Data: 11.11.98:

E comecei a ler a carta que Wilmar Domingues encaminhou a direção da ADPESC e que Braga havia trazido para eu ler anteriormente:

Ao

Doutor Mário Martins

DD. Presidente da ADPESC

N E S T A

MENSAGEM – REPÚDIO

Sr. Presidente,

Via ‘fax’ e manuscrito, expresso meu veemente repúdio à aleivosa, sarcástica e insolente matéria a ser veiculada no Jornal da ADPESC, edição 1988, de autoria do Sr. Ricardo Lemos Thomé/Diretor de Planejamento da SSP, sob o título INCOMPETÊNCIA, DESCASO OU EXCESSO.

Causa-me asco/nojo, a alienação e a apurada insensibilidade ético-profissional do articulista, ao irrogar/assacar acusações levianas contra os atuais membros da comissão permanente de promoção/Subgrupo Autoridade Policial, um dos quais 1° Vice-Presidente da ADPESC contra ex-Delegado-Geral e, ex-membros da comissão, um dos quais ex-Corregedor-Geral e atual Delegado-Geral da Polícia Civil.

A desbragada diatribe do articulista tem explicações mais fundas do que a mera perspicácia/intelectualidade que aparenta e se esforça por demonstrar, vejamos:

Não inscrevera-se /habilitara-se em o processo de promoção do ano de 1994 e acusa, pasme, de ‘espertos’ e co-partícipes de ‘trama’ os Delegados de Polícia que foram promovidos.

Não inscrevera-se/habilitara-se  no processo de promoção de 1996, ora em curso/trâmite, e fica irresignado/indignado, pasme, com o indeferimento de pedido de inclusão de seu nome na lista de promoção.

Sobre a coleção de ‘jurisprudências pessoais em nosso meio’, dita/escrita jocosa e sarcasticamente pelo articulista, nada mais correto e sensato, vem que a carapuça lhe cai como uma luva.

É que, as criações jurídicas da lavra do articulista, também professor da ACADEPOL, têm sido supinamente desastradas.

Confesso, sinceramente, que reputei muito interessante, do livro de sua autoria, CONTRIBUIÇÃO À PRÁTICA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA, o tema desenvolvido no tópico INQUÉRITO POLICIAL NÃO É MERA PEÇA INFORMATIVA..

Nas comissões em que se auto-nomeara e fica nomeado para tratar (i) da uniformização dos procedimentos de polícia judiciária e (2) do projeto de alteração das Leis Complementares n°(s) 055 e 098, é que aparecem, à exaustão, verdadeiras ‘pérolas’ jurídicas, deixando patenteado o desconhecimento dos comezinhos princípios da hierarquia das leis, das redações técnico-legislativas e do trato das lides de polícia judiciária nos campos administrativos e repressivo-investigatório.

Risível e hilariante nisto tudo, Sr. Presidente, é que o articulista, como presidente/coordenador de uma das comissões alhures referidas, mais que açodadamente, tratou de encaminhar  à GEARH, a ata derradeira dos trabalhos, em cujo bojo, pasme, está assentado/registrado o nascimento de um novo membro, procriado pelo seu presidente/articulista Ricardo Lemos Thomé.

É pouco, ser agraciado com pontos para efeitos de promoção por trabalho mal elaborado, aliás, tido como imprestável/quase todo reformulado, e ainda distribuir bônus a amigos?

Blasonar e assacar acusações levianas, de forma sarcástica, contra o atual Delegado-Geral da Polícia Civil, contra o ex-Delegado-Geral e membros honrados da comissão, via Jornal da ADPESC, é no mínimo molecagem, é querer transformar nosso jornal num vergonhoso pasquim, e deixa a impressão de que o articulista, por tudo o que foi acima falado, se adonou de tudo e de todos e dita regras até para se imprimir a revista da ADPESC, da qual é coordenador.

Dito isto, Sr. Presidente, entendo que pasquinagens como estas articuladas pelo Sr. Ricardo Lemos Thomé, se tornados públicas, e, mais grave ainda, com o beneplácito da ADPESC darão a exata dimensão de nossa estatura ético-profissional, de forma  generalizada, à sociedade que não sabe distinguir os policiais sem escrúpulos dos verdadeiros profissionais, de nada valendo, pois, a existência do código de ética no seio de nossa classe.

Tenho dito!.

Florianópolis, 15 de junho de 1998

Wilmar Domingues

Delegado de Polícia Especial

Secretário da Comissão Permanente de Promoção

Subgrupo: Autoridade Policial

Horário: 19:30 horas, “Ação e Reação”:

Deixei a “sala de reuniões” da Delegacia-Geral e no andar térreo encontrei Walter próximo da “Central Telefônica”. Quando me viu chegar deu sinais de que queria me fazer uma confidência. Em razão disso fui conduzido até o balcão da recepção e quando ele se sentou bem à frente do velho televisor me  disse:

  • Tu vistes ontem quando nós estávamos conversando aqui?
  • Sim.
  • Pois é, eu acho que aquele Schmitz não b.  b. da b.
  • Tu estais querendo se referir aquela hora que nós estávamos falando sobre aposentadoria e ele apareceu repentinamente?
  • É, ele não é b. c.... tu sabe o que ele fez hoje?
  • Não!
  • Foi até a Secretaria de Administração e armou a maior confusão lá por causa da aposentadoria dele, exigiu que dessem andamento no processo, disse que estava parado... a Secretaria já foi acionada e denunciaram ele.
  • Mas Walter quem é que te contou isso?
  • O Márcio, ele passou por aqui e me contou. Disse que acha que a Corregedoria vai instaurar sindicância contra ele.
  • O Márcio te contou isso?
  • O pessoal também aqui embaixo está sabendo.
  • Olha Walter o Schmitz é uma pessoa muito preocupada, e tem problemas com pensão alimentícia, tudo isso transtorna qualquer um, ainda mais quando uma Administração emperra um processo de aposentadoria...
  • Isso é verdade...

(...)

Horário: 20:30 horas:

Celito Cordioli me telefonou para falar sobre o boletim de ocorrência que mandei para ele dar um parecer... e depois de tratarmos sobre o sinistro:

(...)

  • Ah, Celito eu conversei com a Cristina à tarde e fiquei de entregar para ela o nosso “Plano de Governo” que fizemos, mas vou providenciar uma cópia para ti...
  • A minha preocupação é com a Polícia Técnica.
  • Eu sei, mas a nossa proposta... eu já falei para a Cristina, pretende tratar todo o aparelho policial como científico, eu já conversei contigo a respeito disso. Pretendemos criar o Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Criminais...
  • Sim, eu gostaria de conhecer o projeto...
  • Eu sei, só que o problema é que o Júlio não se elegeu, tu sabes que eu o apoiei ele, não sei o teu caso...
  • Eu também fiz campanha, subi em palanque...
  • Certo, pois é, mas esse “Plano” dependia muito do sucesso dele e agora ficou muito difícil, mas ainda há alguma esperança. Eu  mando para ti o projeto e queria te convidar para um jantar que vamos fazer lá no Clube,  no Campeche, não sei se tu tens ido lá?
  • Eu estive lá umas duas vezes, quem usa muito é o meu filho.
  • Ele é policial?
  • Não. Usa em meu nome, ele está fazendo universidade e faz festa lá com os amigos.
  • Certo, mas esse jantar é do nosso pessoal, aquele que participou da construção da sede, e você teve uma participação especial...
  • Sim, pelo menos o meu nome consta da placa de inauguração, está lá!
  • Que bom, é isso aí, precisamos nos encontrar e eu telefono para vocês avisando o dia, certo?
  • Certo.
  • Um abraço Celito.
  • Outro.