PRETO E BRANCO – A ORIGEM

 

  1. Dados introdutórios

 

 

Sempre nos deparamos nas cores, dos jardins, nos Outdoors, nas pinturas de Picasso, Van Gogh, Da Vinci e Michelangelo, Rembrandt, nos Monumentos e Patrimônios Históricos. Nos quadros pregados na sala de nossa casa, nos cinemas, nas praças enfim em tudo vivenciamos cores. Existe até uma máxima no ditado popular que fala “Minha vida é no Preto e Branco”, quer dizer minhas coisas são transparentes, corretas, justas não tenho nada a esconder.

 

Mas, contudo, todavia, as cores que mais nos deixam chocados, são “O Preto e Branco” a cor da pele. Tipificado pela sociedade, o preto e branco designa uma das mais antigas páginas de nossa História. “A História da Humanidade”. Desde nossa criação, passando pela África, até a descoberta do Homo sapiens, vimos essa dicotomia de cores. A começar da Origem do Ser Humano, nas caricaturas de Charles Darwin em sua obra “A Origem das Espécies” até os tempos modernos.

 

A partir daí descobrimos através da explicação de grandes pesquisadores, estudiosos, a nossa origem. Com os estudos de antropologia, e influência genealógica começaram a decifrar as características distintas, verificando espécies (raças) de uma região a outra com a seleção natural, na transformação das características genéticas e adaptação do individuo no seu habitat.

 

Em sua longa história evolutiva, o ser humano entrou nas etapas da evolução humana: Homo habilis, Hominídeos, Homo erectus, Homo neanderthalensis, e Homo sapiens. Os grupos humanos desse período eram nômades, motivos pelos quais buscavam sua sobrevivência em busca de alimentos. Todos eram um só, viviam em grupos em comunidade, dividindo coletivamente suas conquistas; até chegarmos nos “Grupos Indígenas” e no Homem Moderno.

 

Passados as fases na evolução, as experiências começaram a identificar o Homem através das migrações, suas grandes conquistas. Na agricultura, nas crenças religiosas, nas comunidades agrícolas, nas aldeias, nas casas, na domesticação de animais. Surgiram a “Revolução Neolítica e Revolução Agrícola”. Apareceram no Egito, Rio Nilo, Mesopotâmia, Ásia Menor, Palestina, Arábia... O povo Maia, Os Fenícios, etc.

 

O preto e branco não apareciam entre as gerações, os primeiros grupos nômades encontrados nos sítios arqueológicos no continente africano, existiam desde os tempos pré-históricos, primeiros assentamentos da humanidade. Surgiram os povos da costa africana do Mar vermelho – “Os berberes” – uma mistura de diferentes grupos étnicos, propriamente com uma raça específica.

 

Os primeiros escritos mencionam os povos berberes no Antigo Egito. O atual território Angolano – Povo de cor escura era habitado desde a Idade da Pedra. Surgiram os primeiro povos com habilidades técnicas com trabalhos de metais – Idade do Ferro. O tempo passou e surgiram as primeiras comunidades agrícolas. (Grifo do autor)

 

 

  1. O Desconhecimento do Preto e do Branco.

 

 

O desconhecimento do “Preto e o Branco” deram-se pelas divulgações imaginárias e erradas sobre o olhar estrangeiro na antiguidade para povo africano.

 

“Na antiguidade, a África era chamada de Etiópia, e os africanos de etíopes (em grego, terra de homens de pele negra). Durante muitos séculos, o desconhecimento sobre a história da África foi comum em várias partes do mundo”. [1] grifo do autor

(História das Cavernas ao Terceiro milênio). pg. 222

 

Tais distâncias levaram o desconhecimento sobre a África, confrontando assim o estranhamento entre os dois lados. Vejamos a visão do historiador grego Heródoto – considerado no século V a.C o “Pai da história”.

 

“Os homens daquelas regiões são negros por causa do calor e os ‘etíopes’ da Líbia são entre todos os homens os de cabelos mais crespos.

[...] O sêmen por eles ejaculado quando se une as mulheres também não é branco [...] e sim, negro como a sua tez (acontece o mesmo com o sêmen dos etíopes).” [2] HERODOTO. HISTÓRIA. São Paulo: Ediouro, 1998 pg. 222 

 

As imagens dos africanos, na Idade Média, estavam influenciadas pelo cristianismo e pela Bíblia. Ao contrário, os anjos e santos eram todos brancos. Gravuras de imagens religiosas sobre a Etiópia no Séc. XV mostra o imaginário europeu na figura de Charles d’Angoulême (1480).

 

Dados na história da Europa medieval, europeus imaginavam o povo africano como povos de um olho só, povos tenebrosos e sobrenaturais. Até hoje, nos grandes Best Seles vimos histórias, filmes de gigantes com um olho só. Quase ninguém tinha condições de saber se na África existia gente de um olho só e ou pássaros gigantes. Devido os imaginários, poucos europeus não dispunham de atravessar a costa mediterrânea para por os pés em terras africanas com medo de seus navios serem engolidos por pássaros gigantes e travar lutas com gigantes. Na ficção muitos filmes renomados nos contam essas histórias com enormes dragões jorrando fogo pela boca Destacamos aqui nos mitos de “As Aventuras de Merlin (Colin Morgan) e Arhtur (Bradley James) criado por Julie Jones  no excitante universo de Camelot

 

E o gigante também aparece na história dos contos de fada. Na infância assistimos ao filme “João e o Pé de Feijão”. Conto de fada de origem inglesa publicado em 1807 versão antiga de Benjamin Tabard, popularizada por Joseph Jacobs em 1890

 

Nas palavras de Martin Luther King- “I have a drean” (Eu tenho um sonho) lema do líder negro americano no discurso no memorial em Washington, Estados Unidos em 1963. Luther King foi assassinado em 4 de abril de 1968, por um racista branco.

  

A primeira impressão dos africanos sobre os europeus, não era diferente em relação ao povo branco. Mostra a história de um veneziano mercador com suas anotações sobre o povo africano. Assim vejamos em sua descoberta:

 

“Estes negros, tantos machos como fêmeas, vinham ver-me como uma maravilha, e parecia-lhes coisa extraordinária ver um cristão em tal lugar, nunca dantes vistos: e não menos se espantavam com a minha brancura [...]  alguns tocavam-me  nas mãos e nos braços, [e] com cuspo esfregavam-me, para ver se a minha brancura era tinta ou carne; e vendo que  era branca, ficavam-se em admiração.[3] Grifo do autor. CADAMOSTO, Luís de, Viagens de Luís de Cadamosto e de Pedro de Sintra. 2 ed. Lisboa; Acadamia Portuguesa de História, 1998

 

Com o comércio no continente africano, comercializados pelas rotas comerciais, as regiões foram exploradas com produtos e alimentos como o sal, peles de animais, ouro, marfim e até venda de escravos eram produtos de grande importância no mercado africano. A escravidão era praticada na África desde os tempos mais remotos. O escravismo já existia no continente africano antes da chegada dos europeus.

 

Para o psiquiatra negro americano, Frantz Fanon, “O negro nunca foi tão negro quanto a partir do momento em que foi dominado pelos brancos”. [4]

 

Em outro momento de nossa história o filme baseado em fatos reais do diretor Steve McQuem consegue contar uma bela história do povo negro titulado como “12 Anos de Escravidão” Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor). A verdadeira história de um negro africano livre que os brancos escondem. E entre outros: “E o Vento Levou”- (1939), concorrendo várias indicações no Oscar.

 

    

CONCLUSÃO

 

Este sucinto trabalho vem nos mostrar nossa História desde nossos antepassados. Nosso povo, nossas conquistas, nossa origem.

O que faz um povo, um Homem não é a cor da pele, quer seja ele “Preto ou Branco”. Somos um só, vindo de uma única linhagem - o Ser Humano.   

   

 

 REFERÊNCIA

  

 

[1] Baiick, Patrícia Ramos. História das Cavernas ao Terceiro Milênio, Vol. Único/ Patrícia ramos Braick, Myrrian Brechó Mota; 3 ed. reform. E atual.São Paulo. Moderna,

2007.

 

[2] HERODOTO. HISTÓRIA. São Paulo: Ediouro, 1998 pg. 222

 

[3] CADAMOSTO, Luís de, Viagens de Luís de Cadamosto e de Pedro de Sintra. 2 ed. Lisboa; Acadamia Portuguesa de História, 1998

 

MARTIN LUTHER KING - Nasceu em 15 de janeiro de 1929 3m Atlanta, estádo da Geórgia, filho de família de negros norte- americanos de classe média. Luther king dedicou grande parte de sua vida ao combate ao preconceito e à defesa da igualdade de direitos para brancos e negros.

[4] FRANTZ FANON – Psiquiatra, filósofo, mais fundamentalmente revolucionário marxista, anti-colonialista Desenvolveu uma tese pioneira que batizou de psicopatologia da colonização.

 

[5] CHARLES d’ANGOULÊME Nasceu no Chateau du Fayet em 28 de abril de 1573. Françês, era filho ilegítimo de Carlos Ix de França com Maria Touchet, um dos protegidos do rei Henrique III.Foi conde de Auvergne.

 

 

 Sites pesquisados:

 

https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q-os-grande-pintores. Acesso em 09 de fevereiro de 2017.

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_de_Valois-Angoul%C3%AAme. Acesso em 09 de fevereiro de 2017

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/João _João é um conto de fada de origem inglesa. Com versão original em 1807. João recebe feijão em troca que após ser jogados viram gigantes  Acesso em 10 de fevereiro de 2017

 

https://www.google.com.br/search?q=quem+foi+FRANTZ+FANON&oq=quem+foi+FRANTZ+FANON&aqs=chrome..69i57.16583j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8 Acesso em 10 de fevereiro de 2017