Pra variar... Estamos em guerra!
Por Fabiana Cajazeira Figueiredo | 29/03/2016 | SociedadePra variar... Estamos em guerra!
Por Fabiana Figueiredo
Na acepção da palavra, de acordo com o dicionário Michaelis, guerra significa “luta armada entre nações, por motivos territoriais, econômicos ou ideológicos; combate; conflito”. Desde que o mundo é mundo, o homem, em várias fases de sua vida, se deparou ou se viu mergulhado em algum conflito, com intuito de defender interesses, na maior parte das vezes, coletivos.
Do primitivo ao mais moderno, os combates sempre foram constantes, o que poderíamos entender, no primeiro caso, até como um aspecto de “evolução”, visto que qualquer que seja a luta, ela traz consigo muitos aprendizados e novas experiências. Entretanto, em relação ao segundo caso, não se pode medir ou mesmo afirmar que há aqui crescimento moral e intelectual, uma vez que tais combates têm ocorrido de modo desordenado e individualista, ou seja, os interesses deixaram de ser coletivos e são, únicos e exclusivamente, particulares. Poderíamos, então, perguntar: estamos, nós brasileiros, inseridos em um contexto de guerra?
Não podemos negar que o Brasil vivencia um momento muito complexo. É perceptível guerras para todo lado, mas, sem dúvidas, a que mais assusta é a guerra da violência urbana.
Vivemos um estado de guerra sem que a sociedade admita tal situação. Os dados mostram que o Brasil é um país extremamente violento, principalmente quando o assunto é arma de fogo. Todos os dias as notícias dão conta de inúmeros casos de homicídios, muitas vezes, de forma gratuita.
Soa absurdo, quando os noticiários mostram centenas de mortes em função da guerra na síria, ataques a grupos religiosos, refugiados tentando sobrevivência, entretanto, parece não ter a mesma conotação quando os mesmos noticiários divulgam diversos ataques sofridos, constantemente, pela sociedade brasileira, por meio de arma de fogo e, muitas vezes, sem motivos. Será que a guerra só é considerada se devastar milhares de uma só vez? Os mais de 54,000 mil assassinatos, por exemplo, em 2014 no Brasil, não caracterizam uma guerra?
É sempre fácil perceber os erros, as deficiências alheias, mas é sempre difícil admitir o próprio erro, admitir que o Brasil vive um momento delicado e que a culpa não é apenas daqueles que administram o país, mas de toda uma nação que, nesse exato momento, está falida e fadada a um futuro muito pior se não começar a se conscientizar de seu papel, enquanto ser social no mundo, enquanto ser que pode fazer um pouquinho para que o número de menores infratores seja cada vez menor e, consequentemente, a violência diminua por todos os lados.
Quem sabe assim, daqui mais alguns anos, vamos poder dizer: Pra variar... estamos em paz!!!!
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