Problemas de hoje decorrem de nossas soluções de ontem!
Publicado em 06 de abril de 2012 por Lahcen EL MOUTAQI
Os problemas de hoje são as consequências das soluções tomadas ontem. No entanto, a pressão é sobre as pessoas que dirigem hoje, continuando a colocar as pessões sobre as mesmas grandes escolas: ENAP, ENA, Politecnica, Central, Artes e Ofícios, ESSEC, HEC ....
Não há um só problema? não deve mudar os dados e colocar outras pessoas?
Lembrarmos do ex-chefe do Banco Mundial não saiu de uma grande escola, no entanto o crescimento é sempre 2 dígitos ....
A economia atual é liderada pelas grandes escolas e ainda não é melhor ....
Não estou dizendo para não fazer estudos, mas apenas tomar consciente de que a escola não é tudo ... a prova.
Voltando ao ponto de partida para levantar um problema de palavra: o secularismo, “al ilmaniya”, como linguagem e termo, foi deixado do lado desde muito tempo, durante o primeiro Nahda ( renascimento) árabe (1850-1914), pelos representantes tradicionais da religião, seja"eles muçulmanos ou cristãos. É verdade que os pensadores liberais deste Nahda militaram para algum tipo de secularismo, sem muito sucesso. Muitos pensadores do nahda árabe- procuraram para encontrar nos textos mesmos da religião a solução dos problemas de suas sociedades, destacando que o termo foi julgado extranho (Dakhil) para a realidade social, religiosa e política do mundo árabe-muçulmano e não corresponde às ambições do seu povo.
Se quermos racionalista e universalista, pode-se dizer que o secularismo pode ser uma solução para todos os males do ser humano, separando de forma radical entre religião e Estado, sendo este último corpo neutro rege os instrumentos de violência em prol da não-discriminação, que administra o sistema de direitos e deveres de cada um vis-à-vis de outro e do próprio Estado. Bem como das liberdades essenciais dos indivíduos, que limita a religião na esfera privada do indivíduo ou da comunidade, tomando em apoia o desenvolvimento econômico e social ao serviço de todos.
É verdade que este secularismo atrai elites ou mesmo correntes políticos e sociais no Brasil e no mundo árabe. Perguntando se as nossas sociedades estão prontos para receber tal realidade, que é mais do que um sistema formal? Não é uma filosofia de vida, uma opção política, e um sistema sócio-político e moral de valores humanos, apoiado sobre o legal que privilegia o que é positivo e racional? Será que isso não se apresenta como um secularismo integral e radical, sem tomar conta dos princípios religiosos e metafísicos indiscutíveis?
Para responder a estas perguntas, é evidente que o conceito de laicismo precisa ser reformulado, em substância e na forma, porque as nossas sociedades de hoje, mesmo que elas necessitam, não podem assumir tal como. Estas sociedades têm como características o pluralismo religioso, educacional, étnica e culura, representado como um rol capital pela aceitação da pluralidade e da diferença. O que é importante ajudar a desenvolver uma experiência existencial desta pluralidade, em respeito conjuntamente às comunidades e aos indivíduos. Essa experiência não está longe dos fundamentos da cidadania e no sentido ocidental, porque o que nossas sociedades procura na realidade e em crises sucessivas é representado pelo desejo e a vontade de viver juntos como objetivo final.
Lahcen EL MOUTAQI
Pesquisador e Professor
Rabat -Marrocos