PROFESSOR: RICARDO EVANGELISTA BRANDÃO 
DISCIPLINA FILOSOFIA II 
ESTUDANTE: EMANUEL ISAQUE CORDEIRO DA SILVA 
ASSUNTO:FILOSOFIA POLÍTICA/CONTRATUALISMO DE 
ROUSSEAU 

1°) Na primeira parte do “Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos das Desigualdades entre os Homens”, o pensador genebrino sente a necessidade de explicar a diferença entre os homens e os animais. Explique qual o motivo dessa necessidade, e quais as principais diferenças elencadas por ele. RESPOSTA: buscando-se uma melhor hipótese plausível para se buscar a alusão dos homens em seu estado de natureza, Rousseau sente a necessidade de entender como eram os “homens” sem as características civis, que seriam encontradas no texto ‘Leviatã’ de Thomas Hobbes e outros ademais, para alicerçar-se ante o estado que ele designar como sendo o “homem”, um “Bom Selvagem”. O que entra em dissídio com Hobbes, pois este afirma que o “homo” seria mau por natureza, daí sua frase: “o homem é o lobo do homem”. Em suma, a ênfase maior seria a de buscar historicamente, por onde deu-se o estopim da primeira desigualdade, logo, era necessário contrapor-se aos ideais hobbesiano e entrar em dissídio ante a imagem naturalista do homem. Para Rousseau, as principais características divergentes do ‘homo’ para o animal, seria o intelecto, isto é, a capacidade de usar o raciocínio; o amor de si, entendido como uma paixão inata de amor próprio e autopreservação e a perfectibilidade, entendida como a capacidade ou potencialidade de manifestação de adaptação e escolha, além da liberdade primária para com a “coerção” da natureza, isto é, escolher seguir o natural ou não. (E.I.C. da S. – IFPE 2017). 2°) Provavelmente a passagem mais conhecida no Discurso sobre as Desigualdades seja: “O primeiro que, tendo cercado o terreno, se lembrou de dizer: isto é meu, é encontrou pessoas bastante simples pra acreditá-lo, foi o verdadeiro fundador s sociedade civil” (ROUSSEAU, 2009, p. 592). De acordo com o pensador, a propriedade privada aludida no texto, não surgiu de uma hora para outra. Assim sendo, explique qual foi o processo que levou a raça humana à propriedade, é consequentemente à desigualdade. RESPOSTA: No Discurso, o filósofo traça um processo de transição ou êxodo do estado natural para o estado civil em sociedade. Para o filósofo, o ‘homo’ tinha por si natureza, três elementos ou fatores primordiais à sua existência, sã o eles: se autopreservar, acasalar com uma fêmea de sua espécie e alimentar-se, bem como descansar, porém, na medida em que o mesmo se via no contexto de que poderia abrir mão de viver em nomidicidade, ter uma mulher fixa e produzir seu alimento, com o surgimento s agricultura a exemplo; o mesmo tende a gerar uma família, que pra Rousseau tem papel enorme e primordial nesse processo, e é entendida como a grande vilã s saída do homem natural para o civil, logo, agora o homem vê-se não mais no direito de apenas se autopreservar, mas agora no papel de perpetuar-se e proteger e manter eu família, no qual durante esse processo, o mesmo constrói seu abrigo para se proteger das intempéries naturais, logo, serve como estopim para a ideologia da propriedade privada. Não há mais um deslocamento, os agora homens, tornam-se sedentários e vivem para o trabalho e sustentação, bem como proteção de si família. (E.I.C da S. – IFPE, 2017). 3°) A obra “O Contrato Social” é uma das mais importantes obras acerca da filosofia política escrita até hoje. Nela Rousseau trabalha, à sua maneira, o paradigma contratualista problematizando diversos temas, que frequentemente o colocaram como antagonista de pensadores como Thomas Hobbes. Desta forma, explique o papel da Liberdade na mencionada obra, e em que ela difere da Liberdade na perspectiva de Hobbes no Leviatã. RESPOSTA: O conceito de Liberdade para Rousseau, pode ser dividida em duas esferas, uma natural e outra civil, isto é, a liberdade natural é pensada através do que o homem pensa e quer fazer através de seu ego; nesta o homem vive livre de quaisquer contratos, bem como têm a capacidade de seguir ou não ferreamente a natureza. Quando passa-se o processo de transição do natural para o civil, através da propriedade privada, temos a convenção ou pacto dos cidadãos para com os interesses do Estado, logo, esse liberdade é convertida ao campo geral, ou seja, é deixada do lado natural e as preocupações consigo mesmo, para agora a preocupação ser geral, a liberdade antes completa em termos genéricos, torna-se agora uma liberdade parcial. Aquilo que foi pensado para mim, agora é pensado buscando o mesmo para o outros semelhantes. Assim, é instituída a ‘vontade geral’ e o ‘Estado Civil’. Todavia, o homem encontra-se ainda, “amarrado” à visão do outro, tal qual pode se afirmar que não seja uma liberdade plena e total, é sim baseada na generalidade e parcialmente. Contrapondo-se à Rousseau, Thomas Hobbes, um primórdio contratualista, conceitua a Liberdade na perspectiva de política e direito, isto é, de que os homens estão presos a coercibilidade do soberano absoluto, logo não seria uma liberdade para si, mas baseada na sociedade absolutista e geral. Pois, Hobbes defendia a monarquia absolutista. Nessa perspectiva filosófica-social, o(s) homem(ns) não seriam livres totalmente para buscar seus ideais e constituir sua ideologias, acerca do seu papel no Estado como um todo. Ora, em dissídio as esses ideais monárquicas-absolutistas, Rousseau levanta a bandeira da democracia (poder do povo), logo, os homens abririam mão de si liberdade plena, para a liberdade parcial, ou seja, regras seriam impostas pelo(s) escolhido(s), em que pelo pacto seriam e teriam que ser seguidas e obedecidas pelo todo, ao passo em que a liberdade agora é não mais decidir por mim, é sim pelo todo, fazendo com que aquilo que se foi imposto seja agora seguido pelo povo. (E.I.C.da S. - IFPE, 2017). 4°) É expediente comum, os especialistas em filosofia política considerarem o conceito da Vontade Geral, a maior contribuição de Rousseau para a teoria política. Explique o mencionado conceito, e de qual forma ele auxilia o pensador a resolver o paradoxo presente no Contrato Social. RESPOSTA: Usarei a lei Régia Romana que diz: “O poder é do povo e é por ele conferido ao soberano”. Isto quer dizer que o povo emana poder em sociedade, porém, este mesmo corpo deve eleger por intermédio de uma convenção/pacto/contrato seu representante político para que seja delegado um corpo político, que assim sendo delegará leis de coerção social. Todavia, a ‘vontade geral’, em pauta, é entendida como o corpo populacional que vos as melhorias para si e para o todo, e que emana poder em sociedade, isto é, o soberano escolhido delega regras para a sociedade, mas as regras do soberano são ditadas pelo povo, e o intuito de segui-lo, são instituídas por esse corpo geral, que nada mais é do que um conjunto de homens que discutem e debatem sobre a pólis (cidade) e as políticas do soberano para com o Estado, como se foi na praça grega em Atenas, a Ágora. Para Rousseau, essa vontade geral institui o Estado Civil e a democracia direta, pensada por ele. Acredita-se que esse contrato social é resolvido pela vontade geral no que rege os parâmetros instituídos por esse e que legitima o poder da sociedade como um todo. Essa parede de contradição é agora resolvida pelo conceito da Vontade Geral, que os cidadãos de uma cidade emanam poder para com o soberano, e aquilo que pode ser bom pra um deverá ser bom para o todo. (E.I.C.da S. – IFPE, 2017)