Pressupostos Teóricos Funcionalistas

Orlando Rocha Machado(UFC)

As concepções de língua assumidas pelos linguistas funcionalistas baseiam-se no efetivo uso da língua, portanto a língua é vista como instrumento de uso pelas teorias funcionalistas. Márcia Nogueira (2013), menciona, que,  para Dik (1989), o  funcionalista investiga por que uma expressão linguística é utilizada de uma determinada maneira, em dado contexto, tendo em vista as funções comunicativas que ela realiza. Enquanto Halliday (1985), considera a língua como um sistema para produção de significados; é, portanto, um sistema semântico. E a relação entre os significados e a formulação desses significados não é vista como arbitrária. Assim, entende-se que a forma da gramática relaciona-se naturalmente aos significados que estão sendo codificados. Já Givón (2001), para cumprir propósitos mais gerais, de que nem sempre se tem consciência, o sistema linguístico tem natureza adaptativa, pois é sensível às pressões do uso.

Segundo Nogueira (2013), a gramática é vista como organização cognitiva da experiência de alguém com a língua. Aspectos da experiência (por exemplo, a frequência de uso de certas construções ou exemplo particulares de construções) têm representação na memória dos indivíduos, o que pode ser evidenciado no conhecimento de sintagmas convencionalizados, bem como na variação e mudança linguísticas. Assim, exemplos particulares de construções podem adquirir suas próprias características pragmáticas, semânticas e fonológicas.

Nogueira (2013) ressalta, que o entendimento ou desentendimento entre os indivíduos nas interações verbais não depende só dos sentidos que são codificados pela expressão linguística, mas dos conteúdos que são socialmente compartilhados (portanto, não precisam de explicitação), das informações que podem ser inferidas ou percebidas nos gestos, olhares, expressões faciais. Desse modo, a descrição e análise da expressão linguística não devem desprezar este tipo de competência comunicativa.

De acordo com o  modelo sistêmico- funcional de Halliday, concebe-se a gramática de uma língua como uma rede de estruturas sistêmicas que representam escolhas significativas determinadas pelas diferentes funções da linguagem.

A Semântica deve ser vista como instrumental em relação à Pragmática, e a Sintaxe, como instrumental em relação à Semântica. No modelo teórico da Gramática Funcional, a relação entre os diferentes componentes da organização linguística tem a Pragmática como componente que comanda os estudos sobre os aspectos sintáticos e semânticos. Isto significa compreender a Função como condicionadora da Forma.