Data: 07.11.98:

O jornalista Moacir Pereira abriu seu autofalante com novas informações, análises e prognósticos dando conta que o futuro governante terá que assumir uma postura conservadora diante do caos financeiro que lhe seria legado. Diante dessa realidade, cujos efeitos colaterais poderão importar em deixar tudo como está e não assumir riscos ou o “desconhecido”:

AMIN ANUNCIA MUDANÇAS:

(...)

A primeira delas não deixa de se constituir numa novidade.

Não tem a intenção de promover uma reforma administrativa. Aliás, seus antecessores e ele mesmo em 1982 realizaram  reformas  antes da posse e, quando a população vai conferir, de objetividade, de benefício mesmo, obtém muito pouco. Fica a impressão de que a reforma executada é mais uma questão de vaidade do novo governante do que de praticidade para melhorar o desempenho da máquina.

(...)

No lugar da reforma administrativa, estaria cogitando no primeiro momento de fundir funções de Secretarias.  Como não terá a nova lei, indicaria um nome para responder simultaneamente por duas pastas com atividades afins. É também uma forma prática de economizar.

A expectativa da população é por renovação, contenção de custos, muito trabalho, pouco discurso, seriedade e solução para os problemas.

(O Estado, 7 e 8 de novembro de 1998, pág. 02)

“Mais Efeitos Colaterais”:

Continuei lendo o mesmo jornal “O Estado” e observei que a foto de impacto de Heitor Sché seguida de uma matéria que vinha ao encontro do nosso “Plano de Unificação dos Comandos das Polícias”. Após ler a reportagem renovei minhas esperanças pois era incontestável que havíamos deixado patente as nossas propostas lá atrás (além do seu ineditismo que era incontestável) e a nossa expectativa era saber naquele momento se Amin havia cristalizado o seu conteúdo e se iria assumir uma postura de arrojo, cacifado pelo resultado das urnas (o certamente poderia ter despertado interesses de outros “grupos” que também buscavam seus espaços, queriam chamar a atenção e se fazerem importantes naquele momento).

De sorte que ao ler a matéria dava para perceber nitidamente que nossas ideias haviam causado não só efeitos, mas também despertaram interesses colaterais. Mas o que importava já não era mais saber quem seria o “pai da criança”, pois sabíamos que no curso do tempo, na corrida ao poder, dentro do torvelinho político, na busca de visibilidade e no exercício do poder decorrente do peso do mandato, seria necessário uma coalizão de forças com vistas a tornar realidade um projeto que poderia impactar o modelo de polícia brasileiro e iniciar uma revolução no sistema de segurança pública como um todo. Mas tudo isso também exigiria de Sché humildade perante o futuro governador e, além disso teria que desempenhar o papel de “conciliador”. Seria isso possível?

SEGURANÇA PÚBLICA E EMPREGOS SÃO DESTAQUES

(...)

O ex-secretário da Segurança Pública no primeiro mandato de Esperidião Amin como governador e deputado estadual eleito em 98 com 29.360 votos, Heitor Sché defenderá a unificação do comando das polícias Civil e Militar. ‘Isso já aconteceu no governo Amin’, lembra. Em seu projeto para a segurança pública, secretaria para a qual pretende voltar em breve, Sché fala também em criação de Centros Comunitários de Segurança Públcia. ‘Defendo ainda melhor remuneração para os funcionários subalternos como soldados, comissários, investigadores e cabos’, completa Heitor Sché’. (JD)

(O Estado, 7 e 8 de novembro de 1998, pág. 03)

"Pedrinho Bittencourt":

PAULO ALCEU

RAPIDINHAS

(...)

O Deputado Pedro Bittencourt reúne-se, no meio da semana, com as bancadas estadual e federal para que seja indicado um deputado eleito de cada uma delas. Os dois farão parte da comissão que vai analisar as indicações do PFL na composição do futuro colegiado. Os nomes deverão ser anunciados no início de dezembro. Até lá muitas sugestões, é claro’.

(Diário Catarinense, 8 de novembro de 1998, pág. 12)

E, mais a seguir:

ELEITOS RECLAMAM DA DESINFORMAÇÃO:

Coordenado de Amin diz que governo mostra desinteresse em fornecer dados atualizados:

(Adriana Baldissarelli)

(...)

O também coordenador da equipe da coligação Mas Santga Catarina Antonio Carlos Vieira – que assumiu até a última Quinta-feira, quando Secco retornou de viagem ao exterior – reclamou da morosidade no repasse das informações. ‘Pedi que apressassem  os dados financeiros, mas fui informado de que o secretário dessa área estaria muito ocupado. Recebi apenas um organograma que não consegue dar a menor idéia da quantidade de cargos que temos a preencher. Na verdade, não há muito interesse em fornecer as informações, alfinetou Vieira.

(...)

O governador eleito, Esperidião Amin, está preocupado com o que classificou de ‘quadro de deterioração’do governo. ‘A tendência é que esse quadro vai se aprofundar até dezembro, porque  não há indicativo de que o governo tenha dinheiro guardado: tem disponível um mês e 24 dias de receita e deve as folhas de setembro, outubro, novembro e dezembro’, criticou.

CLIMA DE FINAL DE GOVERNO TOMA CONTA DO PALÁCIO

(...)

O secretário reconhece, entretanto, que excetuando as áreas de saúde, educação ou segurança, onde a prestação de serviços diretos à população torna-se difícil de ser interrompida, o ritmo de trabalho diminuiu. O setor rodoviário, as grandes obras e os projetos especiais são os mais prejudicados.

(Diário Catarinense, 8 de novembro de 1998, pág. 14)