PRIMEIRO DE MAIO COMEMORADO AS AVESSAS!

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

Nunca devemos esquecer que o ser humano não vive sem a dimensão do trabalho. A Bíblia faz muitas menções a respeito do trabalho e de sua dignidade. Dentro destas afirmativas, orgulha-me fazer parte da geração que viu seus pais e avós, afirmar que deveríamos ser honestos e ganhar o pão de cada dia, com o suor do próprio rosto.

Obviamente essas afirmativas podem remeter a grandes debates, mas, compactuo com esses ensinamentos que na atualidade, parecem não ter sentido e até são banalizados.

 De forma diferente e, tendo duas prerrogativas, escrevo a respeito da dimensão do mundo trabalho. A primeira dela é que fazem quase vinte anos que estudo sobre as relações de trabalho, desde meu mestrado focado nas mobilizações dos professores no final dos anos oitenta. A segunda, diz respeito as questões sindicalistas, pois fazem-me reportar ao meu pai (in memoriam), um aguerrido defensor e fundador do SINDICADEZAL (Sindicato dos das Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados, Indústria de Alimentação e Afins de Capinzal).

Estas duas prerrogativas são importantes para entender as manifestações feitas por todo o país, no último sábado, primeiro de maio, pois, elas foram avessas dos anos anteriores. As grandes centrais sindicais não conseguiram mobilizar os trabalhadores, entretanto, a indignação e a vontade de se viver em um país livre, tornou-se o impulso que levou o povo para as ruas e, tornou histórico, o primeiro de maio de 2021!

Infelizmente, temos uma parcela da imprensa que não deseja a plena liberdade, ignorando as manifestações e afirmando serem atos de teor político. Também foi revoltante observar as raposas da política, aquelas monopolizadoras do poder, por anos consecutivos, fazer uso dos meios de comunicação virtual, na tentativa fúnebre de passar a imagem de ‘bom mocinho’.  Estes inescrupulosos, já recebem do povo, nas ruas, o devido recado!

Primeiro de maio às avessas, pois o cidadão de bem deseja trabalhar, os donos de algo gerador de empregos, querem empregar. Assim sendo, a flexibilidade é necessária por ambas as partes, inclusive com o aval legal. Este viés, lembra meu pai, já citado. Quanto arrependimento por ter de forma leviana, movido pela cega ideologização partidária, ter dado dissabores ao meu ‘grande guerreiro’. Quanto as questões do meu mestrado, ainda tenho o doutorado para continuar esta temática de estudo, mas, sob outra ótica.

De tudo que escrevi, registro o encanto do país voltar a ter manifestações, assim, percebe-se que o povo está ‘acordado’ e os políticos e as instituições precisam estar atentos. O primeiro de maio é uma data polêmica; talvez, a deste ano, possa sensibilizar as centrais sindicais para rever seus conceitos. Não vivemos nos anos oitenta, temos um complexo mundo do trabalho, globalista e, onde o trabalhador precisa continuar sobrevivendo!

Este é um assunto complexo e gerador de debates! Mas, barriga vazia não deixa ninguém em pé! Que as instituições de nosso país e os políticos, observem os pedidos da sociedade. Que sejam encontradas as formas adequadas, assim, poderemos viver em paz, com liberdade e, acima de tudo, tendo a valorização do trabalho humano. 

Penso nisto e até o próximo!