Professor entre ensinar e o dinheiro: Uma perceção económica por acertar

Autor 

Alberto Mahúla Francisco, Mestre em Economia e Gestão de Educação, Licenciado em Pedagogia, Professor do ensino Universitário e Geral. Pesquisador em ciências sociais (Economia, Educação, Gestão, Ensino e Liderança).

[email protected]/+244-941612807

Resumo

Trata-se de uma pesquisa de enfoque qualitativo e quantitativo que empregou principalmente as técnicas de inquérito e de entrevista, como sendo instrumentos fundamentais para coleta de dados. Os obejectivos deste estudo, descrevem-se pela razão de buscar um fundamento mais sistemáticos, capaz de dissipar algumas dúvidas no que concerne a importância do dinheiro na vida social e profissional do professor, onde, as ideias muitas das vezes, são divergentes em afirmar que o dinheiro é importante e indispensável para o bem-estar do professor. E, influencia grandemente nos resultados do processo de ensino e aprendizagem. Para isso, a pesquisa contou com a participação de cento e vinte (120) professores dos quais, oitenta (80) provenientes das escolas rurais da Província de Cuanza Norte e quarenta (40) advindos das escolas adjacentes aos arredores do Município Sede da Província do Uíge. Os resultados da pesquisa mostram que o dinheiro é parte do património líquido professor e a falta ou o défice do dinheiro constitui a base de vários desvios no comportamento do professor. Dentro de tantos males causados pelo défice financeiro, aqui citamos os seguintes: excesso de faltas, frustração, baixa autoestima, suicídio anímico, etc. muitos problemas, tais como: a falta de habitação, táxi, saúde, vestuário, são resolvidos com dinheiro. Assim, o professor sem dinheiro é capaz de ver seus aparentes (esposa, filho, mãe ou pai) a morrer. A pesquisa sugere que os gestores dos ministérios de educação, finanças e das escolas, que evitem fazer descontos abismais nos salários dos professores. E, que antes pelo contrario que afirmassem suas verdades em aumentar os salários, subsídios e que sejam pago pontualmente. Que a profissão de professor seja dignificada com melhores salários e subsídios. E, o professor não seja digno de receber míseros salários.  

Palavras-chave: Professor, ensinar, dinheiro, perceção, económica, acertar

 

 

  1. Introdução 

O professor é, em todos os tempos um ator do desenvolvimento social, cujo, seu reconhecimento, tem atingido um nível social tão baixo entre nós, reconhecimento este expresso através dos baixos salários e da falta de condições de trabalho adequadas (Rosa, 1999).

Num obstante, o professor quanto ao exercício da arte de ensinar, é acima de tudo uma figura indelével. Por ser a marca mais singular do universo.

E, acima de tudo por exercer uma função social carregada de amor, incluindo um sentido de mágica primaria, capaz de transformar um ser isolado, num ser racionalmente social.

É, a arte de ensinar exercido pelo professor que leva o homem como pessoa a se tornar um ser humano, orientado por princípios de humanismo, vivendo em sociedade e servindo a humanidade.

O professor exercendo a sua arte de ensinar, cria no ser humano a dimensão leal de transformar a vida como biologia numa bibliografia que pode ser escrita, descrita, lida e compreendida dentro das suas imensas dimensões.

Há muito tempo e para muitos, ao professor caberia o papel de jardineiro. Pois, pela sua arte, fertiliza-se o solo, semeia-se, mantém-se o solo húmido, protege-se o broto de pragas e ervas daninhas para que possa crescer saudável e mostrar seus frutos (TUNES, TACCA, & JÚNIOR, 2005).

Com o ensino, exercido pelo professor, a história da pessoa passa a ser um caminhar sobre a vida numa visão mais sistemática, inibindo tabus e indeiscência.

Por um lado, o ensino como arte, quando é exercitado e bem orientado, transforma o homem numa dimensão transcendente de vida social e económica, passando a ser um capital humano, considerado como sendo a maior riqueza do universo.

No outro lado, o professor para exercer a arte de ensinar deve ser munido de conhecimentos, métodos e técnicas de ensino. Deve essencialmente, profissionalizar-se no sentido de exercer as suas funções com zelo e dedicação, despertando em si o sentido artístico, pois, o professor para ser professor é preciso ser um artista.

Assim, quer o conhecimento, métodos, técnicas regras e normas de ensino, só são obtidos através de uma careira brindada, brilhante, bem tracejada por regras e metas bem definidas.

Para alcançar estas metas, há de facto custos de valor financeiro, onde o dinheiro passa ser um capital importante para a formação humana.                                             Neste sentido, o dinheiro como valor capital passa a ser um poder, onde a sua utilidade no ensino é paralelamente igual ao mercado económico e financeiro.

É, nesta dimensão em que o dinheiro comanda o ensino, o professor é mediatizado o conhecimento. Isto, é, na luz de que o conhecimento só se torna poder quando é transformado em dinheiro.

Mas, antes de tudo, o significado do dinheiro está no conhecimento. Por isso, para fazer valer o dinheiro, as pessoas devem ter o direito á um ensino de qualidade, apto de ser transformado em dinheiro. Por isso, há uma relação íntima entre a arte de ensinar e o dinheiro. E, por conseguinte, o professor está entre a arte de ensinar e o dinheiro. Pois, para o professor ensinar deve ter conhecimento. E, para o conhecimento ser adquirido deve-se gastar dinheiro, na medida em que o ensino é um investimento.

E, para o conhecimento ser útil deve ter um valor prático, onde, a prática do conhecimento gera riqueza capital que para ser um poder este capital deve ser equivalente e traduzido em dinheiro.

2. Professor

O professor é um técnico na arte de ensinar. E, que tem “a educação como um mecanismo de desenvolvimento por meio da formação de um sujeito crítico e criativo, que promova ações de cidadania no contexto sócio histórico, ou seja, um sujeito "competente" dentro de um mundo globalizado” (Paranhos, H., Maria de Lourdes, Gomes, & Clare, 2003, p. 3).

O professor é definido pela sua natureza socioprofissional, onde o saber, saber ser e o saber fazer, fazem o triunfo da sua existência.

No ponto de vista de ética, moral e de cidadania, o professor é um modelo optimizado para o desenvolvimento integral e socioprofissional das novas gerações. O professor é uma entidade que aprendeu e pratica todos os saberes.

É, o único educador que sabe combinar e unificar todos os conceitos básicos da educação do homem. Pois, na acção educativa, o professor coloca em primórdio a educação como conceito mais amplo dentro do contexto formativo do homem.

E, para formar de um modo completo e integral o ser humano, o professor torna indissolúveis os três conceitos pedagógicos: Educação, ensino e instrução, onde o professor que educa, ao mesmo tempo afirma-se em ensinar, instruir e vice-versa.

Professor é amigo do saber e do desenvolvimento significado das sociedades, tendo o homem como ponto de partida para os êxitos na sucessão de valores fundamentais, tais como: o trabalho, justiça, amor e disciplina consciente.

Por isso, o professor tem a mestria em professar a verdade. E, que pela verdade as pessoas possam conhecer-se até descobrir as vias uteis para o próprio desenvolvimento, onde o progresso das pessoas é afirmado em grande parte como sendo resultado de uma autoeducação, visto que uma educação bem-feita, sempre dá lugar a autoeducação.

Assim, queiramos ou não, o professor é protagonista de todas as revoluções e progressos que fazem o existir de todo o bem-estar. Sem o professor, quase todo o desenvolvimento e progresso social, se tornam casos impossíveis. Mas, com o professor o mundo se torna mais racional, organizado, uno e indissolúvel.

Em nome do professor, a paz, o amor, ajustiça e o respeito aos direitos humano, se tornam prático e concretos no dia-a-dia das sociedades.

Pelo que o professor que ensina, desenvolve e abre caminho para que as pessoas e a sociedade em geral possam vislumbrar o desenvolvimento e trilhar melhor nos caminhos da realização feliz das pessoas.

O professor é um amor incondicional. É, uma pessoa de definição incomum, por exercer uma função de alta distinção social e confiável naturalmente nas formas de ajudar as pessoas a encontrarem a sua justiça e construir o seu ninho de valores, felicidade, autoestima e conjugação artística.

Ser professor é um mimo, é carinhoso, charmoso. E, é sobretudo uma maravilha, uma bênção sem nenhum gémeo idêntico.

2.1. A arte de ensinar

A arte de ensinar é exercida pelo professor, emanando-o a ser uma pessoa de senso artístico dentro das suas actividades pedagógico-didático. E, impõe que o professor seja criativo, inovador, cuja, capacidades singulares sejam próprias para criar e ensinar os seus alunos a criar.

A arte de ensinar combina com a crítica, onde, a autocritica para as ações pedagógica-didática, joga um papel fulcral.

Deste modo, a arte de ensinar tem sido elevada cada vez mais até atingir uma dimensão vivida no sentido de arte de amor e de transformação social. 

O ensino nos dias de hoje passou a ser uma arte pois, “os educadores conscientes da ação que praticam e do papel que desempenham não se contentam com a rotina pedagógica e os hábitos escolares estruturados. Querem saber sempre mais, conhecer o que há de novo na sua área, para refletir sobre as novas práticas educativas. Querem também verificar a validade dessas práticas para depois incorporá-las às já adotadas e tidas como seguras” (Haydt, 2011, p. 10).

Assim, de forma artística, o professor orientado pela metodologia naturalista, mostra que apesar da sala de aula como lugar de costume para a realização do processo de ensino e aprendizagem, “a natureza”, é também um lugar de costume para ensinar. Por isso, a natureza é tida “como uma escola” versada em deveres de “promover a aprendizagem de forma segura, fácil, agradável, sólida e rápida” (Tavares, 2011, p. 20).

A arte de ensinar deve estar combinado com a arte do saber, saber ser e saber fazer. E, inclui no seu sentido artístico as capacidades do desenvolvimento cognitivo, mostrando no professor a verdadeira forma de conduzir os conhecimentos, levando os alunos a fazer descobertas uteis, não somente para a aprendizagem actual, mas, também para a vida toda.

Assim, o professor na sala de aula, está presente para transcender a sua forma de artista aos seus alunos, dignificando-se em formar nos alunos um ser humano, mais inovado na maneira de ser, fazer e de pensar.

O ensino como arte, funda-se em desenvolver nos alunos os sentidos de pensamento a acção e acção pensamento e vice-versa. E, neste sentido, o ensino passa a ser um processo mais prático e concreto.

2.2. Professor e a arte de ensinar

A associação entre professor e a arte de ensinar, veicula uma forma mais viva do existir, fazendo da escola um lugar próprio para adquirir conhecimentos que levem os alunos a agir diretamente com meio ambiente natural.

É, a partir desta unidade indissolúvel entre o professor e a arte de ensinar que o ensino se torna mais agradável, atrativo e interativo. E, daí, a arte de ensinar consiste na “interação entre dinâmica entre professor e aluno como o princípio para atingir o objetivo final que é a construção do conhecimento (Gouveia, 2019).

Por meio do processo interativo, nasce no aluno o sentido do interesse pelos estudos e pela escola.

O interesse, nasce a dinâmica, onde, a convivência entre o professor, alunos, dá vida aos conteúdos do ensino. E, por sua vez, os conteúdos de ensino, mediatizam e une as intenções do professor e dos alunos em aprender, aprender até morrer.

A relação entre o professor e a arte de ensinar, trás um abordagem mais viva, bonita e consistente em termos da logica nos conteúdos de ensino, visto que pelo sentido artístico o professor aprendeu a ver, analisar e conhecer o mundo nas suas distintas relações.

Atualmente, já não se faz ensino sem pensar no sentido artístico do professor e na melhoria das habilidades do professor face ao processo de ensino e aprendizagem.

 

2.3. Professor e o dinheiro

A íntima relação entre professor e o dinheiro, sempre constitui uma questão de maior indignação em todos os tempos. E, ao longo dos últimos anos, esta tem sido uma das perguntas mais vezes feita por jornalistas, comentadores, políticos e sociedade civil” que de certeza queiram saber se “os professores só querem mais dinheiro?”. Toda a via, a resposta nem sempre foi clara e evidente. Pois, “queles que sempre iludem-se em diminuir a classe e denegrir as preocupações do professor, vincadas com o dinheiro, muitas das vezes dizem que uma questão desta, apenas se trata de uma tentativa de reivindicação, sem logica” (Veronesi, 2023, p. 1).

Na verdade, o dinheiro é parte do património do professor. É, o dinheiro que submete maioritariamente a dignidade do professor, fazendo com que as realizações, a vida social, psicológica e emocional, dependam essencialmente da estabilidade financeira que este profissional vem detendo.

O professor financeiramente deficitado, é psicologicamente instável, perde o seu sentido de humor. E, se torna emocionalmente frágil.

Muitas das alegrias e realizações do professor, incluindo a ótima preparação pedagógica e didática, estão escondidos dentro do dinheiro. Assim, muitos sonhos e realizações do professor são protegidos e concretizados por meio do dinheiro.

A vida pedagógica e didática do professor são condicionados e mediatizados pelo dinheiro. O dinheiro faz agir, pensar e dinamizar todos os fazeres do professor. Até mesmo as faltas ou seja o nível de dedicação do professor é melhorado quando o professor tem o seu salario na hora certa, seus subsídios melhorados e prestados conforme o compromisso que tem com a arte de ensinar, onde o bem compensa o bom desenvolvimento social.

E, quando se trata do dinheiro na sua relação com o professor, há situações em que o professor trabalha na medida do tamanho do salario e isto, juntos da velocidade do pagamento dos subsídios. Ou seja, até mesmo a velocidade com que o professor corre para chegar ao serviço, mede-se e calcula-se pelo valor que atribui ao dinheiro.

Um salario misero, juntos de um subsídio atrasado e mendigo, o professor se torna mafioso, atrasado, irregular e seriamente faltoso.

Por isso, é de apelar aos gestores escolares que têm o habito de tentar resolver os problemas do ensino atacando nas consequência ao invés de partir nas causas, que evitem a tentar resolver os problemas do professor, tais como as faltas, assiduidade e pontualidade, incluindo a disciplina no local de trabalho, por meio de descontos de salários, na medida em que muitos destes comportamentos são resultados dos baixos e míseros salários que os professores ganham.

Um professor financeiramente insatisfeito, nunca será obediente no local de trabalho, ser pontual e assíduo. Por isso, antes de tudo, os gestores devem trabalhar no sentido de melhorar os salários e subsídios dos professores. E, que os mesmos salários e subsídios, sejam pagos de forma melhorados e que cheguem pontualmente na mão do professor, visto que o salario e subsídio míseros, atrasados fustigam a vida do professor até este se tornar frustrado.

O dinheiro tem poder de inibir e estimular tendências do professor. Assim, o aumento significativo de salario no professor, pode até certo ponto estimular o professor a preparar-se melhor para a sua prática de ensino.

Um salario melhorado ou um subsídio acrescentado dentro dos requisitos do ser professor, desperta o interesse do professor em aumentar seu nível académico, frequentar alguma formação de agregado pedagógico e melhorar significativamente na sua perícia pedagógica.

O professor com baixo salario, fica abaixo de todas as suas realizações. Por isso, o professor com condição económica e financeira declinada, quase todos os seus saberes: saber ser e saber fazer, principalmente, caiem em desuso. Neste sentido, o dinheiro engradece o professor.

Uma grande parte da felicidade do professor depende do dinheiro. É, o dinheiro que o professor utiliza para cuidar da saúde, higiene, saneamento básico, alimentação, transporte, adquirir habitação e outros bens de natureza diversa e importantes para o seu bem-estar.

Não se pode ignorar a necessidade da melhoria pontual do salario e subsídios do professor, sabendo que o dinheiro é parte da felicidade e da realização feliz do professor. Por isso, em todos os tempos, o dinheiro é um capital indispensável para que o professor possa realizar-se e fazer os outros felizes.

Para a vida do professor, o dinheiro é um poder que eleva os níveis e status, socioprofissional.

A organização estética e ambiental do professor dependem muito do dinheiro. Por isso, o professor sem dinheiro torna-se desorientado, chegando ao ponto de não conseguir cuidar devidamente da sua higiene pessoal. E, isto contribui em grande parte na baixa autoestima deste profissional.

A motivação para ensinar e aprender, muitas das vezes depende muito do dinheiro. Por isso, o dinheiro é um factor fundamental para alimentar o EU e a vida psicopedagógica do professor.

3. Metodologia 

Fez-se uma pesquisa do campo que empregou uma metodologia mista. E, que ao longo, do estudo, envolveu essencialmente a entrevista e a técnica de inquérito como instrumentos operacionais para a coleta e tratamento de dados.

Nos domínios de pesquisa qualitativa e quantitativa, a pesquisa não descurou o uso de métodos de enfoque primário, tais como a observação, historia do caso e a técnica biográfica de índole documental.

Assim, os dados de enfoque qualitativo foram coletados através da técnica de entrevista. Ao passo que os dados quantitativos, foram coletados através do uso da técnica de inquérito, atendendo a sua natureza hipotética dedutiva e de tratamento estatístico ou matemático de dados.

O estudo foi realizado com o objetivo de dissipar alguns enigmas que vêm perturbando a mente dos professores, onde muitos, mesmo sabendo da importância do dinheiro nas suas vidas, ainda assim, dizem que o dinheiro não presta. E, outros afirmam que dinheiro não condiciona a boa vontade do professor em participar vivamente nas atividades pedagógicas e didáticas.

Existe alguns que preferem minimizar o perigo do baixo salario, subsídios e a sua consequência atraso.

Com nestas afirmações meio deturbadas, o estudo alongou-se procurando saber o seguinte: que relação existe entre o dinheiro e o professor? Será que o défice financeiro não influencia negativamente nos êxitos do ensino? E, então, o que pode acontecer uma vez que o professor possa ver os seus salários e subsídios melhorados e pagos de forma pontual? Para isso, a pesquisa contou com a participação de cento e vinte (120) professores dos quais, oitenta (80) provenientes das escolas rurais da Província de Cuanza Norte e quarenta (40) advindos das escolas adjacentes aos arredores do Município Sede da Província do Uíge.

3.1. Técnicas de identificação do problema e de coleta de dados

Todos os dados foram coletados de forma faseado. E, muitos destes foram obtidos através de diálogo e conversão durante a realização de viagens, onde os professores ao ter necessidade de locomover-se até chegar ao locar de serviço, muitos por meio das suas dificuldades em ter um táxi que os leve até ao local de trabalho, foram apresentado um semblante bastante triste, subseguido de argumentos de lamentações.

Muitos dos professores identificados, pareciam bastante abatidos, injustiçados, carentes que até careciam de dinheiro completo para apanhar o táxi que os levasse até ao local do trabalho de ensino e aprendizagem.

Em momentos consecutivos, professores encontrados nas paragens e que tiveram o privilégio de viajar juntos do pesquisador, nunca tinham dinheiro completo. Para tal, tinham todos os dias que pedir favores aos senhores taxista a fim de fazer descontos, pois, seus valores financeiros são cada vez mais insignificantes para pagar o táxi.

E, neste sentido, os professores foram conhecidos como sendo clientes chorões, pois, na hora de pagar o dinheiro de táxi, tinham justamente que chorar até que o taxista sentisse pena dos mesmo e considerar a condição deficitada que estes apresentara.

Algumas vezes, os professores foram encontrados nos seus locais de residência que estando na área de jurisdição laboral, tinham imensas dificuldades para se alimentar de forma condigna.

Pelos argumentos de clamor, deu-se a perceção clara que a falta do dinheiro, assim como o défice e o atraso no pagamento dos salários e subsídios, fazia a precariedade da vida do professor no local de trabalho.

Dados os clamores, dever-se-ia, dar-se por conta que o professor sem o dinheiro é uma figura infeliz. Ao passo que o professor na fase da sua receção salarial ou seja quando ouve que o seu salario há-de ser pago cedo, e que vem juntos de um subsídio melhorado, o professor nestes casos, aparece bastante feliz, alegre e o seu semblante muda de forma mais soberba.  

E, deste modo, os dados da pesquisa foram coletados de forma natural, sem impor condições de participação no estudo. De forma voluntaria todos professores foram felizes em participar neste estudo, cujo, resultados possam vir ser valorizados para o bem-estar da vida socioprofissional do professor. E, que seu reflexo, possa satisfazer as necessidades da sociedade como um todo.

4. Resultados da pesquisa

Os resultados da pesquisa qualitativa e quantitativa, foram coletados e apresentados de forma descritiva, usando uma linguagem de clareza e evidência dos fatos e fenómeno, honra aflorado ao longo da pesquisa.

 

 

4.1. Resultados quantitativos

 

Os dados coletados através da técnica do inquérito mostram um resultado significativo, a nível de exprimir implicações aos fatores referentes a falta do dinheiro, desconto nos salários e atraso subsídios.

Assim, a pesquisa mostra clareza em confirmar a hipótese segundo o qual, 80% dos professores inquiridos, dizem que a falta do dinheiro nos seus bolsos, mata todos os sonhos, chegando ao ponto de bloquear as suas motivações para ensinar de forma mais adequada.

Dos 120 professores inquiridos, 65% confirma a hipótese de que o atraso nos salários inibe as suas tendências para ensinar e continuar a melhorar a perícia pedagógica. Ao passo que os descontos nos salários, foram tidos por total de 61% de professores inqueridos como sendo, a causa de baixa autoestima, frustração e desordem no trabalho dos professores. E, isto implica grandemente na baixa qualidade de ensino e aprendizagem que vai-se resistindo de forma verrinosa em quase todos os países do mundo, por um lado.

Por outro, isto quer dizer que a falta, défice e atraso nos salários ou subsídios do professor prejudicam o seu bem-estar, influenciando negativamente no bom desempenho do professor, incluindo no exercício da sua perícia pedagógica, formação continua e dificultam as relações do trabalho.

Pelo que não se pode desejar melhorias na perícia pedagógica do professor e na qualidade de ensino, uma vez que os salários e subsídios pagos aos professores, sejam baixos. E, muitas das vezes irregulares nos pagamentos.

4.2. Resultados qualitativos 

Os resultados adquiridos por meio do uso da técnica de entrevista, apoiada pelas vias de pesquisa de natureza primária, tais como observação, biografia e de documentação, foram analisados e apresentados, mostrando que:

  • Há uma unidade indissolúvel entre professor, arte de ensinar e o dinheiro;
  • A falta do dinheiro implica anomalias no organismo do professor. Pode provocar frustrações, distúrbio mental, suicídio anímico e morte em muitos casos;
  • É, o dinheiro que serve para resolver parte significativa dos problemas que afeitam; negativamente a vida do professor, escola, família e a sociedade em geral;
  • O défice no pagamento de salario e subsídio é a causa de muitos desvios na prática docente. E, causa em alguns casos comportamentos desviantes, a título de corrupção e injustiça social;
  • O atraso no pagamento de salários, constitui a base de desmotivação e absentismo do professor no local de trabalho;
  • O baixo e misero salários impede as melhorias na perícia pedagógica do professor.

De forma mais sucinta, a pesquisa mostra que a relação entre o professor e a arte de ensinar, é legitimada pela essência da vida social e profissional do professor, na medida em que professor o dinheiro por si é um poder. E, os saberes: saber, saber ser e saber fazer do professor só, se tornam poder quando todos, são traduzidos em dinheiro, por um lado.

Por outro, toda a formação do professor, incluindo o desenvolvimento das suas habilidades, constituem um investimento mensurado ao longo prazo. Assim, todo o professor bem formado, qualificado e moralizado, é um capital humano.  

E, por ser um capital humano, passa a ser a riqueza mais valiosa da humanidade. É, por essência a riqueza mais prima da humanidade, ou seja, é a riqueza das riquezas.

Deste modo, o conhecimento e todos os outros saberes do professor, são validos de serem traduzidos em capital financeiro. É, este capital financeiro que eleva o valor competitivo de todos os povos e nações.

Assim, o valor do professor está expresso significativamente no dinheiro. Logo, valorizar, respeitar e dignificar o professor, pressupõe pagar-lhe um salario justo, pagar os seus salários e subsídios de forma pontual, evitando atrasos e descontos injustos.

Conclusões

Depois de um longo processo de pesquisa e de busca incansável dos conhecimentos tocantes a intima relação entre o professor e o dinheiro, o estudo conclui o seguinte:

  • O dinheiro é parte do património líquido do professor, por isso, está diretamente relacionado com a saúde e o bem-estar socioprofissional do professor;
  • Há uma íntima relação entre o dinheiro, professor, qualidade de vida, organização funcional e estrutural da escola. E, incluindo os êxitos na qualidade do processo de ensino e aprendizagem, são submissos pelo dinheiro. Por isso, o dinheiro é um poder que condiciona todos os méritos dos outros poderes;
  • Os saberes: saber, saber ser e saber fazer do professor, só são valorizados em função ao poder financeiro que os acompanha. Assim, o conhecimento do professor, só, se torna poder quando é justamente transformado em dinheiro;
  • Na falta do dinheiro, o professor pode morrer, pois, sem o dinheiro o professor fica em falta de quase todos os outros bens, essencialmente a agua, energia, tratamento médico, habitação, vestuário, alimentação, etc. Sem o dinheiro, o professor é capaz de ver sua família: esposa, filho, mãe, pai ou qualquer outro parente e pessoa próxima a morrer, sem poder lutar para lhe salvar;
  • A falta de dinheiro para o professor é mais que uma prisão, visto que a ausência do dinheiro, condiciona os êxitos e a maior parte dos votos certos para o professor, incluindo os seus saberes, são óbvios de serem reduzidos a nada;
  • O atraso nos pagamentos de salários, bloqueia quase todas as tendências e motivações do professor, provoca-lhe frustração. Por isso, um professor com salários atrasados, é sumamente improdutivo. E isto, constitui uma armadilha para matar todo o progresso e o desenvolvimento desejado dentro do processo de ensino e aprendizagem;
  • O défice salarial e subsídios do professor, constituem as bases fisiológicas de baixa autoestima, pouca motivação para ensinar, excesso de faltas e de absentismo escolar por parte do próprio professor, assim, para os alunos;  
  •  
  • Que os académicos na área de economia e gestão de educação possam mais aprimorar o conceito do dinheiro como parte do património líquido do professor, pelo facto este estar directamente relacionado com a saúde e o bem-estar socioprofissional do professor;
  • Que os gestores públicos possam respeitar a íntima relação existente entre o dinheiro, professor, qualidade de vida, organização funcional e estrutural da escola, visto que isto optimizar êxitos na qualidade do processo de ensino e aprendizagem;
  • Que os gestores em todos os níveis, garantam e assegurem a dignidade do dinheiro, a fim de proteger os saberes: saber, saber ser e saber fazer do professor, na medida em que estes saberes, só são valorizados em função ao poder financeiro que os acompanha.
  • Que a sociedade nunca faça o professor morrer na falta do dinheiro. Por isso, para o exercício laboral do professor, que não falte essencialmente a água, energia, tratamento médico, medicamento, habitação, vestuário, alimentação, etc. E, que se evite que um dos parentes do professor seja capaz de morrer ou sofrer danos piores por falta de dinheiro;
  • Que as instituições públicas, privados, organizações sociais e a sociedade em geral, ajudem na estabilidade económica e financeira, a fim de se evitar a falta constante de dinheiro para o professor. Pois, a falta do dinheiro é mais que uma prisão que condiciona os êxitos e a maior parte dos votos certos para o professor, incluindo os seus saberes, são óbvios de serem reduzidos a nada;
  • Que as entidades empregadora, evitem atrasos nos pagamentos de salários do professor, na medida em que este factor bloqueia quase todas as tendências e motivações do professor, provocando-lhe frustração. E, que os professores saibam gerir as suas emoções para que os salários atrasados, não possam atrapalhar sumamente a produtividade do ensino. Pelo fato disto, constituir uma armadilha capaz de matar todo o progresso e o desenvolvimento desejado dentro do processo de ensino e aprendizagem;
  • Que as entidades empregadoras, possam ultrapassar o défice salarial e de subsídios do professor, por constituírem as bases fisiológicas de baixa autoestima, pouca motivação para ensinar, excesso de faltas e de absentismo escolar por parte do próprio professor, assim, para os alunos. 

Referências 

Gouveia, M. J. (6 de Junho de 2019). Professor e a arte de ensinar. (H. C. Pétry, Ed.) Ciências Sociais, 1.

Haydt, R. C. (2011). Curso de Didáctica Geral. (C. S. Rosa, Ed.) Brasil, Brasil: Editora Ética.

Paranhos, S. C., H., M. E., Maria de Lourdes, R., Gomes, B. M., & Clare, M. R. (2003). O PROFESSOR COMPETENTE DA PRÁTICA À TEORIA. RPD – Revista Profissão Docente, Uberaba, 19.

Rosa, P. R. (1 de Agosto de 1999). O QUE É SER PROFESSOR? PREMISSAS PARA A DEFINIÇÃO DE UM DOMÍNIO DA MATÉRIA NA ÁREA DO ENSINO DE CIÊNCIAS. p. 13.

Tavares, R. H. (2011). Didática geral. (E. p.–S. Informação, Ed.) Belo Horizonte, Belo Horizonte, Brasil: Editora UFMG.

TUNES, E., TACCA, M. C., & JÚNIOR, R. B. (1 de Setembro/Dezembro de 2005). O PROFESSOR E O ATO DE ENSINAR. p. 10.

Veronesi, A. (27 de Setembro de 2023). Os professores só querem mais dinheiro? opinião, 1.