Lembranças.

Por favor, não me dê coisas... coisas materiais,
Não tente me agradar, com uma lembrancinha.
Um bombom da Kopenhagem, um artesanato.
Não tente ser inesquecível, gastando seu dinheiro.
Me presenteando com coisas gostosas...caras vistosas.
Não tente comprar o bem querer, de mim ou de ninguém.

Tem coisas, que não são passíveis de avaliação monetária;
Ou seja, não são avaliadas, em ouro, prata ou em dinheiro.
Mas são valorizadas, de outra forma, a forma do coração.
Se você prestar acurada atenção, vai descobrir por certo,
Que tem sentimentos que valem, e tem seu valor pesado,
Medido e colorido, com tintas que se derramam sobre nós.

São sentimentos bons que se trocam, nesse negócio sutil,
Como amizade sincera, por um transeunte desconhecido.
A lembrança enternecida de um beijo de uma criança amada,
O sorriso espontâneo de um bebê que foi com a sua cara.
Ou mesmo um olhar simpático de uma gentil senhorita.
Quanto vale por toda sua vida, o afago de seu paí ou mãe.

Ajudamos fazendo coisas, porque somos assim mesmo...
Francos, amorosos, gostamos de servir e nos sentimos bem assim.
Em fazer o bem, praticamos o justo, e admiramos o belo.
O belo do servir ao irmão, como gostaríamos que todos fossem.
Aprendemos a valorizar o ensinamento de Francisco. O de Assis.
Por acreditamos que plantar, resulta em esperança de colher.

Não me tente conduzir para o consumismo, embora vivamos,
Nessa época doida, onde a realização se alcança na posse.
Em nossa luta, entram, é lógico, os bens materiais... de outra forma.
Em outra dimensão de querer, de possuir, de consumir e usar.
Só o necessário para o viver, alegrar-se e... divulgar a amorosidade.
Vivemos nesse meio e não adianta viver em choque com a realidade.

Buscamos, porém, ser diferente, valorizando, pensando e pesando,
Com parcimônia o material. Com prodigalidade o sentimental.
Porque assim damos mostra do que realmente valorizamos na vida.
O bem entre irmãos. O belo. A fé em Deus. A felicidade por realização.
Aquela realização como ser humano, que aprendeu a fazer a diferença,
Nas relações, no comportamento, no dia a dia, e na prática do amor.

Porque o amor não pode ser coisificado, não pode ser avaliado,
Nem exigido, nem dado em troca por responsabilidades outras.
Tem que ser conquistado, com fidelidade e respeito, atenção e dialogo.
E poesia, muita poesia... musica e atenção, para que o outro se sinta amado.
Com desvelo, carinho e atenção, comprometimento e sinceridade abundante.
Dessas que o sim representa sim e o não representa não, em qualquer tempo.

Por fim, não deixe de sentir o prazer em se doar, desinteressadamente.
Existe um profundo mistério no alcance da felicidade através desse caminho.
A alegria proporcionada pelo amor generoso, é insondável, inexplicável.
É como se nossa alma se elevasse ao espaço infinito, e vagasse por nuvens.
E como se o universo inteiro nos invadisse e nós próprios nos tornasse uno.
Com tudo que há na terra, no ar, no mar. É como se Deus estivesse presente.
Em nós.

AAAlbuquerque Rio, 15 set 2011.