Data: 27.11.98, “De 17 para 12!”

(...)

O governador eleito já anunciou diminuição dos cargos comissionados, a começar do enxugamento do primeiro escalão. Quer reduzir o número de secretários de 17 para 12 ou, no máximo, 14.

Anúncio do secretariado, garantem assessores, só em dezembro.

“Ainda, o Futuro do Detran”:

Concurso?

Dois processos tramitam na Justiça Estadual visando a anulação do ‘concurso’ de despachante realizado pelo Detran. Uma ação popular tramita na 2ª Vara da Fazenda e um mandado de segurança na 2a Vara Civil.

No sul, segundo denúncias do PPB, foram aprovados afilhados políticos do deputado Manoel Motta. Em São José, levou Paulo Cortes, marido de Bete Muniz, da tropa de choque do governador Paulo Afonso. E em Florianópolis o 1°. Colocado foi Ari Martendal, presidente do Ipesc.

(‘O Estado, Moacir Pereira, 27.11.98, pág. 02-Opinião)

“Amin Company”:

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A Viagem

O roteiro da viagem e a comitiva de Esperidião Amin, Paulo Bauer, deputados e empresários da região carbonífera aos Estados Unidos, estimularam especulações sobre o futuro governo. A primeira da prioridade em torno da recuperação ambiental do sul. A Segunda: a presidente da Floran, Elizabeth Viecelli, que faz um trabalho positivo na Capital e integra a delegação, estaria mapeada para a presidência da Fatma.

(‘O Estado, Moacir Pereira, 27.11.98, pág. 02-Opinião)

“Paralelo 33”:

As manchetes na página de polícia mostram mais um errante..., digno das benções de Cristo, possivelmente veio lá do paralelo 33 já que muitos comentavam que ingressou na Polícia Civil de maneira bastante questionável, pelas benções de um ex-Delegado-Geral, cujo concurso teria sido um festival... “Maguila” se encontrava recolhido na Primeira Delegacia da Capital, mas com trânsito livre, cujos feitos eram de todos conhecidos por seus pares:

Justiça indefere habeas e Maguila continua preso

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Juiz recebe denúncia contra policial

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Horário: 16:00 horas, “O Soneca”:

Estava de passagem pela cidade de Tubarão tratando da transferência do carro que adquiri recentemente naquela cidade. Acompanhado de um funcionário da agência, depois de deixarmos o Banco Mercantil de São Paulo – Finasa, fomos até a Delegacia Regional. Ainda no trajeto conversava com Rodolfo que cuida da documentação e financiamento de veículos:

“(...)

  • Olha eu não fazia muita questão de ir até a Delegacia Regional... (Felipe)
  • Mas assim pode ser que tu já levas o documento hoje mesmo. (Rodolfo)
  • É, tens razão. O Sedenir que está lá?
  • Sim. Conhece ele?
  • Conheço. Você sabe o apelido dele?
  • Não. Ele tem?
  • Sim. Outro dia eu te digo.
  • Certo.

E na Delegacia Regional, depois de ser recebido pelo Delegado Regional  Sedenir Figueiredo:

“(...)

  • Tu que estais lá embaixo, quem é que vai ser o Secretário? (Sedenir)
  • Não sei...
  • O pessoal diz aí que vai ser o Heitor?
  • Pode até ser, mas não tem nada definido...
  • Tu já és especial?
  • Sim, desde 1996.
  • Vais assumir alguns cargo?
  • Pode até ser, mas ninguém sabe nada, depende de quem vai ser o Secretário. Qual é o nome que está forte aqui em Tubarão?
  • O pessoal fala muito no Sché ou o Júlio.
  • Sim, mas eu acho que acaba não sendo nenhum dos dois.
  • É mesmo?
  • Sedenir e quanto a nomes para Delegado-Geral, o pessoal comenta alguma coisa?
  • O pessoal tem falado muito no nome do Braga.
  • É, ele é um nome forte, apoiou o Heitor e depois já está com o tempo estourado para se aposentar.
  • Tu faltas quanto tempo?
  • Eu tenho uns dez anos pela frente ainda...

(...)

Enquanto aguardava os documentos que Geraldo Zobot foi providenciar, conversamos sobre outros assuntos:

  • Uma das coisas que esta administração pecou foi no campo institucional, construiu-se muito, mas nossas legislações não foram aplicadas especialmente no caso dos Delegados. Um exemplo disso é a questão das nomeações para cargos em comissão, remoções de Delegados, isso tudo agora traz incertezas, porque não se sabe quem vai ser o Secretário.
  • Mas nós no Conselho trabalhamos na reforma das leis cinquenta e cinco e noventa e oito, o trabalho foi concluído agora, está lá com a Lúcia, só que ela não mandou para frente porque disse que não há clima neste momento, é final de governo e dentre as nossas propostas de mudanças consta que as nomeação para cargos de direção deverão recair sobre os Delegados Especiais, pois é...
  • Porque não propuseram essas reformas no início do governo?
  • O ideal seria no meio do governo, quando se tinha força e não no final...
  • É, exatamente, e agora estamos aí! Durante os quatro anos deste governo mantiveram até Delegados Substitutos em cargos de Delegados Regionais e se propõe esse tipo de alteração justamente no final, pega mal... é claro que não seria aprovado.

(...)

E, depois, já no Setor de Trânsito, Rodolfo que ficou o tempo todo em silêncio só ouvindo nosso diálogo fez uma interpelação:

(...)

  • Será que o Delegado Regional não pode delegar competência para assinar aquela montanha de prontuários de veículos?
  • Olha Rodolfo, aquilo ali é serviço de muita responsabilidade, justamente para se evitar fraudes... (Felipe)
  • Ah, sim. Entendo. Mas ele fica o tempo todo assinando documentos...

(...)”.

Deixei a Delegacia Regional com aquilo martelando a minha cabeça, aquela montanha de prontuários e o nosso Delegado Regional com os dedos da mão já não aguentavam mais de tanto assinar  documentos... Realmente, será que aquela tarefa não poderia ser delegada? Acabei concordando com a crítica de Rodolfo, como representante da sociedade civil, olhando a instituição de fora para dentro, quando nos tornamos vulneráveis e possibilitamos a desmistificação.

Para finalizar, veio a imagem do Delegado Sedenir na época do governo de Pedro Ivo Campos, em cujo período respondeu pelo cargo de Delegado Regional de Tubarão. Naquela época, como presidente da Fecapoc vínhamos muito àquela cidade realizar assembleias. O Comissário Geraldo Zabot era o Presidente da Apoc (Associação dos Policiais Civis da Região) e as reuniões sempre ocorriam no início da tarde quando, segundo “Domingão” (ex-Delegado Regional)  alguém tinha que chamar Sedenir em sua residência porque deveria estar dormindo (ou circulando por algum paralelo).