Por Ludmilla Paniago Nogueira, Maria Zilda da Silva Barbosa e Simone Batista Campos

O Planejamento é processo e, como tal, irá gerar um produto ou produtos, que podem ser planos de trabalho ou planos de ação com temporalidade definida e áreas específicas para a sua aplicação. Os produtos gerados a partir do planejamento são instrumentos flexíveis, que auxiliam o desenvolvimento do trabalho da escola nas dimensões pedagógica, política e administrativo-financeira.

O processo de planejamento exige uma atenção permanente ao projeto político-pedagógico da escola e, por isso mesmo, permite acompanhá-lo e avaliá-lo. Os produtos gerados pelo processo de planejamento deverão assegurar a operacionalização do projeto político-pedagógico, garantindo aquelas características citadas anteriormente, ou seja, a de manutenção do instituído e instituição do novo.

No planejamento é preciso ter clareza sobre: a definição de planejamento; a importância do planejamento; o planejamento e gestão democrática da escola; o planejamento e organização escolar; o planejamento e projeto político-pedagógico.

Primeiro passo do Planejamento:

Diagnóstico das principais características da organização e da gestão escolar. O diagnóstico consiste no levantamento de dados e informações que irá possibilitar uma visão global das necessidades e problemas enfrentados pela escola. Deve ser elaborado de tal forma, que favoreça, com base no conhecimento das características da comunidade escolar, suas expectativas e necessidades em relação ao processo de ensino e de aprendizagem, a escolha de alternativas de solução para os problemas identificados.

Os dados a serem levantados são de natureza qualitativa (como o professor de matemática está ensinando; de que forma a comunidade tem participado das atividades da escola); e quantitativa (qual o percentual de alunos aprovados e reprovados em matemática; qual o número de atividades realizadas pela escola e qual o percentual de participação da comunidade).

A seguir, são indicados alguns aspectos imprescindíveis ao diagnóstico do plano de trabalho da escola, segundo Baptista (1995) e SILVEIRA Júnior e Vivacqua (1996):

1. Caracterização sócio, política, econômica e cultural da comunidade onde a escola se insere e da comunidade escolar.

2. Estrutura física, mobiliário e material: prédio escolar; salas de aula; sanitários; áreas de lazer, esporte e recreação; laboratórios; bibliotecas; bebedouros; carteiras; mesas; utensílios de cozinha; computadores; televisor; vídeo; cartazes; mapas; e outros recursos didático-pedagógicos.

3. Recursos financeiros: verbas de que a escola dispõe; formas de efetuar as despesas e de controle.

4. Pessoal: número de professores, funcionários e especialistas.

5. Organização geral da escola: organograma, atribuições e funcionamento dos setores, distribuição de horários, enturmação, número de alunos por sala, aspectos administrativos gerais.

6. Secretaria escolar: organização e funcionamento, registros, documentação dos alunos, etc.

7. Relacionamento com o órgão central da educação.

8. Participação da comunidade e das famílias: conselho escolar, Associação de Pais e Mestres, reunião de pais; relacionamento da escola com órgãos, instituições, ONGs, etc.

9. Sistemática de produção e organização de dados e de estatísticas educacionais.

10. Convivência na escola.

11. Instrumentos de gestão e de organização do trabalho pedagógico (regimento, PDE, projeto político-pedagógico, planos de aula).

12. O desempenho dos alunos: aprovação, evasão, distorção entre idade e série, etc.

13. Participação dos alunos na gestão escolar.

Além desses, muitos outros aspectos podem ser levantados e analisados para que se tenha o“retrato fiel” do que é a escola. Um diagnóstico preciso e consistente permitirá à equipe gestora saber onde está pisando para poder traçar os caminhos para onde quer chegar.