Projeto Político Pedagógico na Escola: Aspectos, Importância e Campos ou aspectos de ação em função de uma transformação socioeducacional eficiente, democrática e construtiva nas Unidades Escolares

Por Sydney Pinto dos Santos | 12/04/2023 | Educação

Projeto Político Pedagógico na Escola: Aspectos, Importância e Campos ou aspectos de ação em função de uma transformação socioeducacional eficiente, democrática e construtiva nas Unidades Escolares

Texto produzido em abril de 2023 e postado-divulgado em 2023

Por: Santos, Sydney Pinto de[1]

Esquerdo, Rosângela da Souza[2]

INTRODUÇÃO

O que é um PPP – Projeto Político Pedagógico?

Este é um documento ou ferramenta obrigatória que todos os educandários ou unidades escolares devem desenvolver, possuir e aplicar de acordo com suas especificidades, necessidades, e claro, com suas expectativas em relação ao processo educacional (conhecido como escolarização) principalmente. Principalmente, porque, um PPP, tem alcance notáveis e expressivos, visto que sua ação-atuação não se limita apenas ao espaço escolar, mas a um conjunto muito maior de segmentos que estão vinculados ao funcionamento da escola.

Esta é uma ferramenta operacional, porque visa, ainda, desenvolver ou possibilitar resultados positivos, dependo de sua aplicabilidade e execução em determinado espaço de tempo, buscando acabar com as barreiras existentes no espaço educacional e o que elas promovem, assim como os desafios diversos, e claro, com as problemáticas que surgem e ocorrem dentro deste contexto socioeducativo.

Fala-se em socioeducativo, porque as relações existentes, não ocorrem apenas dentro do conhecido ambiente didático-pedagógico, que são as salas de aula, mas de uma gama de espaços funcionais que funcionam de acordo com as suas especificidades, inclusive integrando a sociedade a este espaço de uma forma bilateral e assistemática. Pois, sem sociedade, não haveria necessidade de escolas; assim como se não houvessem famílias não existiriam alunos; e sem alunos, não haveria necessidades de professores e profissionais da educação para que houvesse uma meta –fim que é a escolarização destes indivíduos, os quais retornam e convivem na sociedade para que assim, tenham a incumbência de integrar da melhor maneira possível, transformando-a em um modelo promissor e sociocultural e ao mesmo tempo desenvolvimentista.

Assim, desde então, nos espaços escolares, há uma necessidade urgente dos segmentos e seus atores se envolverem na produção e execução de um PPP – Projeto Político Pedagógico que, não apenas atenda ou contorne as barreiras e necessidades temporais e imediatistas deste espaço, mas sim se conjugue ou convirja para um resultado, também, da sociedade em que este espaço educativo está inserido; ou seja, de que vale ressaltar a importância de se resolver um conjunto de desafios dentro do espaço escolar, se realmente as causas e reflexos podem vir de fora, e caso aqui não se ajustem os comportamentos e atitudes, a causa da educação será em vão.

Portanto, não se pode olhar o PPP em uma visão estanque e momentânea para dentro da escola, mas sim em um processo dinâmico, flexível e participativo em relação à sociedade em que a escola está inserida, com a perspectiva de que os agentes que compõem a estrutura pessoal dos ambientes escolares (inclusive alunos), são de espaços diversos, com desejos, anseios, atitudes e comportamentos adquiridos em outros espaços de interação e socialização.

Porém, quando se fala mais intimamente, no PPP como instrumento educacional-operacional, deve-se elencar as estratégias e métodos que venham integrar as ações e intervenções que em tese devem possibilitar um trabalho transformador e socializador em razão de todos os envolvidos do e no espaço educativo: em especial aos atores que compõem a estrutura gerenciadora, como o Conselho Escolar e a Gestão Administrativa do educandário; principalmente esta última, que tem em seu bojo, a obrigação imediata de encontrar soluções plausíveis e contundentes de, primeiro harmonizar e convergir os trabalhos dentro da unidade escolar; segundo, compreender que gestar, não significa ordenar, mandar e imperar, mas sim coordenar e liderar um trabalho que venha atender a todos os outros envolvidos no processo de educação-escolarização; incluindo neste contexto desde os pais de alunos, envolvendo no processo os outros segmentos constituintes da unidade escolar.

Neste espaço, vale ressaltar a importância do gestor escolar ou administrador escolar, onde o mesmo é o principal, mas não o mais importante direcionador das estratégias educativas com objetivos de resultados coerentes e plausíveis. Pois, neste espaço deve atuar a convergência do campo das ideias, sugestões e proposições construtivas, com finalidade de que todos tenham participação e claro, tenham uma liderança à altura e que se sintam bem em laborar com este e não para este.

Resumindo, e de acordo com Santos (2014, 2021 e 2023, p. 08), sobre este tema, esclarece que:

O Projeto Político Pedagógico configura-se como resultado de discussões, análises e estudo da realidade da comunidade escolar, quando também da reflexão, planejamento sobre a comunidade escolar, e, portanto, expressando objetivos, metas, filosofia, ações e posturas que a escola se propõe a desempenhar, e desta forma valorizar as diferentes situações e posicionamentos da instituição escolar em função da construção de um ensino de qualidade na formação de cidadãos participativos, criativos e envolvidos no processo democrático educacional.

 

Processo Validatório do PPP – Projeto Político Pedagógico:

O processo de validação do contexto de um PPP – Projeto Político Pedagógico das unidades escolares, parte do pressuposto de que a participação ativa de todos os integrantes dos diversos segmentos que compõem a unidade escolar, na construção e execução, já por si só, o torna válido para se tornar um documento oficial e obrigatório, nem que seja apenas no espaço escolar, para o qual ele foi direcionado.

Assim, se seguem outras etapas, como por exemplo, a apresentação e leitura deste documento à comunidade escolar, em especial aos responsáveis e pais de alunos em reuniões de início de ano letivo, ou àqueles que ocorrem em quaisquer períodos, e que tenham por objetivo explicar e responder a certas dúvidas. Podendo, neste instante, possibilitar a aprovação e reprovação de alguns pontos, não que seja necessário.

Outra ocasião fundamental para que haja uma apresentação, são os encontros pedagógicos organizados e realizados pela Secretaria de Educação, onde há o chamamento e participação dos diretores e pedagogos das unidades escolares; assim como dos encontros realizados pelas escolas, com seus grupo de funcionários, permitindo que neste momento, posam haver ainda, alterações e adicionamentos proposições e ideias no PPP, ou uma discussão acerca do contexto existente no documento, antes do mesmo ser divulgado nas plataformas digitais.

Vale lembrar que, uma cópia do Projeto Político Pedagógico, poderá ser entregue aos responsáveis, como a Diretora de Ensino e também ao Secretário ou Secretário de Educação do Município, para que assim eles possam “recibar” uma cópia para uso nas unidades escolares, com fim prático de uso em diversas ocasiões necessárias ou mesmo a interessados em consultas, como se faz em prol de acadêmicos e outros.

No que diz respeito, a postagem e divulgação nas plataformas digitais, inclusive umas usando o selo de aprovação para posterior consultas online, é uma outra forma de possibilitar a validação do documento, visto que o público interessado no tema, fará a pesquisa via serviço e plataformas na internet sem maiores transtornos. Desta forma acessando conteúdo do PPP, o qual servirá para: referências, apoio descrito de futuros PPPs, consulta aleatória para tirar dúvidas ou mesmo para servir de base para a construção de documentos diversos em ambientes escolares; visto que um PPP em seu conteúdo abordo os mais diversos atores e campo de atuação ou segmentos de um ambiente escolar.

Em um PPP, bem elaborado, ainda se descrevem as funções e atribuições de cada segmento ou dos principais setores da unidade escolar, como por exemplo: do Conselho Escolar, da Gestão Escolar, do Secretariado, da Coordenação Pedagógica, do Corpo Docente; dos Discentes (resumidamente), principalmente. Porém, pode-se descrever e destacar de outros, como dos Funcionário de Apoio, de Segurança e Portaria, dos Agentes e Auxiliares administrativos, como dos Pais e Responsáveis dos alunos, tendo em vista que, no caso deste último, é um segmento extra-escola, porém com grande relevância para a constituição de pessoal de uma unidade escolar.

Elaboração - construção, contextualização, reelaboração e divulgação do PPP na Unidade escolar.

Em relação a sua elaboração descritiva, segundo Santos (2023, p. 10), expressa que “A elaboração e consequentemente a reelaboração deste Projeto Político Pedagógico foi e está sendo possível devido à preocupação dos vários segmentos que constituem a referida comunidade escolar”. Assim, esta preocupação atinge os agentes e atores que têm e deve ter a responsabilidade de executar a construção de um documento que primeiro corresponda as necessidades da escola, segundo, daquilo que se quer alcançar no espaço de abrangência, e terceiro, atender a todos sem escolhas de funções, mas de forma democrática, elencando valores, princípios éticos e morais, assim como visões e missões convergentes ao processo educativo ou ensino-aprendizagem.

Neste mesmo sentido, quanto aos objetivos a serem alcançados pelo PPP, Idem (2023, p. 10), declara:

Assim, percebe-se que, os caminhos trilhados rumo aos objetivos esperados e os desafios encontrados e as perspectivas almejadas somente serão conseguidas na junção de forças de todos estes segmentos que constituem a Comunidade Escolar.

Aqui se refere aos atores e agentes constituintes dos diversos segmentos da unidade escolar, os quais não estão diretamente ligados à questão didático-pedagógica, porém interferem ou deve interferir positivamente na questão da escolarização, dentro do suporte à alfabetização e letramento dos discentes, como do processo de ensinar (professor) e de aprender (alunos). E que, nestes espaços estão os outros profissionais da educação, que exercem suas funções de apoio e suporte ao ensino e aprendizagem indiretamente; mas com um papel fundamental e necessário para o funcionamento contínuo e promissor à educação.

Descrição dos Campos de Atuação no PPP dentro de uma Unidade Escolar:

Quais os campos atuantes dentro do espaço escolar que o PPP interfere e como?

Como percebido, os Projetos Políticos Pedagógicos, é documento essencial, obrigatório e dinâmico dentro dos espaços escolares. Pois, é essencial pelo fato de que retrata a realidade e as especificidades do local onde interagem vários indivíduos; estes com particularidades e anseios diferenciados no que tange a sua visão de mundo e de educação, principalmente. Obrigatório, porque é por ele que a escola ou educandário irá seguir ou dar seus passos rumo a um processo de desenvolvimento e progresso no âmbito da sociedade e para esta.

E por terceiro ponto, dinâmico, pois permite que a cada período, geralmente de dois em dois anos, haja mudanças no contexto do documento, garantindo assim que ingresse novas alternativas, objetivos a serem alcançados e metas e ações sejam elas quais foram a serem desenvolvidas na escola. Pois, este dinamismo, ainda é flexível e avaliativo, o que leve que a cada mudança neste espaço de tempo, se faça uma avaliação sobre os resultados e objetivos, assim como das características constituintes dos documentos; visto que o processo educacional é dinâmico, e requer mudanças essenciais, sejam eles viabilizadas por novas estratégias integrativas no currículo escolar, seja pelos métodos didáticos operacionais dentro da sala de aula e afins.

Assim, os campos de atuação de um PPP são variados e que muitos fazem parte da maioria dos educandários, os quais, ao mesmo tempo são peculiares, porém convergentes dentro da unidade escolar, já possuem o mesmo objetivo geral, a mudança significativa no processo educacional aos alunos e aos profissionais que ali neste espaço operam.

Dentre os principais campos ou aspectos de atuação e operação do Projeto Político Pedagógico, destacam-se: o Campo Estrutural da Escola; o Campo de Gestão-Administrativo, o Campo funcional por segmento, o Campo Pedagógico, o Campo Didático; o Campo Operacional, o Campo Relacional, o Campo Social, o campo Educacional-Comunitário e o Campo Curricular; todos com seus agentes, suas características e atribuições.

1 – Campo ou Aspecto Estrutural

Fala-se basicamente no que tange a parte que especifica a estrutura espacial e seus componentes básicos, como prédio (cozinha, salas de aula, salas –de – estar, banheiros, refeitório, hall de estrada, quadra esportiva, corredores, passarelas, salas administrativas (conselho escolar, direção escolar, secretaria, coordenação pedagógica), almoxarifado, caixa de armazenamento de água, biblioteca, auditório, laboratórios), que estão e são divididos dentro do espaço escolar, dando uma dimensão básica de como uma unidade escolar está composta em sua estrutura espacial.

Evidente que, em cada espaço há um seguimento operacional ou mesmo funcional, para que assim as atividades desenvolvidas e inerentes a este corpo maior, possa se conectar e claro, possibilitar resultados convergentes, que não mais é que uma funcionalidade democrática, responsável e temporal, visto que embora, são funções desempenhadas diferentemente, mas tem como centro o processo de ensino – aprendizagem.

No PPP, o Campo estrutural, combina primeiramente as mudanças que se almeja na infraestrutura da escola ou educandário, busca para este fim, as mais diversas parcerias, inclusive com a administração pública, visto que como sendo um órgão executor das finanças, e cada mudança gera despesas em recursos financeiros, este é o primeiro parceiro. Assim como o Conselho escolar, já que o mesmo gerencia os recursos via FNDE para as mudanças significativas no espaço escolar, seja para a parte pedagógica com recursos para projetos educacionais, para construção e ampliação, ou ainda para implantação de outros espaços (bibliotecas e laboratórios), como daquele vindo para a compra de material de expediente e serviços de “escritório”.

As mudanças no espaço escolar, podem envolver outros funcionários ou profissionais de outros segmentos, pois como muitos projetos advindos de professores, como jardinagem, pracinhas na escola, parquinhos, mutirões de limpeza, pinturas, demandam mão-de-obra gratuita, quando se faz necessário ter um intercâmbio entre outros setores, para que assim os trabalhos possam fluir de maneira mais convergente e construtivo à unidade escolar.

Pois, de acordo com as Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental de 09 anos (2012) apud Santos (2023, p.08), estabelece que:

 

O projeto político-pedagógico da escola traduz a proposta educativa construída pela comunidade escolar no exercício de sua autonomia, com base nas características dos alunos, nos profissionais e recursos disponíveis, tendo como referência as orientações curriculares nacionais e dos respectivos sistemas de ensino. (BRASIL/ DCEF, 2012)

2 - Campo ou aspecto da Gestão/Administrativa – 

Relativo a gestão direta da escola, onde possui como agentes a direção escolar, a vice-direção, secretário, todos com suas atribuições específicas desenvolvidas em prol da comunidade escolar. Neste campo, o PPP, retrata sobre as atribuições e funções exercidas por estes três agentes dentro do espaço escolar, como o de “”Coordenar os trabalhos internos do educandário, agindo com muita habilidade e empatia com seus comandados”; tentando assim não confundir o espaço lhe garantido para liderar, com aquele ultrapassado e tradicional, no qual apenas dava ordens como tivesse a escola como complemento de sua residência; olhava as causas como se fossem apenas uma programação corriqueira, sem ao menos fazer uma consulto aos seus pares para que assim houvesse um trabalho mais democrático e justo.

Neste espaço, faz-se a descrição das ações administrativas, sejam elas dentro de um Plano de Gestão ou seguindo o Calendário da Escolar; sendo o primeiro exclusivo do diretor ou gestor escolar, o segundo da Escola, mas como uma participação ativa e proeminente do gestor escolar. Nas ações administrativas, estabelece-se as metas, prazos, estratégias e parceiros para execução de cada ação; permitindo-se a possibilidade de determinar se os são metas de curto, médio ou longo prazo. Pois, assim dar mais segurança para o gestor, no que tange ao tempo, para a realização e encerramento para execução de tais ações.

3 – Campo ou aspecto Funcional ou por Segmento – 

É um campo mais abrangente, já que envolve os diversos segmentos que compõem, não apenas aqueles de dentro da escola, mas alguns alheios a este espaço, como coordenação regional e coordenações de escolas anexas, quando houver, neste caso.

Portanto, no campo Funcional, estão a direção escolar, a coordenação pedagógica, os agentes e auxiliares administrativos, agentes de segurança (vigia) e portaria, profissionais de apoio (limpeza, cozinha e manutenção); assim como a diretoria do Conselho Escolar, o atendimento das escolas Anexas, a operação da Coordenação Regional (quando houver); portanto, é uma descrição ampla, mas que tem como finalidade o processo educacional, depois a escolarização, e a aprendizagem.

Pois, no meu entendimento, eles se diferem no aspecto funcional; quando, o primeiro, que é o processo educacional, está envolvido um número sem fim de indivíduos, que vai desde os parceiros extra-escola, indo pelos pais de alunos, passando pelas coordenações, e assim por diante. Em tese, é uma responsabilidade de todos. Já a escolarização, como o próprio nome diz, a responsável é a escola ou educandário, onde corpo pedagógico, corpo docente e e outros segmentos das escolas têm a obrigação de desenvolve-la com grande afinco, responsabilidade e funcionalidade.

Por último, neste contexto, está a aprendizagem, que se parte do pressuposto de que o docente, é o ator responsável, somando-se a isto o papel atuante e não didático da família em função do discente. Começa bem muito cedo, com o contato dos alunos com as orientações, materiais didáticos, paradidáticos; instrumentos e ferramentas didáticas, conteúdos, estratégias e métodos, utilizadas pelos professores e outros agentes ao longo do tempo de permanência deste discente no espaço escolar.

4 – Campo ou aspecto Pedagógico – 

Este campo do PPP descreve as ações dos agentes pedagógicos, que compõem, em relevância, pela Coordenação Pedagógica da escola. E, é composto especialmente pela Coordenação Pedagógica da unidade escolar, onde os atores neste contexto são: o Orientador Pedagógico, o Orientador Educacional, o pedagogo; o psicopedagogo escolar; e por vezes, o coordenador pedagógico das escolas anexas ou regional.

Pode-se dizer que entre os principais e suas funções destacam-se:

O orientador educacional, o qual por sua especificidade, faz a ligação e intercâmbio entre a direção escolar, à família do discente, o discente e o professor, o qual tem diversas atribuições específicas de ação dependo de cada caso e de cada espaço de relação.

Já o Orientador Pedagógico, tem como principal função e atribuição fazer o intercâmbio entre os conteúdos, estratégias, diretrizes e o docente, como isto encontrar os meios mais eficazes eficientes para o desenvolvimento de uma coerente e proficiente aprendizagem dos educandos no espaço educacional.

No que tange, ao psicopedagogo escolar, cabe a sua atribuição agir entre os problemas emocionais, comportamentais e atitudinais dos alunos, fazendo uma conexão com as possíveis patologias e distúrbios que podem provocar a deficiência de aprendizagem no aluno ou ainda os distúrbios de aprendizagem.

5 – Campo ou aspecto Didático -

O campo didático do Projeto Político Pedagógico inclui os trabalhos existentes dentro do espaço de sala de aula, operado ou executado, em especial e principalmente pelos professores, ou seja, pelo corpo docente da escola. Este campo é expressamente rico em situações didáticas, porque operam diretamente no ensino-aprendizagem, assim como no processo de alfabetização e letramento.

Os materiais didáticos e paradidáticos e muitos outros recursos materiais fazem parte deste campo, por atual como suporte fundamental ao desempenho da função docente como um todo. Ainda há, as estratégias e métodos, como do plano de ensino e plano de aula como componentes, além dos componentes curriculares específicos de cada professor, como dos conteúdos e eixos estruturantes do ensino provocados aos alunos, como dos itinerários formativos, que designam a melhor escolha de aprendizagem para o discente.

Logo, neste campo, existem dois atores primordiais: um que ensina, de acordo com o componente curricular, às vezes integrado aos outros (interdisciplinaridade) ou soma-se a outros (multidisciplinaridade), que é o professor ou docente; e o aluno, aquele que aprende, de acordo com suas especificidades e interesses, habilidades e competência a serem desenvolvidas, e ainda respeitando uma grade curricular, o curricular escolar e outras diretrizes, como avaliação (diagnóstica, formativa e somativa), conteúdos (temas e subtemas),  componentes curriculares (disciplinas).

No campo didático, está valendo o papel do docente e por vezes o do pedagogo, pois o primeiro, tem a formação, instrução acadêmica, experiência e atribuição de dar resultados pelos seus métodos e estratégias em sala de aula, com uso ou não de materiais didáticos, com finalidade de aprendizagem do aluno.

Portanto, no campo didático há a ação-reação de dois indivíduos específicos: professor e aluno, em situação complementar, estão o pedagogo, a família do discente. Porém, cabe ao docente, toda uma gama de conhecimentos e objetivos específicos de ação para que o mesmo atinja sua meta, que é a de ensinar, e o aluno a de aprender. E aprender seguro de que o que se assimilou tem seguridade e funcionalidade, no agora e no depois.

Aqui, muito se trata dos tipos de avaliação: diagnóstica (de como o aluno está); da formativa (do que o aluno é capaz de aprender) e da somativa (o que o aluno alcançou de resultados), geralmente implicadas nos testes, trabalhos e avaliações sistemáticas, que procuram mensurar conteúdos e não conhecimentos, diferente da formativa.

6 – Campo ou aspecto Operacional - 

Demanda e especifica as ações diárias, ou semanais, ou bimestrais, semestrais ou anuais da unidade escolar, o seu quantitativo de alunos atendidos, horários de funcionamento ou atendimento; números de funcionários por turno; quantitativo de alimentação, energia gasta por turno, água consumida; ações do calendário escolar executadas, cadeiras e mesas usadas; quantitativo de material de expediente, assim como outros, no caso de transportes utilizados e afins.

Neste campo operacional, o PPP pode descrever as ações por segmento, seja ele dentro dos períodos estabelecidos. Por exemplo, quantos alunos frequentaram o dia X, assim quanto de material foi gasto, assim por diante. Tendo assim, uma noção exata de quanto a unidade escolar, como se fosse uma empresa, tem de gastos ou consumos. Funcionando como um balancete simples, mas bem organizado, dada a dimensão da importância de se conhecer a operacionalização da “empresa escola” quanto seus custos e ganhos.

Porém, como relaciona todos os segmentos da escola, os fluxogramas ou cronogramas por ser desenvolvidos por segmento, visto que cada segmento opera separadamente, expressando seus custos ou gastos. Logo, se faz necessário que cada ambiente tivesse seu “Livro de Descrições” ou “Planilha Descritiva” de acordo com que achasse mais viável para especificar as ações desenvolvidas e os materiais usados, assim como os “gastos” implicados no processo.

EXEMPLO DE PLANILHA DESCRITIVA DE AÇÕES DIÁRIAS DE SETOR OU SEGMENTO DO SERVIÇO DE APOIO NO TURNO INTERMERMEDIÁRIO DA ESCOLA X DO ANO DE 2023

QUANTITATIVO DE ALUNOS, SALAS USADAS, CARTEIRAS, VASILHAMES E QUANT. DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (TURNO INTERMEDIÁRIO)

DIA

QUANT. DE ALUNOS

SALAS USADAS

MESAS E CADEIRAS

VAS. LAV.

PROD. ALI

SEG

178

07

178

190

190

TER

180

07

180

230

190

QUA

170

07

170

200

185

QUI

175

07

175

213

190

SEX

180

07

175

220

195

Fonte: (autor-fictícia) Segmento Operacional da Copa/Cozinha da Escola X no mês N do ano X

Estes cronogramas se foram expostos, vão dar uma ideia geral, da operação por turno em cada escola, assim como dará uma dimensão dos gastos existentes na unidade escolar durante um espaço de tempo; como falado anteriormente, pode ser de um dia, de uma semana, de um mês escolar, bimestre ou semestre, e até um ano letivo. Pois, assim, demonstrará de forma significativa, o quanto de valores ou materiais está sendo utilizado ou mesmo gastos dentro do funcionamento operacional da escola.

7 – Campo ou aspecto Relacional

Abrange as relações com diversos outros campos ou segmentos da escola, sejam eles intra – escolar ou extra-escolar; como por exemplo, com a família dos alunos, com os colaboradores, os segmentos da comunidade como: dirigentes e líderes de igreja; coordenadores de instituições de segurança pública (polícia); dirigentes de Posto de saúde, UBS e afins; CREAS/CRAs, Conselho Tutelar e outros.

Este campo relacional, assegurado no PPP, demonstra que a escola, é um espaço bastante flexível e dinâmico; expressando que apenas não se preocupa com as experiências e ações executadas apenas dentro espaço escolar, mas sim, está vinculada com àqueles que são parceiros, apoiadores, colaboradores e simpatizantes da causa educativa na comunidade em que a escola está alocada.

Pois, segundo as DCNs (2012), apud Santos (2023, p. 09), escreve que:

Na implementação do projeto político-pedagógico, o cuidar e o educar, indissociáveis funções da escola, resultarão em ações integradas que buscam articular-se, pedagogicamente, no interior da própria instituição, e também externamente, com os serviços de apoio aos sistemas educacionais e com as políticas de outras áreas, para assegurar a aprendizagem, o bem-estar e o desenvolvimento do aluno em todas as suas dimensões.

Por conseguinte, o educandário, quando age e integra desta forma, passa a ser mais valorizada, protegida e se torna destaque na sociedade, pois ela não apenas consegue assegurar seu nome junto à comunidade, como também faz com que outros façam a divulgação de seus princípios e valores, com isto possibilita ser mais do que um espaço de educação, passa a ser um espaço de socialização e conhecimento integrado.

O campo relacional, está mais para a procura de parceiros e simpatizantes pela causa da escolarização-aprendizagem, às suas diversas ações ou intervenções socioeducacionais, pois podem acontecer estes eventos vindo do interesse de fora para dentro da escola (no caso da aplicação do PSE – Programa Saúde na Escola) ou vice-versa, da escola atuando na sociedade ou no espaço extra-escolar, como por exemplo, podemos citar as caminhadas educativas, que envolvem pessoal da saúde, segurança e outros. Como aqueles eventos que a escola tem participação direta, porque houve um convite à ação 9participação em noitada em festa religiosa, etc.).

8 - Campo ou aspecto Social – 

No que diz respeito ao campo social, ela a escola, através do PPP, expressa seu caráter de inovação, aceitação dos valores culturais e sociais descritos nas diversas manifestações na sociedade; como por exemplo, as festas juninas e danças folclóricas, comidas típicas de uma região ou espaço social, manifestações esportivas e culturais; assim como agregando os valores religiosos, assim como integrando e respeitando alguns costumes e hábitos (interculturalidade) na vida pessoal dos seus discente e seus familiares.

Este campo social, é bastante rico, pois expõe a preocupação da escola com seus agentes externos, principalmente nos espaços familiares dos alunos, quando procura interagir de uma forma mais aproximada, no sentido de buscar alternativas para diminuição dos impactos existentes entre as famílias, o processo de educar e a escola.

Este campo social, já é visto em muitas ocasiões, quando algumas escolas convidam ao pais e responsáveis, assim como os alunos para interagem dentro de uma programação específica, como na Realização dos Dias da Criança, na distribuição de brinquedos e brindes, assim como promovendo uma alimentação fora do calendário escolar; é vista este campo social e responsabilidade na realização dos Dia das Mães, onde a escola para suas atividades, para que assim possam desenvolver uma ação de atividades, com envolvimento das mães, podendo ainda fazer um momento de alimentação em prol deste público, como fazer a distribuição e/ou sorteio de brindes para estas.

9 – Campo ou aspecto educacional – comunitário -

No campo educacional comunitário, no Projeto Político Pedagógico, pode-se descrever as ações que a escola possibilita junto com a comunidade para a melhoria da estética paisagística, da trafegabilidade de pessoas e veículos, como também, nas ações que os alunos podem agir visualizando o lixo como algo pertinente a eles e de responsabilidade da comunidade na qual estão inseridos.

Assim, os Projetos de intervenções educacional-comunitário, tem o objetivo de amenizar o impacto de uma possível consequência existente na comunidade. Podendo está inserido neste contexto do PPP, as ações voltadas para a diminuição da criminalidade, do uso de drogas, da gravidez precoce, assim como palestras com as igrejas no que tange ao uso do álcool e suas consequências; sobre as ações que tem suas consequências na proliferação dos insetos nocivos à saúde do cidadão.

Neste contexto do PPP, há também a possibilidade de inserção das ações relativas aos projetos sociais, os quais podem utilizar o espaço da escola para a execução dos mesmos, como por exemplo, os torneios de quadra, uma aula de catecismo, uma formação de gastronomia, assim como uma palestra sobre os diversos temas relacionadas à comunidade e que tem seus implicadores muitas vezes efetivados na clientela ou atores educacionais.

Permite à escola, está sempre aberta ao novo, ao construtivo e ao progresso, pois seria bom lembrar neste momento que “a escola não existe sem a comunidade e a comunidade não teriam atores e indivíduos instruídos às suas necessidades e exigências” (prof. Sydney Pinto). Logo, todas as ações se convergem entre os mais diversos espaços e ambientes sociais ou comunitários, onde um depende do outro para evoluir e sobreviver da melhor maneira possível.

10 – Campo ou aspecto Curricular -

O campo curricular no PPP, deve ser um dos mais importantes, porque carrega a responsabilidade de um primeiro momento ter um diagnóstico sobre “a escola que tínhamos”, “a escola que temos”, para que assim se fomente ações eficientes e promissoras para a construção de “uma escola que queremos”.

Segundo Brasil, art. 09 da DCN, (2012), apud Santos (2023, p. 45) sobre o currículo, expõe que:

O currículo do Ensino Fundamental é entendido, nesta Resolução, como constituído pelas experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, buscando articular vivências e saberes dos alunos com os conhecimentos historicamente acumulados e contribuindo para construir as identidades dos estudantes.

Quando se fala em Campo Curricular, logo nos vem à mente a noção de componentes curriculares e conteúdos programáticos utilizados pelos professores dentro da sala de aula. Porém, este campo, pode abranger muito mais do que pensamos, por exemplo, nesta lista entra o chamado “currículo oculto”, o qual específica as diversas ações e interações comungadas especialmente de fora da escola para com este espaço; assim como àquelas ideias e sugestões que apenas estão no plano dos professores e pedagogos, mas que não entram no Plano Anual, e nem no Planejamento de Ensino da escola. E, acabam se perdendo com o tempo, mas que muitas vezes poderiam fazer muita diferença na aprendizagem.

Portanto, o PPP, deverá descrever nesta parte do Campo Curricular, os seus diversos Planos Educacionais, Diretrizes, Estratégias Educacionais, Métodos didáticos-pedagógicos, como os projetos de Intervenção didático-pedagógicos, com intuito de organizar a grade curricular e o calendário escolar; puxando com isto um pouco do Campo Funcional e do campo Operacional; porém divergindo quanto ao processo de ação.

Assim, o campo curricular, está mais vinculado, “No Que Eu Vou Fazer”, “Para Quem Eu Vou Fazer”, “Como eu vou Fazer” e “que resultados espero na Aprendizagem dos Discentes”. Sendo que aqui, também, está envolvida a avaliação da aprendizagem como um instrumento expressivamente importante para se detectar os possíveis desníveis de aprendizagem, com isto procurar ações imediatas que venham suprir estas demandas impeditórias de progresso e desenvolvimento da aprendizagem.

Para o campo Curricular, todos os segmentos da escola estão obrigados a se envolver, até porque ele dará uma base segura para o desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico – PPP, e por conseguinte, assegurará o desenvolvimento de ações, estratégias, métodos e projetos interventivos na mudança de postura e significação da aprendizagem na escola.

Assim de acordo com Santos (2023, p. 45), descreve que:

é isso que este instrumento tratará, sabendo que currículo abrange muito mais, tanto aspectos de caráter social, comunitário e vínculos com aquilo que o Estado propõe através das Políticas Públicas Educacionais.

 

Ou seja, o currículo no PPP não pode apenas abordar as questões ligadas ao espaço educacional, mas também aos outros aspectos advindos e manifestados nos espaços sociais e comunitários, fazendo uma integração mais democrática e cidadã.

 

REFERÊNCIAS

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais – DCNs: Ensino Fundamental de 09 anos.- Brasília/DF, 2012.

SANTOS, Sydney Pinto dos (Org.). PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP – ESCOLA EZILDA ARAGÃO BRASIL – 2022/2024: “construindo um novo tempo para uma nova realidade” nestes 39 anos de existência e obrigação com a sociedade! – Santa maria do Uruará – Pará, 2023. Disponível em:

https://webartigos.com/autores

 

[1] Professor – pedagogo da rede pública de Ensino de Prainha – Pará.

Pós-graduado em Gestão Escolar pela UFOPA (2013)

Pós-graduado em Metodologias de Língua Portuguesa e Estrangeira pela UNINTER. (2015)

Mestrando em Educação com Especialização em Educação Superior (FUNIBER-UNIB)

[2] Professora da rede pública de Ensino de Prainha – Pará. Licenciada em Letras.

Artigo completo: