BLOG DO CHICO GUERRA E COMENTÁRIOS DE MARA GUELLERE

 

         Tenho acompanhado, cá de longe, as notícias da “cidadezinha onde eu nasci”, através dos jornais virtuais que descobri aqui na net. Sem dúvida, um avanço tecnológico que a cidade merece.

           Lembro-me do tempo em que apenas um jornal semanal circulava – A MOCOCA e da  ansiedade de meu pai pela chegada do domingo, que era quando ele, afoito, abria o dito cujo nas colunas PIF-PAF (leia-se Maurício Marchese Neto) e NHÔ FRÔ (leia-se padre Demósthenes).

          Adversários políticos contumazes do prefeito Chiquito Coelho, esses dois articulistas urdiam toda espécie de críticas maldosas e inverdades na tentativa de desestabilizar e conturbar a administração municipal. Jamais atacaram sua honra, e nem seriam insanos a tal ponto, haja vista que conheciam a integridade moral do homem que governava a cidade, porém aqueles cutucões maldosos, as críticas destrutivas que levavam a cabo, terminavam por azedar o fim de semana do prefeito correto e zeloso que ele sempre foi.

          Lendo no blog do amigo Chico Guerra uma declaração-homenagem à atuação do prefeito Chiquito Coelho, devo confessar, sem falsa modéstia, que me orgulho da citação, e acrescento ainda o comentário do competente médico e eminente orador Dr. Aloysio Taliberti, quando ao término do mandato, que me cumprimentou dizendo coisas assim :- “ Oliveiros, eu fui aliado político de seu pai por muitos anos. Deixei de sê-lo quando ele se uniu ao pessoal da Itaiquara, com quem tenho um problema pessoal. Hoje, porém, reconheço o grande administrador que foi o Chiquito. Ele não se preocupou com obras faraônicas, ele atacou a infraestrutura. Fez rede de esgoto, de água, construiu pontes de concreto em estradas vicinais, abriu ruas nos bairros. Tudo que um prefeito normal não faria para não ver suas obras enterradas, ele fez. Esse foi a meu ver o seu grande mérito. Para mim ele foi o melhor prefeito dos últimos cinqüenta anos. Parabéns pelo pai que você tem.”  Confesso que, pego assim de surpresa, a caminho do consultório, no meio da rua, não tive como disfarçar as lágrimas.

        Hoje, passados quarenta anos, as palavras do Chico Guerra ratificam o parecer daquele ilustre médico, e quando ele diz que “mesmo errando nas finalidades” (não entendi onde o erro), devo esclarecer que a fazenda onde hoje se instala o distrito industrial foi oferecida ao prefeito Chiquito como uma transação particular, já que o mesmo era na época agricultor e havia vendido uma propriedade no estado de Minas, próximo a Monte Santo. Ele tinha disponibilidade financeira para adquirir a terra, porém preferiu fazê-lo pelo município, pois pretendia instalar ali uma escola técnica de agronomia. Era seu sonho dotar a cidade, no futuro, de uma faculdade de agronomia. Qual não foi sua desilusão, quando a então Ministra da Educação – Ester de Figueiredo Ferraz negou-se a apoiá-lo, alegando que próximo a Mococa já havia duas faculdades de agronomia – Jaboticabal e Piracicaba. Se não me engano a ministra era mocoquense!!  A fazenda foi loteada e o prefeito que o sucedeu distribuiu gratuitamente os lotes. O dinheiro da fazenda vendida em Minas, o prefeito aplicou no Fundo Crescinco, que faliu, e ele ficou a ver navios!!

         Edil, minha cara amiga Mara Guellere, é o vereador. Àquela época, realmente ele não era remunerado, porém o prefeito tinha um salário. Pequeno, mas tinha, e o que seu pai contou sobre as viagens do prefeito Chiquito a São Paulo foram fatos verídicos. Eles eram muito amigos, aliás, toda a família Guellere. Logo ao assumir, houve um rompimento da adutora do rio Canoas e o prefeito, acompanhado do funcionário responsável pelo departamento de água e esgoto – Valter Pereto - tiveram que correr a São Paulo em busca de auxílio. Algum tempo depois fiquei sabendo pelo Valter que o prefeito levou a ambos- ele e o motorista Sebastião Navarro para dormirem no apartamento de sua irmã, na Praça Marechal Deodoro. Distribuiu colchões pelo chão e fê-los passar a noite assim. O almoço também foi ali, e mais tarde, depois de resolvidos os problemas, voltaram para jantar em Mococa. Agradeço suas amáveis considerações.

           Há que se ressaltar ainda que as áreas social e educacional nunca foram descuidadas. O Museu Quirino da Silva, idealizado pelo professor Paladini, foi fundado nessa época,  e foi ele o primeiro prefeito a incentivar e destinar verbas às escolas de samba e blocos carnavalescos que surgiram em 1970 – da Prainha, do Cirielli, dos Manini, do Descanso, do Brás, do João Rotta e outros dos quais já não me recordo.

           Repito então, sem falsa modéstia, que me orgulho de estar hoje, passados quarenta anos, ouvindo comentários elogiosos à conduta honrosa de meu pai frente à prefeitura de Mococa. Ele foi realmente um político às avessas...IDEALISTA E HONESTO.

           Quem sabe um dia algum vereador se digne homenageá-lo, nomeando alguma praça ou rua importante como PREFEITO CHIQUITO COELHO.

                                    Soriévilo///Oliveiros Coelho Neto