DATA: 10.10.98, horário: 10:30 horas, “Jorge no Sogro”:

Era e Jorge me surpreende com um telefonema:

  • Alô Felipe, é o Jorge.
  • Oi, tudo bem?
  • Tudo. Conseguiste falar com o nosso amigo?
  • Não. Aquele celular do Júlio não atende.
  • Pois é, eu estou tentando direto e não consigo, realmente o Knaesel não tem condições nenhuma a semana que vem à noite, vai ter que ser ao meio dia, já tratei com o Geraldo, será lá no Candeias novo, o Geraldo vai interditar uma área lá para nós e ficaremos mais à vontade.
  • Está ótimo.
  • Mas tu tens que conversar com o Júlio.
  • Sim.
  • Isso tu faz, conversa com o Júlio, dá um jeito de contatar com ele.
  • Certo. Vou ver o que consigo fazer. Mas Jorge eu acho que o Júlio está conseguindo reverter a situação dele.
  • Não entendi.
  • Sim, eu ouvi comentários ontem lá na Delegacia-Geral de que o Júlio poderá ser o Secretário de Segurança, o pessoal do Heitor já não tem mais como tão certo que ele é que vai ser o Secretário, passou a fase de euforia e o pessoal está caindo mais na real, vendo que essa história de que ele seria o Secretário foi um esquema político, uma estratégia, mas agora a realidade é bem outra.
  • É mesmo? Estão falando isso lá?
  • Sim.
  • Mas qualquer coisa eu estou aqui na casa do meu sogro, o telefone para contato o telefone dele é...
  • Tudo bem, repete.
  • Vou repetir o telefone...
  • Certo, então até mais.
  • Até!

Horário: 14:00 horas, enfim o “O Primeiro Escalão”?

Fui ler o Diário Catarinense de domingo e colhi esse comentário:

PRIMEIRO ESCALÃO

Articulação para compor colegiado agita bastidores

Florianópolis

O quebra-cabeça que vai revelar a ‘cara’ do novo governo já começa a ser montado, apesar de o governador eleito, Espiridião Amin (PPB), recusar-se a antecipar os nomes que pretende escalar. As negociações oficiais só devem se estabelecer depois do dia 19 de novembro, mas nos bastidores as articulações vão de vento em popa.

Tido como o ‘nome forte’ que emergiu do pleito de 4 de outubro, o deputado Leodegar Tiscoski, presidente  estadual do PPB, tem tudo para integrar o colegiado estadual. Com a segunda maior votação do partido para a Câmara de Deputados, Tiscoski pode assumir uma secretaria de peso, como a dos Transportes, órgão ao qual é vinculado. Confirmada a hipótese, assumirá a vaga de deputado federal o primeiro suplente, Raimundo Colombo (PFL).

É dada como certa também a convocação  de um deputado estadual para o primeiro escalão. O nome ainda não está definido, mas o principal requisito para integrar a equipe de governo é ‘Ter cara de vencedor’, perfil no qual Tiscoski se encaixa pela surpreendente votação que recebeu na sua primeira tentativa a federal. O governo Amin, garantem interlocutores próximos do governador eleito, ‘tem que ter cara de renovador, tem que transmitir otimismo’.

Os principais cargos da administração serão divididos entre PPB, PFL e PSDB, os maiores partidos da aliança vitoriosa, na medida da respectiva representação no Legislativo. Também entrarão nas negociações cargos federais. O PSDB deve ficar com duas secretarias, provavelmente a Justiça e a Saúde, para a qual pode ser convocado o recém-eleito deputado federal, Vicente Caropreso. Nesse caso, o vice-prefeito da Capital, Péricles Prades, primeiro suplente, pode assumir a vaga na Câmara.

O PFL terá grande fatia no governo. Deve ficar com as Secretarias de Administração e Segurança, à qual deve ser convocado o deputado Júlio Teixeira, que não se reelegeu. Aos pefelistas também caberá o sistema financeiro do Estado, incluindo Codesc, Besc, Badesc e afins, além da Secretaria da Fazenda. (LHV)”

(Diário Catarinense, Domingo, 11.10.98, pág. 6)