Data: 20.11.98, “Ventos Nominais: Napoleão, Kurtz, Backes, Heitor, Júlio, Macagnam?”

Enquanto se continuava em ritmo frenético aguardando a dança das cadeiras, deu na coluna do jornalista Paulo Alceu:

Secretariado

Na bolsa de especulações, já que o nome oficial de um futuro secretário é segredo absoluto, os mais cotados para assumirem um cargo no colegiado de Esperidião Amin continuam sendo Leodegar Tiscoski (sic) (Transportes), Antonio Carlos Vieira (Fazenda) e Hugo Biehl (Agricultura). No PFL, em alta o deputado Paulo Gouvêa da Costa, o procurador Nelson Serpa e a empresária Fernanda Bornhausen.

(Diário Catarinense, 20.11.98)

“Vento Austral”:

No âmbito da Polícia Militar os ventos dos conflitos recentemente passados ainda pipocavam na mídia, entretanto, não mais com a intensidade de tempos atrás e que resoltou na queda do Comandante-Geral. Certamente que com o vento austral o assunto já foi superado e não esclarecido para a opinião pública: mudança de governo. O Diário Catarinense apresentou a seguinte nota:

‘Vítima de um grampo telefônico, prática criminosa quando não for autorizada previamente pela Justiça, o ministro das Comunicações foi levado a prestar um longo depoimento perante o Senado ontem. Aqui em Santa Catarina, outro rumoroso caso de ‘grampeamento’ aproxima-se de seu epílogo. O desembargador Amaral e Silva está concluindo seu voto de relator no julgamento do ex-comandante da Polícia Militar, coronel Ademir Anton, e outros três oficiais da corporação, acusados de escuta clandestina nos telefones de vários integrantes do alto escalão da PM. O coronel Anton temia que os oficiais, entre eles seu sucessor no comando, o coronel Valmir Lemos, estivessem ‘conspirando’ contra ele. O QG da espionagem funcionava num escritório no Centro de Florianópolis’.

Conheci o então Sargento Anton nos Jogos Abertos de São Bento do Sul, isso no ano de 1972. Era um grande lutador de judô, combativo e campeão. Participamos do certame, só que eu defendendo Concórdia e ele a Capital.  Acredito que aquele espírito de guerreiro o acompanhou por toda vida profissional, só que depois que fez carreira como Oficial e chegou ao mais alto cargo da Polícia Militar o cenário se alterou: teve que enfrentar inimigos internos, o que resultou em uma luta indômita com o seu destino cruel, talvez influenciado por seu passado nos tatames, porém não mais neles:

“Vento Seco!”

E no jornal ‘A Notícia’:

INFORMAÇÕES

Restrições criam impasse

Florianópolis – A relação diplomática entre os interlocutores do governador Paulo Afonso (PMDB) e do governador eleito, Esperidião Amin (PPB), no governo de transição, durou pouco. Negativa do representante de Paulo Afonso, secretário César Barros Pinto (PMDB), em repassar na íntegra as informações solicitadas pelo colaborador de Amin, Celestino Secco (PPB), irritou o progressista e gerou um impasse. ‘Acho isso medíocre, ridículo, não engrandece em nada’, disparou Secco, alegando eu ‘as informações são públicas e a Constituição Federal assegura a qualquer cidadão o direito de acesso’. Barros Pinto rebate Secco dizendo que ‘não somos obrigados a atender absurdos’, referindo-se, por exemplo, ao balanço dos compromissos financeiros vencidos e a vencer do governo até o dia 31 de dezembro requerido pelo interlocutor de Amin. ‘É coisa de dentro do governo e não tem porque fornecer’, justifica o secretário, que garante que a idéia de não enviar todos os dados não partiu do governador. Mas dele e do secretário de Fazenda, Marco Aurélio Dutra (PMDB).

Em função do desentendimento, Secco resolveu adiar nova visita a Barros Pinto no Palácio Santa Catarina, prevista inicialmente para ontem ou hoje. ‘Não tenho mais pressa de contactar’, comentou, ainda que prometesse dar continuidade ao processo de transição ‘da melhor forma possível’. Barros Pinto, por sua vez, declarou não estar preocupado se a atitude vai atrapalhar o relacionamento entre os interlocutores. ‘Sempre vão nos criticar. Se começarem a elogiar eu vou estranhar’, observou.

Secco pretendia solicitar a Barros Pinto nesta semana a liberação de um grupo restrito de funcionários públicos estaduais simpáticos à causa da coligação Mais Santa Catarina para auxiliar no levantamento da situação do governo. O coordenador de transição de Amin disse que não deverá abrir mão de que os servidores eventualmente incumbidos do trabalho tenham ‘o carimbo’ da equipe de Amin. ‘Não  se tratarão das pessoas que eles quiserem, mas das que nós requisitarmos’, afirmou no início da semana. (MCS)”

(‘A Notícia’, 20.11.98)