Resumo

A preocupação sobre o saber sempre esteve nos homens, isto fez com que este tivesse uma incansável caminhada a procura deste. O homem destruiu e reconstruiu paradigmas que o orientavam na procura desta verdade fazendo com que este processo fosse contínuo na história da evolução da humanidade. Na fase Moderna a verdade deu-se como algo metafísico, isto aconteceu também nas fases anteriores mas o homem tendo a insatisfação como uma das principais características fundamentais, com o decorrer do tempo questionou estes pressupostos metafísicos, e não tendo respostas sólidas fez com que ele não acreditasse nessas realidades e como ao longo de toda a sua existência acreditava nela, ele vê-se num vazio, no niilismo, na descrença, na incerteza. Daqui uma nova era começa, a pós-modernidade, era esta que exige a o banimento de tudo aquilo que o homem teria construído que ate inclui a mudança dos princípios morais, e a viver novas realidades não se alienando também a nenhum princípio que possa ter uma crença absoluta, como acontecia antes. O homem se "desamarra" de todos os princípios que o limitavam a priori, há uma liberdade de si mesmo pois possui a capacidade de autodomínio, a responsabilidade de si. Uma das características da era pósmoderna é a descrença, a desconfiança, a substituição da ética pela estética e a não existência de um paradigma. Palavras-chave: Homem, incerteza, Niilismo, pós-modernidade.

Introdução

Os filósofos sempre tiveram preocupações para dar resposta a aquilo que em cada fase foi considerado como uma questão Universal, ou por outra, o que era de interesse de todos homens saberem, foi assim que a historia da humanidade foi sendo construída em diversas épocas, cada época ou fase histórica tem uma preocupação ou questão por responder respeitando os paradigmas deste mesmo tempo, o paradigma foi sendo visto ao longo do tempo como o principio, ou a lei mãe em que toda a investigação seja ela cientifica, filosófica ou de um outro carácter tinha que seguir. Esta realidade processual da história humana foi se fazendo presente desde os primeiros tempos. Com a saída da era Media entramos na Moderna que retorna o estudo racional da era antiga (Renascimento), esta foi a fase da invenção, inovação e industrialização e das grandes teorias que se preocupavam com a origem do conhecimento como o Racionalismo, o Empirismo, o Intelectualismo e dos filósofos como Descartes, Spinoza, Hobbes, Hegel, Max, fase esta que o seu término coincide com o surgimento do filósofo Niechzshe que as suas obras influenciaram bastante na viragem das concepções dos filósofos pós-modernos. A fase pós-moderna entra como sendo aquela que contraria todas as concepções filosóficas, éticas, todos os princípios universais e que desvaloriza todos os meta discursos antes ditos.

Niilismo

Sendo homem o único ate então que procura dar sentido a sua vida, conscientemente tendo o tempo como um dos factores que influenciam no modo deste dar a si o sentido da sua existência, os acontecimentos deste tempo têm um grande impacto na procura de resoluções ou mesmo no modo de reflexão de si mesmo, ou seja do seu eu. A evidência que emerge da própria experiência humana, é o reconhecimento que esse eu não é apenas consciente enquanto vivente, mas que é vivente enquanto consciente. É dessa condição que se abre a perspectiva de confronto com o tempo no qual vivemos historicamente e que se situa o que podemos chamar de época do niilismo (OLIVEIRA, s/d, p.59). O Niilismo surge no tempo e com o tempo, seria difícil definir o tempo para melhor percebermos o que se pretende dizer, mas num contesto facilitador de percepção teremos um olhar do tempo como sendo a reflexão dos acontecimentos, factos, novas realidades, condições essas que facilmente nos induzem ao raciocínio, a análise e a comparação do passado e do actual. Geralmente quando pretendemos reflectir o passado assim como o actual, dificilmente recorremos à definição Moçambique, licenciando em Filosofia, UP-Niassa, Outubro, 2018. Página 4 O niilismo nasce como um fenómeno patológico na Rússia e na Alemanha entre 1830 e 1840, decorrente da situação cultural e sociocultural assinalada pela recusa da tradição – tradição cristã em particular – e pelo “ideal” de um novo tipo de herói, o qual busca a verdade de si numa auto-afirmação titânica, segundo um ideal “cientificamente” planificado (OLIVEIRA, s/d, p.59). Claramente podemos notar a partir desta citação que duma ou doutra forma, esta corrente teve como principio a negação de algo que ate então era dito como verdade, ou seja, a tradição crista ditava os princípios o que deveria ser feito era apenas a colaboração seguindo os tais princípios sem a liberdade de as questionar, colocar ou demonstrar alguma atitude reflectiva acerca dos tais, assim como na ideia do “ideal”, que é algo idealizado com isto também metafísico que não poderia se contestar. A única via para se “desamarrar das cordas” aqui expostas na procura da verdade acima daquilo que era dito como verdade foi a enfatização da liberdade, pós só a partir dela poderia se questionar este princípios e mediante a ciência chegar-se a verdade em si. A atitude de questionamento nos princípios não tive o término depois de se encontrar a verdade no contexto científico, isto por que uma vez reprovada algo dito como verdade, o que será dito como verdade a posteriori pode não ser, e em algum tempo surgir a outra assim com as outras, dai o “cepticismo eterno”, pois o homem nunca acreditara em encontrar o que procura, neste caso a verdade. Como resultado, tem-se o cepticismo da ciência que em última instância da sua metodologia, tudo sempre é falso, inclusive o que se reconhece (mesmo provisoriamente) como verdade. Na ciência tudo é sempre refutável. O problema que surge, é que o cepticismo obscurece o que Nietzsche chama de “vontade de verdade”, porque o objectivo da ciência é encontrar a verdade sobre todas as coisas, estabelecida e universalizada por ela mesma (OLIVEIRA, s/d, p.60). Ate então podemos concluir que a história do homem foi feita numa inalcançável caminhada na procura da verdade. Mas como encontrar a verdade se tudo o que o homem fez ate então na procura dela o levou ao vazio, a descrença, ou por outra, a verdade que tanto o homem se esforçou para alcança-la nunca chegou a esse desejo. Reflectindo sobre isto será que a procura da “bendita verdade” não fez com que o homem enfraquecesse a sua razão? Será a razão capaz de nos levar a verdade? Se não, que potencialidade o homem usara para satisfazer este desejo incansável? Não pretendemos discutir todas estas questões neste trabalho, mais sim Moçambique, licenciando em Filosofia, UP-Niassa, Outubro, 2018. Página 5 algumas e reflectir sobre as outras. A respeito da primeira questão veremos o que Oliveira nos diz. Nietzsche pretende nos fazer ver que o mundo supra-sensível em geral, que dava à existência do homem um sentido e uma razão, caiu em descrédito, por perder a sua eficácia e a sua função de ancoragem. O homem não sabe mais no que agarrar-se, não possui mais um condutor e nem motivação. É uma extrema experiência de descrença, em que o homem é um ser errante que caminha no meio da escuridão. Vaga à deriva, pois todas as suas referências foram abaixo (s/d, p.63). Com essa descrença de pressupostos Metafísicos Nietzsche afirma que será daqui onde haverá a possibilidade do surgimento do super-homem e as suas acções devem ter em vista ou se abrir para o tempo e o devir, este devir que será condicionado pelo próprio homem. Podemos perceber aqui que o homem não poderá esperar algo que não seja ele o produtor, não há outra força que o ajudara a atingir a felicidade ou a verdade que não seja dele próprio. [...]