. Tendo assim uma baixa no rastreamento para apuração das causas subjetivas que desencadeiam o sofrimento (BARBOSA et al., 2011).

O tratamento direciona-se exclusivamente à sintomatologia ou ao controle dos fatores de risco. Identificamos, assim, a transformação de várias formas de sofrimento, dos mais diferentes contextos, em patologias individuais, mensuráveis e homogeneizadas por meio de critérios diagnósticos, com consequente aplicação de recursos terapêuticos universalizáveis aplicados ao indivíduo, a exemplo dos antidepressivos apresentados como opção terapêutica privilegiada (SOARES e CAPONI, 2011, p. 445).

 

No que diz respeito aos aspectos psicossociais deve-se analisar até onde vai a desinformação, os mitos e preconceitos e também a generalização da depressão, bem como a intervenção dos fatores do ambiente que desencadeiam e influenciam a prevalência da doença, a falta da capacidade se relacionar, as atividades sociais, os prejuízos e falta de capacidade no trabalho e como se dá a qualidade de vida da pessoa que se apresenta deprimida (BARBOSA et al., 2011).

O acesso a informações sobre saúde mental, o alto custo dos medicamentos e das terapias, os tabus sociais que rondam a morte e o suicida, falhas na formação dos médicos quanto aos aspectos relacionados a saúde mental, e falta de especialistas em saúde mental no serviço público representam as principais dificuldades para aqueles que apresentam transtornos mentais receberem tratamento adequado (BARBOSA et al., 2011, p. 240).

A avaliação cuidadosa do tipo de transtorno depressivo implica em decisões fundamentais para o tratamento, como por exemplo, internar ou tratar ambulatorialmente o paciente em função do risco suicida. É importante saber se se trata de um quadro unipolar ou bipolar para se avaliar o risco de uma “virada maníaca” no uso de antidepressivos em pacientes bipolares, assim como distinguir um episódio único de quadros crônicos e recorrentes, pois nestes casos o risco de recidiva exige um tratamento de manutenção de longo prazo (BARBOSA et al., 2011).

Cabe lembrar também a importante superposição de sintomas ansiosos e depressivos, que pode ser observada com frequência na prática clínica e exige uma abordagem bastante integrada, permitindo ao paciente uma superação global de suas dificuldades o que pode implicar, inclusive, em ganhos em seu desenvolvimento pessoal (BARBOSA et al., 2011).

 

2.3 Os transtornos ansiosos

 

Os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais comuns tanto em crianças quanto em adultos, com uma prevalência estimada durante o período de vida de 9% e 15% respectivamente (CASTILHO et al., 2000).

Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho (CASTILHO et al., 2000).

A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se observa como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo.1 Tais reações exageradas ao estímulo ansiogênico se desenvolvem, mais comumente, em indivíduos com uma predisposição neurobiológica herdada (CASTILHO et al., 2000, p. 20).

 

Os transtornos ansiosos são quadros clínicos em que esses sintomas são primários, ou seja, não são derivados de outras condições psiquiátricas (depressões, psicoses, transtornos do desenvolvimento, transtorno hipercinético, etc.) (CASTILHO et al., 2000).

Sintomas ansiosos (e não os transtornos propriamente) são frequentes em outros transtornos psiquiátricos. É uma ansiedade que se explica pelos sintomas do transtorno primário (exemplos: a ansiedade do início do surto esquizofrênico; o medo da separação dos pais numa criança com depressão maior) e não constitui um conjunto de sintomas que determina um transtorno ansioso típico (descritos a seguir) (CASTILHO et al., 2000, p. 20).

 

Mas podem ocorrer casos em que vários transtornos estão presentes ao mesmo tempo e não se consegue identificar o que é primário e o que não é, sendo mais correto referir que esse paciente apresenta mais de um diagnóstico coexistente (comorbidade). Estima-se que cerca de metade das crianças com transtornos ansiosos tenham também outro transtorno ansioso (CASTILHO et al., 2000).

A causa dos transtornos ansiosos infantis é muitas vezes desconhecida e provavelmente multifatorial, incluindo fatores hereditários e ambientais diversos. Entre os indivíduos com esses transtornos, o peso relativo dos fatores causais pode variar (CASTILHO et al., 2000).

 

METODOLOGIA

 

Nesse artigo foi realizada uma revisão bibliográfica sobre exercícios físicos e saúde mental. Para a elaboração dessa pesquisa, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo utilizando os seguintes descritores: exercícios físicos, saúde mental, psicologia.

Uma pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de um conteúdo já formulado, que se constitui essencialmente de livros e artigos científicos. Algumas pesquisas que sugerem a análise de vários posicionamentos através de uma questão costumam ser desenvolvidas quase que inteiramente por meio de origens bibliográficas (GIL, 2002).

Nas pesquisas qualitativas, principalmente nos casos em que não se possui um modelo teórico para analise, é comum observar um movimento entre observações, reflexões e interpretações à proporção que a análise tem andamento (GIL, 2002).

Para a coleta de dados foi realizada uma pesquisa bibliográfica utilizando artigos e livros. Foram utilizados livros encontrados na biblioteca Martinho Lutero no Iles Ulbra de Itumbiara-GO. Já os artigos foram encontrados em sites como: scielo, pepsic e google acadêmico.

Nesse artigo não foi realizado recorte temporal, sendo que apenas foram utilizados livros e artigos que buscaram responder aos objetivos do estudo.


REFERÊNCIAS

 

ABREU, Maria Odília; DIAS, Isabel Simões. Physical exercise, mental health and quality of life in ESECS/IPL. Psic., Saúde & Doenças,  Lisboa ,  v. 18, n. 2, p. 512-526,  ago.  2017 .   Disponível em: . Acesso em 05 maio  2020.

 

ADAMOLI, Angelica Nickel; AZEVEDO, Mario Renato. Padrões de atividade física de pessoas com transtornos mentais e de comportamento. Revista Ciência e Saúde Coletiva, v.14 nº1, p. 243-251, 2009. Disponível em:. Acesso em  11  maio  2020.

 

ARAUJO, Sônia Regina Cassiano de; MELLO, Marco Túlio de; LEITE, José Roberto. Transtornos de ansiedade e exercício físico. Rev. Bras. Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 29, n. 2, p. 164-171,  Junho  2007.   Disponível em:. Acesso em  11  maio  2020.

 

BARBOSA, Fabiana de Oliveira; MACEDO, Paula Costa Mosca; SILVEIRA, Rosa Maria Carvalho da. Depressão e o suícido. Rev. SBPH,  Rio de Janeiro ,  v. 14, n. 1, p. 233-243, jun.  2011 .   Disponível em . Acesso em  03  jun.  2020.

 

CAMOES, Miguel et al . Exercício físico e qualidade de vida em idodos: diferentes contextos sociocomportamentais. Motri.,  Ribeira de Pena ,  v. 12, n. 1, p. 96-105,  mar.  2016.   Disponível em . Acesso em  6  maio  2020.

 

CASTILLO, Ana Regina GL et al . Transtornos de ansiedade. Rev. Bras. Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 22, supl. 2, p. 20-23,  Dec.  2000.   Disponível em: . Acesso em  03  Jun.  2020.

 

 

 

COSTA, Rudy Alves; SOARES, Hugo Leonardo Rodrigues; TEIXEIRA, José Antônio Caldas. Benefícios da atividade física e do exercício físico na depressão. Rev. Dep. Psicol.,UFF,  Niterói,  v. 19, n. 1, p. 273-274,    2007.   Disponível em: . Acesso em 11 maio  2020.

 

FERNANDES, H.M. et al . The influence of physical activity in the positive mental health of the elder. Motri.,  Santa Maria da Feira ,  v. 5, n. 1, p. 33-50,  jan.  2009.   Disponível em . Acesso em 11  maio  2020.

 

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

 

PELUSO, Marco Aurélio Monteiro; ANDRADE, Laura Helena Silveira Guerra de. Physical activity and mental health: the association between exercise and mood. Clinics,  São Paulo,  v. 60, n. 1, p. 61-70,  fev.  2005. Disponível em . Acesso em 03 jun. 2020.

 

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SOARES, Giovana Bacilieri    CAPONI, Sandra. Depressão em pauta: um estudo sobre o discurso da mídia no processo de medicalização da vida. []. , 15, 37, pp.437-446.  18--2011. ISSN 1414-3283.   Disponível em: . Acesso em 03  Jun.  2020.

 

VIEIRA, José Luiz Lopes; PORCU, Mauro; ROCHA, Priscila Garcia Marques da. A prática de exercícios físicos regulares como terapia complementar ao tratamento de mulheres com depressão. J. bras. psiquiatr.,  Rio de Janeiro ,  v. 56, n. 1, p. 23-28,    2007.   Disponível em: . Acesso em 03  Jun.  2020.