Instituição

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS                 

Orientadoras: Dr(a). Lucélia Tavares Guimarães (UEMS) e  Mr(a). Eloíza Helena Fratari (FIPAR)

Orientando: Esp. Fernando Helder Cassimiro da Silva (FIPAR/UEMS)

Projeto Político -  Pedagógico: Uma iniciativa a educação de qualidade?

GESTÃO

 Em virtude da pluralidade característica de uma gestão escolar e comunidade escolar, o envolvimento nas ações de um Projeto Político -  Pedagógico -  PPP requer pessoas devidamente motivadas e com visão da relação entre finalidade – objetivo - meio, baseada, por sua vez, na relação desejo - limites -  valor, midiatizada pela relação entre recursos – limitações - gestão. A motivação, entretanto, constitui um trabalho próprio do imaginário da escola. E quando me refiro  a escola, quero dizer todos os atores nela envolvidos.

              Assim os pressupostos fundamentais como filosóficos e políticos que devem embasar a discussão do Projeto Político Pedagógico – PPP, são as questões éticas e políticas presentes no ato educativo, bem como os parâmetros de uma gestão democrático-participativa da escola. Contribui para uma compreensão ampla das reformas educativas, das políticas, da estruturação e da organização escolar no Brasil a partir da aprovação  pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional -  LDB, em 1996, artigo 12 que visa o projeto  como documento obrigatório que os estabelecimentos de ensino tem que  elaborar e executá-lo.

PROJETO

 

 Devido a necessidade de compreender o que venha a ser essa  ferramenta de gestão de trabalho pedagógico o Projeto Político Pedagógico – PPP iremos analisar a definição de um ponto de vista de  alguns autores que contribui dizendo que é a projeção do caminho considerado por todos certos.

Assim segundo Veiga (1996,p. 9), considerava

  “O projeto [Político] Pedagógico existe profunda reflexão sobre as finalidades da escola, assim como a explicação de seu papel social e  a clara definição de caminhos, formas operacionais e ações a serem empreendidas por todos os envolvidos com o processo educativo[...]”.

O objetivo desse artigo é propor uma reflexão e questionamentos com foco maior nos fundamentos de Veiga sobre a construção e o execução  do projeto político – pedagógico dentro das escolas. Assim vamos definir o  Projeto Politico Pedagógico segundo Veiga  que o projeto tem a trilhar o caminho a ser percorrido por todos os envolvidos,  assim tornando algo histórográfico, para busca de reflexão de teoria e prática.  Analisando o hoje, para prever o futuro, trilhar o futuro. Assim Veiga( 2011,p. 45 – 50),  “O hoje como ação pedagógica coletiva do ambiente escolar e representa “um desafio em busca de novas trilhas para a escola”. Definindo que  trilhar significa a ela  percorrer, palmilhar, abrir caminhos novos. Assim com a participação de todos os atores  a construir um caminho a percorrer  e que quando necessário modificado.

Como Paulo Freire ( 1992, p.155)  ‘Nínguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar”, assim, formular uma tentativa de construção de um caminho a ser percorrido e qual a direção. Quando Paulo Freire diz    “ pelo qual se pôs a caminhar” seria a reflexão de qual formação estamos modelando para a sociedade , ou seja, qual é a formação que será prestada? Qual é o objetivo da formação?. Trabalhando como:

Þ o estabelecimento de finalidades educativas mais compatíveis com os interesses do mercado e do mundo do trabalho;

Þ a requisição de habilidades e competências que tornem os trabalhadores mais flexíveis e polivalentes para a vida profissional;

Þ a implementação de práticas docentes e escolares mais compatíveis com a chamada sociedade do conhecimento e da informação;

Þ as mudanças nas atitudes, no comportamento e, sobretudo, no trabalho docente, que tem por base expectativas, objetivos e ações externamente delineadas.

As pressões para que as escolas se ajustem às mudanças em curso estão trazendo implicações substantivas para a construção do projeto político-pedagógico da escola, uma vez que este nem sempre passa a representar a escola, ou melhor, o que ela realmente é, o que a caracteriza e orienta a ação educativa a escola vem sendo questionada acerca de seu papel ante as transformações econômicas, políticas, sociais e culturais

As questões referentes a sua elaboração se acentuaram no interior das escolas, no Instituto de Educação Estadual de Maringá - IEEM as discussões que aconteciam anteriormente, se ampliaram atingindo toda a comunidade escolar. Como a cultura até então, era de que os projetos vinham de cima isto é, sem a participação dos atores envolvidos no processo educativo,  iniciou-se um novo aprendizado e com ele muitos questionamentos, entre os quais  para onde a educação deve conduzir as novas gerações?  com uma reflexão do  quê, como e para quê ensinar.

            A busca de uma resposta contextualizada apontou para outros questionamentos sobre a visão de mundo, de sociedade e de cidadão para atuar nessa sociedade apontada como a civilização pós-moderna/globalizada e do trabalho pós-fordista/flexível. A compreensão do projeto político - pedagógico como uma  proposta de caminho à educação, cujo principal objetivo é deixar claro para toda comunidade, para onde a educação deve conduzir, servindo de instrumento mediador  para a efetivação da relação teoria-prática.

               Compreendemos que o Projeto Político Pedagógico é a escola, portanto simboliza o trabalho de todas as pessoas que faz a educação no dia a dia. Quando falamos dessa ferramenta escolar, este apresente a dinâmica de construção, de processo, de inacabado e é assim que ele se apresenta, sendo construído a cada ação pedagógica que desenvolvemos.

PROFESSOR – TRABALHO DOCENTE

No entanto, por representar um instrumento político, cultural e científico e ser decorrente de construção coletiva, engloba atividades vivenciadas pelos aluno e professores e pressupõe a adoção de alguns princípios: concepção da formação e desenvolvimento da pessoa humana; articulação da estrutura das disciplinas e atividades curriculares voltadas à dinâmica do trabalho docente perante da função social da escola; tratamento das disciplinas e atividades com flexibilidade; preservação do equilíbrio das diferentes disciplinas e atividades que compõem o currículo e finalmente ação integrada e cooperativa dos professores enquanto agentes responsáveis pela efetivação do Projeto Político Pedagógico.

                A partir da definição dos princípios pedagógicos, que propõem que a escola contribua significativamente para a formação de um cidadão competente, criativo e crítico, as principais ações pedagógicas e administrativas conduzem para esse fim. Entendendo a realidade como processo em constante mudança a comunidade escolar deve estar de acordo com a dinamicidade do contexto histórico e a atualidade para que essa dinamicidade não seja negada nos espaços educacionais, começam  nos professores.

Dentre as ações desenvolvidas: sistema de avaliação semestral; criação das salas ambientes de ensino-pesquisa como espaços pedagógicos que viabilizem uma prática mais significativa para os alunos; planejamentos por períodos (quatro momentos por ano e quinzenais), organização do horário de trabalho, de forma que os professores da mesma área de conhecimento possam se encontrar na hora permanência para a realização de estudos e reflexões sobre suas práticas; integração com as instituições de ensino superior  para a realização de estágios, um espaço voltado para a definição da real educação de qualidade, e outras práticas pedagógicas e realização de projetos interdisciplinares.

                  A construção prática de um Projeto Político -  Pedagógico crítico, exige estudo para obter o domínio de conhecimentos disciplinares e culturais, pedagógicos, didáticos e práticos e dos conceitos e categorias do mundo globalizado, da interdisciplinaridade e de cidadania. Assim essa formação é prestada pela unidade, fisicamente pelo professor para um melhor escolha do caminho à ser percorrido pelo coletivo.

UMA SÍNTESE DO ESTUDO FEITO

Em 2011, pela Faculdade Integrada de Paranaíba – FIPAR, no curso de especialização em Gestão e Docência no Ensino Superior, realizei um estudo sobre a construção de um projeto político – pedagógico de uma unidade escolar particular da cidade de Paranaíba-MS orientado pela professora  Mestre em Políticas Públicas  Eloíza Helena Fratari, procurando questionar já que toda escola tem um PPP na sua unidade como era  construído e utilizado na unidade escolar.  Assim o objetivo da pesquisa foi  visualizar se poderia ser  iniciativa a educação de qualidade o Projeto Político -  Pedagógico. Um grande problema foi definir que era uma educação de qualidade,  já que para cada escola essa definição tem que ser formulada por ela, considerando o pleno desenvolvimento do educando e que a qualidade seja conquistado pelo método utilizado para chegar à esse objetivo.

Segundo o PPP da escola pesquisada  assume clara e definitivamente a opção por uma metodologia de ensino instrumentalizado do método científico (lógico-dedutivo), de forma que o aluno, ao adquirir os conhecimentos, saiba relacioná-los e  compará-los. Acreditando  ser este o caminho eficaz para evitar que o aluno seja um mero repetidor de verbalizações. Só acredita no conhecimento científico articulado, de modo que o conhecimento adquirido seja um meio para aprender um conteúdo desconhecido.

Este trabalho foi desenvolvido utilizando uma metodológia de pesquisa bibliográfica, buscando informações pertinentes ao tema proposto, para tal ,foi feita leituras de livros que falam sobre gestão escolar com foco em Ilma Passos A. Veiga e uma  análise sobre o Projeto Político -  Pedagógico e sua construção da escola pesquisada.

As conclusões do estudo foi que só há uma reflexão entre direção e professores sobre os métodos de avaliação e seus pesos (notas). A direção da escola argumentou que os outros processos de reflexões não eram feitos pois a maioria dos professores moravam fora e que na semana pedagógica que ocorria em perído de férias escolar a maioria dos alunos estavam em viagens. E afirmou que não há uma real necessidade pois a escola é vinculada ao um sistema fechado que tem os planos e aulas prontos (material apostilado).

Assim a pesquisa não comprovou ou respondeu a pergunta proposta, mas mostrou uma realidade que acontece em algumas escolas de nosso Estado e País.

REFLEXÕES FINAIS

Sendo o Projeto Político Pedagógico, documento de articulação, onde decisões sobre as formas necessárias de participação coletiva devem ocorrer a partir das discussões, nascendo no próprio chão da  Escola, onde os autores e atores são os sujeitos mais autênticos do processo, luta-se pela construção continua de um projeto de sociedade e de educação que mantêm a coerência entre vínculos internos de resistência a não aprendizagem e a todas as formas de inclusão social.

Podemos considerá-lo como um conjunto de diretrizes políticas, administrativas e técnicas, que norteiam a prática pedagógica da comunidade escolar como um todo. Um instrumento que ajude as pessoas envolvidas a criarem as condições e colocarem em prática aquilo que é específico da Escola, isto é, o processo ensino - aprendizagem.

Sua dimensão política pedagógica pressupõe uma construção participativa, de vontade coletiva que envolve ativamente os diversos segmentos escolares, devendo mostrar as intenções educativas da Escola.

O Projeto Político - Pedagógico não deve ser visto só como um documento que reflete desejos e grandes palavras. Deve se tornar um lugar da memória de uma realidade que é constituída dia a dia. Um lugar no qual se pensa no caminho que esta sendo feito, a partir da reflexão indagadora do conhecimento que é gerado na prática.

O Projeto Político - Pedagógico não se transforma, assim, um documento, é uma parte do cotidiano escolar e uma proposta real para continuar aprendendo e melhorando. O trabalho pedagógico deve ser pautado numa interação constante entre todos os segmentos da Escola, pois assim temos esperança que ocorrerá um significativo avanço no processo ensino -  aprendizagem.

Compartilhar decisões e conquistar autonomia é os objetivos que vem marcando os horizontes de uma gestão escolar participativa, capaz de identificar o potencial de colaboração de todos os segmentos e colocá-los a serviço de uma educação de qualidade, que não perde a perspectiva da cidadania. Propicia também a construção de novas relações sociais para a formação da Escola como espaço público de decisão capaz de alterar práticas pedagógicas e impulsionar a tão sonhada “Escola de Qualidade”.

A questão essencial da Escola hoje se refere à sua qualidade. A qual está diretamente relacionada com o Projeto Político Pedagógico das próprias Escolas que deve ser bastante eficaz na conquista dessa qualidade. O que se pretende é vincular o Projeto Político - Pedagógico à melhoria da  Escola , entendido como a capacidade da instituição para ampliar de maneira simultânea a aprendizagem dos alunos e da comunidade escolar.

A educação é um processo a longo prazo, por isso o Projeto Político - Pedagógico das escolas deve estar sempre em  construção.  Isto requer um novo modo de ver e de fazer a Escola.

Palavra – Chave: Projeto; Construção; Aplicação.

Bibliografia:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil.  Brasília, 1988.

 

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Diário Oficial da União, 23, dez., 1996.

 

FERREIRA, Naura Syria C. Supervisão educacional para uma escola de qualidade: da formação à ação. São Paulo: Cortez, 1999.

VEIGA, I.P.A . Projeto Político – Pedagógico da Escola: uma construção possível. 2. ed. São Paulo: Papirus, 1996.

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SILVA. F.H.C. A escola no contexto atual. Publicado em 01 de maio de 2012. Webartiogos. Disponível em <http://www.webartigos.com/artigos/a-escola-no-contexto-atual/88061/> Acesso em 01 de maio de 2012.

SILVA. F.H.C. Projeto Político – Pedagogico: benefícios ou burocracia – Analise da utilização do projeto político. Publicado em 24 de abril de 2012. Webartiogos. Disponível em <http://www.webartigos.com/artigos/projeto-politico-pedagogico-beneficios-ou-burocracia-analise-da-utilizacao-do-projeto-politico/87714/> Acesso em 24 de abril de 2012. 

VEIGA, Ilma Passos A.  Perspectivas para reflexão em torno do projeto político-pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 1998.

VEIGA, Ilma Passos A.  Educação Básica:Projeto político-pedagógico; Educação Superior: Projeto político-pedagógico . Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico, 3.ed., Papirus, 2004.

VEIGA, Ilma Passos A.  As dimensões do Projeto político-pedagógico. Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico, 2.ed., Papirus, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança, 1. ed., São Paulo: Editora Paz e Terra, 1992.